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Aula 3 Eletrônica Analógica

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ELETRÔNICA ANALÓGICA 
AULA 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Viviana Raquel Zurro 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Caro aluno, nesta aula estudaremos transístores de efeito de campo (FET 
– field effect transistor em inglês), um dispositivo semicondutor no qual a corrente 
é controlada por um campo elétrico. Existem três tipos básicos de FETs: 
 Transistor de efeito de campo de junção chamado de JFET ou 
simplesmente FET. 
 Transistor de efeito de campo de porta isolada que pode ser chamado de: 
 IGFET: insulated-gate field effect transistor (transistor de efeito de 
campo de porta isolada). 
 MOS: metal oxide semiconductor (metal óxido semicondutor). 
 MOST: metal oxide semiconductor transistor (metal óxido 
semicondutor). 
 MOSFET: metal oxide semiconductor field effect transistor (transistor 
de efeito de campo metal óxido semicondutor). 
 Transistor de efeito de campo metal semicondutor MESFET: metal 
semiconductor field effect transistor. 
TEMA 1 – TRANSISTORES DE EFEITO DE CAMPO DE JUNÇÃO 
Transistores bipolares de junção são estruturalmente diferentes dos 
FETs. O princípio de funcionamento do TBJ (BJT em inglês) é baseado na 
corrente de base, e o do FET é baseado na tensão da porta. As principais 
diferenças do FET são: 
 Apresentam altíssima impedância de entrada (na faixa dos 𝑇Ω 
atualmente); 
 São de fácil fabricação e ocupam muito menos espaço que os TBJ quando 
integrados; 
 São dispositivos unipolares, ou seja, sua operação depende somente do 
fluxo de portadores majoritários; 
 Quando a corrente de dreno é zero, eles não apresentam tensão de offset, 
o que faz deles excelentes chaveadores; 
 A principal desvantagem é o produto ganho banda passante que é menor 
do que o do TBJ. 
 
 
3 
O FET pode ser de canal n ou de canal p. No de canal n, os portadores 
majoritários são elétrons, e no de canal p, os portadores majoritários são as 
lacunas. O FET de canal n é similar ao transistor NPN, e as aplicações 
analógicas são similares. O FET de canal p é similar ao transistor PNP, e as 
aplicações analógicas são similares. 
A Figura 1 mostra os diferentes símbolos para FETs. Os MOSFETS serão 
estudados nos temas seguintes. 
Figura 1 – Símbolos para diferentes tipos de transistores de efeito de campo 
 
Fonte: Adaptado de Wikipedia, 2019. 
1.1 Características do transistor de efeito de campo de junção 
O transistor de efeito de campo de junção (JFET do inglês junction field 
effect transistor) é um dispositivo de três terminais, denominados: 
 G (gate): porta. 
 D (drain): dreno. 
 S (source): fonte. 
Figura 2 – Estrutura de um transistor de efeito de campo de junção de canal n 
 
Fonte: Boylestad; Nashelsky, 2013. 
 
 
4 
Há dois tipos de transistores de efeito de campo: de canal n e de canal p. 
A função do transistor de canal n é equivalente à do transistor bipolar NPN, e a 
do canal p à do PNP, mas com princípios de funcionamento muito diferentes. Na 
Figura 2 podemos ver a estrutura de um JFET em que a porta é de material do 
tipo p, e o canal entre dreno e fonte é do tipo n, por isso este é chamado de JFET 
de canal n. No caso do transistor de canal p, a porta é de material tipo n, e o 
canal é de material tipo p. Nos dois casos, o que diferencia o dreno da fonte é a 
dopagem, que é muito maior na fonte do que no dreno. A dopagem é gradativa, 
com altíssima concentração na fonte (S), e vai diminuindo gradualmente até 
chegar no dreno (D) com uma concentração bem menor. Os terminais são 
ligados ao circuito externo por meio de contatos ôhmicos. O terminal da porta no 
JFET de canal n está conectado aos dois lados p, e no de canal p, aos dois lados 
n. Deste jeito, formam-se junções p-n dos dois lados do canal, aparecendo 
regiões de depleção (sem portadores livres). Na ausência de fonte externa, 
essas duas regiões comportam-se como junções p-n não polarizadas. A 
circulação de corrente no canal é controlada pela tensão da porta, que administra 
a largura do canal aumentando ou diminuindo a largura das regiões de depleção. 
O funcionamento do FET é similar ao da torneira da Figura 3, na qual a abertura 
ou fechamento da porta controla a circulação de corrente entre a fonte e o dreno, 
mas essa é somente uma analogia para explicar aproximadamente o princípio 
de funcionamento. 
Figura 3 – Analogia entre controle de fluxo de água de uma torneira e o controle 
de corrente do canal do FET 
 
