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ANÁLISE DE PROJETOS AMBIENTAIS Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. RESUMO DA UNIDADE A presente unidade trata sobre os instrumentos utilizados para o planejamento ambiental e projetos a serem viabilizados, tanto pelas pessoas jurídicas de direito público, quanto pelas de direito privado. Diante da situação contemporânea vivenciada, é indispensável que práticas de sustentabilidade sejam adotadas, visando não apenas a preservação do meio ambiente ecologicamente equilibrado, mas também, benefícios para fins de manutenção da empresa no Brasil. Um exemplo para fins de implementação na prática de projetos ambientais é a tributação ecológica, a partir da função extrafiscal dos tributos. Por meio da extrafiscalidade, tanto os empresários, como os cidadãos poderão implementar práticas de sustentabilidade, como será abordado ao longo dessa unidade. Palavras-chave: Planejamento ambiental; Reciclagem; Tributação ecológica. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. SUMÁRIO APRESENTAÇÃO DO MÓDULO ............................................................................... 4 CAPÍTULO 1 – PLANEJAMENTO AMBIENTAL NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA . 5 1.1 Licitações sustentáveis .................................................................................. 6 1.1.1 Conceito de licitação pública .......................................................................... 9 1.1.2 Objetos da licitação ........................................................................................ 9 1.1.3 Finalidade da licitação .................................................................................... 9 1.1.4 Critérios das licitações sustentáveis............................................................. 12 1.2 Estatuto das empresas estatais - Lei n.13.303/2016 ................................... 13 1.3 Gestão socioambiental no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) ................ 15 1.4 Sustentabilidade no âmbito da Justiça Eleitoral ........................................... 17 CAPÍTULO 2 – DOCUMENTOS E INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO AMBIENTAL ............................................................................................................. 22 2.1 Estudo prévio de impacto ambiental e seu respectivo relatório ................... 22 2.2 Audiências Públicas ..................................................................................... 25 2.3 Concessão florestal ...................................................................................... 25 2.4 Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE) .................................................... 26 2.5 Outorga: instrumento da Política Nacional de Recursos Hídricos ................ 28 2.6 Instrumentos no ambiente urbano: princípio da função socioambiental da propriedade urbana ................................................................................................... 30 2.7 Instrumentos da Política Nacional de Resíduos Sólidos .............................. 31 CAPÍTULO 3 – PLANEJAMENTO AMBIENTAL TRIBUTÁRIO PARA AS EMPRESAS: INSTRUMENTO ECONÔMICO AMBIENTAL .................................... 39 3.1 A extrafiscalidade tributária .......................................................................... 40 3.2 Os tributos extrafiscais e políticas ambientais .............................................. 43 3.2.1 O ICMS Ecológico ........................................................................................ 44 3.2.2 Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) .............................................. 46 3.2.3 Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) ...................... 48 3.3 Princípios do Direito Ambiental que embasam a tributação ecológica ......... 49 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 57 4 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. APRESENTAÇÃO DO MÓDULO O referido módulo possui a intenção de demonstrar ao leitor a necessidade da implementação de práticas de sustentabilidade no âmbito da Administração Pública, assim como no que concerne às pessoas jurídicas de direito privado. Para tanto, é indispensável que haja um planejamento ambiental, a partir da adoção de instrumentos que viabilizem tais práticas no cotidiano. Alguns destes projetos e planejamentos incluem as licitações sustentáveis, no âmbito da Administração Pública, a partir do que prevê o art. 3º, da Lei n. 8666/93. A partir deste dispositivo, temos que uma das finalidades das licitações públicas é a promoção do desenvolvimento nacional sustentável. Logo, a partir das contratações realizadas pelo Poder Público por meio de licitações, muitos projetos que buscam a implementação de práticas de sustentabilidade poderão ser viabilizados. Um exemplo é a geração de empregos por meio da indústria da reciclagem, sendo que o órgão licitador poderá dispensar a realização da licitação pública quando se trata de associações formadas exclusivamente por catadores de baixa renda, cuja remuneração seja oriunda deste serviço. Ademais, a indústria da reciclagem, além de possuir um papel fundamental no âmbito social, também é indispensável para fins de gerenciamento de resíduos sólidos, corroborando para a diminuição do descarte irregular de plástico, o qual é considerado como o grande vilão. Tem-se que a logística reversa, instrumento da Política Nacional de Resíduos Sólidos, consiste em um projeto indispensável para fins de viabilizar o retorno de determinados produtos à fonte produtora, propiciando uma maior proteção ao meio ambiente. Por fim, vale destacar o estudo referente à tributação ecológica, fruto do princípio do protetor recebedor, que viabiliza a implementação do tributo como instrumento que promove práticas de sustentabilidade, alinhado a um planejamento tributário eficaz, no âmbito das pessoas jurídicas de direito privado, corroborando para a diminuição da carga tributária elevada. 5 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. CAPÍTULO 1 – PLANEJAMENTO AMBIENTAL NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Primeiramente, é indispensável conhecer a Agenda Ambiental da Administração Pública (A3P) para fins de compreensão do objeto central do estudo desse tópico: as licitações sustentáveis. A A3P consiste em um programa do Ministério do Meio Ambiente, cujo objetivo principal é estimular gestores a adotarem práticas de sustentabilidade, como os princípios e a gestão ambiental. Como não é um programa cogente, isto é, obrigatório, possui natureza jurídica facultativa, caberá ao Ministériodo Meio Ambiente firmar um termo de adesão, instrumento de compromisso para a implementação da A3P, com o interessado. A referida agenda traz cinco eixos temáticos: a) Licitações sustentáveis: consiste em uma obrigação da Administração Pública instituir práticas de sustentabilidade nas licitações públicas, nos termos do art. 3º, da Lei n. 8666/93. b) Sensibilização e capacitação dos servidores públicos: consolidar a consciência e a responsabilidade socioambiental dentre os servidores públicos; c) Qualidade de vida no ambiente do trabalho: cujo intuito é satisfazer as necessidades do trabalhador; d) Gestão adequada dos resíduos gerados: adoção da política dos 5Rs (repensar, reaproveitar, reduzir, reciclar e recusar); e) Uso racional dos recursos naturais e bens públicos: utilização consciente da água, da energia elétrica, da madeira e outros recursos naturais. No que concerne à Política dos 5Rs, a qual faz parte do eixo temático “gestão adequada dos resíduos gerados”, compreende-se: a) Repensar: quanto à real necessidade do consumo de determinado bem e os padrões de produção e descarte dos resíduos; b) Reaproveitar: utilizar novamente determinado produto que ainda satisfaz as necessidades em vez de descartá-lo; 6 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. c) Reduzir: evitar o desperdício, dando preferência aos produtos que utilizem menos resíduos sólidos; d) Reciclar: destinar de forma adequada os resíduos a processo que envolvam tecnologia com a finalidade de transformá-lo em outro bem adequado para o uso; e) Recusar: consiste na recusa de consumos irresponsáveis, principalmente, de resíduos sólidos. Ao firmar o termo de adesão com o Ministério do Meio Ambiente, o interessado deverá implementar a Agenda Ambiental da Administração Pública, observando determinados pressupostos: criação e regulamentação de comissão da A3P, envolvendo servidores públicos de várias áreas da instituição para o acompanhamento de projetos e atividades e para a representatividade institucional; identificação dos pontos críticos e procedimentos, avaliando os impactos ambientais e de desperdício gerados; definição de projetos e atividades, a partir do diagnóstico, priorização dos projetos e atividades de mais urgência e relevância; planejamento integrado; realização de treinamentos, disponibilização de recursos físicos e financeiros; verificação do desempenho ambiental, identificação de falhas e pontos de melhoria; melhoria contínua; levantamento de impactos de riscos ambientais, identificação de ações de controle, identificação de indicadores de aprimoramento e; classificação ambiental: programas de incentivo, premiação e divulgação das melhores práticas ambientais. 