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EQUAÇÕES DIFERENCIAIS AULA 5 Profª Dayane Perez Bravo 2 CONVERSA INICIAL Veremos, nesta aula, o que é um sistema de equações diferenciais e como os métodos discutidos nas outras aulas podem ser estendidos para a resolução destes novos problemas. TEMA 1 – REVISÃO: MATRIZES, SISTEMAS DE EQUAÇÕES Para a resolução de sistemas de equações diferenciais lineares, precisamos escrevê-los na forma matricial. Um sistema de equações lineares é um conjunto de equações escrito na forma: { 𝑎11𝑥1 + 𝑎12𝑥2 +⋯+ 𝑎1𝑛𝑥𝑛 = 𝑏1 𝑎21𝑥1 + 𝑥22𝑥2 +⋯+ 𝑎2𝑛𝑥𝑛 = 𝑏2 ⋮ 𝑎𝑚1𝑥1 + 𝑎𝑚2𝑥2 +⋯+ 𝑎𝑚𝑛𝑥𝑛 = 𝑏𝑚 Esse sistema de equações apresenta 𝑚 equações e 𝑛 incógnitas. Resolver o sistema de equações é encontrar uma solução de números (𝑥1, 𝑥2, … , 𝑥𝑛) que satisfaça simultaneamente a todas essas equações dadas. Para escrever o sistema na forma matricial, definimos as seguintes matrizes. 𝑨 como a matriz dos coeficientes dada por: 𝑨 = [ 𝑎11 ⋯ 𝑎1𝑛 ⋮ ⋱ ⋮ 𝑎𝑚1 ⋯ 𝑎𝑚𝑛 ] 𝑿 como a matriz das incógnitas: 𝑿 = [ 𝑥1 ⋮ 𝑥𝑛 ] E 𝑩 como a matriz dos termos independentes: 𝑩 = [ 𝑏1 ⋮ 𝑏𝑚 ] Em alguns métodos de resolução, também precisaremos da matriz aumentada do sistema, definida como: [ 𝑎11 ⋯ 𝑎1𝑛 ⋮ ⋱ ⋮ 𝑎𝑚1 ⋯ 𝑎𝑚𝑛 𝑏1 ⋮ 𝑏𝑚 ] 3 Veja que a forma geral de um sistema de equações lineares pode ser simplificada, quando escrita em função da matriz dos coeficientes, da matriz das incógnitas e da matriz dos termos independentes: 𝑨𝒙 = 𝑩 O traço de uma matriz é dado pela soma dos termos da diagonal principal. Ou seja, se 𝐴 = [ 𝑎 𝑏 𝑐 𝑑 ], então, o traço de A é 𝑡𝑟(𝐴) = 𝑎 + 𝑑. O determinante de A é det(𝐴) = 𝑎𝑑 − 𝑏𝑐. TEMA 2 – AUTOVALORES E AUTOVETORES Além de recordar como se escreve um sistema de equações lineares na forma matricial, vale a pena recordar o que são os autovalores e autovetores de uma transformação linear. Suponha que exista uma transformação linear que transforme elementos de um conjunto 𝑉 em outros elementos desse mesmo conjunto, ou seja, 𝑇: 𝑉 → 𝑉. Suponha que T seja um operador linear. Se existirem 𝑣 não nulos e 𝜆 real tais que 𝑇𝑣 = 𝜆𝑣 Então, dizemos que 𝜆 é um autovalor de 