Buscar

Pele e fâneros

Prévia do material em texto

O tegumento é composto por uma camada superficial caracterizada por tecido 
epitelial espesso, a epiderme . Abaixo está a derme , formada por um tecido conjuntivo 
fibroso. Logo abaixo da pele há uma camada gordurosa chamada hipoderme , composta de 
tecido conjuntivo frouxo e tecido adiposo. Em suma, a pele desempenha uma série de 
funções: proteção, regulação da temperatura corporal, recepção sensorial, excreção e 
produção de vitamina D. 
 
 
Ademais, além das 
camadas, também estão 
presentes anexos que 
auxiliam a cumprir as funções 
fisiológicas do corpo, dentre 
elas estão as glândulas 
sudoríparas, glândulas 
sebáceas, pêlos e unhas. 
Outras estruturas de suma 
importância, são as 
responsáveis pelas 
sensações, os receptores 
sensoriais são ramificações 
de fibras nervosas, sendo capazes de receber estímulos mecânicos, de pressão, de 
temperatura ou de dor. São eles: Corpúsculos de Ruffini, Corpúsculos de Paccini, 
Bulbos de Krause, Corpúsculos de Meissner, Discos de Merkel, Terminais do Folículo 
Piloso e Terminações Nervosas Livres. Para uma melhor compreensão, é essencial 
dividirmos de acordo com as camadas da pele: 
● Epiderme 
Anatomi� básic� d� pel�  
 
 A camada mais externa do sistema tegumentar, e apresenta uma renovação 
constante. Para um estudo mais detalhado as literaturas buscam subdividir em: 
 
→ Camada basal: Composta por células cubóides ou em formato prismático, basófilas, 
esta é a camada mais interna da epiderme, encontrando-se na divisão entre a epiderme e a 
derme. Ela também pode ser chamada de camada germinativa, diante da grande 
quantidade de células tronco ainda não maduras. Esta camada está em constante ação 
mitótica, e mediante isso tem como principal função a renovação das células da camada. 
 
→ Camada espinhosa: são células ligeiramente achatadas de formato cubóide, seu 
citoplasma apresenta-se com curtas expansões que contêm feixes de filamentos de 
queratina chamados de tonofilamentos . Essas expansões citoplasmáticas se aproximam e 
se mantêm unidas com as das células adjacentes por meio de desmossomos , o que 
confere a cada célula um aspecto espinhoso. E nesta camada, também tem células 
germinativas, porém com ação mitótica diminuída. 
 
→ Camada granulosa: apresenta células poligonais achatadas, núcleo central e 
citoplasma carregado de grânulos basófilos, chamados grânulos de querato-hialina. Em 
suma, essas estruturas se fundem com a membrana plasmática e expulsam seu conteúdo 
para o espaço intercelular, onde o material lipídico se deposita, contribuindo para a 
formação de uma barreira contra a penetração de substâncias e para tornar a pele 
impermeável à água, impedindo a desidratação do organismo. 
 
→ Camada lúcida: é a camada menos obrigatória, se apresenta principalmente em peles 
mais espessas. Suas células são achatadas, eosinófilas e translúcidas, cujos núcleos e 
organelas citoplasmáticas foram digeridos por enzimas dos lisossomos e desapareceram. 
 
→ Camada córnea: constituída por células achatadas, mortas e sem núcleo. O citoplasma 
dessas células apresenta-se repleto de queratina. E os os tonofilamentos se aglutinam junto 
com uma matriz formada pelos grânulos de querato-hialina. 
 
● Derme 
 
A derme é ricamente vascularizada e inervada; é nela que se localizam os derivados 
da epiderme: os folículos pilosos, as glândulas sebáceas e as sudoríparas. Constituída por 
tecido conjuntivo e, portanto, de origem mesodérmica. Sua espessura varia de acordo com 
a região do corpo examinada. A presenta espessura variável de acordo com a região 
observada, sua superfície externa é 
irregular, observando-se saliências, as 
papilas dérmicas, que acompanham as 
reentrâncias correspondentes da 
epiderme, representando as impressões 
digitais. A derme é subdividida em duas 
regiões: 
- A região mais próxima da 
epiderme, onde estão localizadas as 
papilas dérmicas, está a derme papilar , 
constituída por tecido conjuntivo frouxo. 
- Abaixo da derme papilar, observe 
que há uma região formada por tecido 
conjuntivo denso não-modelado, que é a 
derme reticular . 
● Anexos da pele 
Unhas 
São estruturas achatadas, elásticas, de textura córnea, aplicadas sobre a superfície 
dorsal das falanges distais.Cada unha está implantada por uma porção chamada raiz em 
um sulco da pele, a porção exposta é denominada corpo, e a extremidade distal, borda 
livre. 
 
Em suma, a unha é firmemente 
aderente ao cório e exatamente moldada 
sobre a superfície, e a parte de baixo do 
corpo e da raiz da unha é chamada matriz 
da unha por que é esta que a produz. 
 
Pelos 
Consiste em raiz e haste, a primeira 
implantada na pele e respectivamente a 
segunda se projeta a partir da superfície. 
No fundo dos folículos pilosos, células são 
produzidas, empilhando-se e 
queratizando-se. Essas células originam a 
 
haste pilar, que é formada pela cutícula, córtex e medula. 
● Cutícula: é a camada mais externa do pêlo e é formada por células que lembram 
escamas. Essas células são completamente queratinizadas e não possuem nenhum 
pigmento. A queratina nessa região é dura. 
● Córtex: é a camada intermediária, constitui cerca de 90% do peso do pelo e é 
formada por células epiteliais ricas em melanina, proteína que dá cor à pele e pelos. 
A queratina nessa região é dura. 
● Medula: é a parte mais central do pelo e está presente apenas em pelos maduros. 
Ela é formada por camadas de células grandes e sem núcleo. A queratina nessa 
região é mole. 
- Queratinócitos: É a célula mais abundante da epiderme, e sintetiza queratina, que 
é uma proteína fibrosa dura, assim atuando tanto como uma barreira física como 
química, liberando antibióticos e enzimas que desintoxicam a pele. Nos locais onde 
a pele sofre maior fricção, tanto a produção celular quanto a formação de queratina 
são aceleradas. 
- Células de Merkel: Estão distribuídas de 
forma esparsa entre os queratinócitos, 
cada células semiesférica está 
intimamente associada a uma terminação 
sensorial nervosa similar ao discóide e 
funciona como um receptor tátil. 
- Melanócitos: São células que se 
originam das cristas neurais do embrião e 
invadem a pele entre a 12°e a 14° 
semana da vida intrauterina. Apresentam 
citoplasma globoso, de onde partem 
prolongamentos que penetram as 
reentrâncias das células das camadas 
basal e espinhosa e transferem os 
grânulos de melanina para as células 
dessas camadas. Os melanócitos não 
formam desmossomos com os 
queratinócitos, mas se prendem à 
membrana basal por meio de hemidesmossomos . Produzem um pigmento 
chamado melanina, esta é produzida nos grânulos com paredes membranosas e 
depois transferida através dos processos celulares para os queratinócitos vizinhos. A 
melanina, agrupa-se na região mais superficial dos queratinócitos, entre a radiação 
e os núcleos celulares, protegendo assim os núcleos celulares dos raios UV. Em 
pessoas claras, a melanina é digerida pelos lisossomos nas células a uma curta 
distância acima da camada basal. Além disso, os melanócitos secretam uma série 
de moléculas de sinalização em resposta à radiação UV que age na modulação da 
resposta imune na pele. E uma observação sobre essas células é o bronzeamento, 
que acontece mediante a reação destes melanócitos a radiação ultravioleta, 
Histologi� d� tegument�  
 
aumentando a produção de melanina e também a sua transferência para os 
queratinócitos, tornando a pele mais escura. 
 