1.1 Licitações sustentáveis Neste ponto, faz-se necessário o estudo do Decreto n. 7.746/2012, alterado em 2017. Destaca-se que o desenvolvimento nacional sustentável é uma das finalidades nas licitações públicas. Tal ato normativo destina-se à Administração Pública federal, direta e indireta, autárquica e fundacional e às empresas estatais dependentes que recebam auxílio financeiro do governo. 7 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. O Decreto nº 7.746/2012 tem como objetivo: Quadro1: Objetivos Decreto nº7.746/2012 a) Adquirir bens e contratar serviços e obras considerando critérios e práticas de sustentabilidade, dentre eles materiais biodegradáveis, materiais atóxicos, objetivamente definidos no instrumento convocatório (edital); b) Preservar o caráter competitivo do certame. Fonte: Elaborado pela autora, 2020. Importante mencionar que a licitação pública possui três finalidades: ser vantajosa para a administração, isonômica entre os concorrentes e buscar o desenvolvimento nacional sustentável. Portanto, as práticas e critérios de sustentabilidade não podem corroborar para vedação ao caráter competitivo do certame. O caráter competitivo deve ser preservado, visto que há isonomia, a qual faz parte da finalidade de uma licitação pública. O Tribunal de Contas da União compreende neste sentir. Destaque para o art. 3º, o qual sofreu alteração com o advento do Decreto nº 9.178/2017, sendo de leitura obrigatória. Em relação ao Poder Judiciário, existem alguns atos normativos os quais mencionam a necessidade de verificação da origem do produto. Por exemplo, a madeira, deve-se verificar se é advinda de uma árvore cortada de forma legal ou ilegal. Caso seja ilegal, oriundo da Floresta Amazônica, a administração pública não pode adquirir aquele bem, ainda que o valor seja satisfatório. O manejo sustentável tem a ver com a exploração controlada da área de reserva legal, o reflorestamento está diretamente relacionado à questão da compensação ambiental, estudados em Direito Ambiental. No que tange às exigências da Administração Pública em face do contratado, vale a pena a leitura atenta dos artigos em destaque: art. 5º, 7º e 8º, do referido Decreto. O art. 8º também foi revogado e foi realizada uma nova redação. A redação antiga previa que a certificação poderia ser “emitida por instituição pública oficial ou instituição credenciada, ou por qualquer outro meio definido no instrumento convocatório”, enquanto a redação atual prevê que a certificação pode 8 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. ser “emitida ou reconhecida por instituição pública oficial ou instituição credenciada ou por outro meio definido no instrumento convocatório”. A CISAP (Comissão Interministerial de Sustentabilidade na Administração Pública) possui uma natureza consultiva, portanto ela não é deliberativa. A natureza é de caráter permanente, não é temporária. É vinculada à Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação e tem por finalidade propor a implementação de critérios, práticas e ações de logística sustentável no âmbito da administração pública federal direta, autárquica e fundacional e das empresas estatais dependentes. Os servidores públicos integrantes da CISAP prestam um serviço público de caráter relevante e não remunerado. As proposições da CISAP serão avaliadas com base nas diretrizes gerais de logística e compras da administração pública federal. As proposições não vinculam, são como recomendações. O art. 10, da mesma forma, sofreu alteração do Decreto nº 9.178/2017, sendo imprescindível sua leitura, uma vez que traz de forma expressa a composição da CISAP. Antigamente não se cobrava muito em provas a composição da CISAP, mas apenas o último inciso e trocavam a palavra Controladoria-Geral da União por Advogado Geral da União - AGU ou por Tribunal de Contas da União – TCU. No entanto, tendo em vista as alterações trazidas pelo Decreto de 2017, é importante que o aluno saiba quais foram as alterações efetuadas. O art. 11 também sofreu alterações significativas com o Decreto nº 9.178/2017, por este fator é importante a leitura com atenção. Os planos de gestão de logísticasustentável serão elaborados pela Administração Pública federal direta, autárquica e fundacional e as empresas estatais, devendo contemplar. Quadro 2: Conteúdo (art. 16, Decreto n. 7.746/2012) a) Atualização do inventário de bens e materiais do órgão e identificação de similares de menor impacto ambiental para substituição; b) práticas de sustentabilidade e de racionalização do uso de materiais e serviços; 9 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. c) responsabilidades, metodologia de implementação e avaliação do plano; d) ações de divulgação, conscientização e capacitação. Fonte: Elaborado pela autora, 2020. 1.1.1 Conceito de licitação pública O art. 22, inciso XXVII, CF/88 prevê competência privativa da União para legislar sobre normas gerais de licitação. Houve uma ação declaratória de constitucionalidade em relação a Lei n. 8.666/93. Uma parte dela é destinada à União e outra a é uma norma geral. A União possui competência para legislar sobre normas gerais de licitação, e os demais entes da federação podem editar, igualmente, normas acerca do assunto. 1.1.2 Objetos da licitação Neste ponto da matéria, faz-se indispensável conhecer o art. 2º, da Lei n. 8666/93, o qual se encontra sistematizado no quadro: Quadro 3: Objetos da licitação (art. 2º, Lei n. 8666/93) a) Obra para toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação; b) Serviço para toda atividade destinada a obter determinada utilidade de interesse para a Administração Pública. c) Compra para toda aquisição remunerada de bens. d) Alienação para transferência do domínio de bens a terceiros. Fonte: Elaborado pela autora, 2020. 1.1.3 Finalidade da licitação ATENÇÃO! A finalidade está prevista no art. 3º, da Lei n. 8666/93. Anteriormente, as finalidades da licitação eram apenas duas: a vantajosidade para a administração pública e a isonomia entre os concorrentes. 10 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Com o advento da Lei n. 12.349/2010 foi incluída outra finalidade da licitação, a qual é a promoção do desenvolvimento nacional sustentável. Portanto, as finalidades da licitação são três: Quadro 4: Finalidades da licitação a) “ Vantajosidade”; b) Isonomia (pode ser relativizada, por exemplo, empresas de pequeno porte e microempresas); c) Promoção do desenvolvimento nacional sustentável. Fonte: Elaborado pela autora, 2020. A partir de 2010, houve a inserção da busca pelo desenvolvimento nacional sustentável no certame licitatório. A administração pública não deve apenas buscar pela proposta mais vantajosa e perquirir a isonomia entre os concorrentes, como igualmente deve verificar a origem daqueles insumos componentes dos bens a serem adquiridos, verificar se a empresa que firmará o contrato com a administração pública emprega mão de obra escrava. A promoção do desenvolvimento nacional sustentável significa que nos processos de licitação, poderão ser estabelecidas margens de preferência para produtor manufaturados, bem como serviços nacionais que atendam às normas técnicas brasileiras. Neste sentido, a Administração pública, de acordo com previsão objetiva no edital da licitação - que faz Lei entre as partes -, pode prever margens de preferência entre os concorrentes que adotem práticas de sustentabilidade, não meramente no que diz respeito às origens dos insumos, mas igualmente nos casos de produtos