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O tegumento é composto por uma camada superficial caracterizada por tecido epitelial espesso, a epiderme . Abaixo está a derme , formada por um tecido conjuntivo fibroso. Logo abaixo da pele há uma camada gordurosa chamada hipoderme , composta de tecido conjuntivo frouxo e tecido adiposo. Em suma, a pele desempenha uma série de funções: proteção, regulação da temperatura corporal, recepção sensorial, excreção e produção de vitamina D. Ademais, além das camadas, também estão presentes anexos que auxiliam a cumprir as funções fisiológicas do corpo, dentre elas estão as glândulas sudoríparas, glândulas sebáceas, pêlos e unhas. Outras estruturas de suma importância, são as responsáveis pelas sensações, os receptores sensoriais são ramificações de fibras nervosas, sendo capazes de receber estímulos mecânicos, de pressão, de temperatura ou de dor. São eles: Corpúsculos de Ruffini, Corpúsculos de Paccini, Bulbos de Krause, Corpúsculos de Meissner, Discos de Merkel, Terminais do Folículo Piloso e Terminações Nervosas Livres. Para uma melhor compreensão, é essencial dividirmos de acordo com as camadas da pele: ● Epiderme Anatomi� básic� d� pel� A camada mais externa do sistema tegumentar, e apresenta uma renovação constante. Para um estudo mais detalhado as literaturas buscam subdividir em: → Camada basal: Composta por células cubóides ou em formato prismático, basófilas, esta é a camada mais interna da epiderme, encontrando-se na divisão entre a epiderme e a derme. Ela também pode ser chamada de camada germinativa, diante da grande quantidade de células tronco ainda não maduras. Esta camada está em constante ação mitótica, e mediante isso tem como principal função a renovação das células da camada. → Camada espinhosa: são células ligeiramente achatadas de formato cubóide, seu citoplasma apresenta-se com curtas expansões que contêm feixes de filamentos de queratina chamados de tonofilamentos . Essas expansões citoplasmáticas se aproximam e se mantêm unidas com as das células adjacentes por meio de desmossomos , o que confere a cada célula um aspecto espinhoso. E nesta camada, também tem células germinativas, porém com ação mitótica diminuída. → Camada granulosa: apresenta células poligonais achatadas, núcleo central e citoplasma carregado de grânulos basófilos, chamados grânulos de querato-hialina. Em suma, essas estruturas se fundem com a membrana plasmática e expulsam seu conteúdo para o espaço intercelular, onde o material lipídico se deposita, contribuindo para a formação de uma barreira contra a penetração de substâncias e para tornar a pele impermeável à água, impedindo a desidratação do organismo. → Camada lúcida: é a camada menos obrigatória, se apresenta principalmente em peles mais espessas. Suas células são achatadas, eosinófilas e translúcidas, cujos núcleos e organelas citoplasmáticas foram digeridos por enzimas dos lisossomos e desapareceram. → Camada córnea: constituída por células achatadas, mortas e sem núcleo. O citoplasma dessas células apresenta-se repleto de queratina. E os os tonofilamentos se aglutinam junto com uma matriz formada pelos grânulos de querato-hialina. ● Derme A derme é ricamente vascularizada e inervada; é nela que se localizam os derivados da epiderme: os folículos pilosos, as glândulas sebáceas e as sudoríparas. Constituída por tecido conjuntivo e, portanto, de origem mesodérmica. Sua espessura varia de acordo com a região do corpo examinada. A presenta espessura variável de acordo com a região observada, sua superfície externa é irregular, observando-se saliências, as papilas dérmicas, que acompanham as reentrâncias correspondentes da epiderme, representando as impressões digitais. A derme é subdividida em duas regiões: - A região mais próxima da epiderme, onde estão localizadas as papilas dérmicas, está a derme papilar , constituída por tecido conjuntivo frouxo. - Abaixo da derme papilar, observe que há uma região formada por tecido conjuntivo denso não-modelado, que é a derme reticular . ● Anexos da pele Unhas São estruturas achatadas, elásticas, de textura córnea, aplicadas sobre a superfície dorsal das falanges distais.Cada unha está implantada por uma porção chamada raiz em um sulco da pele, a porção exposta é denominada corpo, e a extremidade distal, borda livre. Em suma, a unha é firmemente aderente ao cório e exatamente moldada sobre a superfície, e a parte de baixo do corpo e da raiz da unha é chamada matriz da unha por que é esta que a produz. Pelos Consiste em raiz e haste, a primeira implantada na pele e respectivamente a segunda se projeta a partir da superfície. No fundo dos folículos pilosos, células são produzidas, empilhando-se e queratizando-se. Essas células originam a haste pilar, que é formada pela cutícula, córtex e medula. ● Cutícula: é a camada mais externa do pêlo e é formada por células que lembram escamas. Essas células são completamente queratinizadas e não possuem nenhum pigmento. A queratina nessa região é dura. ● Córtex: é a camada intermediária, constitui cerca de 90% do peso do pelo e é formada por células epiteliais ricas em melanina, proteína que dá cor à pele e pelos. A queratina nessa região é dura. ● Medula: é a parte mais central do pelo e está presente apenas em pelos maduros. Ela é formada por camadas de células grandes e sem núcleo. A queratina nessa região é mole. - Queratinócitos: É a célula mais abundante da epiderme, e sintetiza queratina, que é uma proteína fibrosa dura, assim atuando tanto como uma barreira física como química, liberando antibióticos e enzimas que desintoxicam a pele. Nos locais onde a pele sofre maior fricção, tanto a produção celular quanto a formação de queratina são aceleradas. - Células de Merkel: Estão distribuídas de forma esparsa entre os queratinócitos, cada células semiesférica está intimamente associada a uma terminação sensorial nervosa similar ao discóide e funciona como um receptor tátil. - Melanócitos: São células que se originam das cristas neurais do embrião e invadem a pele entre a 12°e a 14° semana da vida intrauterina. Apresentam citoplasma globoso, de onde partem prolongamentos que penetram as reentrâncias das células das camadas basal e espinhosa e transferem os grânulos de melanina para as células dessas camadas. Os melanócitos não formam