Fonte: Boylestad; Nashelsky, 2013. 
Aplicando uma tensão positiva ao dreno (𝑉𝐷𝐷 = 𝑉𝐷𝑆) e conectando a porta 
e a fonte no terra (tensão porta – fonte 𝑉𝐺𝑆 = 0 [𝑉]), a região de depleção 
penetrará no canal como mostra a Figura 4. Nesta figura, podemos ver que a 
 
 
5 
região de depleção é mais larga na região do dreno que na região da fonte, pois 
a fonte tem dopagem maior, e com maior dopagem há menor resistência do 
canal na região. Nestas condições, a fonte 𝑉𝐷𝐷 atrai os elétrons provenientes da 
fonte, estabelecendo uma corrente 𝐼𝐷 que circula de dreno para fonte. A corrente 
de dreno é a mesma corrente da fonte, limitada pela resistência do canal. A 
corrente da porta é 𝐼𝐺 = 0 [𝐴] devido à polarização reversa entre a porta e o 
canal. 
Figura 4 – Estado do JFET com 𝑉𝐺𝑆 = 0 [𝑉] e 𝑉𝐷𝑆 > 0 
 
Fonte: Boylestad; Nashelsky, 2013. 
1.2 Tensão de pinch-off 
À medida que a tensão 𝑉𝐷𝑆 (tensão dreno-fonte) aumenta, por lei de Ohm, 
a corrente do canal aumenta, como mostrado na Figura 5 (a). De acordo com a 
figura, podemos deduzir que, para valores pequenos (menores que um limiar) de 
𝑉𝐷𝑆, a resistência do canal é praticamente constante. Quando 𝑉𝐷𝑆 se aproxima 
de 𝑉𝑃 as regiões de depleção penetram cada vez mais no canal, reduzindo a 
largura e aumentando a resistência deste. Quanto maior a resistência, mais 
horizontal é a curva da figura 5a. Se a tensão 𝑉𝐷𝑆 aumentar o suficiente, as 
regiões de depleção na Figura 5 (b) parecem se tocar. Nesse momento, 
acontece o estrangulamento do canal. A tensão na qual acontece o 
estrangulamento é chamada de tensão de estrangulamento, constrição ou pinch-
off, denominada 𝑉𝑃. Aparentemente, as regiões de depleção encostam, portanto 
o canal estaria completamente fechado em 𝐼𝐷 = 0 [𝑚𝐴], mas na realidade existe 
um canal muito estreito que permite a passagem de corrente de alta densidade 
 
 
6 
chamada 𝐼𝐷𝑆𝑆 ou corrente de saturação. Para 𝑉𝐷𝑆 > 𝑉𝑃, o estrangulamento vai se 
estendendo a todo o comprimento do canal, mas a corrente de dreno permanece 
a mesma. Isso significa que para 𝑉𝐷𝑆 > 𝑉𝑃, o FET se comporta como uma fonte 
de corrente controlada (dependente) pela tensão da porta (enquanto o TBJ se 
comporta como fonte de corrente controlada pela corrente da base). 
𝐼𝐷𝑆𝑆 é a máxima corrente de dreno quando 𝑉𝐺𝑆 = 0 [𝑉] e 𝑉𝐷𝑆 > |𝑉𝑃| 
Tanto 𝐼𝐷𝑆𝑆 quanto 𝑉𝑃 (comumente chamada de 𝑉𝐺𝑆(𝑜𝑓𝑓) nas folhas de 
dados) são dados do fabricante do FET. 
Figura 5 – (a) Curva corrente tensão para 𝑉𝐺𝑆 = 0 [𝑉]; (b) canal do FET em 
estrangulamento 
 
Fonte: Boylestad; Nashelsky, 2013. 
1.3 Tensão 𝑽𝑮𝑺 < 𝟎 
A tensão 𝑉𝐺𝑆 é a tensão de controle do FET. Assim como o TBJ, existem 
curvas de entrada e saída que relacionam tensões e correntes. Na Figura 6 (a), 
coloca-se uma tensão 𝑉𝐺𝑆 = −1 [𝑉] junto com uma tensão 𝑉𝐷𝑆 > 0. 
 