- Células de langerhans: São um tipo de células dendríticas 
que têm funções que envolvem apresentação de antígeno e 
a estimulação de resposta T dependente. Funciona como 
uma rede de sentinelas do sistema imunológico, de forma a 
proporcionar uma resposta adequada a eventuais ataques 
microbianos; assim, atuam para que se evite uma resposta 
imunológica excessiva quando a situação não apresentar 
grande risco e, ainda, no sentido inverso, quando existe 
potencial perigo, instruem os linfócitos T a agirem de forma 
eficiente .  
O processo cicatricial é dividido em 4 fases: Hemostasia, fase inflamatória, fase 
proliferativa e fase de maturação . 
 
Em primeiro momento, após a lesão, o corpo reage a perda sanguínea, 
constringindo os vasos e impedindo um extravasamento muito grande de sangue. Em 
seguida, plaquetas e demais células sanguíneas começam a se agregar, formando um 
tampão frouxo mais conhecido como coágulo, com o passar do tempo colágeno e fibrina 
chegam ao local, tornando esse tampão mais reforçado, sendo uma proteção para barreiras 
mecânicas, e era recobrir o local para eu o novo tecido seja sintetizado. 
Dando continuidade, inicia-se a fase inflamatória, e para que as células de defesa 
cheguem ao local, fatores como a bradicinina, serotonina e histamina estimulam a dilatação 
dos vasos, aumentando a permeabilidade vascular e permitindo que as células cheguem ao 
local do ferimento. Mediante isso, o plasma acaba por extravasar para o meio extravascular, 
gerando o exsudado e o edema, além de estimular a quimiotaxia, e é a liberação de 
citocinas para recrutar as células necessárias no local. 
Em seguida, essa perda de volume plasmática gera a diminuição do fluxo sanguíneo 
ou estase sanguínea, que auxilia na leucodiapedese, sendo essa a passagem de leucócitos 
Cicatr�açã� d� ferida�  
https://pt.wikipedia.org/wiki/Linf%C3%B3cito_T
 
do vasos para o tecido lesionado dividida: em marginação, que é a aproximação destas 
células do endotélio; depois ocorre o rolamento, que é a formação de ligações de adesão 
entre a célula e a parede do vaso, e por fim, a pavimentação, onde a célula se achata 
contra o endotélio até que consiga ultrapassar para o meio externo. As primeiras células a 
chegarem ao local são os neutrófilos, estes têm a função de fagocitar agentes nocivos e 
tecidos danificados, caso essas células não conseguem controlar e estabilizar o ferimento 
entre 24 a 48 horas, são chamados os monócitos que amadurecem e se transformam em 
macrófagos, que são células apresentadoras de antígenos para indicar ao corpo o que 
invadiu o organismo, e realizam uma intensa fagocitose. 
Logo após cumprirem seu papel de desbridamento da ferida, essas células sofrem 
apoptose, e por muitas vezes sintetizando uma excreção purulenta dependendo da 
quantidade de células que foram necessárias para esse processo inflamatório. Estes 
macrófagos emitem fatores de crescimento e citocinas para dar continuidade ao processo 
cicatricial. A próxima fase é a proliferativa, ocorre por volta do terceiro dia após a lesão, que 
tem por objetivo fazer a síntese e reorganização das estruturas lesionadas. 
Outrossim, esta é dividida em 3 estágios: angiogênese, fibroplasia e epitelização. 
Para que o novo tecido seja sintetizado, é necessária uma boa vascularização, recebendo 
os nutrientes, fatores de crescimento e oxigênio, para que o epitélio e o tecido de 
granulação sejam sintetizados. Neste viés, a angiogênese, a partir principalmente do 
estímulo do fator de necrose alfa, ocorre a proliferação dos brotos endoteliais, formando 
novos vasos, fornecendo suprimento necessário para a continuidade do processo. Inicia-se 
então a fibroplasia, onde o tecido de granulação é formado, a partir das células 
mesenquimais que se maturam transformando-se em fibroblastos, células que sintetizam 
colágeno, são atraídas para o local da lesão, se multiplicando e depositando colágeno de 
maneira desorganizada. 
E por fim a epitelização, onde os fatores de crescimento estimulados pela fase 
inflamatória, induz a proliferação das células do epitélio, estas migram das bordas do 
ferimento, ocorrendo assim o processo de contração da ferida. A última fase do processo 
cicatricial é a maturação, que se inicia em média por volta de 3° semana pós lesão, e atua 
organizando as fibras de colágeno para fornecer resistência, e a atuação da colagenase, 
que é uma enzima que auxilia suspensão do processo de produção de colágeno, modelado 
a estética da ferida e evitando o aparecimento de queloides. 
 
�p� d� ferida�   
 
Tipos de cicatrização de feridas 
 
- Primeira intenção: é o tipo de cicatrização que ocorre quando as bordas são 
apostas ou aproximadas, havendo perda mínima de tecido, ausência de infecção e 
mínimo edema. A formação de tecido de granulação não é visível. Exemplo: 
ferimento suturado cirurgicamente. 
- Segunda intenção:neste tipo de cicatrização ocorre perda excessiva de tecido com 
a presença ou não de infecção. A aproximação primária das bordas não é possível. 
As feridas são deixadas abertas e se fecharão por meio de contração e epitelização. 
- Terceira intenção: designa a aproximação das margens da ferida (pele e 
subcutâneo) após o tratamento aberto inicial. Isto ocorre principalmente quando há 
presença de infecção na ferida, que deve ser tratada primeiramente, para então ser 
fechada posteriormente. Classificação das feridas As feridas podem ser 
classificadas de três formas diferentes de acordo com o agente causal, o grau de 
contaminação e o comprometimento tecidual. 
 