desmossomos com os queratinócitos, mas se prendem à membrana basal por meio de hemidesmossomos . Produzem um pigmento chamado melanina, esta é produzida nos grânulos com paredes membranosas e depois transferida através dos processos celulares para os queratinócitos vizinhos. A melanina, agrupa-se na região mais superficial dos queratinócitos, entre a radiação e os núcleos celulares, protegendo assim os núcleos celulares dos raios UV. Em pessoas claras, a melanina é digerida pelos lisossomos nas células a uma curta distância acima da camada basal. Além disso, os melanócitos secretam uma série de moléculas de sinalização em resposta à radiação UV que age na modulação da resposta imune na pele. E uma observação sobre essas células é o bronzeamento, que acontece mediante a reação destes melanócitos a radiação ultravioleta, Histologi� d� tegument� aumentando a produção de melanina e também a sua transferência para os queratinócitos, tornando a pele mais escura. - Células de langerhans: São um tipo de células dendríticas que têm funções que envolvem apresentação de antígeno e a estimulação de resposta T dependente. Funciona como uma rede de sentinelas do sistema imunológico, de forma a proporcionar uma resposta adequada a eventuais ataques microbianos; assim, atuam para que se evite uma resposta imunológica excessiva quando a situação não apresentar grande risco e, ainda, no sentido inverso, quando existe potencial perigo, instruem os linfócitos T a agirem de forma eficiente . O processo cicatricial é dividido em 4 fases: Hemostasia, fase inflamatória, fase proliferativa e fase de maturação . Em primeiro momento, após a lesão, o corpo reage a perda sanguínea, constringindo os vasos e impedindo um extravasamento muito grande de sangue. Em seguida, plaquetas e demais células sanguíneas começam a se agregar, formando um tampão frouxo mais conhecido como coágulo, com o passar do tempo colágeno e fibrina chegam ao local, tornando esse tampão mais reforçado, sendo uma proteção para barreiras mecânicas, e era recobrir o local para eu o novo tecido seja sintetizado. Dando continuidade, inicia-se a fase inflamatória, e para que as células de defesa cheguem ao local, fatores como a bradicinina, serotonina e histamina estimulam a dilatação dos vasos, aumentando a permeabilidade vascular e permitindo que as células cheguem ao local do ferimento. Mediante isso, o plasma acaba por extravasar para o meio extravascular, gerando o exsudado e o edema, além de estimular a quimiotaxia, e é a liberação de citocinas para recrutar as células necessárias no local. Em seguida, essa perda de volume plasmática gera a diminuição do fluxo sanguíneo ou estase sanguínea, que auxilia na leucodiapedese, sendo essa a passagem de leucócitos Cicatr�açã� d� ferida� https://pt.wikipedia.org/wiki/Linf%C3%B3cito_T do vasos para o tecido lesionado dividida: em marginação, que é a aproximação destas células do endotélio; depois ocorre o rolamento, que é a formação de ligações de adesão entre a célula e a parede do vaso, e por fim, a pavimentação, onde a célula se achata contra o endotélio até que consiga ultrapassar para o meio externo. As primeiras células a chegarem ao local são os neutrófilos, estes têm a função de fagocitar agentes nocivos e tecidos danificados, caso essas células não conseguem controlar e estabilizar o ferimento entre 24 a 48 horas, são chamados os monócitos que amadurecem e se transformam em macrófagos, que são células apresentadoras de antígenos para indicar ao corpo o que invadiu o organismo, e realizam uma intensa fagocitose. Logo após cumprirem seu papel de desbridamento da ferida, essas células sofrem apoptose, e por muitas vezes sintetizando uma excreção purulenta dependendo da quantidade de células que foram necessárias para esse processo inflamatório. Estes macrófagos emitem fatores de crescimento e citocinas para dar continuidade ao processo cicatricial. A próxima fase é a proliferativa, ocorre por volta do terceiro dia após a lesão, que tem por objetivo fazer a síntese e reorganização das estruturas lesionadas. Outrossim, esta é dividida em 3 estágios: angiogênese, fibroplasia e epitelização. Para que o novo tecido seja sintetizado, é necessária uma boa vascularização, recebendo os nutrientes, fatores de crescimento e oxigênio, para que o epitélio e o tecido de granulação sejam sintetizados. Neste viés, a angiogênese, a partir principalmente do estímulo do fator de necrose alfa, ocorre a proliferação dos brotos endoteliais, formando novos vasos, fornecendo suprimento necessário para a continuidade do processo. Inicia-se então a fibroplasia, onde o tecido de granulação é formado, a partir das células mesenquimais que se maturam transformando-se em fibroblastos, células que sintetizam colágeno, são atraídas para o local da lesão, se multiplicando e depositando colágeno de maneira desorganizada. E por fim a epitelização, onde os fatores de crescimento estimulados pela fase inflamatória, induz a proliferação das células do epitélio, estas migram das bordas do ferimento, ocorrendo assim o processo de contração da ferida. A última fase do processo cicatricial é a maturação, que se inicia em média por volta de 3° semana pós lesão, e atua organizando as fibras de colágeno para fornecer resistência, e a atuação da colagenase, que é uma enzima que auxilia suspensão do processo de produção de colágeno, modelado a estética da ferida e evitando o aparecimento de queloides. �p� d� ferida� Tipos de cicatrização de feridas - Primeira intenção: é o tipo de cicatrização que ocorre quando as bordas são apostas ou aproximadas, havendo perda mínima de tecido, ausência de infecção e mínimo edema. A formação de tecido de granulação não é visível. Exemplo: ferimento suturado cirurgicamente. - Segunda intenção:neste tipo de cicatrização ocorre perda excessiva de tecido com a presença ou não de infecção. A aproximação primária das bordas não é possível. As feridas são deixadas abertas e se fecharão por meio de contração e epitelização. - Terceira intenção: designa a aproximação das margens da ferida (pele e subcutâneo) após o tratamento aberto inicial. Isto ocorre principalmente quando há presença de infecção na ferida, que deve ser tratada primeiramente, para então ser fechada posteriormente. Classificação das feridas As feridas podem ser classificadas de