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Aula 2 - Normas trabalhistas e Princípios

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Norma Trabalhista no Tempo, Espaço e 
Território
• Territorialmente: quem tem competência para legislar
(criar normas) em matéria de DT?
• Art. 22, I, CF/88: Compete privativamente a União.
• Assim uma legislação criada pelo município ou estado
em matéria de DT que crie ou modifique direitos em
matéria dos CLTistas é INCONSTITUCIONAL. Ainda que
mais benéfica para o empregado. Ex: Lei Orgânica do
município do RJ garantiu estabilidade aos empregados
públicos (CLT) do município.
• O que pode ocorrer, por determinação constitucional (§ único 
do art. 22 da CF/88), é que eventual Lei Complementar pode 
autorizar os estados a legislar sobre questões específicas de 
DT, e assim o estado editar norma a esse respeito sem fugir do 
âmbito autorizativo da legislação anterior.
• Ex: LC 103 de 2000 veio para autorizar os estados instituírem o 
chamado piso salarial de categoria profissional, nos moldes do 
art. 7, V, da CF/88. 
• Assim cada estado passa a produzir sua norma específica do 
piso salarial de cada estado.
• OBS: As normas autônomas coletivas (ACT e CCT) junto com a 
Sentença Normativa (heterônoma) que ficam ao âmbito de 
incidência da base territorial do dissídio.
• No tempo: Segue-se a regra do
LINDB (antiga LICC) – Decreto-lei
4657/42: A lei serve-se a fatos
futuros em regra. A retroatividade
da lei é exceção e respeitará o ato
jurídico perfeito, direito adquirido e
coisa julgada.
• No espaço: Tema de grande debate.
Trata da questão da vigência ou não
da lei de um país fora de seu
território. Em regra geral o DT
segue o princípio da
territorialidade: a relações de
trabalho de nacionais ou
estrangeiros no Brasil segue
integralmente a lei brasileira.
• Há exceções: Ex: Decreto-lei 691/69 que regula o trabalho
de técnico estrangeiro e dispõe o seu pagamento em
moeda estrangeira fato que refoge a lei nacional;
• Choques de várias normas diferentes de espaços
territoriais diversos: Se fosse pelo raciocínio da LINDB (art.
9) aplicaria o local do negócio jurídico celebrado.
• O princípio geral para esses casos é o da lex loci
executionis , ou seja, o local da prestação do serviço (regra
contida no chamado Código de Bustamante – art. 198 –
ratificado e promulgado no Brasil pelo Decreto n. 18.871 de
1929).
• No entanto, só esta referência não é suficiente para
solução de todos os casos. P. ex: Um empregado brasileiro
que tivesse trabalhado no Brasil 2 anos, 6 meses nos EUA,
6 meses no Uruguai, 6 meses na França. Como faríamos?
Aplicaríamos a lei da execução de cada país numa das
partes?...Esse é grande desafio dos estudiosos...
• Para esse caso específico nosso DT tem a lei 7064/82 (que
regula as situações dos trabalhadores contratados no
Brasil ou transferidos por seus empregadores para
prestar serviço no exterior). E a lei levará o critério do
art. 3, II, para aplicar a norma mais favorável ao
trabalhador no conjunto da norma e em relação a cada
matéria. Teoria do conglobamento mitigado (Alice
Monteiro de Barros).
• Estão excluídos da lei 7064/82 (§ único, art. 1): Empregado
transitório não superior a 90 (noventa dias), desde que:
a) tenha ciência expressa dessa transitoriedade;
b) receba, além da passagem de ida e volta, diárias
durante o período de trabalho no exterior, as quais, seja qual
for o respectivo valor, não terão natureza salarial.
• OBS: Contratação de trabalhador brasileiro por empresa
estrangeira para trabalho no exterior está condicionado
à autorização do MTE (art. 12). Mesmo assim à empresa
cujo capital participe não menos de 5% de PJ domiciliada
no Brasil.