manufaturados e serviços nacionais que atendam às normas técnicas brasileiras, fomentando o mercado interno. É preciso ter em mente que o desenvolvimento econômico faz parte do desenvolvimento sustentável. A margem de preferência pode ser de até 25% acima do preço dos produtos manufaturados e serviços estrangeiros, posto que essa margem de preferência é admitida pelo Tribunal de Contas da União. O desenvolvimento nacional sustentável, enquanto uma das finalidades das licitações públicas, não admite vedação ao 11 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. caráter competitivo, uma vez que a isonomia também faz parte das finalidades das licitações. Desse modo, vale a pena a leitura do disposto no art. 3º, §5º da Lei 8.666/93. No inciso II do parágrafo 5º do art. 3º da Lei 8.666/93, há inclusão das pessoas com deficiência e reabilitados da Previdência Social, o que é compatível com o pilar de desenvolvimento social que compõe o desenvolvimento sustentável. O Meio Ambiente do Trabalho, a saúde pública, além da questão dos deficientes, fazem parte de tudo que a Declaração do Rio de 1992 se preocupou. No que diz respeito ao Tribunal de Contas da União, o Acórdão nº 1317/2013 - Plenário, julgado no dia 29 de maio de 2015, presente no informativo 153, menciona que a introdução do conceito de desenvolvimento nacional sustentável não autoriza o estabelecimento de vedação a produtos e serviços estrangeiros, tampouco à utilização de margem de preferência para contratação de bens e serviços, sem a devida regulamentação por decreto do Poder Executivo Federal. Dessa maneira, a existência dessa finalidade no artigo 3º da Lei de Licitações, não significa que se encontra vedada a participação de produtos e serviços estrangeiros, uma vez que feriria o princípio da isonomia das licitações públicas. O Tribunal de Contas da União, possui resolução à respeito da adoção de práticas de sustentabilidade, e do mesmo modo em relação à contratações sustentáveis. Dessa forma, o que o TCU prevê nesse acórdão é que não se deve adotar uma margem de preferência sem expressa previsão em decreto do Poder Executivo Federal. O mesmo não veda a adoção de uma margem, mas condiciona o fato à existência de uma regulamentação específica. O parágrafo primeiro, inciso II do art. 3º, relata a questão do princípio da isonomia, fato que demonstra que o desenvolvimento nacional sustentável, deve ser compatibilizado com a isonomia que deve existir entre os concorrentes. Observa-se, nesse momento, a previsão contida no parágrafo 2º do art. 3º da Lei 8.666/93, cuja leitura se faz imprescindível. Há dispositivos que fundamentam a prática de sustentabilidade nas licitações públicas, dentre os quais pode-se destacar o art. 12 da Lei de Licitações, o mesmo informa que devem ser considerados nos projetos básicos e executivos, os impactos ambientais. 12 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Há ainda a previsão do art. 225 conjugado com o art. 170, ambos da Constituição Federal de 1988, que dispõem o princípio do desenvolvimento sustentável, cuja leitura se faz indispensável. Há também a Política Nacional do Meio Ambiente, objeto de estudo na disciplinade Direito Ambiental. 1.1.4 Critérios das licitações sustentáveis Diversas legislações que instituem políticas fundamentam as licitações sustentáveis, como a Política Nacional de Resíduos Sólidos e a Política Nacional sobre Mudança de Clima (PNMC). Há ainda a Lei nº 12.349/2010, que incluiu como finalidade da licitação a promoção do desenvolvimento nacional sustentável, disposta alhures. Existe também o Decreto nº 7.404/2010, que regulamenta a Lei nº 12.305/2010, a qual instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), criou o Comitê Interministerial da Política Nacional de Resíduos Sólidos, bem como o Comitê Orientador para a implantação dos Sistemas de Logística Reversa. Ademais, pode-se destacar a instrução normativa nº 10/2012 que estabelece regras para elaboração dos Planos de Gestão de Logística Sustentável, de que trata o art. 16 do Decreto 7.746/2012. Há a Lei nº 11.284/2006, que trata das concessões de florestas, adotando a licitação na modalidade concorrência, com o objetivo de firmar um contrato administrativo para a exploração sustentável das florestas. O que fora estudado na parte de Política Nacional do Meio Ambiente, em Direito Ambiental. A concessão florestal é um instrumento que se verifica no artigo 9°. Apenas pessoas jurídicas brasileiras podem participar desta licitação. Este fato não infringe o art. 3º da Lei 8.666/93, uma vez que se trata de uma norma específica de interesse público e de segurança pública, sendo vedada a participação de pessoa jurídica estrangeira e de pessoa física, admitindo-se consórcio de pessoas jurídicas brasileiras. Observa-se, nesse sentido, a redação do art. 19 da Lei 11.284/2016, cuja leitura é imprescindível. No tangente ao regime diferenciado de contratação, previsto na Lei nº 12.462/2011, pode-se destacar o artigo 10. 13 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Nos termos do artigo 10, há a possibilidade - especialmente em serviços de engenharia -, de estabelecer uma remuneração variável mediante desempenho do contratado, verificando se o mesmo obedeceu aos critérios de sustentabilidade ambiental. Ainda no âmbito da Lei n. 12462/2011, apresenta-se o art. 4º, §1º. O inciso I do parágrafo primeiro faz uma remissão implícita à Política Nacional de Resíduos Sólidos. O inciso II é de extrema importância, posto que em regra, obras de engenharia precisam de licença ambiental, e esse dispositivo antevê a possibilidade de amenizar os danos ambientais, conforme o princípio da prevenção, que preconiza a adoção de medidas mitigadoras de impactos ambientais. O inciso III, por sua vez, é um exemplo de economia verde, visto no estudo acerca da Rio+20. O inciso IV, discorre sobre a avaliação de impactos de vizinhança - assunto de aulas de Direito Ambiental, ao tratar do Estatuto da Cidade, bem como fora discorrido sobre plano diretor. Essa avaliação de impactos de vizinhança faz parte da própria avaliação de impactos ambientais. O inciso V tem importância à medida que se verifica uma degradação do Patrimônio Cultural e Histórico, em decorrência de obras de engenharia. Na Grécia e em Roma, por exemplo, há uma limitação de construção de aeroportos e obras, em razão da proteção ao Patrimônio Histórico. Por fim, o inciso VI trata de acessibilidade para o uso por pessoas com deficiência e com mobilidade reduzida. Vide o acórdão 6047/2015, TCU, 2ª Câmara, Licitação. Habilitação Técnica. Licença Ambiental: A exigência de regularidade ambiental como critério de qualificação técnica é legal desde que não represente discriminação injustificada entre os licitantes, uma vez que objetiva garantir o cumprimento da obrigação contratual e é essencial para que o objeto da licitação seja executado sem o comprometimento do meio ambiente. Segundo o previsto no acórdão do TCU, é compatível a adoção de critérios de sustentabilidade desde que não haja obstrução ao caráter competitivo do certame. 1.2 Estatuto das empresas estatais - Lei n.13.303/2016 Essa Lei é importante para a nossa disciplina, uma vez que prevê expressamente que as empresas estatais, seja empresa pública ou sociedade de economia mista, devem adotar práticas de sustentabilidade em seu cotidiano. É 14 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. interessante que alguns doutrinadores criticam tal norma, sendo dispensável a previsão em uma Lei quanto à adoção de práticas sustentáveis, uma vez que a A3P seria aplicável às empresas estatais, já que elas compõem a administração pública indireta. Todavia, entendemos ser válido prever expressamente a adoção dessas práticas de sustentabilidade porque fica mais claro, especialmente para o jurista. Dessa forma, temos que empresas públicas, sociedades de economias mistas e suas subsidiárias (como é o caso da Transpetro em relação a Petrobrás) devem observar práticas de sustentabilidade ambiental e responsabilidade social corporativa. Além disso, a engenharia deverá adotar uma contratação variável ao desempenho do contratado, presente na lei do regime diferenciado de contratação, que é uma maneira de viabilizar a adoção de práticas de sustentabilidade. Ainda na parte de engenharia, é importante ter ciência de que o anteprojeto de engenharia deve conter parâmetros de adequação ao interesse público, à economia na utilização, à facilidade na execução, aos impactos ambientais e à acessibilidade. O projeto básico, por sua vez, deve ser elaborado nas indicações dos estudos técnicos preliminares, que assegure a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento. Ademais, é dispensável a licitação da contratação de coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis e reutilizáveis, efetuados por associações ou cooperativas de pessoas físicas de baixa renda, nos termos do art. 29, XII. Desse modo, está presente o princípio do protetor recebedor que já analisamos. As licitações devem, ainda, observar o desenvolvimento nacional sustentável através da busca da maior vantagem competitiva, considerando custos e benefícios, diretos e indiretos, de natureza econômica, social ou ambiental, assim como a manutenção e desfazimento de bens e resíduos. Para finalizarmos essa unidade é importante realizar a leitura do art. 32, §1º da Lei 13.303/2016. Ademais, a mudança de hábitos, a princípio por meio de uma nova legislação, é oportuna, visto que, conforme o noticiário, a empresa pública é considerada como a maior poluidora. 