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Apostila Análise de Projetos Ambientais

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pública na 
esfera federal, nada impede que uma lei estadual disponha sobre este assunto, 
alargando o rol. 
No caso de haver solicitação de audiência pública e na hipótese do Órgão 
Estadual não realizá-la, a licença concedida não terá validade. Assim como, “em 
função da localização geográfica dos solicitantes, e da complexidade do tema, 
poderá haver mais de uma audiência pública sobre o mesmo projeto de respectivo 
relatório de impacto ambiental (RIMA) (§ 5º )”. 
 
2.3 Concessão florestal 
 
A concessão florestal é prevista na Lei n.11.284/06, cuja natureza jurídica é de 
uma espécie de concessão administrativa especial de caráter temporário, prevista 
na competência de cada ente federal. É indispensável a realização de licitação na 
modalidade concorrência, consoante previsto na Lei n.8.666/93, cabendo, somente, 
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a participação de pessoa jurídica brasileira. Há a necessidade de um plano aprovado 
pelo órgão licitador do respectivo ente, visando à exploração sustentável, apoiando-
se no Princípio do Desenvolvimento Sustentável. Ao fim do processo de licitação 
pública, é transferido o direito às empresas brasileiras vencedoras para a exploração 
sustentável por parte do ente da federação licitante, conceituada como uma 
“delegação onerosa”, por Celso Antônio Pacheco Fiorillo (FIORILLO, 2015, p. 156), 
“destinado a incrementar o uso dos bens ambientais através da atividade dos 
empreendedores com absoluto respeito às comunidades locais e seus interesses 
econômicos (arts. 4º, II e 6º, da Lei n. 11.284/2006)”, devendo obedecer o preceito 
constitucional do art. 225, §1º, IV, da CF/88, o qual prevê necessariamente a 
elaboração de Estudo de Impacto Ambiental, em decorrência de ser uma atividade 
potencialmente causadora de significativa degradação ambiental. 
Ademais, os recursos financeiros obtidos por meio do pagamento de preços 
(art. 36, I e II, da Lei n. 11.284/2006) da concessão florestal serão destinados aos 
Estados, aos Municípios e ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal. 
Foi criado um Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal (FNDF), 
administrado pelo órgão gestor federal, destinado a fomentar o desenvolvimento de 
atividades sustentáveis de base florestal no Brasil e a promover a inovação 
tecnológica do setor. 
Por fim, o art. 44 da referida lei traz as causas de extinção da concessão 
florestal, sendo a leitura obrigatória. 
 
2.4 Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE) 
 
Um instrumento importante, previsto na Política Nacional do Meio Ambiente, é 
o zoneamento ambiental. Dentre as espécies de zoneamento, destaca-se o 
Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE), disposto no Decreto 4297/02, cujos 
critérios vinculantes objetivam o desenvolvimento sustentável e a proteção 
ambiental. 
 
 
 
 
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Quadro 9: Zoneamento Ecológico Econômico 
Zoneamento Ecológico Econômico 
Instrumento de organização do território a ser obrigatoriamente seguido na 
implementação de planos, obras e atividades públicas e privadas; 
Estabelece medidas e padrões de proteção ambiental destinados a assegurar a 
qualidade ambiental dos recursos hídricos e do solo, além da conservação da 
biodiversidade; 
Garante o desenvolvimento sustentável e a melhoria das condições de vida da 
população; 
Deverá observar os princípios da função socioambiental da propriedade, da 
prevenção, da precaução, da responsabilidade, do usuário pagador, da participação 
e do acesso equitativo; 
Art. 13, §2º, NCFlo – Os Estados que não tiverem o ZEE, terão cinco anos para 
elaborar, a partir da data da sua publicação (28.05.2012); 
Decreto 4297/02: 
Art. 2º O ZEE, instrumento de organização do território a ser obrigatoriamente 
seguido na implantação de planos, obras e atividades públicas e privadas, 
estabelece medidas e padrões de proteção ambiental destinados a assegurar a 
qualidade ambiental, dos recursos hídricos e do solo e a conservação da 
biodiversidade, garantindo o desenvolvimento sustentável e a melhoria das 
condições de vida da população. 
Art. 3º O ZEE tem por objetivo geral organizar, de forma vinculada, as decisões dos 
agentes públicos e privados quanto a planos, programas, projetos e atividades que, 
direta ou indiretamente, utilizem recursos naturais, assegurando a plena 
manutenção do capital e dos serviços ambientais dos ecossistemas. 
Parágrafo único. O ZEE, na distribuição espacial das atividades econômicas, levará 
em conta a importância ecológica, as limitações e as fragilidades dos ecossistemas, 
estabelecendo vedações, restrições e alternativas de exploração do território e 
determinando, quando for o caso, inclusive a relocalização de atividades 
incompatíveis com suas diretrizes gerais. 
Fonte: Elaborado pela autora, 2020. 
 
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2.5 Outorga: instrumento da Política Nacional de Recursos Hídricos 
 
Para alcançar o almejado pelo legislador, o Plano Nacional de Recursos 
Hídricos é norteado por instrumentos importantes previstos no artigo 5º da Lei. 
Primeiramente, o dispositivo prevê a instituição de Planos de Recursos 
Hídricos, os quais conterão regras de usos das águas em âmbitos nacional, 
estadual, distrital e municipal, além do regime jurídico da bacia, as prioridades para 
a outorga, planejamento, metas para racionalização, diagnósticos presentes e 
futuros. Serão elaborados por bacia hidrográfica, por Estado e para o País. Em 
âmbito nacional, é competência do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) 
aprovar, acompanhar e executar o Plano Nacional, cabendo na esfera estadual, aos 
Comitês de Bacia as mesmas atribuições quanto o Plano Estadual. 
Deverão conter, no mínimo, o diagnóstico na situação atual dos recursos 
hídricos; a análise de alternativas de crescimento demográfico, de evolução das 
atividades produtivas e de modificação dos padrões de ocupação do solo; o balanço 
entre disponibilidades e demandas futuras dos recursos hídricos, em quantidade e 
qualidade, com identificação de conflitos potenciais; as metas de racionalização de 
uso; as medidas a serem tomadas, programas a serem desenvolvidos e projetos a 
serem implantados, para o atendimento das metas previstas; a prioridade para 
outorga de direitos de uso de recursos hídricos; as diretrizes e os critérios para a 
cobrança pelo uso dos recursos hídricos e; as propostas para a criação de áreas 
sujeitas a restrição de uso, com vistas à proteção dos recursos hídricos. 
No inciso II, “o enquadramento dos corpos de água em classes, segundo os 
usos preponderantes da água”, tema a ser melhor tratado pela Resolução CONAMA 
n. 357/05, a qual dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes 
ambientais para seu enquadramento, considerando que a água integra as 
preocupações do desenvolvimento sustentável, baseado nos princípios da função 
ecológica da propriedade, da prevenção, da precaução, do poluidor-pagador,
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