𝑇 e 𝑣 um autovetor de 𝑇 associado a 𝜆. Outra maneira de identificar o autovalor de uma matriz é pelo polinômio característico. Por exemplo, se 𝐴 = [ 𝑎 𝑏 𝑐 𝑑 ], então, seu polinômio característico é dado por 𝑝(𝑟) = 𝜆2 − 𝑇𝑟(𝐴)𝜆 + det (𝐴) ou 𝑝(𝑟) = 𝜆2 − (𝑎 + 𝑑)𝜆 + (𝑎𝑑 − 𝑏𝑐). As raízes do polinômio característico são os autovalores de A. Cada autovalor possui um autovetor associado. Para obter um autovetor (x⃗ ), devemos resolver a equação matricial (𝐴 − 𝝀)x⃗ = 𝟎, onde I é a matriz identidade. 4 TEMA 3 – SISTEMAS DE EQUAÇÕES LINEARES HOMOGÊNEAS Um sistema de equações diferenciais é um conjunto de equações diferenciais com as mesmas funções incógnitas e que apresentam a mesma solução. Por exemplo, dizemos que { 𝑑𝑦 𝑑𝑥 = 𝑦 − 𝑧 𝑑𝑧 𝑑𝑥 = −3𝑧 − 𝑦 é um sistema de equações diferenciais. Se as equações diferenciais forem homogêneas, dizemos que o sistema é um sistema de equações lineares homogêneas. Vejamos como utilizar a técnica de solução para alguns tipos de equações diferenciais, por meio do seguinte exemplo: { 𝑦 + 𝑑𝑧 𝑑𝑥 = cos 𝑥 + 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑑𝑦 𝑑𝑥 + 𝑧 = cos 𝑥 − 𝑠𝑒𝑛 𝑥 Para resolver este problema, vamos simplificar utilizando D como o operador diferencial. Nesse caso, podemos reescrever a equação dada como: { 𝑦 + 𝐷𝑧 = cos 𝑥 + 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝐷𝑦 + 𝑧 = cos 𝑥 − 𝑠𝑒𝑛 𝑥 Vamos aplicar o operador diferencial em ambos os lados da primeira equação, como se segue. O nosso objetivo é eliminar uma das variáveis do sistema: { 𝐷𝑦 + 𝐷2𝑧 = 𝐷(cos 𝑥 + 𝑠𝑒𝑛 𝑥) 𝐷𝑦 + 𝑧 = cos 𝑥 − 𝑠𝑒𝑛 𝑥 Veja que podemos subtrair uma equação da outra, e obteremos uma única equação que não depende mais de 𝐷𝑦: 𝐷2𝑧 − 𝑧 = 𝐷(𝑐𝑜𝑠𝑥 + 𝑠𝑒𝑛𝑥) − cos 𝑥 + 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝐷2𝑧 − 𝑧 = −𝑠𝑒𝑛 𝑥 + cos 𝑥 − cos 𝑥 + 𝑠𝑒𝑛 𝑥 Visto que 𝐷(𝑐𝑜𝑠𝑥 + 𝑠𝑒𝑛𝑥) = −𝑠𝑒𝑛𝑥 + 𝑐𝑜𝑠𝑥. 5 Assim, podemos escrever: 𝐷2𝑧 − 𝑧 = 0 Que representa uma equação diferencial de segunda ordem homogênea. Veja que sua equação característica é dada por: 𝑟2 − 1 = 0 Cujas raízes são 𝑟1 = 1, 𝑟2 = −1. Com os métodos da aula anterior, deduzimos que a solução geral