Agente causal 
- Incisas ou cirúrgicas: são produzidas por um instrumento cortante. As feridas 
limpas são geralmente fechadas por suturas. Agentes: faca, bisturi, lâmina, etc. 
- Contusas: são produzidas por objeto rombo e caracterizadas por traumatismo das 
partes moles, hemorragia e edema. 
- Lacerantes: São ferimentos com margens irregulares e com mais de um ângulo. O 
mecanismo da lesão é por tração: rasgo ou arrancamento tecidual. Um exemplo 
clássico é a mordedura de cão. 
- Perfurantes: são caracterizadas por pequenas aberturas na pele. Há um 
predomínio da profundidade sobre o comprimento. Exemplos: bala ou ponta de faca. 
 
Grau de contaminação 
- Limpas: são as que não apresentam sinais de infecção e em que não são atingidos 
os tratos respiratório, digestivo, genital ou urinário. A probabilidade de infecção é 
baixa, em torno de 1 a 5 %. Exemplo: feridas produzidas em ambiente cirúrgico. 
 
- Limpa-contaminadas: são os ferimentos que apresentam contaminação grosseira, 
em acidente doméstico por exemplo ou em situações cirúrgicas em que houve 
contato com os tratos respiratório, digestivo, urinário e genital, porém em situações 
controladas. O risco de infecção é cerca de 10%. 
- Contaminadas: são consideradas contaminadas as feridas acidentais, com mais de 
seis horas de trauma ou que tiveram contato com terra e fezes, por exemplo. No 
ambiente cirúrgico são consideradas contaminadas as em que a técnica asséptica 
não foi devidamente respeitada. Os níveis de infecção podem atingir 20 a 30% 
(cirurgia dos cólons). 
- Infectadas: são aquelas que apresentam sinais nítidos de infecção. 
 
Comprometimento tecidual 
• Estágio I: comprometimento da 
epiderme apenas, sem perda 
tecidual. 
• Estágio II: ocorre perda tecidual e 
comprometimento da epiderme, 
derme ou ambas. 
• Estágio III: Há comprometimento 
total da pele e necrose de tecido 
subcutâneo, entretanto não atinge 
a fáscia muscular. 
• Estágio IV: há extensa destruição 
de tecido, chegando a ocorrer 
lesão óssea ou muscular ou 
necrose tissular. 
 
 
Orientações 
• A alimentação é crucial para o desenvolvimento do processo de cicatrização, manter uma 
dieta balanceada, voltada principalmente a vitaminas e proteínas, pois estes auxiliam no 
desenvolvimento mais efetivo do sistema imune e induzem maior proliferação dos tecidos. 
Ingerir mais alimentos ricos em vitamina C (que auxilia na síntese de colágeno) como frutas 
cítricas, além de carnes, laticínios, castanhas e afins, que ajudam na proliferação celular. 
• A higiene no local também é de supra importância, evitando infecções e ocorrendo um 
processo de cicatrização mais rápido, pois diminui a fase inflamatória. Lavar com água 
corrente, sem adição de outros produtos como café ou até mesmo terra, pois apesar de 
estancar o sangue, o organismo reconhece como um corpo estranho, intensificando a fase 
inflamatória e podendo causar doenças mais graves. 
• Na fase de gerar o novo tecido é importante uma boa oxigenação, portanto, sempre que 
possível e em ambientes limpos, manter o ferimento sem cobertura. Isso adentra também 
na questão do tabagismo, que causa uma diminuição do oxigênio no corpo, dificultando a 
cicatrização. 
• Não ficar retirando a casquinha do machucado. 
 
Questão ACD 
Davi estava andando de patinetes quando perdeu o equilíbrio e caiu machucando seu 
 
 
Oxigenação de feridas 
A atuação do oxigênio na cicatrização é crucial para o processo, além de estar 
envolvido no processo de respiração celular fornecendo energia para as reações, previne 
infecções induzindo a atividade das células de defesa, promove a neoformação dos vasos 
na fase da angiogênese, atua diretamente na proliferação dos fibroblastos e na síntese de 
joelho, correu para a sua casa chorando muito e seus pais, assustados o levaram para a 
UBS mais próxima. Ao chegarem na UBS, Davi foi atendido pelo estudante de medicina 
Arthur, que após acalmar a criança e seus pais, percebeu que Davi havia sofrido um 
ferimento superficial no joelho esquerdo, estava “esfolado”, com sangue nas bordas e 
sujidade. Como Arthur já tinha conhecimentos prévios sobre ferimentos, pensou no que 
poderia estar acontecendo em relação ao tipo de ferida e o seu processo de cicatrização. 
Frente aos possíveis pensamentos de Arthur, responda: 
 
1. Ao observar o ferimento de Davi, Arthur lembrou-se que os machucados podem 
ser classificados de acordo com algumas características. Aponte qual é a 
classificação do machucado de Davi apontando as suas características. 
(ANULADA). 
O ferimento de Davi é uma escoriação, um ferimento lacerante, sendo caracterizado por 
bordas com margens irregulares e com mais de um ângulo, o mecanismo da lesão é por 
tração: rasgo ou arrancamento tecidual, no caso a queda do patinete. O grau de 
contaminação pode-se levar em consideração sendo limpa-contaminada, por apresentar 
sujidades e consequentemente, risco de infecções. Ademais, por apresentar 
sangramento, ocorreu lesão da epiderme e na derme, sendo classificada com um 
comprometimento tecidual de grau II. 
 
2. Baseado no processo de cicatrização, o que o Arthur pode esperar que aconteça 
no ferimento de Davi nos próximos dias? 
A ferida de Davi, encontra-se no estado inicial de cicatrização que no caso é a 
hemostasia, ainda há um sangramento ativo nas margens da ferida. Ademais, com o 
coágulo formado, se inicia a fase inflamatória, onde ocorre o primeiro contato com as 
células de defesafagocitárias, que iram gerar sinais flogísticos na ferida (rubor, edema, 
dor, calor), durando por volta de 24 a 48 horas. Logo em seguida, ocorre a síntese ativa 
de colágeno, formando um tecido rosado, chamado tecido de granulação, esta fase 
proliferativa dura por volta de 4 dias. E por fim, o último processo é o de maturação, onde 
ocorre a suspensão da síntese de colágeno, e moldagem da ferida, caindo a "casquinha", 
expondo o tecido reconstruído. 
3. Elabore um plano de cuidados para Davi 
Primeiramente, a limpeza da ferida deve ser feita, retirando as sujidades com água 
corrente sem adição de produtos, evitando infecções e ocorrendo um processo de 
cicatrização mais rápido, pois diminui a fase inflamatória. Logo após a limpeza, cobre-se 
a ferida para evitar possíveis lesões secundárias, mas para gerar o novo tecido é 
importante uma boa oxigenação, portanto, sempre que possível e em ambientes limpos, 
manter o ferimento sem cobertura. Outro ponto importante para Davi é a alimentação, 
mantendo uma dieta balanceada, voltada principalmente a vitaminas e proteínas, pois 
estes auxiliam no desenvolvimento mais efetivo do sistema imune e induzem maior 
proliferação dos tecidos. Por exemplo, ingerir mais alimentos ricos em vitamina C (que 
auxilia na síntese de colágeno) como frutas cítricas, além de carnes, laticínios, castanhas 
e afins, que ajudam na proliferação celular. Em suma, uma última orientação para Davi, é 
evitar retirar a casquinha, pois dificulta o processo, expondo o tecido ainda não maduro 
para o meio externo. 
Fatore� envolvid� 
 
colágeno, promove uma contração ativa da ferida e promove a maturação dos 
queratinócitos até sua epitelização. Certos fatores, como a idade avançada e a diabetes, 
podem diminuir o fluxo vascular periférico, originando uma deficiente oxigenação do tecido, 
dificultando e prolongando o tempo da cicatrização. Apesar da necessidade da presença do 
oxigênio, após a lesão, existe uma hipóxia temporária que desencadeia o processo 
regenerativo, estimulando a produção de citocinas e fatores de crescimento em 
macrófagos, queratinócitos e fibroblastos. 
 