três formas diferentes de acordo com o agente causal, o grau de contaminação e o comprometimento tecidual. Agente causal - Incisas ou cirúrgicas: são produzidas por um instrumento cortante. As feridas limpas são geralmente fechadas por suturas. Agentes: faca, bisturi, lâmina, etc. - Contusas: são produzidas por objeto rombo e caracterizadas por traumatismo das partes moles, hemorragia e edema. - Lacerantes: São ferimentos com margens irregulares e com mais de um ângulo. O mecanismo da lesão é por tração: rasgo ou arrancamento tecidual. Um exemplo clássico é a mordedura de cão. - Perfurantes: são caracterizadas por pequenas aberturas na pele. Há um predomínio da profundidade sobre o comprimento. Exemplos: bala ou ponta de faca. Grau de contaminação - Limpas: são as que não apresentam sinais de infecção e em que não são atingidos os tratos respiratório, digestivo, genital ou urinário. A probabilidade de infecção é baixa, em torno de 1 a 5 %. Exemplo: feridas produzidas em ambiente cirúrgico. - Limpa-contaminadas: são os ferimentos que apresentam contaminação grosseira, em acidente doméstico por exemplo ou em situações cirúrgicas em que houve contato com os tratos respiratório, digestivo, urinário e genital, porém em situações controladas. O risco de infecção é cerca de 10%. - Contaminadas: são consideradas contaminadas as feridas acidentais, com mais de seis horas de trauma ou que tiveram contato com terra e fezes, por exemplo. No ambiente cirúrgico são consideradas contaminadas as em que a técnica asséptica não foi devidamente respeitada. Os níveis de infecção podem atingir 20 a 30% (cirurgia dos cólons). - Infectadas: são aquelas que apresentam sinais nítidos de infecção. Comprometimento tecidual • Estágio I: comprometimento da epiderme apenas, sem perda tecidual. • Estágio II: ocorre perda tecidual e comprometimento da epiderme, derme ou ambas. • Estágio III: Há comprometimento total da pele e necrose de tecido subcutâneo, entretanto não atinge a fáscia muscular. • Estágio IV: há extensa destruição de tecido, chegando a ocorrer lesão óssea ou muscular ou necrose tissular. Orientações • A alimentação é crucial para o desenvolvimento do processo de cicatrização, manter uma dieta balanceada, voltada principalmente a vitaminas e proteínas, pois estes auxiliam no desenvolvimento mais efetivo do sistema imune e induzem maior proliferação dos tecidos. Ingerir mais alimentos ricos em vitamina C (que auxilia na síntese de colágeno) como frutas cítricas, além de carnes, laticínios, castanhas e afins, que ajudam na proliferação celular. • A higiene no local também é de supra importância, evitando infecções e ocorrendo um processo de cicatrização mais rápido, pois diminui a fase inflamatória. Lavar com água corrente, sem adição de outros produtos como café ou até mesmo terra, pois apesar de estancar o sangue, o organismo reconhece como um corpo estranho, intensificando a fase inflamatória e podendo causar doenças mais graves. • Na fase de gerar o novo tecido é importante uma boa oxigenação, portanto, sempre que possível e em ambientes limpos, manter o ferimento sem cobertura. Isso adentra também na questão do tabagismo, que causa uma diminuição do oxigênio no corpo, dificultando a cicatrização. • Não ficar retirando a casquinha do machucado. Questão ACD Davi estava andando de patinetes quando perdeu o equilíbrio e caiu machucando seu Oxigenação de feridas A atuação do oxigênio na cicatrização é crucial para o processo, além de estar envolvido no processo de respiração celular fornecendo energia para as reações, previne infecções induzindo a atividade das células de defesa, promove a neoformação dos vasos na fase da angiogênese, atua diretamente na proliferação dos fibroblastos e na síntese de joelho, correu para a sua casa chorando muito e seus pais, assustados o levaram para a UBS mais próxima. Ao chegarem na UBS, Davi foi atendido pelo estudante de medicina Arthur, que após acalmar a criança e seus pais, percebeu que Davi havia sofrido um ferimento superficial no joelho esquerdo, estava “esfolado”, com sangue nas bordas e sujidade. Como Arthur já tinha conhecimentos prévios sobre ferimentos, pensou no que poderia estar acontecendo em relação ao tipo de ferida e o seu processo de cicatrização. Frente aos possíveis pensamentos de Arthur, responda: 1. Ao observar o ferimento de Davi, Arthur lembrou-se que os machucados podem ser classificados de acordo com algumas características. Aponte qual é a classificação do machucado de Davi apontando as suas características. (ANULADA). O ferimento de Davi é uma escoriação, um ferimento lacerante, sendo caracterizado por bordas com margens irregulares e com mais de um ângulo, o mecanismo da lesão é por tração: rasgo ou arrancamento tecidual, no caso a queda do patinete. O grau de contaminação pode-se levar em consideração sendo limpa-contaminada, por apresentar sujidades e consequentemente, risco de infecções. Ademais, por apresentar sangramento, ocorreu lesão da epiderme e na derme, sendo classificada com um comprometimento tecidual de grau II. 2. Baseado no processo de cicatrização, o que o Arthur pode esperar que aconteça no ferimento de Davi nos próximos dias? A ferida de Davi, encontra-se no estado inicial de cicatrização que no caso é a hemostasia, ainda há um sangramento ativo nas margens da ferida. Ademais, com o coágulo formado, se inicia a fase inflamatória, onde ocorre o primeiro contato com as células de defesafagocitárias, que iram gerar sinais flogísticos na ferida (rubor, edema, dor, calor), durando por volta de 24 a 48 horas. Logo em seguida, ocorre a síntese ativa de colágeno, formando um tecido rosado, chamado tecido de granulação, esta fase proliferativa dura por volta de 4 dias. E por fim, o último processo é o de maturação, onde ocorre a suspensão da síntese de colágeno, e moldagem da ferida, caindo a "casquinha", expondo o tecido reconstruído. 