 
 
7 
Figura 6 – (a) Tensão negativa de -1 [V] no terminal G de um FET; (b) JFET de 
canal n: curvas características para 𝐼𝐷𝑆𝑆 = 8 [𝑚𝐴] e 𝑉𝑃 = −4 [𝑉] 
 
Fonte: Boylestad; Nashelsky, 2013. 
Essa tensão negativa entre porta e fonte polariza reversamente as 
junções entre a porta e o canal, provocando o mesmo efeito explicado para 𝑉𝐺𝑆 =
0 [𝑉], mas com tensões menores em 𝑉𝐷𝑆. De acordo com a Figura 6 (b), podemos 
observar que à medida que 𝑉𝐺𝑆 diminui (aumenta em módulo), a tensão de pinch-
off também diminui. A intenção de colocar tensões menores entre porta e fonteé atingir a saturação para valores menores de 𝑉𝐷𝑆. Desta forma, quando 𝑉𝐺𝑆 =
−𝑉𝑃, a corrente 𝐼𝐷 será praticamente zero, levando o transistor ao corte. A região 
à direita do lugar geométrico do estrangulamento é chamada região de 
saturação, de amplificação linear ou de corrente constante. É nela que o 
transistor se comporta como amplificador. 
O valor da tensão 𝑉𝐺𝑆 que fecha a passagem de corrente pelo canal (𝐼𝐷 =
0 [𝑚𝐴]) é definido por 𝑉𝐺𝑆 = 𝑉𝑃, sendo 𝑉𝑃 uma tensão negativa para FETs de 
canal n e positiva para FETs de canal p. 
1.4 Resistor controlado por tensão 
Também chamado de VVR (voltage variable resistor), VCR (voltage 
controlled resistor) ou VDR (voltage dependent resistor). Na Figura 6 (b), a região 
à esquerda do pinch-off é chamada de resistência controlada por tensão ou 
região ôhmica. Nessa região, o transistor pode ser usado como resistor, cuja 
resistência é controlada pela tensão de porta fonte. O dispositivo nessa região é 
usado como resistor em sistemas de controle automático de ganho, por exemplo, 
 
 
8 
ou como resistência de proteção em circuitos digitais. A fórmula de cálculo 
aproximado da resistência é dada na equação (1), me que 𝑟𝑜 é a resistência para 
𝑉𝐺𝑆 = 0 [𝑉] e 𝑟𝑑 é a resistência para um determinado valor de 𝑉𝐺𝑆. 
 𝑟𝑑 =
𝑟𝑜
(1 − 𝑉𝐺𝑆/𝑉𝑃)2
 (1) 
Nota: para o JFET de canal p, a análise e os valores são similares, só que 
os valores positivos no canal n são negativos no canal p e vice-versa. 
1.5 Curvas de transferência 
Enquanto no TBJ há uma relação linear entre corrente da base e corrente 
de coletor, no JFET a relação entre tensão de porta-fonte e corrente de dreno 
não é linear e é definida pela equação de Shockley: 
 𝐼𝐷 = 𝐼𝐷𝑆𝑆 (1 −
𝑉𝐺𝑆
𝑉𝑃
)
2
 (2) 
A curva de transferência definida pela equação de Shockley não é afetada 
pelo circuito externo ao qual o dispositivo está conectado. 
De acordo com a equação (2), podemos verificar o seguinte: 
 Para 𝑉𝐺𝑆 = 0 [𝑉] 
𝐼𝐷 = 𝐼𝐷𝑆𝑆 (1 −
0
𝑉𝑃
)
2
= 𝐼𝐷𝑆𝑆(1 − 0)
2 𝐼𝐷 = 𝐼𝐷𝑆𝑆|𝑉𝐺𝑆=0 
 Para 𝑉𝐺𝑆 = 𝑉𝑃 
𝐼𝐷 = 𝐼𝐷𝑆𝑆 (1 −
𝑉𝑃
𝑉𝑃
)
2
= 𝐼𝐷𝑆𝑆(1 − 1)
2 𝐼𝐷 = 0 [𝑚𝐴]|𝑉𝐺𝑆=𝑉𝑃 
A Figura 7 mostra a curva de transferência de um JFET de canal n. 
Figura 7 – Curva de transferência de um JFET de canal n 
 
Fonte: Boylestad; Nashelsky, 2013. 
 