15 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 1.3 Gestão socioambiental no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) Para o estudo aprofundado deste assunto, importante conhecer a Resolução 201/2015, do CNJ. Essa resolução traz a criação das unidades ou núcleos socioambientais no Poder Judiciário e suas competências. Está no art. 1º da Resolução 201/2015, cuja leitura é indispensável. Importante conhecer os conceitos que a Resolução traz,nos termos de seu art. 3º: Quadro 5: Conceitos (art. 3º, da resolução 201/2015, do CNJ): a) Logística sustentável: processo de coordenação do fluxo de materiais, de serviços e de informações, do fornecimento ao desfazimento, que considerando o ambientalmente correto, o socialmente justo e o desenvolvimento econômico equilibrado. b) Critérios de sustentabilidade: métodos utilizados para avaliação e comparação de bens, materiais ou serviços em função do seu impacto ambiental, social e econômico. Esse ponto é interessante principalmente para a parte de licitação pública. O Poder Judiciário também vai realizar uma licitação pública para adquirir bens e serviços, adotando o conceito de critérios de sustentabilidade. c) Práticas de sustentabilidade: ações que tenham como objetivo a construção de um novo modelo de cultura institucional visando à inserção de critérios de sustentabilidade nas atividades do Poder Judiciário. d) Práticas de racionalização: ações que tenham como objetivo a melhoria da qualidade do gasto público e o aperfeiçoamento contínuo na gestão dos processos de trabalho. e) Coleta seletiva: coleta de resíduos sólidos previamente separados conforme sua constituição ou composição com destinação ambientalmente adequada. f) Coleta seletiva solidária: coleta dos resíduos recicláveis descartados, separados na fonte geradora, para destinação às associações e cooperativas de catadores de materiais recicláveis; 16 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Essa coleta seletiva solidária traz catadores de materiais recicláveis cuja renda é essencialmente oriunda dessa atividade, por isso que é solidária. g) Resíduos recicláveis descartados: materiais passíveis de retorno ao seu ciclo produtivo, rejeitados pelos órgãos do Poder Judiciário. Fonte: Elaborado pela autora, 2019. Quanto às atribuições das unidades socioambientais, o art. 6º, da referida Resolução do CNJ, menciona a necessidade de que ocorra com qualidade o gasto público, assim como que os recursos naturais e bens públicos sejam utilizados de forma sustentável. Desta forma, é necessário analisar cada uma das atribuições mencionadas: a) a redução do impacto negativo das atividades do órgão no meio ambiente com a adequada gestão dos resíduos gerados; Temos aqui o princípio da responsabilidade do direito ambiental e essas falhas, que falamos em direito econômico, falhas de mercado no que tange ao direito econômico, a pessoa jurídica de direito privado, do público que atua no âmbito econômico, elas devem ser internalizadas. Os impactos negativos do Poder Judiciário devem ser internalizados. b) a promoção das contratações sustentáveis; c) a gestão sustentável de documentos; d) a sensibilização e capacitação dos funcionários; e) a qualidade de vida no ambiente de trabalho. Nesses dois últimos pontos, destaca-se a questão do desenvolvimento social, que é um dos pilares do desenvolvimento sustentável, que já estudamos. Neste caso, refere-se ao aproveitamento do servidor público de forma adequada, não o expondo a horas cansativas de trabalho, viabilizando cursos para melhor atender à população. O servidor público deve ser treinado, bem como respeitar a população num modo geral, por conta do princípio da urbanidade no direito administrativo. Percebe-se que o meio ambiente de trabalho como um todo faz parte do direito ambiental e de práticas de sustentabilidade. 17 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. A adequada gestão dos resíduos gerados deverá promover a coleta seletiva, com estímulo a sua redução, ao reuso e à reciclagem de materiais, e à inclusão socioeconômica dos catadores de resíduos, em consonância com a Política Nacional de Resíduos Sólidos e as limitações de cada município. Dentro do Poder Judiciário nós temos que a coleta seletiva é obrigatória. O uso sustentável de recursos naturais e bens públicos deverá ter como objetivos o combate ao desperdício e o consumo consciente de materiais, com destaque para a gestão sustentável de documentos como a implementação de processo judicial eletrônico e a informatização dos processos e procedimentos administrativos. Perceba que não é apenas o processo judicial que deve ser eletrônico, mas também o processo administrativo. Deve ser estimulada a tendência para o processo administrativo eletrônico. Isso é estimulado não apenas para tornar mais célere o processo, mas também para evitar o desperdício de papel. Infelizmente alguns magistrados são ainda relutantes em relação ao processo judicial eletrônico ou ao uso de papel reciclado. O processo eletrônico é muito melhor para os advogados e para as partes, por ser mais célere e oportunizar mais acesso às informações do que no processo físico. Em relação às contratações sustentáveis, temos que elas deverão observar os três pilares do desenvolvimento sustentável, em relação aos aspectos ambientais, econômicos e sociais, nos termos da Declaração de Joanesburgo de 2010 da ONU. Vale destacar que a Resolução do CNJ é totalmente compatível com a parte do Direito Internacional do Meio Ambiente. 1.4 Sustentabilidade no âmbito da Justiça Eleitoral Neste ponto, estudaremos a novel norma sobre o planejamento quanto à sustentabilidade no âmbito da Justiça Eleitoral, a Resolução TSE n. 23.474, de 19 de abril de 2016, o qual trata sobre o Plano de Logística Sustentável (PLS). Será visto que o conceito do PLS da Justiça Eleitoral, trazido por esta norma, é distinto do conceito de PLS do Poder Judiciário como um todo, que trouxe a resolução 201/2015 do Conselho Nacional de Justiça. 18 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. A Resolução 23.474/2016 é destinada meramente aos Órgãos da Justiça Eleitoral, que têm o dever de criar unidades ou núcleos Socioambientais, estabelecer suas competências e implantar o Plano de Logística Sustentável da Justiça Eleitoral, assim como a Resolução 201/2015 do CNJ pressupõe. De acordo com a Resolução de 2016, essas unidades ou os núcleos socioambientais são subordinados à alta administração dos Tribunais Eleitorais e possuem caráter permanente. É importante o aluno saber que não se trata de caráter temporário, porque as bancas adoram cobrar o assunto na provas. Ademais, essas unidades visam o planejamento, a implementação, o monitoramento de metas anuais e a avaliação de indicadores de desempenho, para o cumprimento por parte do Órgão da Justiça Eleitoral. O art. 5º dispõe que as unidades ou núcleos socioambientais deverão estimular a reflexão e a mudança dos padrões de compra, consumo e gestão documental dos órgãos da Justiça Eleitoral, bem como do corpo funcional e força de trabalho auxiliar de cada instituição. Novamente, aparece a expressão "deverão" nos dispositivos das resoluções ou portarias, que tratam de noções de sustentabilidade no âmbito dos tribunais. Trata- se de uma obrigação, não de uma faculdade. Este é outro