3. Elabore um plano de cuidados para Davi Primeiramente, a limpeza da ferida deve ser feita, retirando as sujidades com água corrente sem adição de produtos, evitando infecções e ocorrendo um processo de cicatrização mais rápido, pois diminui a fase inflamatória. Logo após a limpeza, cobre-se a ferida para evitar possíveis lesões secundárias, mas para gerar o novo tecido é importante uma boa oxigenação, portanto, sempre que possível e em ambientes limpos, manter o ferimento sem cobertura. Outro ponto importante para Davi é a alimentação, mantendo uma dieta balanceada, voltada principalmente a vitaminas e proteínas, pois estes auxiliam no desenvolvimento mais efetivo do sistema imune e induzem maior proliferação dos tecidos. Por exemplo, ingerir mais alimentos ricos em vitamina C (que auxilia na síntese de colágeno) como frutas cítricas, além de carnes, laticínios, castanhas e afins, que ajudam na proliferação celular. Em suma, uma última orientação para Davi, é evitar retirar a casquinha, pois dificulta o processo, expondo o tecido ainda não maduro para o meio externo. Fatore� envolvid� colágeno, promove uma contração ativa da ferida e promove a maturação dos queratinócitos até sua epitelização. Certos fatores, como a idade avançada e a diabetes, podem diminuir o fluxo vascular periférico, originando uma deficiente oxigenação do tecido, dificultando e prolongando o tempo da cicatrização. Apesar da necessidade da presença do oxigênio, após a lesão, existe uma hipóxia temporária que desencadeia o processo regenerativo, estimulando a produção de citocinas e fatores de crescimento em macrófagos, queratinócitos e fibroblastos. Idade A cicatrização demorada em idade mais avançada está associada com uma resposta inflamatória alterada, tal como um atraso na infiltração de células T para o local da ferida, as alterações na produção de quimiocinas e a reduzida capacidade fagocítica do macrófago. As fases desse processo regenerativo sofrem alterações características relacionadas com a idade, incluindo o aumento da agregação plaquetária, o aumento da secreção de mediadores inflamatórios, a infiltração atrasada de macrófagos e linfócitos, a infiltração de macrófagos disfuncionais, a diminuição da secreção de fatores de crescimento que retarda a epitelização, a angiogênese e a deposição de colágeno. Ademais, uma orientação para diminuir os efeitos deste déficit foi demonstrado que o exercício melhora a cicatrização de feridas cutâneas em adultos mais velhos, a melhoria está associada à diminuição dos níveis de citocinas pró-inflamatórias na ferida. O resultado de uma melhor cura pode ser devido a uma resposta anti-inflamatória induzida pelo exercício na ferida. Obesidade A obesidade é um fator muito recorrente, sendo um grande grupo populacional. Em particular, pacientes obesos apresentam uma maior taxa de infecção de sítio cirúrgico, e muitas destas complicações podem ser resultado de uma menor perfusão relativa que ocorre no tecido adiposo subcutâneo. Em feridas cirúrgicas, o aumento da tensão nas bordas da ferida que é frequentemente visto em pacientes obesos também contribui para a deiscência (abertura) da ferida. Além disso, a tensão na ferida aumenta a pressão do tecido, reduzindo a microperfusão e a disponibilidade de oxigênio para a ferida, retardando o processo regenerativo. Ademais, as células adiposas influenciam diretamente na resposta imunológica sistêmica, influenciando no processo de cura, causando disfunção das células Explicando a fisiologia para o paciente Eu como estudante de medicina explicaria para o/a (nome do paciente) da seguinte forma: O processo de cicatrização de um ferimento é dividido em basicamente 4 fases: o estancamento do sangue, a fase de inflamação, proliferação das células e maturação. A fase de inflamação está presente para proteger seu corpo contra patógenos e realizar uma limpeza no local, as células que fazem este trabalho morrem, e são essas células mortas que formam o pus. Após essa ação inicial, as células se proliferam e atuam de diversas formas para fechar a ferida, formando uma nova pele e colágeno que gera a região granular rosada. E por fim, a maturação do tecido, onde as células já formadas são organizadas para formar sua cicatriz. prolongados, a hipóxia dá origem a feridas crônicas, mediante as citocinas que são produzidas em resposta à hipóxia, incluem PDGF, TGF-β, VEGF, fator de necrose tumoral-α (TNF-α), e endotelina-1, que são cruciais na promoção da proliferação de células, da migração, e da angiogênese na cicatrização da ferida. mononucleares do sangue periférico, a diminuir a ação da proliferação de linfócitos, e a alteração dos níveis de citocinas periféricas. Nutrição A reparação e a reconstrução dos tecidos, que ocorre durante a cicatrização, requerem quantidades adequadas de energia e de nutrientes. Portanto, em indivíduos saudáveis com feridas e com uma ingestão inadequada relativamente às necessidades energéticas e nutricionais, podem ter o processo de cicatrização comprometido. A melhoria do estado nutricional permite que o organismo cicatrize as feridas e poderá mesmo acelerar o processo de cicatrização. Neste viés, em diversos âmbitos, a alimentação deve ser monitorada, fornecendo quantidade de carboidratos coerentes com o gasto energético necessário para a angiogênese e regeneração dos novos tecidos. Quanto às proteínas, que são os compostos mais abundantes durante a cicatrização, a sua deficiência pode prejudicar a formação de capilares, a proliferação de fibroblastos, a síntese de colágeno e a remodelação da ferida, também afeta o sistema imunitário, com consequente diminuição dacapacidade fagocitária em leucócitos e um aumento da suscetibilidade à infeção. Ademais, as vitaminas C, A, e E têm efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios: a deficiência de vitamina C leva a uma reduzida resposta imunitária e ao aumento da susceptibilidade à infecção da ferida e interfere na síntese de colágeno, onde funciona como um cofator para a hidroxilação da lisina e prolina; já as propriedades biológicas da vitamina A incluem a atividade antioxidante, o aumento da proliferação de fibroblastos, a modulação da diferenciação e proliferação celular e o aumento da síntese de colágeno; a vitamina E, também um antioxidante, mantém e estabiliza a integridade da membrana celular proporcionando proteção contra a destruição por oxidação. Diabetes • Muitas substâncias pró-inflamatórias estão elevadas, tais como o fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), a interleucina 6 (IL-6) e a interleucina 1 (IL-1), e estes têm sido associados com o desenvolvimento de resistência à insulina. • Os neutrófilos mostram uma redução das atividades quimiotáticas e fagocíticas, tornando as