 
9 
Nesse gráfico, podemos ver que para 𝑉𝐺𝑆 = −2 [𝑉], 𝐼𝐷 = 2 [𝑚𝐴], 
aplicando a equação (2): 
𝐼𝐷 = 𝐼𝐷𝑆𝑆 (1 −
𝑉𝐺𝑆
𝑉𝑃
)
2
= 8 (1 −
−2
−4
)
2
 [𝑚𝐴] = 0,25.8 [𝑚𝐴] 𝐼𝐷 = 2 [𝑚𝐴]|𝑉𝐺𝑆=−2 [𝑉] 
A partir da equação (2), podemos deduzir que: 
 𝑉𝐺𝑆 = 𝑉𝑃 (1 − √
𝐼𝐷
𝐼𝐷𝑆𝑆
) (3) 
TEMA 2 – POLARIZAÇÃO DO JFET E MODELO PARA PEQUENOS SINAIS 
Assim como no transistor de junção, polarizar um transistor de efeito de 
campo é escolher e calcular um determinado ponto de trabalho ajustando 
tensões e correntes por meio de uma rede resistiva externa. Enquanto no 
transistor de junção a relação entre corrente da base e corrente de coletor é 
linear na região ativa, no transistor de efeito de campo, a relação entre corrente 
de dreno e tensão de porta não é linear, respondendo à equação de Shockley. 
Para análise em CC, é mais fácil trabalhar com métodos gráficos. No caso dos 
transistores de efeito de campo, a variável de controle é a tensão da porta, e a 
variável controlada é a corrente de dreno. 
Para análise CC do amplificador com JFET, as equações a serem 
avaliadas são a equação de Shockley (2) e as seguintes considerações: 
 𝐼𝐺 ≈ 0 [𝑚𝐴] 𝐼𝐷 = 𝐼𝑆 (4) 
2.1 Configurações 
 Fonte comum: o sinal de entrada entra pela porta do transistor e sai pelo 
dreno, sendo a fonte comum aos circuitos de entrada e de saída do 
transistor. 
 Dreno comum: o sinal de entrada entra pela porta do transistor e sai pela 
fonte, sendo o dreno comum aos circuitos de entrada e de saída do 
transistor. 
 Porta comum: o sinal de entrada entra pela fonte do transistor e sai pelo 
dreno, sendo a porta comum aos circuitos de entrada e de saída do 
transistor. 
Nota: Não existe configuração em que o sinal entre pelo dreno ou saia 
pela porta. 
 
 
10 
2.2 Polarização fixa 
Esta é a configuração mais simples e pode ser calculada tanto por método 
matemático quanto por método gráfico. No circuito da Figura 8 (a), os capacitores 
servem para desacople de contínua, ou seja, para bloquear a corrente contínua 
proveniente da polarização da etapa anterior (𝐶1) e para evitar que a corrente 
contínua de polarização da etapa passe para a etapa seguinte (𝐶2). Para análise 
CC, os capacitores estão em circuito aberto. A Figura 8 (b) mostra o circuito 
pronto para análise CC. 
Como não circula corrente por (𝑅𝐺), a queda de tensão nela será zero, por 
isso foi tirada do circuito b. 
 𝑉𝐺𝑆 = −𝑉𝐺𝐺 (5) 
Como 𝑉𝐺𝑆 é um valor fixo, ele pode ser usado na equação de Shockley 
diretamente, respeitando seu sinal e sua magnitude. Para análise gráfica, na 
Figura 9 podemos ver dois casos: 
𝑉𝐺𝑆 =
𝑉𝑃
2
 
𝑉𝐺𝑆 = −𝑉𝐺𝐺 
Figura 8 – (a) Polarização fixa; (b) circuito para análise em contínua 
 
Fonte: Boylestad; Nashelsky, 2013. 
Para o primeiro caso, o ponto de interseção da reta vertical com a curva 
da equação de Shockley determina 𝐼𝐷 =
𝐼𝐷𝑆𝑆
4
. No segundo caso, a reta vertical 
está em 𝑉𝐺𝑆 = −𝑉𝐺𝐺, e a corrente de dreno é determinada pela interseção entre 
 
 
11 
a reta e a curva. O ponto 𝑄 é o ponto de operação (ponto quiescente) calculado 
graficamente. 
Figura 9 – (a) Equação de Shockley; (b) análise gráfica para polarização fixa 
 