 
Idade 
A cicatrização demorada em idade mais avançada está associada com uma 
resposta inflamatória alterada, tal como um atraso na infiltração de células T para o local da 
ferida, as alterações na produção de quimiocinas e a reduzida capacidade fagocítica do 
macrófago. As fases desse processo regenerativo sofrem alterações características 
relacionadas com a idade, incluindo o aumento da agregação plaquetária, o aumento da 
secreção de mediadores inflamatórios, a infiltração atrasada de macrófagos e linfócitos, a 
infiltração de macrófagos disfuncionais, a diminuição da secreção de fatores de crescimento 
que retarda a epitelização, a angiogênese e a deposição de colágeno. Ademais, uma 
orientação para diminuir os efeitos deste déficit foi demonstrado que o exercício melhora a 
cicatrização de feridas cutâneas em adultos mais velhos, a melhoria está associada à 
diminuição dos níveis de citocinas pró-inflamatórias na ferida. O resultado de uma melhor 
cura pode ser devido a uma resposta anti-inflamatória induzida pelo exercício na ferida. 
  
Obesidade   
A obesidade é um fator muito recorrente, sendo um grande grupo populacional. Em 
particular, pacientes obesos apresentam uma maior taxa de infecção de sítio cirúrgico, e 
muitas destas complicações podem ser resultado de uma menor perfusão relativa que 
ocorre no tecido adiposo subcutâneo. Em feridas cirúrgicas, o aumento da tensão nas 
bordas da ferida que é frequentemente visto em pacientes obesos também contribui para a 
deiscência (abertura) da ferida. Além disso, a tensão na ferida aumenta a pressão do 
tecido, reduzindo a microperfusão e a disponibilidade de oxigênio para a ferida, retardando 
o processo regenerativo. Ademais, as células adiposas influenciam diretamente na resposta 
imunológica sistêmica, influenciando no processo de cura, causando disfunção das células 
Explicando a fisiologia para o paciente 
Eu como estudante de medicina explicaria para o/a (nome do paciente) da seguinte 
forma: O processo de cicatrização de um ferimento é dividido em basicamente 4 fases: o 
estancamento do sangue, a fase de inflamação, proliferação das células e maturação. A 
fase de inflamação está presente para proteger seu corpo contra patógenos e realizar 
uma limpeza no local, as células que fazem este trabalho morrem, e são essas células 
mortas que formam o pus. Após essa ação inicial, as células se proliferam e atuam de 
diversas formas para fechar a ferida, formando uma nova pele e colágeno que gera a 
região granular rosada. E por fim, a maturação do tecido, onde as células já formadas são 
organizadas para formar sua cicatriz. prolongados, a hipóxia dá origem a feridas crônicas, 
mediante as citocinas que são produzidas em resposta à hipóxia, incluem PDGF, TGF-β, 
VEGF, fator de necrose tumoral-α (TNF-α), e endotelina-1, que são cruciais na promoção 
da proliferação de células, da migração, e da angiogênese na cicatrização da ferida. 
 
mononucleares do sangue periférico, a diminuir a ação da proliferação de linfócitos, e a 
alteração dos níveis de citocinas periféricas. 
 
Nutrição 
A reparação e a reconstrução dos tecidos, que ocorre durante a cicatrização, 
requerem quantidades adequadas de energia e de nutrientes. Portanto, em indivíduos 
saudáveis com feridas e com uma ingestão inadequada relativamente às necessidades 
energéticas e nutricionais, podem ter o processo de cicatrização comprometido. A melhoria 
do estado nutricional permite que o organismo cicatrize as feridas e poderá mesmo acelerar 
o processo de cicatrização. Neste viés, em diversos âmbitos, a alimentação deve ser 
monitorada, fornecendo quantidade de carboidratos coerentes com o gasto energético 
necessário para a angiogênese e regeneração dos novos tecidos. Quanto às proteínas, que 
são os compostos mais abundantes durante a cicatrização, a sua deficiência pode 
prejudicar a formação de capilares, a proliferação de fibroblastos, a síntese de colágeno e a 
remodelação da ferida, também afeta o sistema imunitário, com consequente diminuição dacapacidade fagocitária em leucócitos e um aumento da suscetibilidade à infeção. 
Ademais, as vitaminas C, A, e E têm efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios: a 
deficiência de vitamina C leva a uma reduzida resposta imunitária e ao aumento da 
susceptibilidade à infecção da ferida e interfere na síntese de colágeno, onde funciona 
como um cofator para a hidroxilação da lisina e prolina; já as propriedades biológicas da 
vitamina A incluem a atividade antioxidante, o aumento da proliferação de fibroblastos, a 
modulação da diferenciação e proliferação celular e o aumento da síntese de colágeno; a 
vitamina E, também um antioxidante, mantém e estabiliza a integridade da membrana 
celular proporcionando proteção contra a destruição por oxidação. 
 
Diabetes 
• Muitas substâncias pró-inflamatórias estão elevadas, tais como o fator de necrose tumoral 
alfa (TNF-α), a interleucina 6 (IL-6) e a interleucina 1 (IL-1), e estes têm sido associados 
com o desenvolvimento de resistência à insulina. 
• Os neutrófilos mostram uma redução das atividades quimiotáticas e fagocíticas, tornando 
as feridas mais propensos à infecção 
• Se verifica a disfunção das células T, a diminuição na quimiotaxia, fagocitose e capacidade 
bactericida dos leucócitos, a disfunção dos fibroblastos e das células epidérmicas 
• Inadequada remoção bacteriana e reparação demorada ou deficiente das feridas em 
pessoas com diabetes 
• A situação de hipóxia prolongada, que pode ser derivada da insuficiente irrigação 
sanguínea e da reduzida angiogênese, é prejudicial para a cicatrização de feridas 
 
 
As condições básicas para o exame da pele são: iluminação adequada, desnudamento das 
partes a serem examinadas, conhecimento prévio dos procedimentos semiotécnicos. Serão 
investigados os seguintes elementos: 
Coloração 
As principais alterações da coloração da pele são: palidez, vermelhidão ou eritrose, 
cianose, icterícia, albinismo, bronzeamento da pele, dermatografismo e fenômeno de 
Raynaud 
�am� Físic�: Pel� � fâner�  
 