é dada por: 𝑧 = 𝐶1𝑒 𝑥 + 𝐶2𝑒 −𝑥 Podemos substituir o valor encontrado na outra equação diferencial do sistema dado. Nesse caso, obtemos: 𝑦 + 𝑑𝑧 𝑑𝑥 = cos 𝑥 + 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑦 + 𝑑 𝑑𝑥 [𝐶1𝑒 𝑥 + 𝐶2𝑒 −𝑥] = cos 𝑥 + 𝑠𝑒𝑛 𝑥 Resolvendo a nova equação diferencial, obtemos: 𝑦 + 𝐶1𝑒 𝑥 − 𝐶2𝑒 −𝑥 = cos 𝑥 + 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑦 = −𝐶1𝑒 𝑥 + 𝐶2𝑒 −𝑥 + cos 𝑥 + 𝑠𝑒𝑛 𝑥 Portanto, podemos escrever a solução do sistema de equações diferenciais dado como: { 𝑧 = 𝐶1𝑒 𝑥 + 𝐶2𝑒 −𝑥 𝑦 = −𝐶1𝑒 𝑥 + 𝐶2𝑒 −𝑥 + cos 𝑥 + 𝑠𝑒𝑛 𝑥 Vejamos como utilizar a técnica descrita para resolver o seguinte sistema de equações diferenciais: { 2 𝑑𝑦 𝑑𝑥 − 𝑑𝑧 𝑑𝑥 − 𝑦 + 𝑧 = 0 𝑑𝑦 𝑑𝑥 + 𝑑𝑧 𝑑𝑥 − 2𝑧 = 0 6 Utilizando o operador diferencial para reescrevermos o sistema, nos faz obtê-lo na seguinte forma resumida: { 2𝐷𝑦 − 𝐷𝑧 − 𝑦 + 𝑧 = 0 𝐷𝑦 + 𝐷𝑧 − 2𝑧 = 0 Que pode ser reescrito como: { (2𝐷 − 1)𝑦 − (𝐷 − 1)𝑧 = 0 𝐷𝑦 + (𝐷 − 2)𝑧 = 0 Nosso objetivo é eliminar uma das variáveis, 𝑦 ou z, nesse caso podemos multiplicar a primeira equação por D e a segunda equação por (2D- 1), obtendo: { 𝐷(2𝐷 − 1)𝑦 − 𝐷(𝐷 − 1)𝑧 = 0 (2𝐷 − 1)𝐷𝑦 + (2𝐷 − 1)(𝐷 − 2)𝑧 = 0 Subtraindo ambas as equações nessa forma permite eliminar uma das variáveis, obtendo: (2𝐷 − 1)(𝐷 − 2)𝑧 + 𝐷(𝐷 − 1)𝑧 = 0 (2𝐷2 − 4𝐷 − 𝐷 + 2)𝑧 + (𝐷2 − 𝐷)𝑧 = 0 (3𝐷2 − 6𝐷 + 2)𝑧 = 0 Veja que essa equação nova representa uma equação diferencial homogênea, como aquelas vistas nas primeiras aulas. Nesse caso, podemos encontrar as raízes da equação característica, dadas por: 3𝑟2 − 6𝑟 + 2 = 0 Podemos usar fatoração e encontraremos: 𝑟1 = 3 + √3 3 𝑟2 = 3 − √3 3 Portanto, a solução geral para a variável 𝑧 será dada por: 7 𝑧 = 𝐶1𝑒 3+√3 3 𝑥 + 𝐶2𝑒 3−√3 3 𝑥 Com a solução para a variável 𝑧 conhecida, podemos substituí-la na outra equação diferencial para encontrar a solução para a variável 𝑦. Substituindo na equação dada, obtemos: 𝐷𝑦 + (𝐷 − 2)𝑧 = 0 𝐷𝑦 = 2𝑧 − 𝐷𝑧 Como 𝑧 = 𝐶1𝑒 3+√3 3 𝑥 + 𝐶2𝑒 3−√3 3 𝑥 𝐷𝑧 = 𝑑𝑧 𝑑𝑥 = 3 + √3 3 𝐶1𝑒 3+√3 3 𝑥 + 3 − √3 3 𝐶2𝑒 Então, 𝐷𝑦 = 2𝐶1𝑒 𝑟1𝑥 + 2𝐶2𝑒 𝑟2𝑥 − 𝑟1𝐶1𝑒 𝑟1𝑥 − 𝑟2𝐶2𝑒 𝑟2𝑥 Integrando, obtemos: 𝑦 = ∫𝐷𝑦𝑑𝑥 = (2 − √3)𝐶1𝑒 3+√3 