Fonte: Boylestad; Nashelsky, 2013. 
Para analisar a saída, utilizamos as Leis de Kirchoff. A malha de saída é 
definida pela equação (6): 
 𝑉𝐷𝐷 = 𝐼𝐷 . 𝑅𝐷 + 𝑉𝐷𝑆 (6) 
2.3 Autopolarização 
A configuração por autopolarização não precisa da fonte ligada à porta. A 
tensão de controle nesse caso é a tensão do resistor 𝑅𝑆. 
Figura 10 – (a) Autopolarização; (b) circuito para análise em contínua 
 
Fonte: Boylestad; Nashelsky, 2013. 
Analisando a malha de entrada, temos as seguintes equações: 
𝑉𝑅𝑆 = 𝐼𝐷𝑅𝑆 𝑉𝐺𝑆 + 𝑉𝑅𝑆 = 0 
 𝑉𝐺𝑆 = −𝑉𝑅𝑆 𝑉𝐺𝑆 = −𝐼𝐷𝑅𝑆 (7) 
 
 
12 
A tensão de porta fonte é função da corrente de dreno, portanto a 
amplitude dessa tensão não vai mais ser constante, como na polarização fixa. 
2.3.1 Resolução matemática 
𝐼𝐷 = 𝐼𝐷𝑆𝑆 (1 −
𝑉𝐺𝑆
𝑉𝑃
)
2
𝐼𝐷 = 𝐼𝐷𝑆𝑆 (1 −
−𝐼𝐷𝑅𝑆
𝑉𝑃
)
2
𝐼𝐷 = 𝐼𝐷𝑆𝑆 (1 +
𝐼𝐷𝑅𝑆
𝑉𝑃
)
2
 
Trabalhando com as equações anteriores, a equação para calcular 𝐼𝐷 
seria uma equação quadrática da seguinte forma: 
 𝐼𝐷
2 [𝐼𝐷𝑆𝑆 (
𝑅𝑆
𝑉𝑃
)
2
] + 𝐼𝐷 [2𝐼𝐷𝑆𝑆
𝐼𝐷𝑅𝑆
𝑉𝑃
] + 𝐼𝐷𝑆𝑆 = 0 (8) 
Aplicando essa equação de segundo grau, a corrente 𝐼𝐷 pode ser 
calculada pelo método matemático. 
2.3.2 Resolução gráfica 
Para resolver pelo método gráfico, precisamos da curva de transferência. 
Sobre essa curva será traçada uma reta. Para definir a reta, serão escolhidos 
dois pontos considerando a equação (7). O ponto de interseção da reta de 
autopolarização com a curva de transferência determinará o ponto quiescente 
do JFET. 
𝐼𝐷 = 0 𝑉𝐺𝑆 = −𝐼𝐷𝑅𝑆 = 0 
𝐼𝐷 =
𝐼𝐷𝑆𝑆
2
𝑉𝐺𝑆 = −
𝐼𝐷𝑆𝑆. 𝑅𝑆
2
 
Figura 11 – Reta de autopolarização 
 
Fonte: Boylestad; Nashelsky, 2013. 
 
 
13 
A saída pode ser analisada aplicando Lei de Kirchoff das malhas: 
𝑉𝐷𝐷 = 𝐼𝐷 . 𝑅𝐷 + 𝑉𝐷𝑆 + 𝑉𝑅𝑆 
𝑉𝐷𝐷 = 𝐼𝐷 . 𝑅𝐷 + 𝑉𝐷𝑆 + 𝐼𝐷 . 𝑅𝑆 
 𝑉𝐷𝐷 = 𝐼𝐷 . (𝑅𝐷 + 𝑅𝑆) + 𝑉𝐷𝑆 (9) 
2.4 Polarização por divisor de tensão 
Este tipo de polarização é similar ao da aplicada em transístores de 
junção, mas, como a corrente na porta é igual a zero, é possível aplicar divisor 
de tensão. 
Figura 12 – (a) Polarização por divisor de tensão; (b) circuito para análise em 
contínua 
 
Fonte: Boylestad; Nashelsky, 2013. 
A corrente da porta do transistor é igual a zero, então, se aplicarmos a lei 
de Kirchoffdas malhas na malha indicada na Figura 12 (b): 
𝑉𝐺 = 𝑉𝐺𝑆 + 𝑉𝑅𝑆 
𝑉𝑅𝑆 = 𝐼𝑆. 𝑅𝑆 = 𝐼𝐷 . 𝑅𝑆 
 𝑉𝐺𝑆 = 𝑉𝐺 − 𝑉𝑅𝑆 (10) 
A tensão 𝑉𝐺 e o resistor 𝑅𝑆 são escolhidos pelo projetista de acordo com 
o projeto, e 𝑉𝐺𝑆 e 𝐼𝐷 são variáveis da equação de Shockley. Da equação (10) 
podemos deduzir que se 𝐼𝐷 = 0: 
 𝑉𝐺𝑆 = 𝑉𝐺|𝐼𝐷=0 (11) 
 