 
Palidez: Significa atenuação ou desaparecimento da cor rósea da pele, o fenômeno deve 
ser pesquisado em toda a extensão da superfície cutânea, inclusive nas regiões 
palmoplantares. Nos pardos e negros só se consegue identificar palidez nas palmas das 
mãos e nas plantas dos pés. Existem Dois tipos de palidez: 
- Palidez generalizada: observada em toda a pele, revelando diminuição das 
hemácias circulantes nas microcirculação cutânea e subcutânea. Pode decorrer de 
dois mecanismos: o Vasoconstrição generalizada em consequência de estímulos 
neurogênicos ou hormonais, observada nas grandes emoções ou nos sustos, nas 
crises dolorosas excruciantes, nos estados nauseosus intensos, nas crises do 
feocromocitoma, no choque e nos estados sincopais de lipotimia o Redução real das 
hemácias - hemoglobina - que é, em última instância, a responsável pela coloração 
rosada da pele. Ocorre nas anemias, as quais abordaremos mais adiante 
- Palidez localizada ou segmentar: constatada em áreas restritas dos segmentos 
corporais, sendo a isquemia a causa principal. 
 
Avaliação clínica do fluxo sanguíneo no nível cutâneo a semiotécnica consiste em: 
1. Pressionar a polpa do polegar de encontro ao esterno durante alguns segundos, 
com o objetivo de expulsar o sangue que flui naquela área. 
2. Retirar o dedo rapidamente e observar o local que esteve comprimido. 
3. Observar que, em condições normais, o tempo necessário para que seja recuperada 
a cor rósea, indicadora do retorno do fluxo sanguíneo, é inferior a um segundo 
 
Vermelhidão ou eritrose: Significa exagero na coloração rósea da pele e indica aumento 
da quantidade de sangue na rede vascular cutânea, podendo decorrer de vasodilatação. 
Compreende os seguintes tipos: 
- Generalizada: observada nos pacientes febris, nos indivíduos que ficaram expostos 
ao sol, nos estados policitêmicos e em algumas afecções que comprometem toda a 
pele . 
- Localizada ou segmentar: pode ter caráter fugaz quando depende de um 
fenômeno vasomotor, ou ser duradoura. 
 
Cianose: Significa cor azulada da pele e das mucosas. Manifesta-se quando a 
hemoglobina reduzida alcança no sangue valores superiores a 5 g/100 m.t. A cianose deve 
ser pesquisada no rosto, especialmente ao redor dos lábios, na ponta do nariz, nos lobos 
das orelhas e nas extremidades das mãos e dos pés {leito ungueal e polpas digitais). Nos 
casos de cianose muito intensa, todo o tegumento cutâneo adquire tonalidade azulada ou 
mesmo arroxeada. Quanto à localização, a cianose diferencia-se em: 
- Generalizada: observada em toda a pele, embora predomine em algumas regiões. 
 
- Localizada ou segmentar: apenas segmentos corporais adquirem coloração 
anormal, significando sempre obstrução de uma veia que drena uma região, 
enquanto a cianose generalizada ou universal pode ser causada por diversos 
fatores, como se verá adiante. É importante saber se a cianose é generalizada ou 
segmentar, porque o raciocínio clínico é completamente diferente em uma ou outra 
situação. 
Quanto à intensidade, a cianose é classificada em três graus: 
- Leve 
- Moderada 
- Intensa. 
 
Caracterizada a cianose como generalizada ou localizada, procura-se definir o tipo 
de cianose em questão. Há quatro tipos fundamentais: 
- Cianose central: nesses casos, há insaturação arterial excessiva, permanecendo 
normal o consumo de oxigênio nos capilares. Ocorre principalmente na diminuição 
da tensão do oxigênio no ar inspirado. 
- Cianose periférica: ocorre em consequência de perda exagerada de oxigênio na 
rede capilar, devido a estase venosa ou diminuição funcional ou orgânica do calibre 
dos vasos da microcirculação. 
- Cianose mista: assim chamada, quando se associam mecanismos responsáveis 
por cianose central e periférica. Exemplo típico é a cianose em consequência de 
insuficiência cardíaca congestiva grave, na qual se relatam congestão pulmonar, 
impedindo adequada oxigenação do sangue, e estase venosa periférica, com perda 
exagerada de oxigênio 
- Cianose por alteração da hemoglobina: alterações bioquímicas da hemoglobina 
podem impedir a fixação do oxigênio neste pigmento. O nível de insaturação 
eleva-se atéalcançar valores capazes de ocasionar cianose. 
Icterícia: Coloração amarelada da pele, das mucosas visíveis e da esclerótica, resultante 
de acúmulo de bilirrubina no sangue. A icterícia deve ser diferenciada de outras condições 
em que a pele, mas não as mucosas, pode adquirir coloração amarelada: uso de 
determinadas substâncias que impregnam a pele, uso excessivo de alimentos ricos em 
carotenos. 
 
Albinismo: Coloração branco-leite da pele em decorrência de uma síntese defeituosa da 
melanina. Pode afetar os olhos, a pele e os pelos (albinismo oculocutâneo) ou apenas os 
olhos (albinismo ocular). 
 
Bronzeamento da pele: Observado em pessoas de cor branca. Na maior parte das vezes 
é artificial, por ação dos raios solares em substâncias químicas bronzeadoras. Pele 
bronzeada naturalmente pode ser vista na doença de Addison e na hemocromatose por 
transtornos endócrinos que alteram o metabolismo da melanina. 
 
Dermatografismo: Também chamado urticária factícia. Se a pele é levemente atritada com 
a unha ou com um objeto, aparece uma linha vermelha ligeiramente elevada que 
permanece por 4 a 5 min. Trata-se de uma reação vasomotora. 
 
Fenômeno de Raynaud: É uma alteração cutânea que depende das pequenas artérias e 
arteríolas das extremidades e que resulta em modificações da coloração. Inicialmente 
 
observa-se palidez; em seguida, a extremidade torna-se cianótica, e o episódio costuma 
culminar com vermelhidão da área. Trata-se de fenômeno vasomotor que pode ser 
deflagrado por muitas causas. 
 
Continuidade ou integridade 
A perda de continuidade ou integridade da pele ocorre na erosão ou exulceração, na 
ulceração, na fissura ou rágade . 
Umidade 
A verificação da umidade inicia-se pela inspeção, mas o método adequado é a 
palpação, por meio das polpas digitais e da palma da mão. Pela sensação tátil, pode-se 
avaliar a umidade da pele com razoável precisão. Observa-se uma das seguintes 
possibilidades: 
- Umidade normal: geralmente a pele tem certo grau de umidade que pode ser 
percebido ao se examinarem indivíduos hígidos. 
- Pele seca: a pele seca confere ao tato uma sensação especial. 
- Umidade aumentada ou pele sudorenta: pode ser observada em alguns 
indivíduos normais ou pode estar associada a febre, ansiedade, hipertireoidismo e 
doenças neoplásicas. Em mulheres na menopausa, a umidade excessiva da pele 
(sudorese) provém das ondas de calor. 
 