feridas mais propensos à infecção • Se verifica a disfunção das células T, a diminuição na quimiotaxia, fagocitose e capacidade bactericida dos leucócitos, a disfunção dos fibroblastos e das células epidérmicas • Inadequada remoção bacteriana e reparação demorada ou deficiente das feridas em pessoas com diabetes • A situação de hipóxia prolongada, que pode ser derivada da insuficiente irrigação sanguínea e da reduzida angiogênese, é prejudicial para a cicatrização de feridas As condições básicas para o exame da pele são: iluminação adequada, desnudamento das partes a serem examinadas, conhecimento prévio dos procedimentos semiotécnicos. Serão investigados os seguintes elementos: Coloração As principais alterações da coloração da pele são: palidez, vermelhidão ou eritrose, cianose, icterícia, albinismo, bronzeamento da pele, dermatografismo e fenômeno de Raynaud �am� Físic�: Pel� � fâner� Palidez: Significa atenuação ou desaparecimento da cor rósea da pele, o fenômeno deve ser pesquisado em toda a extensão da superfície cutânea, inclusive nas regiões palmoplantares. Nos pardos e negros só se consegue identificar palidez nas palmas das mãos e nas plantas dos pés. Existem Dois tipos de palidez: - Palidez generalizada: observada em toda a pele, revelando diminuição das hemácias circulantes nas microcirculação cutânea e subcutânea. Pode decorrer de dois mecanismos: o Vasoconstrição generalizada em consequência de estímulos neurogênicos ou hormonais, observada nas grandes emoções ou nos sustos, nas crises dolorosas excruciantes, nos estados nauseosus intensos, nas crises do feocromocitoma, no choque e nos estados sincopais de lipotimia o Redução real das hemácias - hemoglobina - que é, em última instância, a responsável pela coloração rosada da pele. Ocorre nas anemias, as quais abordaremos mais adiante - Palidez localizada ou segmentar: constatada em áreas restritas dos segmentos corporais, sendo a isquemia a causa principal. Avaliação clínica do fluxo sanguíneo no nível cutâneo a semiotécnica consiste em: 1. Pressionar a polpa do polegar de encontro ao esterno durante alguns segundos, com o objetivo de expulsar o sangue que flui naquela área. 2. Retirar o dedo rapidamente e observar o local que esteve comprimido. 3. Observar que, em condições normais, o tempo necessário para que seja recuperada a cor rósea, indicadora do retorno do fluxo sanguíneo, é inferior a um segundo Vermelhidão ou eritrose: Significa exagero na coloração rósea da pele e indica aumento da quantidade de sangue na rede vascular cutânea, podendo decorrer de vasodilatação. Compreende os seguintes tipos: - Generalizada: observada nos pacientes febris, nos indivíduos que ficaram expostos ao sol, nos estados policitêmicos e em algumas afecções que comprometem toda a pele . - Localizada ou segmentar: pode ter caráter fugaz quando depende de um fenômeno vasomotor, ou ser duradoura. Cianose: Significa cor azulada da pele e das mucosas. Manifesta-se quando a hemoglobina reduzida alcança no sangue valores superiores a 5 g/100 m.t. A cianose deve ser pesquisada no rosto, especialmente ao redor dos lábios, na ponta do nariz, nos lobos das orelhas e nas extremidades das mãos e dos pés {leito ungueal e polpas digitais). Nos casos de cianose muito intensa, todo o tegumento cutâneo adquire tonalidade azulada ou mesmo arroxeada. Quanto à localização, a cianose diferencia-se em: - Generalizada: observada em toda a pele, embora predomine em algumas regiões. - Localizada ou segmentar: apenas segmentos corporais adquirem coloração anormal, significando sempre obstrução de uma veia que drena uma região, enquanto a cianose generalizada ou universal pode ser causada por diversos fatores, como se verá adiante. É importante saber se a cianose é generalizada ou segmentar, porque o raciocínio clínico é completamente diferente em uma ou outra situação. Quanto à intensidade, a cianose é classificada em três graus: - Leve - Moderada - Intensa. Caracterizada a cianose como generalizada ou localizada, procura-se definir o tipo de cianose em questão. Há quatro tipos fundamentais: - Cianose central: nesses casos, há insaturação arterial excessiva, permanecendo normal o consumo de oxigênio nos capilares. Ocorre principalmente na diminuição da tensão do oxigênio no ar inspirado. - Cianose periférica: ocorre em consequência de perda exagerada de oxigênio na rede capilar, devido a estase venosa ou diminuição funcional ou orgânica do calibre dos vasos da microcirculação. - Cianose mista: assim chamada, quando se associam mecanismos responsáveis por cianose central e periférica. Exemplo típico é a cianose em consequência de insuficiência cardíaca congestiva grave, na qual se relatam congestão pulmonar, impedindo adequada oxigenação do sangue, e estase venosa periférica, com perda exagerada de oxigênio - Cianose por alteração da hemoglobina: alterações bioquímicas da hemoglobina podem impedir a fixação do oxigênio neste pigmento. O nível de insaturação eleva-se atéalcançar valores capazes de ocasionar cianose. Icterícia: Coloração amarelada da pele, das mucosas visíveis e da esclerótica, resultante de acúmulo de bilirrubina no sangue. A icterícia deve ser diferenciada de outras condições em que a pele, mas não as mucosas, pode adquirir coloração amarelada: uso de determinadas substâncias que impregnam a pele, uso excessivo de alimentos ricos em carotenos. Albinismo: Coloração branco-leite da pele em decorrência de uma síntese defeituosa da melanina. Pode afetar os olhos, a pele e os pelos (albinismo oculocutâneo) ou apenas os olhos (albinismo ocular). Bronzeamento da pele: Observado em pessoas de cor branca. Na maior parte das vezes é artificial, por ação dos raios solares em substâncias químicas bronzeadoras. Pele bronzeada naturalmente pode ser vista na doença de Addison e na hemocromatose por transtornos endócrinos que alteram o metabolismo da melanina. Dermatografismo: Também chamado urticária factícia. Se a pele é levemente atritada com a unha ou com um objeto, aparece uma linha vermelha ligeiramente elevada que permanece por 4 a 5 min. Trata-se de uma reação vasomotora. Fenômeno de Raynaud: É uma alteração cutânea que depende das pequenas artérias e arteríolas das extremidades e que resulta em modificações da coloração. Inicialmente observa-se palidez; em seguida, a extremidade torna-se