 
 
 
14 
E para 𝑉𝐺𝑆 = 0: 
0 = 𝑉𝐺 − 𝐼𝐷 . 𝑅𝑆 
𝑉𝐺 = 𝐼𝐷 . 𝑅𝑆 
 𝐼𝐷 =
𝑉𝐺
𝑅𝑆
|
𝑉𝐺𝑆=0
 (12) 
Com os dois pontos definidos pelas equações (11) e (12), podemos traçar 
a reta de polarização, como mostra a Figura 13. 
Figura 13 – Polarização por divisor de tensão, reta de polarização 
 
Fonte: Boylestad; Nashelsky, 2013. 
O ponto onde a reta intercepta a curva define o ponto de operação do 
transistor. Para valores maiores de 𝑅𝑆, a corrente de dreno será menor, como 
consequência a inclinação da reta de polarização terá um ângulo menor, como 
mostra a Figura 14. 
 𝑉𝐺𝑆 = −𝑉𝐺𝐺 (5) 
Como 𝑉𝐺𝑆 é um valor fixo e pode ser usado na equação de Shockley 
diretamente, respeitando seu sinal e sua magnitude. Para análise gráfica, na 
Figura 9 podemos ver dois casos: 
1. 𝑉𝐺𝑆 =
𝑉𝑃
2
 
2. 𝑉𝐺𝑆 = −𝑉𝐺𝐺 
 
 
 
15 
Figura 14 – Retas de polarização para duas resistências de fonte de valões 
diferentes 
 
Fonte: Boylestad; Nashelsky, 2013. 
Uma vez calculado o ponto de operação, a análise do circuito é feita por 
leis de Kirchoff. 
Para a malha de entrada: 
 𝐼𝑅1 = 𝐼𝑅2 = 
𝑉𝐷𝐷
𝑅1 + 𝑅2
 (13) 
Para a malha de saída: 
 𝑉𝐷𝐷 = 𝑉𝐷𝑆 + 𝐼𝐷(𝑅𝐷 + 𝑅𝑆) ⟹ 𝑉𝐷𝑆 = 𝑉𝐷𝐷 − 𝐼𝐷(𝑅𝐷 + 𝑅𝑆) (14) 
 𝑉𝐷 = 𝑉𝐷𝐷 − 𝐼𝐷𝑅𝐷 (15) 
 𝑉𝑆 = 𝐼𝐷𝑅𝑆 (16) 
2.5 Porta comum 
A configuração porta comum é aquela na qual o sinal entra na fonte e sai 
no dreno, e a porta está ligada ao terra. 
Figura 15 – Configuração porta comum 
 
Fonte: Boylestad; Nashelsky, 2013. 
 
 
16 
𝑉𝑆𝑆 = 𝑉𝐺𝑆 + 𝐼𝑆𝑅𝑆 𝐼𝐷 = 𝐼𝑆 
 𝑉𝐺𝑆 = 𝑉𝑆𝑆 − 𝐼𝐷𝑅𝑆 (18) 
Se 𝐼𝐷 = 0: 
 𝑉𝐺𝑆 = 𝑉𝑆𝑆|𝐼𝐷=0 (19) 
E para 𝑉𝐺𝑆 = 0: 
0 = 𝑉𝑆𝑆 − 𝐼𝐷 . 𝑅𝑆 
𝑉𝑆𝑆 = 𝐼𝐷 . 𝑅𝑆 
 𝐼𝐷 =
𝑉𝑆𝑆
𝑅𝑆
|
𝑉𝐺𝑆=0
 (20) 
Com os dois pontos definidos pelas equações (19) e (20), podemos traçar 
a reta de polarização, como mostra a Figura 16. 
Figura 16 – Determinação do ponto quiescente para configuração porta comum 
 