Textura 
Significa trama ou disposição dos elementos que constituem um tecido. A textura da 
pele é avaliada deslizando-se as polpas digitais sobre a superfície cutânea, e assim 
relatam-se: 
- Textura normal: desperta uma sensação própria que a prática vai proporcionando, 
e é encontrada em condições normal 
- Pele lisa ou fina: observada nas pessoas idosas, em indivíduos com 
hipertireoidismo e em áreas recentemente edemaciadas 
- Pele áspera: observada nos indivíduos expostos às intempéries e que trabalham 
em atividades rudes, tais como lavradores, pescadores, garis e foguistas, e em 
algumas afecções como mixedema e dermatopatias crônicas 
- Pele enrugada: percebida nas pessoas idosas, após emagrecimento rápido, ou 
quando se elimina o edema. 
 
Espessura 
Para se avaliar a espessura da pele, faz-se o pinçamento de uma dobra cutânea, 
usando o polegar e o indicador. Há de se ter o cuidado de não alcançar o tecido celular 
subcutâneo. Em outras palavras: pinçam-se apenas a epiderme e a derme. Essa manobra 
deve ser realizada em várias e diferentes regiões, tais como antebraço, tórax e abdome. 
Podem-se encontrar: 
- Pele de espessura normal: observada em indivíduos hígidos; seu reconhecimento 
depende de aprendizado prático e componente subjetivo 
- Pele atrófica: tem alguma translucidez que possibilita a visualização da rede venosa 
superficial. Observada nos idosos, nos prematuros e em algumas dermatoses 
- Pele hipertrófica ou espessa: notada nos indivíduos que trabalham expostos ao 
sol. 
 
Temperatura 
 
Antes de tudo, deve-se esclarecer a diferença entre temperatura corporal e 
temperatura da pele, embora com certa frequência estejam intimamente relacionadas. Para 
avaliação da temperatura da pele, usa-se a palpação com a face dorsal das mãos ou dos 
dedos, comparando-se com o lado homólogo de cada segmento examinado. Nas 
extremidades essas variações são mais acentuadas. É muito influenciada pela temperatura 
do meio ambiente, emoção, ingestão de alimentos, sono e outros fatores. Adquirem 
significado semiológico especial diferenças de temperatura em regiões homólogas, pois 
discrepâncias de até 2°C podem ser detectadas pela palpação e indicam transtornos da 
irrigação sanguínea. Podem ser relatadas: 
- Temperatura normal 
- Temperatura aumentada 
- Temperatura diminuída 
 
Elasticidade e mobilidade 
Elasticidade é a propriedade de o tegumento cutâneo se estender quando 
tracionado; mobilidade refere-se à sua capacidade de se movimentar sobre os planos 
profundos subjacentes. Para avaliar a elasticidade, pinça-se a prega cutânea com o polegar 
e o indicador, fazendo em seguida certa tração, ao fim da qual se solta a pele. Para a 
pesquisa da mobilidade, emprega-se a seguinte manobra: pousa-se firmemente a palma da 
mão sobre a superfície que se quer examinar e movimenta-se a mão para todos os lados, 
fazendo-a deslizar sobre as estruturas subjacentes. Do ponto de vista da elasticidade, 
pode-se ter: 
- Elasticidade normal: observada na pele de indivíduos hígidos. 
- Aumento da elasticidade ou pele hiperelástica: características semelhantes às da 
borracha. Ao se efetuar uma leve tração, a pele se distende duas a três vezes mais 
que a pele normal. 
- Diminuição da elasticidade ou hipoelasticidade: reconhecida pelo fato de a pele, 
ao ser tracionada, voltar vagarosamente à posição primitiva, ou seja, a prega 
cutânea, feita para executar a manobra, vai-se desfazendo lentamente, enquanto 
nas pessoas com elasticidade normal a prega se desfaz prontamente. A diminuição 
da elasticidade é observada nas pessoas idosas, nos pacientes desnutridos, no 
abdome das multíparas e, principalmente, na desidratação. 
 
Quanto à mobilidade, pode-se verificar: 
- Mobilidade normal:a pele normal apresenta certa mobilidade com relação às 
estruturas mais profundas com as quais se relaciona 
- Mobilidade diminuída ou ausente: a mobilidade está diminuída quando não se 
consegue deslizar a pele sobre as estruturas vizinhas. Isso ocorre em área sede de 
processo cicatricial, na esclerodermia, na elefantíase e nas infiltrações neoplásicas 
próximas à pele, cujo exemplo típico são as neoplasias malignas da glândula 
mamária 
- Mobilidade aumentada: é observada na pele das pessoas idosas e na síndrome de 
Ehlers-Danlos. 
 
Turgor 
Avalia-se o turgor, pinçando com o polegar e o indicador uma prega de pele que 
abranja o tecido subcutâneo. O turgor diferencia-se em: 
 
- Normal: quando o examinador tem a sensação de pele suculenta em que, ao ser 
solta, a prega se desfaz rapidamente. Indica conteúdo normal de água, ou seja, a 
pele está hidratada 
- Diminuído: sensação de pele murcha e observação de lento desfazimento de prega. 
Turgor diminuído indica desidratação. 
 
Sensibilidade 
Podem ser analisados os seguintes tipos de sensibilidade: 
- Sensibilidade dolorosa: a perda da sensibilidade dolorosa é chamada hipoalgesia 
ou analgesia, e o aumento da sensibilidade dolorosa denomina-se hiperestesia. o 
Hipoalgesia ou analgesia: pode ser percebida pelo paciente que nota ausência de 
dor ao contato com algo aquecido ou ao se ferir. Semiologicamente, é pesquisada 
tocando-se a pele com a ponta de uma agulha. Exemplo importante é a perda da 
sensibilidade dolorosa na hanseníase o Hiperestesia: é a sensação contrária, ou 
seja, até os toques mais leves e suaves despertam nítida dor. Tal fenômeno aparece 
no abdome agudo, na síndrome isquêmica das extremidades inferiores, em 
neuropatias periféricas 
- Sensibilidade tátil: tem como receptores os corpúsculos de Meissner, os de Merkel 
e as terminações nervosas dos folículos pilosos. Para pesquisá-la, fricciona-se 
levemente o local com uma mecha de algodão. Anestesia ou hipoestesia refere-se a 
perda ou diminuição da sensibilidade tátil. 
- Sensibilidade térmica: os receptores específicos são os bulbos terminais de 
Krause, para as temperaturas frias, e os corpúsculos de Ruffini, para as quentes. 
Pesquisa-se a sensibilidade térmica com dois tubos de ensaio, um com água quente 
e outro com água fria . 
 
Fâneros 
Os fâneros compreendem cabelo, pelos e unhas. 
 