ponto damatéria que merece atenção, uma vez que as questões de concurso, no intuito de confundir o aluno, podem utilizar a palavra "poderão" e tornar incorreta uma assertiva que a princípio parece correta. Ademais, os núcleos socioambientais deverão fomentar ações de aperfeiçoamento contínuo da qualidade do gasto público, tal qual pressupõe a resolução 201 do CNJ. Devem, ainda, estimular a promoção das contratações sustentáveis no âmbito da Justiça Eleitoral, devendo observar a integração dos aspectos ambientais, econômicos e sociais do desenvolvimento sustentável. Incumbe, da mesma forma, impulsionar a gestão sustentável de documentos, em conjunto com a unidade responsável. Sendo certo que, a adequada gestão dos resíduos gerados deve promover a coleta seletiva, com estímulo a sua redução, ao reuso, à reciclagem de materiais, bem como à inclusão socioeconômica dos catadores de resíduos, em consonância com a Política Nacional de Resíduos Sólidos e as limitações regionais, não se tratando de limitações de cada município - 19 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. o que pode ser igualmente utilizado pelas bancas a fim de induzir os candidatos a erro. As unidades socioambientais devem, igualmente, impulsionar a sensibilização e a capacitação do corpo funcional, força de trabalho auxiliar e de outras partes interessadas. Significa que a sensibilização destas, quando for o caso, deverão estimular de forma contínua o consumo consciente e a responsabilidade socioambiental no âmbito da Instituição. Há também o dever de promover a qualidade de vida no ambiente de trabalho, em conjunto com a unidade responsável, através de ações que estimulem o desenvolvimento pessoal e profissional dos servidores, bem como a melhoria das condições das instalações físicas. Deve-se fomentar o uso sustentável de recursos naturais e bens públicos no âmbito da Justiça Eleitoral. Ademais, há a obrigação de estimular a redução do impacto negativo das atividades do Órgão no Meio Ambiente, com a adequada gestão dos resíduos gerados. Neste sentido, confere-se o disposto no art. 6º da Resolução 23.474/2016 do TSE. Essa resolução dispõe algumas medidas que encontram paralelo na Resolução 201 de 2015 do CNJ, razão pela qual não estão sendo realizados maiores comentários, uma vez que tais medidas outrora foram abordadas de forma mais detalhadas, quando analisada a referida resolução do CNJ. ATENÇÃO! A Justiça Eleitoral não funciona apenas em anos eleitorais, razão pela qual faz sentido a previsão do inciso IV do parágrafo 4º do art. 6º da Resolução 23.474/2016 do TSE. Há uma diferença do PLS - JE em relação ao Plano de Logística Sustentável no âmbito do Poder Judiciário como um todo, trazida pela resolução 201 de 2015 do CNJ. Nos termos do art. 10 da Resolução 23.474/2016 do TSE, o PLS-JE é instrumento vinculado ao planejamento estratégico da Justiça Eleitoral, com 20 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. objetivos e responsabilidades definidas, ações, metas, prazos de execução, mecanismos de monitoramento e avaliação de resultados. O fato permite estabelecer e acompanhar práticas de sustentabilidade, racionalização e qualidade, que objetivem melhor eficiência do gasto público e da gestão dos processos de trabalho, considerando a visão sistêmica da Justiça Eleitoral. O Plano de Logística Sustentável será aprovado pela alta Administração do Órgão e poderá ser subdividido, diferentemente do PLS do CNJ, a critério de cada Órgão, em razão da complexidade de sua estrutura. Deverá, ainda, ser formalizado em processo administrativo. Este é um conceito importante, que fora cobrado pela banca CESPE na prova do TRE de Pernambuco, em 2017. O Plano deve ser elaborado e publicado no sítio dos respectivos Tribunais Eleitorais, no prazo de 90 dias, contados a partir da publicação da Resolução 23.474/2016, o que significa que esse prazo já expirou, uma vez que a mesma é de 19 de abril de 2016. No que diz respeito ao relatório de desempenho, viu-se que os resultados obtidos a partir da implantação das ações definidas no PLS-JE, deverão ser publicados ao final de cada ano no sítio dos respectivos Tribunais Eleitorais, apresentando as metas alcançadas e os resultados medidos pelos indicadores. O conteúdo mínimo a ser apresentado, inclui a consolidação dos resultados alcançados, a evolução do desempenho dos indicadores estratégicos da Justiça Eleitoral, com foco socioambiental e econômico, de acordo com o previsto no Anexo I da Resolução, bem como a identificação das ações a serem desenvolvidas ou modificadas para o ano subsequente. Ademais, nos termos do art. 14 da resolução, o PLS-JE deve conter, no mínimo: Quadro 6: Conteúdo mínimo do PLS-JE, conforme o art. 14 a) Relatório consolidado do inventário de bens e materiais do Tribunal Eleitoral, com a identificação dos itens nos quais foram inseridos critérios de sustentabilidade por ocasião de sua aquisição; b) práticas de sustentabilidade, racionalização e consumo consciente de materiais 21 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. e serviços; c) responsabilidades, metodologia de implementação, avaliação do plano e monitoramento dos dados; d) ações de divulgação, sensibilização e capacitação. Fonte: Elaborado pela autora, 2019. Por fim, há uma Comissão Gestora do PLS da Justiça Eleitoral, sendo certo que os Tribunais Eleitorais deverão instituí-las. A Comissão Gestora será composta por cinco servidores, designados pela alta Administração do Tribunal, sendo um da Unidade ou do Núcleo Socioambiental, um da Unidade de Planejamento Estratégico e um da área de Compras ou Aquisições do Tribunal Eleitoral, tal qual previsto na Resolução 201 de 2015 do CNJ. Esta tem como obrigações elaborar, monitorar, avaliar e revisar o PLS-JE do Tribunal Eleitoral, havendo prazo de trinta dias para ser implementado, contados a partir da constituição das unidades ou núcleos socioambientais. 22 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. CAPÍTULO 2 – DOCUMENTOS E INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO AMBIENTAL 2.1 Estudo prévio de impacto ambiental e seu respectivo relatório Primeiramente, temos o conceito de impacto ambiental, previsto na Resolução CONAMA 01/86, em seu art. 1º, cuja leitura é indispensável. A partir do conceito apresentado pelo referido artigo, temos que está previsto no artigo 225, IV, CF/88 que para assegurar o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado o Poder Público deverá “exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativadegradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade.” No âmbito da legislação infraconstitucional, o artigo 9º, III, da Lei n. 6.938/81, contemplou a avaliação de impactos ambientais como um importante instrumento de defesa do meio ambiente, mais precisamente através da elaboração do estudo e formação de um documento técnico de impactos ambientais (EIA) e seu relatório (RIMA). É muito comum a confusão dos estudiosos quanto aos conceitos, os quais são distintos e importantes quanto à publicidade, pois na verdade, é o relatório de conclusão do EIA para acessibilidade pública, o RIMA, a ser publicado para conhecimento da população. Paulo de Bessa Antunes (ANTUNES, 2016, p. 690) compreende que “(...) os estudos prévios de impacto ambiental são modalidades de avaliação de impactos constitucionais.” O art. 1º, III, Resolução CONAMA n. 237/97, traz o conceito legal, muito cobrado nas provas, cuja leitura é importante. Paulo de Bessa Antunes (ANTUNES, 2016, p. 713) também dispõe quanto à publicidade do EIAs e RIMA, tanto por conta de mandamento constitucional, como já visto anteriormente, assim como prevê o art. 11, da Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) n. 1/86, cuja leitura é indispensável. Vale destacar o entendimento jurisprudencial no sentir de que não é viável a exigência do EIA para empreendimentos instalados antes da exigência regulamentar (STJ, REsp 200501147867, j. 04.08.2008). 