Fonte: Boylestad; Nashelsky, 2013. 
Na Figura 15 (b), podemos ver que as fontes de alimentação de dreno e 
de fonte estão em série se somando, portanto: 
𝑉𝐷𝐷 + 𝑉𝑆𝑆 = 𝐼𝐷𝑅𝐷 + 𝑉𝐷𝑆 + 𝐼𝐷𝑅𝑆 
 𝑉𝐷𝑆 = 𝑉𝐷𝐷 + 𝑉𝑆𝑆 − 𝐼𝐷(𝑅𝐷 + 𝑅𝑆) (21) 
 𝑉𝐷 = 𝑉𝐷𝐷 − 𝐼𝐷𝑅𝐷 (22) 
 𝑉𝑆 = −𝑉𝑆𝑆 + 𝐼𝐷𝑅𝑆 (23) 
2.6 Modelo para pequenos sinais 
Para analisar o comportamento do JFET com sinais variáveis, é 
necessário usar o modelo de pequenos sinais, como o da Figura 17. 
Considerando que a tensão porta fonte controla a corrente de dreno, definimos 
a transcondutância 𝑔𝑚 como a variação da corrente de dreno em função da 
variação da tensão de porta fonte: 
 
 
17 
 𝑔𝑚 =
Δ𝐼𝐷
Δ𝑉𝐺𝑆
=
2𝐼𝐷𝑆𝑆
|𝑉𝑃|
[1 −
𝑉𝐺𝑆
𝑉𝑃
] (24) 
Um caso particular acontece para 𝑉𝐺𝑆 = 0, que chamaremos de 𝑔𝑚0 
𝑔𝑚 =
2𝐼𝐷𝑆𝑆
|𝑉𝑃|
[1 −
𝑉𝐺𝑆
𝑉𝑃
]|
𝑉𝐺𝑆=0
= 𝑔𝑚0 
 𝑔𝑚0 =
2𝐼𝐷𝑆𝑆
|𝑉𝑃|
 (25) 
Portanto: 
 𝑔𝑚 = 𝑔𝑚0 [1 −
𝑉𝐺𝑆
𝑉𝑃
] = 𝑔𝑚0√
𝐼𝐷
𝐼𝐷𝑆𝑆
 (26) 
Figura 17 – Quadripolo equivalente do JFET para sinais variáveis 
 
Fonte: Boylestad; Nashelsky, 2013. 
Na Figura 17, podemos observar que a impedância de entrada é infinita 
(a porta está em circuito aberto), a corrente de dreno é representada pela fonte 
controlada por tensão, e 𝑟𝑑 é a impedância de saída determinada pelas curvas 
de saída e pode ser definida como: 
 𝑟𝑑 =
Δ𝑉𝐷𝑆
Δ𝐼𝐷
|
𝑉𝐺𝑆 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒
 (27) 
 
 
 
 
18 
Figura 18 – (a) Circuito em configuração fonte comum com polarização fixa; (b) 
circuito equivalente para análise de pequenos sinais 
 
Fonte: Boylestad; Nashelsky, 2013. 
Para pequenos sinais, o JFET é substituído no circuito de polarização pelo 
modelo como mostra a Figura 18. O circuito da Figura 18 (b) pode ser analisado 
por leis de Kirchoff e de Ohm, curtocircuitando as fontes e os capacitores de 
desacople (teorema de superposição). A transcondutância se mede em Siemens 
[S], e a resistência de saída (dreno) em Ohms [Ω]. 
TEMA 3 – TRANSISTOR DE EFEITO DE CAMPO MOS 
Existem dois tipos de transistores MOS: 
 Enriquecimento ou intensificação (E-MOSFET). 
 Depleção (D-MOSFET). 
A diferença entre eles está principalmente no modo de operação. O 
MOSFET de enriquecimento (intensificação) é o mais usado. 
 Enriquecimento: 
 Sem aplicação de tensão na porta, o canal não existe. O canal se forma 
se aplicarmos uma tensão maior do que um determinado limiar. 
 Com tensão 𝑉𝐺𝑆 = 0 [𝑉], ele equivale a uma chave aberta. Portanto, 
podemos dizer que ele é normal aberto. 
 Ele tem corrente de difusão. 
 Depleção: 
 O canal é construído por dopagem no momento da fabricação. 
 