Princípios do Direito do Trabalho
• Princípio vem do latim principum, que significa começo, origem,
base.
• O Estudo dos princípios de todo ciência tem sido de relevância
importância para o entendimento desta. Principalmente a visão
moderna do estudo do direito.
• Nas palavras de Sérgio Pinto: “os princípios são como as vigas
ou alicerces que dão sustentação ao edifício.”
• Para o direito possuem funções diversas como: informadora:
servindo de fonte de inspiração e orientação ao legislador ao
bem jurídico a ser tutelado; normativa: servindo de fonte
integradora da norma, ao suprir lacunas eventualmente
deixadas, completando-a ou inteirando-a; interpretação:
servindo de critério orientador ao operador do direito para busca
do melhor alcance da norma trabalhista.
• Princípios Tradicionais do DT até a vinda da Reforma (Lei
13467/17): Princípio da Proteção: Princípio de maior importância
para relação trabalhista. Visa trazer isonomia ou igualdade de
armas ao empregado frente ao empregador. A ideia é promover
um patamar civilizatório mínimo para relação empregatícia. A
Reforma ataca frontalmente esse princípio!
• Subdivide-se em 3 princípios:
a) Princípio do in dubio pro operario (in dubio pro misero): quando
uma norma trabalhista pode ser dúbia, comportando várias
interpretações, deve-se aplicar a interpretação mais favorável ao
empregado.
Ex: Quando o regulamento da empresa estipula uma gratificação
com base no salário, tendo a palavra salário várias interpretações
(salário básico, piso salarial, salário mínimo), a base de cálculo
deve ser o salário contratual que é o maior (sem os descontos
ainda).
b) Princípio da norma mais
favorável: Prevê que havendo
mais de uma norma trabalhista
aplicável ao caso, aplica-se a mais
favorável.
Ex: A CF/88 em seu art. 7, XVI,
estabelece que a hora extra do
empregado deve ser no mínimo de
50% da normal. O EOAB (lei
8906/94), em seu art. 20,§ 2º,
estipulado ao advogado
empregado hora extra de no
mínimo 100%, aplica-se então o
EOAB.
c) Princípio da condição mais benéfica (cláusula mais vantajosa): As
condições mais vantajosas previstas no contrato de trabalho ou
regulamento da empresa serão incorporadas definitivamente, não
podendo ser suprimidas no curso da relação. Ainda que
sobrevenha norma menos protetiva, ela não atinge os contratos já
vigentes, mas apenas os novos contratos.
• Antiga Súmula 51 do TST: as cláusulas que revoguem ou alterem
vantagens só serão admitidas aos trabalhadores admitidos
após a modificação.
• As exceções referem-se à acordo coletivo, convenção coletiva e
Sentença normativa que mesmo sendo a condição mais favorável
só vigora até o prazo assinalado nessas normas.
• Leitura também do Art. 468. Nos contratos individuais de trabalho
só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo
consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta
ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de
nulidade da cláusula infringente desta garantia.
• Princípio da indisponibilidade dos
direitos trabalhistas: Significa que em
regra os trabalhadores não podem
dispor, renunciar seus direitos
trabalhistas. Por essa razão, por
vezes, recibos e documentos
assinados em manifesto prejuízo do
empregado são desconsiderados
perante à Justiça. Existem raras
exceções que a lei e os Tribunais
admitem certa renúncia.
Ex: Acordos lavrados em audiência
perante o Juiz (art. 846 CLT); Pedido
de demissão de estável feito através
de Sindicato (art. 500 CLT). OBS:
Fortemente atingido pela Reforma!
• Princípio da Continuidade da Relação de
emprego: O objetivo em todo vínculo
empregatício é a preservação do contrato e
sua continuidade para melhoria da
condição social do trabalhador. Por essa
razão, presume-se o contrato de trabalho
sempre por prazo indeterminado (ou sem
prazo). Os contratos por prazo determinado
(ou contrato a termo) são exceções
contidas no art. 443 da CLT. Também por
esse princípio a sucessão de empregadores
não implica em perda de direitos para o
trabalhador (art. 10 CLT).