23 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Vale destacar que as conclusões proferidas no EIA não obrigam a Administração Pública, pois, o documento simplesmente analisa os impactos que podem ser previstos, logo, nada impede que outros impactos sejam previstos pelo ente público posteriormente, uma vez que as análises no documento são iniciais, logo, o EIA não é vinculante para a Administração, não sendo capaz de impor uma obrigação ao Poder Público de conceder a licença ambiental ou não, conforme nos ensina Antunes (ANTUNES, 2016). Embora seja destinado ao Poder Público, o proponente do projeto quem contratará uma equipe técnica multidisciplinar para elaboração, composta por biólogos, engenheiros, geólogos, físicos e outros profissionais altamente capacitados, cujo objetivo é a realização de um estudo aprofundado, completo e detalhado, não sendo, tal equipe, considerada independente do proponente, mas também não é dependente, entretanto, embora seja contratada às expensas daquele, a equipe deverá ser imparcial. Conforme mencionado no art. 11, da Resolução CONAMA 237/97, a equipe se tornará responsável solidária por eventuais omissões ou erros contidos no documento de estudos de impactos ambientais e seu respectivo relatório, inclusive, eles estarão sujeitos a responsabilidade criminal do tipo previsto na Lei de Crimes Ambientais, além de multa aplicável no caso de informação enganosa presente no documento (art. 82, Decreto n. 6.514/2008). Em relação à lista de empreendimentos que geram a degradação ambiental e necessitam do EIA/RIMA, o art. 2º, Resolução 01/86 não é exauriente. Perceba que se trata de um rol exemplificativo, isto é, podendo outras atividades, conforme previsto em demais atos normativos, necessitarem do estudo de impacto ambiental e seu relatório. Acaso o órgão ambiental competente para o licenciamento dispense a elaboração do EIA/RIMA, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) entendeu no REsp 1330841/2013 que, por ser uma decisão vinculada, devendo o Poder Público exercer seu poder de polícia ambiental, poderá ser reapreciada pelo Poder Judiciário, respaldado no Princípio da Inafastabilidade da Jurisdição. O relatório de ausência de impacto ambiental (RAIAS) consiste em uma espécie de estudo de impacto ambiental (EIA) que conterá as informações relatadas 24 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. por técnicos habilitados quanto à desnecessidade da realização de um EIA/RIMA, já que a presunção é relativa (juris tantum) quanto às atividades serem causadoras de impacto ambiental, cabendo ao proponente do projeto, no início do procedimento de licenciamento ambiental, apresentar o RAIAS, o qual deverá ter o conteúdo mínimo do EIA. No Estado de São Paulo, o Relatório Ambiental Preliminar, por força da Resolução da Secretaria do Meio Ambiente (SMA) n. 42/94 faz as vezes do RAIAS, sendo que, nos termos do art. 3º da referida resolução da SMA, cabe ao proponente instruir o pleito de licença ambiental com a solicitação ou dispensa da elaboração do EIA/RIMA. Outro ponto de extrema importância é a responsabilidade civil do Poder Público acaso tenha deferido a licença ambiental e os danos causados pelo empreendedor. Quanto à composição, o conteúdo mínimo necessário que deve constar no EIA é: Quadro 7: Conteúdo do EIA a. Diagnóstico da área de influência do projeto; b. Impactos positivos e impactos negativos; c. Medidas mitigadoras dos impactos ambientais; d. Medidas de monitoramento; e. Viabilidade ou não do empreendimento. Fonte: Elaborado pela autora, 2020. Também, deverá atender às seguintes diretrizes (art. 5º, Resolução CONAMA n. 001/86), podendo outras seres adicionadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), pelo órgão ambiental estadual e pelo municipal, além de atender à legislação, em especial os princípios e objetivos expressos na Lei de Política Nacional do Meio Ambiente: Quadro 8: Diretrizes do art. 5º, Resolução CONAMA n. 001/86: a) Contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização de projeto, confrontando-as com a hipótese de não execução do projeto; b) Identificar e avaliar sistematicamente os impactos ambientais gerados nas fases de implantação e operação da atividade; 25 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. c) Definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afetada pelos impactos, denominada área de influência do projeto, considerando, em todos os casos, a bacia hidrográfica na qual se localiza; d) Considerar os planos e programas governamentais, propostos e em implantação na área de influência do projeto, e sua compatibilidade. Fonte: Elaborado pela autora, 2020. 2.2 Audiências Públicas A Resolução CONAMA n. 09/87 prevê a possibilidade da realização de audiência pública no processo de licenciamento ambiental, em seu artigo 1º, temos que a Audiência Pública tem por finalidade expor aos interessados o conteúdo do produto em análise e do seu referido RIMA, dirimindo dúvidas e recolhendo dos presentes as críticas e sugestões a respeito. Logo, a finalidade principal é garantir que a comunidade afetada pelo empreendimento seja ouvida, com base no princípio da participação comunitária. Será obrigatória, em caso de requerimento, previsto no art. 2º , sendo condição de validade da licença ambiental requerida. Em que pese o rol de legitimados para a convocação da audiênciapública na esfera federal, nada impede que uma lei estadual disponha sobre este assunto, alargando o rol. No caso de haver solicitação de audiência pública e na hipótese do Órgão Estadual não realizá-la, a licença concedida não terá validade. Assim como, “em função da localização geográfica dos solicitantes, e da complexidade do tema, poderá haver mais de uma audiência pública sobre o mesmo projeto de respectivo relatório de impacto ambiental (RIMA) (§ 5º )”. 2.3 Concessão florestal A concessão florestal é prevista na Lei n.11.284/06, cuja natureza jurídica é de uma espécie de concessão administrativa especial de caráter temporário, prevista na competência de cada ente federal. É indispensável a realização de licitação na modalidade concorrência, consoante previsto na Lei n.8.666/93, cabendo, somente, 26 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. a participação de pessoa jurídica brasileira. Há a necessidade de um plano aprovado pelo órgão licitador do respectivo ente, visando à exploração sustentável, apoiando- se no Princípio do Desenvolvimento Sustentável. Ao fim do processo de licitação pública, é transferido o direito às empresas brasileiras vencedoras para a exploração sustentável por parte do ente da federação licitante, conceituada como uma “delegação onerosa”, por Celso Antônio Pacheco Fiorillo (FIORILLO, 2015, p. 156), “destinado a incrementar o uso dos bens ambientais através da atividade dos empreendedores com absoluto respeito às comunidades locais e seus interesses econômicos (arts. 4º, II e 6º, da Lei n. 11.284/2006)”, devendo obedecer o preceito constitucional do art. 225, §1º, IV, da CF/88, o qual prevê necessariamente a elaboração de Estudo de Impacto Ambiental, em decorrência de ser uma atividade potencialmente causadora de significativa degradação ambiental. Ademais, os recursos financeiros obtidos por meio do pagamento de preços (art. 36, I e II, da Lei n. 11.284/2006) da concessão florestal serão destinados aos Estados, aos Municípios e ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal. Foi criado um Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal (FNDF), administrado pelo órgão gestor federal, destinado a fomentar o desenvolvimento de atividades sustentáveis de base florestal no Brasil e a promover a inovação tecnológica do setor. Por fim, o art. 44 da referida lei traz as causas de extinção da concessão florestal, sendo a leitura obrigatória. 2.4 Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE) Um instrumento importante, previsto na Política Nacional do Meio Ambiente, é o zoneamento ambiental. Dentre as espécies de zoneamento, destaca-se o Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE), disposto no Decreto 4297/02, cujos critérios vinculantes objetivam o desenvolvimento sustentável e a proteção ambiental. 