3 𝑥 + (2 + √3)𝐶2𝑒 TEMA 4 – SISTEMAS DE EQUAÇÕES LINEARES NÃO HOMOGÊNEAS: COEFICIENTES INDETERMINADOS Vejamos o seguinte exemplo de resolução da equação diferencial a seguir: { 𝑑𝑦 𝑑𝑥 + 𝑑𝑧 𝑑𝑥 − 𝑦 − 4𝑧 = 𝑒5𝑥 𝑑𝑦 𝑑𝑥 + 𝑑𝑧 𝑑𝑥 − 2𝑦 − 3𝑧 = 𝑒2𝑥 Para resolver este sistema de equações, vamos utilizar, assim como nos exercícios anteriores, o operador diferencial D. Nesse caso, podemos escrever: 3−√3 3 𝑥 3−√3 3 𝑥 8 { 𝐷𝑦 + 𝐷𝑧 − 𝑦 − 4𝑧 = 𝑒5𝑥 𝐷𝑦 + 𝐷𝑧 − 2𝑦 − 3𝑧 = 𝑒2𝑥 Podemos colocar a variável 𝑦 e a variável 𝑧 em evidência, colocando o sistema em uma forma ainda mais simplificada: { (𝐷 − 1)𝑦 + (𝐷 − 4)𝑧 = 𝑒5𝑥 (𝐷 − 2)𝑦 + (𝐷 − 3)𝑧 = 𝑒2𝑥 Para eliminar a variável 𝑦, podemos multiplicar a primeira equação por (𝐷 − 2) e a segunda equação por (𝐷 − 1). Assim, obtemos: { (𝐷 − 1)(𝐷 − 2)𝑦 + (𝐷 − 2)(𝐷 − 4)𝑧 = (𝐷 − 2)𝑒5𝑥 (𝐷 − 1)(𝐷 − 2)𝑦 + (𝐷 − 1)(𝐷 − 3)𝑧 = (𝐷 − 1)𝑒2𝑥 Subtraindo a segunda equação da primeira, obtemos uma única equação, que pode ser resolvida pelos métodos conhecidos nas aulas anteriores. Nesse caso, (𝐷 − 2)(𝐷 − 4)𝑧 − (𝐷 − 1)(𝐷 − 3)𝑧= (𝐷 − 2)𝑒5𝑥 − (𝐷 − 1)𝑒2𝑥 Podemos simplificar a equação, desenvolvendo os produtos que surgiram: (𝐷2 − 4𝐷 − 2𝐷 + 8)𝑧 − (𝐷2 − 3D − 𝐷 + 3)𝑧 = (𝐷 − 2)𝑒5𝑥 − (𝐷 − 1)𝑒2𝑥 (−2𝐷 + 5)𝑧 = (𝐷 − 2)𝑒5𝑥 − (𝐷 − 1)𝑒2𝑥 Desenvolvendo os produtos no outro termo da equação, obtemos: (−2𝐷 + 5)𝑧 = 𝐷𝑒5𝑥 − 2𝑒5𝑥 − 𝐷𝑒2𝑥 + 𝑒2𝑥 Veja que o operador diferencial 𝐷 aplicado à função 𝑒2𝑥 e 𝑒5𝑥 permite escrever: (−2𝐷 + 5)𝑧 = 5𝑒5𝑥 − 2𝑒5𝑥 − 2𝑒2𝑥 + 𝑒2𝑥 Que, na forma simplificada, é equivalente a: (−2𝐷 + 5)𝑧 = 3𝑒5𝑥 − 𝑒2𝑥 9 Essa nova equação diferencial não é homogênea, mas pode ser resolvida pelos métodos discutidos nas aulas anteriores. Para isso, encontremos a solução particular da equação homogênea equivalente: (−2𝐷 + 5)𝑧 = 0 Sua equação característica possui raiz dada por: 𝑟 = 5 2 E portanto, sua solução particular é dada por: 𝑧𝑝 = 𝐶1𝑒 5 2 𝑥 Para encontrar a solução geral, devemos utilizar o método dos coeficientes indeterminados, visto nas aulas anteriores. Nesse caso, a solução complementar é dada por: 𝑧𝑐 = 𝐴𝑒 5𝑥 + 𝐵𝑒2𝑥 Substituímos essa solução na equação que desejamos obter a