cianótica, e o episódio costuma culminar com vermelhidão da área. Trata-se de fenômeno vasomotor que pode ser deflagrado por muitas causas. Continuidade ou integridade A perda de continuidade ou integridade da pele ocorre na erosão ou exulceração, na ulceração, na fissura ou rágade . Umidade A verificação da umidade inicia-se pela inspeção, mas o método adequado é a palpação, por meio das polpas digitais e da palma da mão. Pela sensação tátil, pode-se avaliar a umidade da pele com razoável precisão. Observa-se uma das seguintes possibilidades: - Umidade normal: geralmente a pele tem certo grau de umidade que pode ser percebido ao se examinarem indivíduos hígidos. - Pele seca: a pele seca confere ao tato uma sensação especial. - Umidade aumentada ou pele sudorenta: pode ser observada em alguns indivíduos normais ou pode estar associada a febre, ansiedade, hipertireoidismo e doenças neoplásicas. Em mulheres na menopausa, a umidade excessiva da pele (sudorese) provém das ondas de calor. Textura Significa trama ou disposição dos elementos que constituem um tecido. A textura da pele é avaliada deslizando-se as polpas digitais sobre a superfície cutânea, e assim relatam-se: - Textura normal: desperta uma sensação própria que a prática vai proporcionando, e é encontrada em condições normal - Pele lisa ou fina: observada nas pessoas idosas, em indivíduos com hipertireoidismo e em áreas recentemente edemaciadas - Pele áspera: observada nos indivíduos expostos às intempéries e que trabalham em atividades rudes, tais como lavradores, pescadores, garis e foguistas, e em algumas afecções como mixedema e dermatopatias crônicas - Pele enrugada: percebida nas pessoas idosas, após emagrecimento rápido, ou quando se elimina o edema. Espessura Para se avaliar a espessura da pele, faz-se o pinçamento de uma dobra cutânea, usando o polegar e o indicador. Há de se ter o cuidado de não alcançar o tecido celular subcutâneo. Em outras palavras: pinçam-se apenas a epiderme e a derme. Essa manobra deve ser realizada em várias e diferentes regiões, tais como antebraço, tórax e abdome. Podem-se encontrar: - Pele de espessura normal: observada em indivíduos hígidos; seu reconhecimento depende de aprendizado prático e componente subjetivo - Pele atrófica: tem alguma translucidez que possibilita a visualização da rede venosa superficial. Observada nos idosos, nos prematuros e em algumas dermatoses - Pele hipertrófica ou espessa: notada nos indivíduos que trabalham expostos ao sol. Temperatura Antes de tudo, deve-se esclarecer a diferença entre temperatura corporal e temperatura da pele, embora com certa frequência estejam intimamente relacionadas. Para avaliação da temperatura da pele, usa-se a palpação com a face dorsal das mãos ou dos dedos, comparando-se com o lado homólogo de cada segmento examinado. Nas extremidades essas variações são mais acentuadas. É muito influenciada pela temperatura do meio ambiente, emoção, ingestão de alimentos, sono e outros fatores. Adquirem significado semiológico especial diferenças de temperatura em regiões homólogas, pois discrepâncias de até 2°C podem ser detectadas pela palpação e indicam transtornos da irrigação sanguínea. Podem ser relatadas: - Temperatura normal - Temperatura aumentada - Temperatura diminuída Elasticidade e mobilidade Elasticidade é a propriedade de o tegumento cutâneo se estender quando tracionado; mobilidade refere-se à sua capacidade de se movimentar sobre os planos profundos subjacentes. Para avaliar a elasticidade, pinça-se a prega cutânea com o polegar e o indicador, fazendo em seguida certa tração, ao fim da qual se solta a pele. Para a pesquisa da mobilidade, emprega-se a seguinte manobra: pousa-se firmemente a palma da mão sobre a superfície que se quer examinar e movimenta-se a mão para todos os lados, fazendo-a deslizar sobre as estruturas subjacentes. Do ponto de vista da elasticidade, pode-se ter: - Elasticidade normal: observada na pele de indivíduos hígidos. - Aumento da elasticidade ou pele hiperelástica: características semelhantes às da borracha. Ao se efetuar uma leve tração, a pele se distende duas a três vezes mais que a pele normal. - Diminuição da elasticidade ou hipoelasticidade: reconhecida pelo fato de a pele, ao ser tracionada, voltar vagarosamente à posição primitiva, ou seja, a prega cutânea, feita para executar a manobra, vai-se desfazendo lentamente, enquanto nas pessoas com elasticidade normal a prega se desfaz prontamente. A diminuição da elasticidade é observada nas pessoas idosas, nos pacientes desnutridos, no abdome das multíparas e, principalmente, na desidratação. Quanto à mobilidade, pode-se verificar: - Mobilidade normal:a pele normal apresenta certa mobilidade com relação às estruturas mais profundas com as quais se relaciona - Mobilidade diminuída ou ausente: a mobilidade está diminuída quando não se consegue deslizar a pele sobre as estruturas vizinhas. Isso ocorre em área sede de processo cicatricial, na esclerodermia, na elefantíase e nas infiltrações neoplásicas próximas à pele, cujo exemplo típico são as neoplasias malignas da glândula mamária - Mobilidade aumentada: é observada na pele das pessoas idosas e na síndrome de Ehlers-Danlos. Turgor Avalia-se o turgor, pinçando com o polegar e o indicador uma prega de pele que abranja o tecido subcutâneo. O turgor diferencia-se em: - Normal: quando o examinador tem a sensação de pele suculenta em que, ao ser solta, a prega se desfaz rapidamente. Indica conteúdo normal de água, ou seja, a pele está hidratada - Diminuído: sensação de pele murcha e observação de lento desfazimento de prega. Turgor diminuído indica desidratação. Sensibilidade Podem ser analisados os seguintes tipos de sensibilidade: - Sensibilidade dolorosa: a perda da sensibilidade dolorosa é chamada hipoalgesia ou analgesia, e o aumento da sensibilidade dolorosa denomina-se hiperestesia. o Hipoalgesia ou analgesia: pode ser percebida pelo paciente que nota ausência de dor ao contato com algo aquecido ou ao se ferir. Semiologicamente, é pesquisada tocando-se a pele com a ponta de uma agulha. Exemplo importante é a perda da sensibilidade dolorosa na hanseníase o Hiperestesia: é a sensação contrária, ou seja, até os toques mais leves e suaves despertam nítida dor. Tal fenômeno aparece no abdome agudo, na síndrome isquêmica das