• OBS: Também atingido pelas flexibilizações
nas demissões e novas modalidades de
contratos – Ex: Figura do Intermitente
• Princípio da irredutibilidade/intangibilidade salarial:
De suma importância, pois, mantém a condição de
sobrevivência do trabalhador.
• Principal referência: Art. 7, VI, CF: Irredutibilidade do
salário, salvo o disposto em CCT ou ACT (Norma
Coletiva)
• CF/88 (art. 7) tem outros vários dispositivos da
proteção ao Salário: a) Saláriomínimo para as
necessidades vitais (IV); b) piso salarial à
complexidade do trabalho (V); c) garantia do mínimo
para os que recebem remuneração variável (VII); d)
Proteção na forma da lei, constituindo crime a
retenção dolosa (X); e) Proibição de diferenças de
exercício de função (XXX)...
OBS: Também atingido pela Reforma.
• Princípio da primazia da realidade: Da maior relevância
para questão de prova do trabalhador, haja vista que
diante de uma verdade formal (documento p.ex) e uma
verdade real, prevalecerá a segunda, sendo a primeira
considera nula não possuindo qualquer valor para
proteção do empregado. Prevalece o que ocorre na
prática, e não eventuais provas produzidas de forma
fraudulenta.
Ex: Os cartões de ponto chamados britânicos que não
tem variação de horários para fins de horas extras
(Súmula 338 TST). São considerados nulos para fins de
horas extraordinárias.
OBS: Não tão atingido pela Reforma.
Relativização dos princípios tradicionais pela Reforma (Lei 13467/17):
1) Criação da Figura do Hiperssuficiente e Relativização do Princípio da
Proteção e Indisponibilidade: Artigos 444, § único e 507-A da CLT
Paradigma: Salário igual ou superior a 2x o máximo de benefício do RGPS.
Atualmente – R$ 6.106,06 - Portaria 914 da Secretaria Especial da
Previdência e Trabalho - Ministério da Economia.
Art. 444…As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre
estipulação das partes interessadas em tudo quanto não contravenha
às disposições de proteção ao trabalho, aos contratos coletivos que lhes
sejam aplicáveis e às decisões das autoridades competentes.
§único. A livre estipulação a que se refere o caput deste artigo aplica-se às
hipóteses previstas no art. 611-A desta Consolidação, com a mesma
eficácia legal e preponderância sobre os instrumentos coletivos, no caso
de empregado portador de diploma de nível superior e que perceba
salário mensal igual ou superior a duas vezes o limite máximo dos
benefícios do Regime Geral de Previdência Social.”
Requisitos para ser enquadrado: Diploma de
Nível Superior + Patamar Salarial até 2x
teto do RGPS
E esse artigo 611-A, o que é?
Refere-se aos dispositivos e direitos que
poderão ser flexibilizados mediante
negociação coletiva ainda que sobre a
lei – o famoso NEGOCIADO sobre o
LEGISLADO – também traz a
Relativização do Princípio da
Indisponibilidade.
OBS: Artigo publicado na RIHJ (n. 22 –
julho/dezembro 2017) – Legislado x
Negociado: Uma reflexão necessário no
Direito Laboral – Eu e Fábio Túlio Barroso.
Art. 507-A. Nos contratos individuais de trabalho cuja
remuneração seja superior a duas vezes o limite
máximo estabelecido para os benefícios do
Regime Geral de Previdência Social, poderá ser
pactuada cláusula compromissória de
arbitragem, desde que por iniciativa do
empregado ou mediante a sua concordância
expressa, nos termos previstos na Lei no 9.307, de
23 de setembro de 1996.”