solução para determinarmos os coeficientes 𝐴 e 𝐵. Ou seja, (−2𝐷 + 5)𝑧𝑐 = 3𝑒 5𝑥 − 𝑒2𝑥 (−2𝐷 + 5)(𝐴𝑒5𝑥 + 𝐵𝑒2𝑥) = 3𝑒5𝑥 − 𝑒2𝑥 −2𝐴5𝑒5𝑥 − 2𝐵2𝑒2𝑥 + 5𝐴𝑒5𝑥 + 5𝐵𝑒2𝑥 = 3𝑒5𝑥 − 𝑒2𝑥 −10𝐴𝑒5𝑥 − 4𝐵𝑒2𝑥 + 5𝐴𝑒5𝑥 + 5𝐵𝑒2𝑥 = 3𝑒5𝑥 − 𝑒2𝑥 −5𝐴𝑒5𝑥 + 𝐵𝑒3𝑥 = 3𝑒5𝑥 − 𝑒2𝑥 Portanto, { −5𝐴 = 3 𝐵 = −1 Nesse caso, 𝑧𝑐 = − 3 5 𝑒5𝑥 − 𝑒2𝑥 10 Portanto, a solução geral é dada por: 𝑧 = 𝐶1𝑒 5 2 𝑥 − 3 5 𝑒5𝑥 − 𝑒2𝑥 Vamos encontrar a solução geral para a variável 𝑦. Nesse caso, substituímos a solução geral encontrada na outra equação diferencial do sistema dado. Obtemos, assim: 𝑦 − 𝑧 = 𝑒5𝑥 − 𝑒2𝑥 𝑦 = 𝑧 + 𝑒5𝑥 − 𝑒2𝑥 𝑦 = 𝐶1𝑒 5 2 𝑥 − 3 5 𝑒5𝑥 − 𝑒2𝑥 + 𝑒5𝑥 − 𝑒2𝑥 𝑦 = 𝐶1𝑒 5 2 𝑥 + 2 5 𝑒5𝑥 − 2𝑒2𝑥 Dessa forma, a solução do sistema de equações dado é: { 𝑧 = 𝐶1𝑒 5 2 𝑥 − 3 5 𝑒5𝑥 − 𝑒2𝑥 𝑦 = 𝐶1𝑒 5 2 𝑥 + 2 5 𝑒5𝑥 − 2𝑒2𝑥 TEMA 5 – SISTEMAS DE EQUAÇÕES LINEARES NÃO HOMOGÊNEAS: VARIAÇÃO DE PARÂMETROS Vejamos um último caso de equação diferencial que pode surgir a partir do seguinte exemplo: { 𝑑2𝑦 𝑑𝑥2 − 2 𝑑𝑧 𝑑𝑥 − 𝑦 = 𝑒𝑥 𝑑𝑦 𝑑𝑥 − 𝑑2𝑧 𝑑𝑥2 − 2𝑧 = 𝑥2 Utilizando a notação operacional, podemos escrever: { 𝐷2𝑦 − 2𝐷𝑧 − 𝑦 = 𝑒𝑥 𝐷𝑦 − 𝐷2𝑧 − 2𝑧 = 𝑥2 Colocando a variável 𝑦 e 𝑧 em evidência, obtemos: 11 { (𝐷2 − 1)𝑦 − 2𝐷𝑧 = 𝑒𝑥 𝐷𝑦 − (𝐷2 + 2)𝑧 = 𝑥2 Vamos eliminar a variável 𝑦. Para isso, multiplicamos a primeira equação por 𝐷 e a segunda equação por (𝐷2 − 1). { 𝐷(𝐷2 − 1)𝑦 − 2𝐷2𝑧 = 𝐷𝑒𝑥 𝐷(𝐷2 − 1)𝑦 − (𝐷2 − 1)(𝐷2 + 2)𝑧 = (𝐷2 − 1)𝑥2 Subtraindo a segunda equação da primeira, obtemos: −2𝐷2𝑧 + (𝐷2 − 1)(𝐷2 + 2)𝑧 = 𝐷𝑒𝑥 − (𝐷2 − 1)𝑥2 Simplificando ao lado esquerdo da equação, obtemos: −2𝐷2𝑧 + (𝐷4 + 2𝐷2 − 𝐷2 − 2)𝑧 = 𝐷𝑒𝑥 − 𝐷2𝑥2 + 𝑥2 (𝐷4 − 𝐷2 − 2)𝑧 = 𝐷𝑒𝑥 − 𝐷2𝑥2 + 𝑥2 Podemos simplificar o lado direito da equação, aplicando o operador diferencial nas funções dadas. Nesse caso, escrevemos: (𝐷4 − 𝐷2 − 2)𝑧 = 𝑒𝑥 − 2 + 𝑥2 Nesse momento, podemos encontrar a solução particular da equação homogênea equivalente: (𝐷4 − 𝐷2 − 2)𝑧 = 0 Veja que a equação característica é: 𝑟4 − 𝑟2 − 2 = 0 Cujas raízes são: 𝑟1 = √2 𝑟2 = −√2 𝑟3 = 𝑖 𝑟4 = −𝑖 12 Portanto, sua solução particular é dada por: 𝑧𝑝 = 𝐶1𝑒 √2𝑥 + 𝐶2𝑒 −√2𝑥 + 𝐶3 cos 𝑥 + 𝐶4𝑠𝑒𝑛 𝑥 Podemos, a partir desta solução, encontrar a solução geral