Aula 1 - Conceito, Desenvolvimento, Finalidade e Fontes

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Prof. Diego Nieto
diegonieto84@gmail.com
@profdiegonieto
▪ Conceito de Direito do Trabalho: “Ramo da
ciência jurídica dotado de um conjunto de
princípios, normas e institutos jurídicos que
disciplinam a relação de emprego e as
relações de trabalho semelhantes.”
▪ Conceito do doutrinador Sérgio Pinto
Martins: “Direito do Trabalho é o conjunto de
princípios, regras e instituições atinentes à
relação de trabalho subordinado e situações
análogas, visando assegurar melhores
condições de trabalho e sociais ao
trabalhador, de acordo com as medidas de
proteção que lhe são destinadas.”
▪ Legislação Trabalhista: Nome inicialmente
empregado para matéria que tratava sobre a
questão do trabalho, principalmente pela
existência de diversas leis esparsas que
tratavam dos variados temas relacionados.
▪ Direito do Trabalho: Nome tecnicamente
correto, pois a matéria a ser estudada não é
apenas contida na legislação. Estudo abrange
os princípios, seus institutos, convenções,
acordos, normas coletivas, decisões de
Tribunais, etc. Denominação correta e maior
utilizada principalmente após a
Consolidação das leis trabalhistas, através
do Decreto-lei nº 5452/1943, aprovando a
chamada CLT.
▪ O surgimento e o desenvolvimento do Direito
do Trabalho ao longo da história da
humanidade está intimamente ligado aos
momentos políticos e econômicos dos
Estados.
▪ O Direito não é um fenômeno estático e
compõe-se pela correlação de Fato x Valor x
Norma.
FATO x VALOR = NORMA
▪ A palavra Trabalho tem origem do latim de
“tripalium” que era um instrumento de
tortura da antiguidade.
▪ A primeira forma de trabalho foi a
escravidão, em que os mais fortes se
sobrepunham aos mais fracos, e estes
passavam a ser tratados como um bem, uma
coisa. Inúmeras sociedades antigas tinham
como modo de produção a escravidão
(escravocrata).
A ex: Egito Antigo, Grécia, Roma...
▪ Num segundo momento, já diante de um
regime de Feudalismo, visualizamos o regime
de servidão, em que o Senhor Feudal
prestava proteção política e militar aos
servos, e estes tinham que estar vinculados
ao Senhor Feudal, prestando serviços em
suas terras. Numa verdadeira relação de
Suserania e Vassalagem.
▪ Num terceiro momento, já no final da Idade
Média, ocorre o surgimento das
corporações de ofício, em que por
intermédio de uma estrutura hierárquica a
técnica de produção ia sendo passada para
formação de uma mão-de-obra.
▪ Posteriormente, com o advento da
Revolução Francesa (1789), e a
efervescência do pensamento liberal,
acompanhado da Revolução Industrial
ocorre a extinção definitiva das
corporações, acabando por transformar o
desempenho do ofício pela cultura do
emprego, na qual o empregado haveria de
receber uma contraprestação em salário
por sua força de trabalho.
▪ É nesse momento que efetivamente exsurge
o Direito do Trabalho como ciência, em
paralelo a todo desenvolvimento da
Revolução Industrial, com a máquina a vapor
como nova fonte energética, em que os
trabalhadores (que chegavam a trabalhar
16h/dia) começaram a reunir-se, associar-se,
e reivindicar as melhores condições de
trabalho e salários.
▪ A partir disso, o Estado começa a reconhecer
a necessidade de uma intervenção maior
para minimizar os abusos que vinham sendo
cometidos – em consequência – começam a
surgir diversas legislações dando caráter de
maior proteção ao trabalhador respaldando
as reivindicações sociais patrocinadas pelos
sindicatos e classes obreiras.
▪ Marco da CLT, com a edição do Decreto-lei
5452/1943, realizando a sistematização das
diversas leis esparsas até então existente.
▪ Estabelecer normas
protetivas que
proponham
condições dignas de
trabalho, dentro da
relação de
trabalho/emprego,
em respeito ao
princípio
constitucional da
dignidade da pessoa
humana (CF/88, art.
1º, III).
NATUREZA 
JURÍDICA 
DO DIREITO 
DO 
TRABALHO
▪ Apesar de grande discussão entre os
doutrinadores, prevalece o
entendimento que o Direito do Trabalho
é ramo do Direito Privado, pois: a
origem dos institutos do Direito do
Trabalho vem do Direito Civil,
principalmente, pelo fato que as partes
tem liberdade para estipular as
condições do contrato, respeitados os
direitos mínimos estabelecidos pelo
Estado.
FONTES DO 
DIREITO DO 
TRABALHO
▪ Fontes Materiais: São os fatores que
antecedem a criação/materialização da
norma trabalhista. Fatos econômicos,
políticos, sociais, históricos. Ex: Greve
dos trabalhadores de uma indústria
específica.
▪ Fontes Formais: Representa o momento
verdadeiramente jurídico (norma).
▪ Fontes Formais Autônomas: Criadas sem
a intervenção direta do Estado.
Elaboradas com participação imediata
dos destinatários da norma. Ex: Acordo
coletivo; Convenção coletiva.
▪ Fontes Formais
Heterônomas: São
aquelas elaboradas
sem a participação
direta dos
destinatários da
norma. Feitas
diretamente pelo
Estado.
Ex: CF, Emendas
Constitucionais,
Decretos, Leis...
(ADVOGADO DA UNIÃO – AGU – 2004 – CESPE)
Considerando a definição e as fontes do direito do trabalho, julgue os itens
seguintes.
1. Como uma das principais fontes formais do direito do trabalho, os
movimentos reivindicatórios deflagrados pelos trabalhadores, com a
participação dos sindicatos, têm sido, ao longo da história, o principal
elemento gerador de normas jurídicas trabalhistas.
2. As decisões proferidas pelos tribunais do trabalho no exercício da
competência normativa prevista na Constituição Federal, quando resultantes
de provocação de todas as categorias profissional e economicamente
envolvidas, qualificam-se como fontes autônomas e formais do trabalho.
1. F
2. F
(FCC/TRT 6/2012-Analista Judiciário)
Com relação às Fontes do Direito do Trabalho, considere:
I. A Lei Ordinária que prevê disposições a respeito do 13o salário é uma fonte
material autônoma.
II. As fontes heterônimas decorrem do exercício da autonomia privada, ou seja,
sujeitos distintos do Estado possuem a faculdade de editar.
III. O contrato individual de emprego é uma fonte autônoma.
IV. A Convenção Coletiva de Trabalho é uma fonte autônoma.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) III e IV;
b) I, II e III;
c) I, II e IV;
d) I e III;
e) II e IV
A