Incompatibilidade 
manifesta com art. 1 –
direitos patrimoniais 
disponíveis
Art. 4º A cláusula compromissória é a
convenção através da qual as partes em
um contrato comprometem-se a
submeter à arbitragem os litígios que
possam vir a surgir, relativamente a tal
contrato.
• 2) Relativização da norma mais favorável (proteção): Alteração da
perspectiva da norma mais benéfica no âmbito coletivo, através da
mudança do art. 620;
Antes: “As condições estabelecidas em Convenção quando mais
favoráveis, prevalecerão sobre as estipuladas em Acordo.”
Agora: “As condições estabelecidas em acordo coletivo de trabalho
sempre prevalecerão sobre as estipuladas em convenção coletiva de
trabalho.”
ACT prevalece 
independente de 
ser mais 
favorável
3) Relativização da Intangibilidade/Irredutibilidade Salarial:
Acréscimo do §2º no artigo 468 da CLT e fim da S. 372, I,
TST
Percebida a gratificação de
função por dez ou mais anos
pelo empregado, se o
empregador, sem justo
motivo, revertê-lo a seu
cargo efetivo, não poderá
retirar-lhe a gratificação
tendo em vista o princípio da
estabilidade financeira. (ex-
OJ nº 45 da SBDI-1 - inserida
em 25.11.1996)
Art. 468 - Nos contratos individuais de
trabalho só é lícita a alteração das
respectivas condições por mútuo
consentimento, e ainda assim desde que não
resultem, direta ou indiretamente, prejuízos
ao empregado, sob pena de nulidade da
cláusula infringente desta garantia.
§ único passa ser §1º. Não se considera
alteração unilateral a determinação do
empregador para que o respectivo
empregado reverta ao cargo efetivo,
anteriormente ocupado, deixando o
exercício de função de confiança.
§2º A alteração de que trata o § 1o deste
artigo, com ou sem justo motivo, não
assegura ao empregado o direito à
manutenção do pagamento da gratificação
correspondente, que não será incorporada,
independentemente do tempo de exercício
da respectiva função.”
(OAB – Cespe - 2004) Quanto aos princípios informativos
do direito do trabalho, assinale a opção incorreta.
a) Como expressão do princípio da proteção, as normas
jurídicas trabalhistas encerram núcleo mínimo de direitos
que devem ser imperativamente observados pelos sujeitos
da relação de emprego.
b) Por aplicação do princípio da indisponibilidade ou da
irrenunciabilidade de direitos trabalhistas, será nulo
qualquer ato unilateral ou bilateral de despojamento
patrimonial realizado pelo trabalhador,
independentemente do momento em que venha a ser
praticado: antes, durante ou após o encerramento da
relação de emprego.
c) O princípio da inalterabilidade lesiva do contrato de
trabalho impede que o empregador promova a
redução dos salários de seus empregados sem o
concurso do sindicato profissional correspondente,
ainda que em caso de força maior ou de prejuízos
devidamente comprovados.
d) O princípio da primazia da realidade consagra a
noção civilista de que se deve, no exame das
declarações de vontade, atentar mais para a efetiva
intenção das partes, quando benéfica ao
trabalhador, em detrimento de ajustes formais ou
expressos em contrário.
Letra B
(TRT/FCC/2012/Técnico Judiciário) O Regulamento da empresa
“BOA” revogou vantagens deferidas a trabalhadores em
Regulamento anterior. Neste caso, segundo a Súmula 51 do
TST, “as cláusulas regulamentares, que revoguem ou alterem
vantagens deferidas anteriormente, só atingirão os trabalhadores
admitidos após a revogação ou alteração do regulamento”. Em
matéria de Direito do Trabalho, esta Súmula trata,
especificamente, do Princípio da
a) Razoabilidade.
b) Indisponibilidade dos Direitos Trabalhistas.
c) Imperatividade das Normas Trabalhistas.
d) Dignidade da Pessoa Humana.
e) Condição mais benéfica. Letra E

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