27 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Quadro 9: Zoneamento Ecológico Econômico Zoneamento Ecológico Econômico Instrumento de organização do território a ser obrigatoriamente seguido na implementação de planos, obras e atividades públicas e privadas; Estabelece medidas e padrões de proteção ambiental destinados a assegurar a qualidade ambiental dos recursos hídricos e do solo, além da conservação da biodiversidade; Garante o desenvolvimento sustentável e a melhoria das condições de vida da população; Deverá observar os princípios da função socioambiental da propriedade, da prevenção, da precaução, da responsabilidade, do usuário pagador, da participação e do acesso equitativo; Art. 13, §2º, NCFlo – Os Estados que não tiverem o ZEE, terão cinco anos para elaborar, a partir da data da sua publicação (28.05.2012); Decreto 4297/02: Art. 2º O ZEE, instrumento de organização do território a ser obrigatoriamente seguido na implantação de planos, obras e atividades públicas e privadas, estabelece medidas e padrões de proteção ambiental destinados a assegurar a qualidade ambiental, dos recursos hídricos e do solo e a conservação da biodiversidade, garantindo o desenvolvimento sustentável e a melhoria das condições de vida da população. Art. 3º O ZEE tem por objetivo geral organizar, de forma vinculada, as decisões dos agentes públicos e privados quanto a planos, programas, projetos e atividades que, direta ou indiretamente, utilizem recursos naturais, assegurando a plena manutenção do capital e dos serviços ambientais dos ecossistemas. Parágrafo único. O ZEE, na distribuição espacial das atividades econômicas, levará em conta a importância ecológica, as limitações e as fragilidades dos ecossistemas, estabelecendo vedações, restrições e alternativas de exploração do território e determinando, quando for o caso, inclusive a relocalização de atividades incompatíveis com suas diretrizes gerais. Fonte: Elaborado pela autora, 2020. 28 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 2.5 Outorga: instrumento da Política Nacional de Recursos Hídricos Para alcançar o almejado pelo legislador, o Plano Nacional de Recursos Hídricos é norteado por instrumentos importantes previstos no artigo 5º da Lei. Primeiramente, o dispositivo prevê a instituição de Planos de Recursos Hídricos, os quais conterão regras de usos das águas em âmbitos nacional, estadual, distrital e municipal, além do regime jurídico da bacia, as prioridades para a outorga, planejamento, metas para racionalização, diagnósticos presentes e futuros. Serão elaborados por bacia hidrográfica, por Estado e para o País. Em âmbito nacional, é competência do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) aprovar, acompanhar e executar o Plano Nacional, cabendo na esfera estadual, aos Comitês de Bacia as mesmas atribuições quanto o Plano Estadual. Deverão conter, no mínimo, o diagnóstico na situação atual dos recursos hídricos; a análise de alternativas de crescimento demográfico, de evolução das atividades produtivas e de modificação dos padrões de ocupação do solo; o balanço entre disponibilidades e demandas futuras dos recursos hídricos, em quantidade e qualidade, com identificação de conflitos potenciais; as metas de racionalização de uso; as medidas a serem tomadas, programas a serem desenvolvidos e projetos a serem implantados, para o atendimento das metas previstas; a prioridade para outorga de direitos de uso de recursos hídricos; as diretrizes e os critérios para a cobrança pelo uso dos recursos hídricos e; as propostas para a criação de áreas sujeitas a restrição de uso, com vistas à proteção dos recursos hídricos. No inciso II, “o enquadramento dos corpos de água em classes, segundo os usos preponderantes da água”, tema a ser melhor tratado pela Resolução CONAMA n. 357/05, a qual dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para seu enquadramento, considerando que a água integra as preocupações do desenvolvimento sustentável, baseado nos princípios da função ecológica da propriedade, da prevenção, da precaução, do poluidor-pagador,do usuário pagador e da integração, bem como no reconhecimento de valor intrínseco à natureza. Também, encontra-se regulamentado na Resolução do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) n. 12/00. Vale mencionar que nas águas federais, o 29 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. enquadramento de corpos de água cabe à União, consoante prevê a Resolução do CNRH, restando aos entes estaduais classificá-los em suas águas. Muito importante é quanto à outorga dos direitos de uso de recursos hídricos, assegurando o controle quantitativo e qualitativo dos usos de água e o efetivo exercício dos direitos de acesso à água. Outra norma que dispõe sobre o assunto é a Resolução CONAMA 16/2001, a qual aborda sobre a autorização administrativa. Como menciona a Resolução CONAMA pertinente, toda outorga possui prazo determinado, sendo de até 35 anos, prorrogáveis neste lapso temporal. Também, toda outorga é onerosa, não havendo, desta feita, outorga gratuita, inclusive concedida para a emissão de esgotos, captação de águas e perfuração de poços. Já quanto ao previsto na Lei n. 9.433/97, o artigo 13 dispõe que “toda outorga estará condicionada às prioridades de uso estabelecidas nos Planos de Recursos Hídricos e deverá respeitar a classe em que o corpo de água estiver enquadrado e a manutenção de condições adequadas ao transporte aquaviário, quando for o caso.” Em alguns casos, a Lei dispensa a concessão da outorga (art.12), quanto às utilizações insignificantes, que estarão previstas no Plano da Bacia Hidrográfica e; aos pequenos núcleos populacionais no âmbito rural. Perceba que a simples concessão da outorga não significa que o outorgado possuirá direito adquirido, podendo ser suspensa ou cancelada no caso de descumprimento das condicionantes; em caso de calamidade pública; quando ocorrer a caducidade, no caso do outorgado deixar de utilizá-la por mais de três anos consecutivos; quando ocorrer a necessidade de prevenir ou reprimir calamidade ambiental, além do uso prioritário, inexistindo outra fonte e para a manutenção da navegabilidade do corpo d’água. Por último, há a possibilidade da Agência Nacional de Águas (ANA) conceder outorga preventiva, com a finalidade de declarar disponibilidade de água para os fins pretendidos, dentre os quais não se enquadra o uso de recursos hídricos, mas se destina a reservar a vazão passível de outorga, possibilitando, aos investidores, o planejamento de empreendimentos que necessitem desses recursos. Outros instrumentos que o artigo 5º, da Lei n.9.433/97 prevê são a compensação a municípios, o sistema de informações de recursos hídricos e a cobrança pelo uso dos recursos hídricos. 30 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Destaque vale para o instrumento que repercute na cobrança pelo uso dos recursos hídricos, visto que o fato de a água ser considerada bem inalienável, como mencionou o Superior Tribunal de Justiça (STJ) no julgado citado alhures, bem público de uso comum dotado de economicidade, nada impede que a Administração Pública de cada ente, por meio do órgão responsável pela outorga, cobre um valor pela sua utilização, fato fundamentado no Princípio do Usuário-pagador, disposto no artigo 19 da Lei. Os valores arrecadados serão destinados prioritariamente na bacia hidrográfica em que foram gerados e serão utilizados no financiamento de estudos, programas, projetos e obras incluídos nos Planos de Recursos Hídricos, bem como no pagamento de despesas de implantação e custeio administrativo dos órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. 2.6 Instrumentos no ambiente urbano: princípio da função socioambiental da propriedade urbana Decorre do princípio da função socioambiental da propriedade urbana, expresso no art. 182, da CF/88, cuja leitura é de extrema importância. Tal dispositivo constitucional está compatível com o art. 5º, da Lei n. 10.257/2001, a qual institui o Estatuto da Cidade. Importante saber que para fins de conceito do Estatuto da Cidade, imóvel subutilizado é aquele cujo aproveitamento é inferior ao mínimo definido no plano diretor ou em legislação dela decorrente. No mais, em caso de descumprimento das condições e dos prazos previstos no artigo 5º, o município procederá à aplicação do imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU) progressivo no tempo, mediante a majoração da alíquota pelo prazo de cinco anos consecutivos. Trata-se de uma característica extrafiscal do tributo, isto é, sua função não é arrecadatória, mas sim, de implementar uma política pública. O Estatuto da Cidade também prevê a possibilidade do instrumento de desapropriação da propriedade. Destacam-se as modalidades de desapropriação, 31 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. previstas no Estatuto da Cidade e em outras normas correlatas, as quais são esquematizadas no quadro abaixo: Quadro 10: Desapropriação para urbanização Desapropriação para urbanização Desapropriação como sistema de atuação de planos urbanísticos; (Decreto – Lei n. 3365/41, art.5º: utilidade pública; Lei 4.132/62: interesse