extremidades inferiores, em neuropatias periféricas - Sensibilidade tátil: tem como receptores os corpúsculos de Meissner, os de Merkel e as terminações nervosas dos folículos pilosos. Para pesquisá-la, fricciona-se levemente o local com uma mecha de algodão. Anestesia ou hipoestesia refere-se a perda ou diminuição da sensibilidade tátil. - Sensibilidade térmica: os receptores específicos são os bulbos terminais de Krause, para as temperaturas frias, e os corpúsculos de Ruffini, para as quentes. Pesquisa-se a sensibilidade térmica com dois tubos de ensaio, um com água quente e outro com água fria . Fâneros Os fâneros compreendem cabelo, pelos e unhas. • Cabelo O cabelo deve ser analisado quanto às seguintes características: - Tipo de implantação - Distribuição - Quantidade - Coloração - Outras características (brilho, espessura, consistência). • Pelos Localizam-se nos folículos pilossebáceos, que, por sua vez, resultam de invaginação da epiderme. Até a puberdade os pelos são finos, escassos e de cor castanho-clara ou mesmo amarelados. Com a puberdade, por ação dos hormônios sexuais, os pelos adquirem as características e a distribuição do adulto, próprias de cada sexo, havendo grandes variações raciais e individuais. No homem aparecem barba, pelos nos troncos, e os pelos pubianos formam um losango. Na mulher não aparecem barba, nem pelos no tronco; os pelos pubianos têm forma de triângulo de vértice voltado para baixo. Quanto à espessura, consistência, brilho e comprimento, da mesma maneira que os cabelos podem tornar-se secos, quebradiços e sem brilho, pelos mesmos motivos assinalados. As alterações de distribuição e de quantidade costumam ocorrer associadamente e obedecem aos mesmos mecanismos. As condições mais frequentemente causadoras da queda de pelos são: desnutrição, hepatopatias crônicas, mixedema, colagenoses, quimioterapia e certas dermatoses. • Unhas Formadas de células queratinizadas que se originam na matriz, são constituídas de epiderme com as suas diversas camadas, exceto a granular. As seguintes características devem ser analisadas: - Forma ou configuração - Tipo de implantação - Espessura - Superfície - Consistência - Brilho - Coloração. São modificações do tegumento cutâneo causadas por processos inflamatórios, degenerativos, circulatórios, neoplásicos, transtornos do metabolismo ou por defeito de formação. Para a avaliação de lesões elementares, empregam-se a inspeção e a palpação. As lesões elementares classificam-se em: Alterações de cor A mancha ou mácula corresponde à área circunscrita de coloração diferente da pele normal, no mesmo plano do tegumento e sem alterações na superfície. A verdade é que o correto reconhecimento de uma mácula não se faz apenas pela inspeção; é por meio da palpação que melhor se pode verificar qualquer elevação da pele e eventuais alterações da superfície. As manchas ou máculas dividem -se em: - Pigmentares São pigmentares quando decorrem de alterações do pigmento melânico. Subdividem-se em três tipos: • Hipocrômicas e/ ou acrômicas: resultam da diminuição e/ou ausência de melanina. • Hipercrômicas: dependem do aumento de pigmento melânico. • Pigmentação externa: substâncias aplicadas topicamente que produzem manchas do cinza ao preto. • Leucodermia: mancha branca por diminuição ou ausência de melanina Lesõe� Elementare� . - Vasculares Decorrem de distúrbios da microcirculação da pele. São diferenciadas das manchas hemorrágicas por desaparecerem após digitopressão e vitropressão, quando a compressão é feita com uma lâmina de vidro transparente; e puntipressão, quando se emprega um objeto pontiagudo. As manchas vasculares subdividem-se em: • Telangiectasias: Dilatações dos vasos terminais, ou seja, arteríolas, vênulas e capilares. As telangiectasias venocapilares são comuns nas pernas e nas coxas das pessoas do sexo feminino e se denominam varículas ou microvarizes. Para fazê-las desaparecer basta fazer uma puntipressão exatamente sobre seu ponto mais central. Desaparecem porque esta manobra oclui a arteríola central, alimentadora dos vasos ectasiados. • Mancha eritematosa ou hiperêmica: decorre de vasodilatação, tem cor rósea ou tom vermelho-vivo e desaparece à digitopressão ou à vitropressão. Podem ser simples, ou seja, sem outra alteração da pele ou, ao contrário, ocorrer juntamente com outras lesões: pápula, vesícula, bolha. Costumam ter variadostamanhos; ora são esparsas, ora confluentes, ou seja, fundem-se por estarem muito próximas umas das outras. Surgem nas doenças exantemáticas (sarampo, varicela, rubéola), na escarlatina, na sífilis, na moléstia reumática, nas septicemias, nas alergias cutâneas e em muitas outras afecções. - Hemorrágicas São também chamadas "sufusões hemorrágicas" e, não desaparecem pela compressão, diferentemente dos eritemas. Não desaparecem por se tratar de sangue extravasado. De acordo com a forma e o tamanho, subdividem-se em três tipos: • Petéquias: quando puntiformes e com até 1 em de diâmetro. • Víbices: quando formam uma linha. • Equimoses: quando são em placas, maiores que 1 em de diâmetro. Nas grandes e médias equimoses, as mudanças de coloração acontecem nos seguintes períodos: Horas Coloração Até 48 horas Avermelhadas De 48 a 96 horas Arroxeadas Do 5° ao 6° dia Azuladas Do 6° ao 8° dia Amareladas Após o 9° dia Coloração normal As manchas hemorrágicas são causadas por traumatismos, alterações capilares e discrasias sanguíneas . Nas duas últimas condições recebem o nome de púrpura . Se o extravasamento sanguíneo for suficiente para produzir elevação da pele, é designado hematoma . - Deposição pigmentar Pode ser por deposição de hemossiderina, bilirrubina (icterícia), pigmento carotênico (ingestão exagerada de mamão, cenoura), corpos estranhos (tatuagem) e pigmentos metálicos (prata, bismuto). Elevações edematosas Elevações causadas por edema na derme ou hipoderme. Enquadra-se a lesão urticária ou tipo urticária, que corresponde a formações sólidas, uniformes, de formato variável, em geral eritematosas, e quase sempre pruriginosas, resultando de um edema dérmico circunscrito. Há também o angioedema ou edema de Quincke labial representa uma área de edema circunscrito, que pode ocorrer no subcutâneo, causando tumefação. É de localização nos lábios , mais comum no superior. Geralmente tem aparecimento súbito, não é depressível à