de (𝐷4 − 𝐷2 − 2)𝑧 = 𝑒𝑥 − 2 + 𝑥2 A solução característica será dada por: 𝑧𝑐 = 𝐴𝑒 𝑥 + 𝐵𝑥2 + 𝐶𝑥 + 𝐷 Veja que, nesse caso, 𝑧𝑐 ′ = 𝐴𝑒𝑥 + 2𝐵𝑥 + 𝐶 𝑧𝑐 ′′ = 𝐴𝑒𝑥 + 2𝐵 𝑧𝑐 ′′′ = 𝑧𝑐 (4) = 𝐴𝑒𝑥 Substituindo na equação dada, obtemos: (𝐷4 − 𝐷2 − 2)𝑧𝑝 = 𝑒 𝑥 − 2 + 𝑥2 (𝐷4 −𝐷2 − 2)(𝐴𝑒𝑥 + 𝐵𝑥2 + 𝐶𝑥 + 𝐷) = 𝑒𝑥 − 2 + 𝑥2 𝐴𝑒𝑥 − (𝐴𝑒𝑥 + 2𝐵) − 2(𝐴𝑒𝑥 + 𝐵𝑥2 + 𝐶𝑥 + 𝐷) = 𝑒𝑥 + 𝑥2 − 2 Veja que isso permite definir que 𝐴 = − 1 2 𝐵 = − 1 2 𝐶 = 0 𝐷 = 3 2 Portanto, 𝑧𝑐 = − 1 2 𝑒𝑥 − 1 2 𝑥2 + 3 2 13 A solução geral é dada por: 𝑧 = 𝑧𝑝 + 𝑧𝑐 𝑧 = 𝐶1𝑒 √2𝑥 + 𝐶2𝑒 −√2𝑥 + 𝐶3 cos 𝑥 + 𝐶4𝑠𝑒𝑛 𝑥 − 1 2 𝑒𝑥 − 1 2 𝑥2 + 3 2 Com essa solução em mãos, podemos substituir na equação dada no sistema de equações diferenciais original para obtermos a solução para a variável 𝑦. Nesse caso, 𝐷𝑦 − (𝐷2 + 2)𝑧 = 𝑥2 Aplicando-se o operador 𝐷 em ambos os lados, podemos escrever: 𝐷2𝑦 − (𝐷3 + 2𝐷)𝑧 = 𝐷𝑥2 𝐷2𝑦 − 𝐷3𝑧 + 2𝐷𝑧 = 2𝑥 Substituindo a solução 𝑧 e suas derivadas, obtemos: 𝐷𝑧 = √2𝐶1𝑒 √2𝑥 − √2𝐶2𝑒 −√2𝑥 − 𝐶3𝑠𝑒𝑛 𝑥 + 𝐶4 cos 𝑥 − 1 2 𝑒𝑥 − 𝑥 𝐷2𝑧 = 2𝐶1𝑒 √2𝑥 + 2𝐶2𝑒 −√2𝑥 − 𝐶3 cos 𝑥 − 𝐶4𝑠𝑒𝑛 𝑥 − 1 2 𝑒𝑥 − 1 𝐷3𝑧 = 2√2𝐶1𝑒 √2𝑥 − 2√2𝐶2𝑒 −√2𝑥 + 𝐶3𝑠𝑒𝑛 𝑥 − 𝐶4 cos 𝑥 − 1 2 𝑒𝑥 Portanto, 𝑦 = 2√2𝐶1𝑒 √2𝑥 − 2√2𝐶2𝑒 −√2𝑥 + 𝐶3𝑠𝑒𝑛 𝑥 − 𝐶4 cos 𝑥 − 3 2 𝑒𝑥 + 2𝑥 Nesse caso, escrevemos a solução do sistema de equação diferenciais, como sendo: { 𝑧 = 𝐶1𝑒 √2𝑥 + 𝐶2𝑒 −√2𝑥 + 𝐶3 cos 𝑥 + 𝐶4𝑠𝑒𝑛 𝑥 − 1 2 𝑒𝑥 − 1 2 𝑥2 + 3 2 𝑦 = 2√2𝐶1𝑒 √2𝑥 − 2√2𝐶2𝑒 −√2𝑥 + 𝐶3𝑠𝑒𝑛 𝑥 − 𝐶4 cos 𝑥 − 3 2 𝑒𝑥 + 2𝑥 14 FINALIZANDO Com essa quinta aula, foi possível verificar a aplicação de sistemas de equações diferenciais. Nas próximas aulas, veremos como utilizar as séries de Fourier para resolver equações específicas. 15 REFERÊNCIAS BOYCE, W. E.; DIPRIMA, R. C. Equações diferenciais elementares e problemas de valores de contorno. 9. ed. São Paulo: LTC, 2010. KENT, N. R. Equações diferenciais. 8 ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2012. NÓBREGA, D. D. Equações diferenciais ordinárias e algumas aplicações. Caicó-RN: UFRN, 2016. ZILL, D. G.; CULLEN, M. R. Equações diferenciais. 3. ed. v.1. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2001.
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