• Cabelo 
O cabelo deve ser analisado quanto às seguintes características: 
- Tipo de implantação 
- Distribuição 
- Quantidade 
- Coloração 
- Outras características (brilho, espessura, consistência). 
• Pelos 
Localizam-se nos folículos pilossebáceos, que, por sua vez, resultam de invaginação 
da epiderme. Até a puberdade os pelos são finos, escassos e de cor castanho-clara ou 
mesmo amarelados. Com a puberdade, por ação dos hormônios sexuais, os pelos 
adquirem as características e a distribuição do adulto, próprias de cada sexo, havendo 
grandes variações raciais e individuais. No homem aparecem barba, pelos nos troncos, e os 
pelos pubianos formam um losango. Na mulher não aparecem barba, nem pelos no tronco; 
os pelos pubianos têm forma de triângulo de vértice voltado para baixo. Quanto à 
espessura, consistência, brilho e comprimento, da mesma maneira que os cabelos podem 
tornar-se secos, quebradiços e sem brilho, pelos mesmos motivos assinalados. As 
alterações de distribuição e de quantidade costumam ocorrer associadamente e obedecem 
aos mesmos mecanismos. As condições mais frequentemente causadoras da queda de 
 
pelos são: desnutrição, hepatopatias crônicas, mixedema, colagenoses, quimioterapia e 
certas dermatoses. 
 
• Unhas 
Formadas de células queratinizadas que se originam na matriz, são constituídas de 
epiderme com as suas diversas camadas, exceto a granular. As seguintes características 
devem ser analisadas: 
- Forma ou configuração 
- Tipo de implantação 
- Espessura 
- Superfície 
- Consistência 
- Brilho 
- Coloração. 
 
São modificações do tegumento cutâneo causadas por processos inflamatórios, 
degenerativos, circulatórios, neoplásicos, transtornos do metabolismo ou por defeito de 
formação. Para a avaliação de lesões elementares, empregam-se a inspeção e a palpação. 
As lesões elementares classificam-se em: 
 
Alterações de cor 
A mancha ou mácula corresponde à área circunscrita de coloração diferente da pele 
normal, no mesmo plano do tegumento e sem alterações na superfície. A verdade é que o 
correto reconhecimento de uma mácula não se faz apenas pela inspeção; é por meio da 
palpação que melhor se pode verificar qualquer elevação da pele e eventuais alterações da 
superfície. As manchas ou máculas dividem -se em: 
 
- Pigmentares 
São pigmentares quando decorrem de alterações do pigmento melânico. 
Subdividem-se em três tipos: 
• Hipocrômicas e/ ou acrômicas: resultam da diminuição e/ou ausência de melanina. 
• Hipercrômicas: dependem do aumento de pigmento melânico. 
• Pigmentação externa: substâncias aplicadas topicamente que produzem manchas do 
cinza ao preto. 
• Leucodermia: mancha branca por diminuição ou ausência de melanina 
Lesõe� Elementare�  
 
. 
 
- Vasculares 
Decorrem de distúrbios da microcirculação da pele. São diferenciadas das manchas 
hemorrágicas por desaparecerem após digitopressão e vitropressão, quando a compressão 
é feita com uma lâmina de vidro transparente; e puntipressão, quando se emprega um 
objeto pontiagudo. As manchas vasculares subdividem-se em: 
• Telangiectasias: 
Dilatações dos vasos terminais, ou seja, arteríolas, vênulas e capilares. As telangiectasias 
venocapilares são comuns nas pernas e nas coxas das pessoas do sexo feminino e se 
denominam varículas ou microvarizes. Para fazê-las desaparecer basta fazer uma 
puntipressão exatamente sobre seu ponto mais central. Desaparecem porque esta manobra 
oclui a arteríola central, alimentadora dos vasos ectasiados. 
 
• Mancha eritematosa ou hiperêmica: decorre de vasodilatação, tem cor rósea ou tom 
vermelho-vivo e desaparece à digitopressão ou à vitropressão. Podem ser simples, ou seja, 
sem outra alteração da pele ou, ao contrário, ocorrer juntamente com outras lesões: pápula, 
vesícula, bolha. Costumam ter variadostamanhos; ora são esparsas, ora confluentes, ou 
seja, fundem-se por estarem muito próximas umas das outras. Surgem nas doenças 
exantemáticas (sarampo, varicela, rubéola), na escarlatina, na sífilis, na moléstia reumática, 
nas septicemias, nas alergias cutâneas e em muitas outras afecções. 
 
 
 
- Hemorrágicas 
 
São também chamadas "sufusões 
hemorrágicas" e, não desaparecem pela 
compressão, diferentemente dos eritemas. Não 
desaparecem por se tratar de sangue extravasado. 
De acordo com a forma e o tamanho, subdividem-se 
em três tipos: 
• Petéquias: quando puntiformes e com até 1 em de 
diâmetro. 
• Víbices: quando formam uma linha. 
• Equimoses: quando são em placas, maiores que 1 em de diâmetro. 
 
Nas grandes e médias equimoses, as mudanças de coloração acontecem nos 
seguintes períodos: 
 
 
Horas Coloração 
Até 48 horas Avermelhadas 
De 48 a 96 horas Arroxeadas 
Do 5° ao 6° dia Azuladas 
Do 6° ao 8° dia Amareladas 
Após o 9° dia Coloração normal 
 
As manchas hemorrágicas são causadas por traumatismos, alterações capilares 
e discrasias sanguíneas . Nas duas últimas condições recebem o nome de púrpura . Se o 
extravasamento sanguíneo for suficiente para produzir elevação da pele, é designado 
hematoma . 
 
- Deposição pigmentar 
Pode ser por deposição de hemossiderina, bilirrubina (icterícia), pigmento carotênico 
(ingestão exagerada de mamão, cenoura), corpos estranhos (tatuagem) e pigmentos 
metálicos (prata, bismuto). 
 
Elevações edematosas 
Elevações causadas por edema na derme ou hipoderme. Enquadra-se a lesão 
urticária ou tipo urticária, que corresponde a formações sólidas, uniformes, de formato 
variável, em geral eritematosas, e quase sempre pruriginosas, resultando de um edema 
dérmico circunscrito. Há também o angioedema ou edema de Quincke labial representa 
uma área de edema circunscrito, que pode ocorrer no subcutâneo, causando tumefação. É 
de localização nos lábios , mais comum no superior. Geralmente tem aparecimento súbito, 
não é depressível à palpação, indolor, sendo de causa alérgica. Pode vir acompanhado de 
urticária e macroglossia. 
 