palpação, indolor, sendo de causa alérgica. Pode vir acompanhado de urticária e macroglossia. Formações sólidas As formações sólidas abrangem pápulas, tubérculos, nódulos, nodosidades, gomas e vegetações. - Pápulas Elevações sólidas da pele, de pequeno tamanho (até 1,0 em de diâmetro), superficiais, bem delimitadas, com bordas facilmente percebidas quando se desliza a polpa digital sobre a lesão. Podem ser puntiformes , um pouco maiores ou lenticuladas , planas ou acuminadas , isoladas ou coalescentes, da cor da pele normal ou de cor rósea, castanha ou arroxeada. Inúmeras dermatoses se evidenciam por lesões papulares; exemplos: picada de inseto, leishmaniose, blastomicose, verruga, erupções medicamentosas, acne, hanseníase. - Tubérculos Elevações sólidas, circunscritas, de diâmetro maior que 1,0 em, situadas na derme. A consistência pode ser mole ou firme. A pele circunjacente tem cor normal ou pode estar eritematosa, acastanhada ou amarelada; geralmente desenvolvem cicatriz. - Nódulos, nodosidade e goma Formações sólidas localizadas na hipoderme, mais perceptíveis pela palpação do que pela inspeção. Quando de pequeno tamanho - grão de ervilha, por exemplo - são os nódulos. Se mais volumosas , são as nodosidades. Gomas são nodosidades que tendem ao amolecimento e ulceração com eliminação de substância semissólida. Os limites dessas lesões em geral são imprecisos , e a consistência pode ser firme, elástica ou mole. Ora estão isoladas, ora agrupadas ou mesmo coalescentes. Podem ser dolorosas ou não. A pele circundante pode ser normal, eritematosa ou arroxeada. - Vegetações Lesões sólidas, salientes, lobulares, filiformes ou em couve-flor, de consistência mole e agrupadas em maior ou menor quantidade. Quando a camada córnea é mais espessa, a lesão apresenta consistência endurecida e recebe o nome de verrucosidade; exemplos: verrugas vulgares, cromomicose. Coleções líquidas - Vesícula Elevação circunscrita da pele que contém líquido em seu interior com diâmetro limitado a 1,0 em. A diferença fundamental entre pápula e vesícula é que aquela é uma lesão sólida, e esta é constituída por uma coleção líquida. O encontro de substância líquida caracteriza a existência de vesícula. - Bolha Também é uma elevação da pele contendo substância líquida em seu interior. Diferencia-se da vesícula pelo tamanho: seu diâmetro é superior a 1,0 em. É encontrada nas queimaduras, no pênfigo foliáceo, em algumas piodermites e em alergias medicamentosas. - Pústula Vesícula de conteúdo purulento. Surge na varicela, no herpes-zóster, nas queimaduras, nas piodermites, na acne pustulosa. - Abscessos Coleções purulentas, mais ou menos proeminentes e circunscritas, de proporções variáveis, flutuantes, de localização dermo-hipodérmica ou subcutânea. Quando há sinais inflamatórios, são chamados abscessos quentes . A ausência de sinais flogísticos caracteriza os abscessos frios . - Hematomas Formações circunscritas, de tamanhos variados, decorrentes de derrame de sangue na pele ou nos tecidos subjacentes. Alterações da espessura As alterações da espessura abrangem queratose, espessamento ou infiltração, liquenificação, esclerose, edema e atrofias. - Queratose Modificação circunscrita ou difusa da espessura da pele, que se torna mais consistente, dura e inelástica, em consequência de espessamento da camada córnea. O exemplo mais comum é o calo. Quando se localiza nas palmas das mãos e nas plantas dos pés chama-se, respectivamente, queratose palmar e plantar. Principais afecções que se manifestam por essa lesão: queratose senil, queratodermia palmoplantar, ictiose . - Espessamento ou infiltração Traduz-se por aumento da consistência e da espessura da pele que se mantém depressível, menor evidência dos sulcos da pele, limites imprecisos. - Liquenificação Espessamento da pele com acentuação das estrias, resultando em um quadriculado em rede como se a pele estivesse sendo vista através de uma lupa. A pele circundante toma-se, em geral, de cor castanho-escura. - Edema Acúmulode líquido no espaço intersticial. A pele torna-se lisa e brilhante. O edema deve ser analisado conforme o roteiro para o exame da pele, das mucosas e dos fâneros. - Atrofias Adelgaçamentos da pele, tornando-a fina, lisa, translúcida e pregueada. Podem ser fisiológicas, como na atrofia senil, ou provocadas por agentes mecânicos ou físicos. As estrias são linhas de atrofia de cor acinzentada ou róseo-avermelhada. Aparecem em qualquer parte do corpo na qual a pele tenha sido mecanicamente forçada. Perdas e reparações teciduais Lesões provocadas por eliminação ou destruição patológicas e de reparação dos tecidos cutâneos. - Escamas É a massa furfurácea (aspecto de farelo), micácea ou foliácea (em tiras) que se desprende da superfície cutânea por alteração de queratinização. Os exemplos mais comuns são: caspa, ptiríase versicolor, psoríase e queimaduras na pele por raios solares. - Erosão ou exulceração Simples desaparecimento da parte mais superficial da pele, atingindo apenas a epiderme Ao regenerarem-se, não deixam cicatrizes. - Úlcera ou ulceração Perda circunscrita de epiderme e derme, podendo atingir hipoderme e tecidos subjacentes. - Fissuras ou rágades Perda de substância linear, superficial ou profunda não causada por instrumento cortante. Comprometem a epiderme e a derme e situam-se mais frequentemente no fundo de dobras cutâneas ou ao redor de orifícios naturais. - Crosta Lesão formada pela concreção de cor amarela, esverdeada ou vermelha escura, que se forma em área de perda tecidual. Resulta do dessecamento da serosidade, pus ou sangue misturado a restos epiteliais. Pode ser vista na fase final da cicatrização, no impetigo, no pênfigo foliáceo e nos eczemas. - Escara Porção de tecido cutâneo necrosado, resultante de pressão isolada ou combinada com fricção e/ou cisalhamento. A área mortificada torna-se insensível, tem cor escura e é separada do tecido sadio por um sulco. O tamanho é muito variável, desde o da cabeça de alfinete até o de placas enormes. Ocorre principalmente em idosos e imobilizados. - Cicatriz É a lesão de aspecto variável que pode ser saliente ou deprimida, móvel ou aderente. Não possui poros ou anexos cutâneos. Resulta da reparação de processo destrutivo da pele, associado à atrofia, fibrose e discromia. Resumo
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