público) Desapropriação urbanística subsidiária, para os casos em que os particulares não atuem de acordo com as previsões do plano ou quando assim o requeiram trabalhos de urbanificação em terrenos destinados a futuros núcleos urbanos; Desapropriação-sanção, prevista para punir o descumprimento de obrigação ou ônus urbanístico imposto ao proprietário de terrenos urbanos. (art. 184, CF/88) Fonte: Elaborado pela autora, 2020. A desapropriação-sanção, prevista no art. 8º, do Estatuto da Cidade, é a mais importante para fins de prova de concurso público, sendo sua leitura de extrema importância. Por fim, o Estatuto da Cidade traz o Plano Diretor como obrigatório em algumas circunstâncias além das previstas na Constituição Federal de 1988. Define ser uma lei municipal, instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão urbana, cuja competência é do Chefe do Poder Executivo, devendo englobar o território do município, podendo incluir as áreas rurais existentes dentro do perímetro, desde que sejam de expansão urbana ou de serviços públicos. Ademais, no processo de elaboração do plano diretor e na fiscalização de sua implementação, os Poderes Legislativo e Executivo municipais garantirão a promoção de audiências públicas e debates com a participação da população e de associações representativas dos vários segmentos da comunidade, consoante o princípio democrático. 2.7 Instrumentos da Política Nacional de Resíduos Sólidos Neste ponto, estudaremos a Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituída pela Lei n. 12.305/2010, assunto muito importante. 32 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada,seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Primeiramente, no art. 6º da referida Lei, constam os princípios do poluidor pagador, aquele que polui o meio ambiente deve ser condenado a ressarcir ao seu status quo ante da poluição, e do protetor-recebedor, àquele que protege o meio ambiente ecologicamente equilibrado deve ser agraciado por meio de benefícios fiscais, creditícios e tributários. Além de outros princípios de extrema importância que norteiam tal Política Nacional. No princípio do protetor-recebedor há um debate interessante a respeito das cooperativas de reciclagem, que possuem algumas isenções de tributos federais por conta da implementação do desenvolvimento sustentável. Inclusive, há a questão da dispensa da licitação pública na Lei n. 8666/93, em seu art. 24, XXVII, configurando num benefício para que a contratação de pessoas de baixa renda seja uma realidade. A lei 12.305/2010 é importante porque todos os diplomas que regulam questões do judiciário e da administração pública quanto à implementação de noções de sustentabilidade a observam e fazem menção a esta, logo, é indispensável que se conheça a legislação em comento, principalmente quanto aos pontos essenciais. Vale destacar que esta lei não se aplica aos rejeitos radioativos, os quais são regulados por legislação própria. A legislação que institui a política nacional de resíduos sólidos prevê a proibição dos lixões. No entanto, há uma regra de transição que foi postergada até 2021. Antes do projeto de lei que postergou, havia um prazo de até 4 (quatro) anos para extinguir os lixões. Esse lapso temporal de 4 (quatro) anos era muito curto, de modo que houve uma prorrogação (projeto de Lei n.425/2014), por um prazo máximo de até 2021, para que os lixões sejam extintos e destinar os rejeitos para aterros sanitários. Há uma diferença entre rejeito e resíduos, que será melhor estudado adiante, quanto à disposição e destinação ambiental adequada. Em relação à responsabilidade do ente público e do ente privado, tem-se algumas distinções. Primeiramente, é dever do poder público e da coletividade, preservar o meio ambiente, conforme caput do art. 225, CF/88, cuja leitura é imprescindível. 33 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Quando se fala em desenvolvimento sustentável e sua capacidade norteadora sobre a Política Nacional dos Resíduos Sólidos, além da preservação do meio ambiente, quando há uma destinação adequada de resíduos e disposição de rejeitos e de verificar a viabilidade da reciclagem, deve-se averiguar se o resíduo é dotado de valor econômico, uma vez que haverá, também, o desenvolvimento social. A inclusão de catadores nas cooperativas e viabilizar a expansão para abarcar os resíduos sólidos, corrobora para uma maior empregabilidade, já que a indústria da reciclagem vem crescendo de forma exorbitante no Brasil. O incentivo à reciclagem, separação de resíduos, quando o poder público cria incentivos fiscais e tributários para as cooperativas, estará fomentando a criação de novos empregos, novos postos de trabalho, corroborando para a inclusão social. No que tange à logística reversa, instrumento da Política Nacional de Resíduos Sólidos, esta está fundamentada no princípio do poluidor pagador ou da responsabilidade ou do predador. Outra interessante disposição diz respeito à implementação de planos de resíduos sólidos. Na órbita nacional há o plano de resíduos sólidos, que é criado pela União, já os Estados, Municípios e DF podem e devem criar planos, além da possibilidade de planos microrregionais serem instituídos também. Quando um município, no caso concreto, o de Rio Claro/SP, por exemplo, edita uma norma obrigando o comércio local a adotar sacolas biodegradáveis, o STF compreende que essa norma municipal está condizente com a política nacional de resíduos sólidos e com o plano nacional de resíduos sólidos, que os Estados também observam. Vide o entendimento completo no julgamento doAgRg no RE 729726/SP, rel. Min. Dias Toffoli, 2ª T, j. 06/10/2017. De acordo com a lei, há uma ordem de disposição de resíduos a ser obedecida. Vide, conforme o quadro 11: Quadro 11: Ordem de disposição de resíduos 1º Não geração; 2º Redução; 3º Reutilização; 4º Reciclagem; 34 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 5º Tratamento; 6º Disposição final adequada dos rejeitos. Fonte: Elaborado pela autora, 2020. A não geração de resíduos consiste em verificar a necessidade de utilizar um objeto como, por exemplo, um copo plástico. Não seria mais ecológico utilizar uma caneca de vidro? Observa-se que, ao utilizar um copo plástico que será destinado à reciclagem, será fomentada a inclusão social dos catadores de resíduos sólidos para reciclagem, de maneira que não é algo que será desperdiçado. Há que se considerar a possibilidade de utilizar elementos de vidro, garrafas pets retornáveis e afins. Isso, portanto, consiste na não geração de resíduos sólidos. Se houver mesmo a necessidade de utilizar o copo de plástico, pode-se pensar na redução para uma quantidade que satisfaça as necessidades, implementando um consumo consciente. Após a redução, há a reutilização, que é o exemplo de garrafas pet que podem ser reutilizadas como vasos, bem como a redução do tamanho dos resíduos sólidos para facilitar o processo de reciclagem. Após a reutilização do resíduo por várias vezes, será feita a destinação do resíduo para a reciclagem. Na reciclagem haverá processos físico, biológico, químico, transformando o produto em insumo, viabilizando que este seja transformado em outro. Por fim, quando não houver mais a possibilidade de destinar a reciclagem, uma vez que se esgotaram as possibilidades, haverá o tratamento e, portanto, a disposição final adequada dos rejeitos. O resíduo se transforma em rejeito e a disposição será para aterros sanitários. No que se refere à administração pública como prestadora do serviço dos serviços públicos de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, a responsabilidade será pela organização e prestação direta ou indireta desses serviços. A responsabilidade é compartilhada pela vida do resíduo sólido entre o ente público e o ente privado. Quando a administração pública atuar de forma direta, fornecendo o serviço público, terá responsabilidade direta. Se houver uma autarquia no município de São 35 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Paulo que opera de forma direta na limpeza urbana, haverá a responsabilidade da administração pública indireta e da administração direta, de forma subsidiária. Considerando hipótese de contrato de permissão ou concessão para uma pessoa jurídica de direito privado, a administração pública atuará de forma indireta. Nesse caso, haverá uma responsabilidade subsidiária
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