 
Formações sólidas 
As formações sólidas abrangem pápulas, tubérculos, nódulos, nodosidades, gomas 
e vegetações. 
- Pápulas 
Elevações sólidas da pele, de pequeno tamanho (até 1,0 em de diâmetro), 
superficiais, bem delimitadas, com bordas facilmente percebidas quando se desliza a polpa 
digital sobre a lesão. Podem ser puntiformes , um pouco maiores ou lenticuladas , planas 
ou acuminadas , isoladas ou coalescentes, da cor da pele normal ou de cor rósea, castanha 
ou arroxeada. Inúmeras dermatoses se evidenciam por lesões papulares; exemplos: picada 
de inseto, leishmaniose, blastomicose, verruga, erupções medicamentosas, acne, 
hanseníase. 
 
 
- Tubérculos 
Elevações sólidas, circunscritas, de diâmetro maior que 1,0 em, situadas na derme. 
A consistência pode ser mole ou firme. A pele circunjacente tem cor normal ou pode estar 
eritematosa, acastanhada ou amarelada; geralmente desenvolvem cicatriz. 
 
- Nódulos, nodosidade e goma 
Formações sólidas localizadas na hipoderme, mais perceptíveis pela palpação do 
que pela inspeção. Quando de pequeno tamanho - grão de ervilha, por exemplo - são os 
nódulos. Se mais volumosas , são as nodosidades. Gomas são nodosidades que tendem 
ao amolecimento e ulceração com eliminação de substância semissólida. Os limites dessas 
lesões em geral são imprecisos , e a consistência pode ser firme, elástica ou mole. Ora 
estão isoladas, ora agrupadas ou mesmo coalescentes. Podem ser dolorosas ou não. A 
pele circundante pode ser normal, eritematosa ou arroxeada. 
 
 
- Vegetações 
Lesões sólidas, salientes, lobulares, filiformes ou em couve-flor, de consistência 
mole e agrupadas em maior ou menor quantidade. Quando a camada córnea é mais 
espessa, a lesão apresenta consistência endurecida e recebe o nome de verrucosidade; 
exemplos: verrugas vulgares, cromomicose. 
 
 
 
Coleções líquidas 
- Vesícula 
Elevação circunscrita da pele 
que contém líquido em seu interior 
com diâmetro limitado a 1,0 em. A 
diferença fundamental entre pápula 
e vesícula é que aquela é uma 
lesão sólida, e esta é constituída por 
uma coleção líquida. O encontro de 
substância líquida caracteriza a 
existência de vesícula. 
 
- Bolha 
Também é uma elevação da pele contendo substância líquida em seu interior. 
Diferencia-se da vesícula pelo tamanho: seu diâmetro é superior a 1,0 em. É encontrada 
nas queimaduras, no pênfigo foliáceo, em algumas piodermites e em alergias 
medicamentosas. 
 
 
- Pústula 
Vesícula de conteúdo purulento. Surge na varicela, no herpes-zóster, nas 
queimaduras, nas piodermites, na acne pustulosa. 
 
 
- Abscessos 
Coleções purulentas, mais ou menos proeminentes e 
circunscritas, de proporções variáveis, flutuantes, de 
localização dermo-hipodérmica ou subcutânea. Quando há 
sinais inflamatórios, são chamados abscessos quentes . A 
ausência de sinais flogísticos caracteriza os abscessos frios . 
 
- Hematomas 
Formações circunscritas, de tamanhos 
variados, decorrentes de derrame de sangue na 
pele ou nos tecidos subjacentes. 
 
 
 
 
 
 
 
Alterações da espessura 
As alterações da espessura abrangem queratose, espessamento ou infiltração, 
liquenificação, esclerose, edema e atrofias. 
- Queratose 
Modificação circunscrita ou difusa da espessura da pele, que se torna mais 
consistente, dura e inelástica, em consequência de espessamento da camada córnea. O 
exemplo mais comum é o calo. Quando se localiza nas palmas das mãos e nas plantas dos 
pés chama-se, respectivamente, queratose palmar e plantar. Principais afecções que se 
manifestam por essa lesão: queratose senil, queratodermia palmoplantar, ictiose . 
 
 
- Espessamento ou infiltração 
Traduz-se por aumento da consistência e da 
espessura da pele que se mantém depressível, menor 
evidência dos sulcos da pele, limites imprecisos. 
- Liquenificação 
Espessamento da pele com acentuação das estrias, 
resultando em um quadriculado em rede como se a pele 
estivesse sendo vista através de uma lupa. A pele circundante 
toma-se, em geral, de cor castanho-escura. 
 
 
- Edema 
Acúmulode líquido no espaço intersticial. A pele torna-se lisa e brilhante. O edema 
deve ser analisado conforme o roteiro para o exame da pele, das mucosas e dos fâneros. 
 
 
- Atrofias 
Adelgaçamentos da pele, tornando-a fina, lisa, translúcida e pregueada. Podem ser 
fisiológicas, como na atrofia senil, ou provocadas por agentes mecânicos ou físicos. As 
estrias são linhas de atrofia de cor acinzentada ou róseo-avermelhada. Aparecem em 
qualquer parte do corpo na qual a pele tenha sido mecanicamente forçada. 
 
 
Perdas e reparações teciduais 
Lesões provocadas por eliminação ou destruição patológicas e de reparação dos 
tecidos cutâneos. 
- Escamas 
É a massa furfurácea (aspecto de farelo), micácea ou 
foliácea (em tiras) que se desprende da superfície cutânea por 
alteração de queratinização. Os exemplos mais comuns são: 
caspa, ptiríase versicolor, psoríase e queimaduras na pele por 
raios solares. 
- Erosão ou exulceração 
Simples desaparecimento da parte mais superficial da pele, 
atingindo apenas a epiderme Ao regenerarem-se, não deixam 
cicatrizes. 
 
 
- Úlcera ou ulceração 
Perda circunscrita de epiderme e derme, podendo atingir hipoderme e tecidos 
subjacentes. 
 
 
- Fissuras ou rágades 
Perda de substância linear, superficial ou profunda não causada por instrumento 
cortante. Comprometem a epiderme e a derme e situam-se mais frequentemente no fundo 
de dobras cutâneas ou ao redor de orifícios naturais. 
 
- Crosta 
Lesão formada pela concreção de cor amarela, esverdeada ou vermelha escura, 
que se forma em área de perda tecidual. Resulta do dessecamento da serosidade, pus ou 
sangue misturado a restos epiteliais. Pode ser vista na fase final da cicatrização, no 
impetigo, no pênfigo foliáceo e nos eczemas. 
 
- Escara 
Porção de tecido cutâneo necrosado, resultante de pressão isolada ou combinada 
com fricção e/ou cisalhamento. A área mortificada torna-se insensível, tem cor escura e é 
 
separada do tecido sadio por um sulco. O tamanho é muito variável, desde o da cabeça de 
alfinete até o de placas enormes. Ocorre principalmente em idosos e imobilizados. 
 
 
- Cicatriz 
É a lesão de aspecto variável que pode ser saliente ou deprimida, móvel ou 
aderente. Não possui poros ou anexos cutâneos. Resulta da reparação de processo 
destrutivo da pele, associado à atrofia, fibrose e discromia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Resumo

Outros materiais

Perguntas Recentes