 
19 
 Ele precisa de tensão 𝑉𝐺𝑆 para desligar e equivale a uma chave 
fechada, portanto podemos dizer que é normal fechado. 
 Ele não tem corrente de difusão. 
Para os dois tipos de transistores, existe uma camada de dióxido de silício 
(SiO2) que isola a porta do substrato (enriquecimento) ou do canal (depleção), 
daí vem o nome de MOS ou transistor de porta isolada. O dióxido de silício é um 
dielétrico que estabelece um campo elétrico quando conectado a uma tensão. 
Esse dielétrico é responsável por: 
 Isolação da porta (metálica), ou seja, não há contato entre a porta e o 
canal. 
 Altíssima impedância de entrada do dispositivo. 
 A corrente de porta 𝐼𝐺 = 0, devido a que a impedância de entrada está 
na faixa dos 𝑇𝛺. 
 A impedância de entrada é muito maior do que a dos JFET, que por 
sua vez é muito maior do que a dos TBJ. 
3.1 MOSFET tipo enriquecimento 
Figura 19 – Símbolos do MOSFET tipo enriquecimento 
 
Fonte: Boylestad; Nashelsky, 2013. 
Esse MOSFET é construído a partir de um substrato de silício do tipo p 
para o transístor de canal n e do tipo n para o transístor de canal p. Na parte 
superior da Figura 19, podemos ver que o substrato (tipo p para o transistor de 
canal n e tipo n para o de canal p) pode estar conectado a um quarto terminal 
(SS) para permitir o controle externo do potencial do substrato. Como mostrado 
 
 
20 
na parte inferior da figura, ele também pode estar internamente conectado ao 
terminal da fonte. Na Figura 20 (a), podemos ver que o terminal de porta não 
está em contato com o substrato. Os três terminais possuem contatos metálicos 
para conexão com o circuito externo. Esse tipo de transistor não possui canal 
formado até ser induzido por uma tensão externa. 
3.1.1 Princípio de operação e curvas características 
Se 𝑉𝐺𝑆 = 0 [𝑉], o canal não está formado, portanto não há circulação de 
corrente (diferente do JFET, em que circulará uma grande corrente para este 
valor de tensão de porta – fonte). Sem o canal estar formado, não há como os 
portadores gerados pela fonte atingirem o dreno. Com 𝑉𝐺𝑆 = 0 [𝑉], 𝑉𝐷𝑆 > 0 [𝑉] e 
o terminal SS conectado à fonte, haverá duas junções p-n reversamente 
polarizadas entre o dreno e o substrato e a fonte e o substrato. 
Figura 20 – (a) MOSFET de canal n tipo enriquecimento; (b) formação do canal; 
(c) variações no canal e na região de depleção para aumento de 𝑉𝐷𝑆 mantendo 
𝑉𝐺𝑆 constante 
 
Fonte: Boylestad; Nashelsky, 2013. 
Na Figura 20 (b), tanto 𝑉𝐷𝑆 como 𝑉𝐺𝑆 são positivas, estabelecendo um 
potencial positivo tanto para o dreno como para a porta em relação à fonte. A 
tensão positiva da porta empurrará as lacunas do substrato abrindo o canal 
(formando uma região de depleção) para permitir a circulação de portadores 
entre a fonte e o dreno. 
O nível de tensão 𝑉𝐺𝑆 que provocará um significativo aumento na corrente 
de dreno é chamada de tensão de limiar𝑉𝑇, comumente chamada de 𝑉𝐺𝑆(𝑇ℎ) nas 
 
 
21 
folhas de dados. Mas, mantendo 𝑉𝐺𝑆 constante e aumentando 𝑉𝐷𝑆, a corrente de 
dreno atingirá a saturação, e, após o pinch-off, a corrente 𝐼𝐷 terá um valor fixo. 
Portanto, qualquer aumento de 𝑉𝐷𝑆 com 𝑉𝐺𝑆 fixa não afetará a corrente 𝐼𝐷 até a 
ruptura ser alcançada. Aplicando lei de Kirchoff das tensões, podemos dizer que: 
 𝑉𝐷𝑆 = 𝑉𝐷𝐺 + 𝑉𝐺𝑆 (28) 
Observando as curvas características de dreno da Figura 21, podemos 
afirmar que para 𝑉𝐺𝑆 = 8 [𝑉], a saturação acontece para 𝑉𝐷𝑆 = 6 [𝑉]. Essa 
relação é dada pela equação (29): 
 𝑉𝐷𝑆𝑠𝑎𝑡 = 𝑉𝐺𝑆 − 𝑉𝑇 (29) 
Nessa mesma figura, podemos observar que para valores de 𝑉𝐺𝑆 menores 
do que 𝑉𝑇, a corrente de dreno é igual a zero. 
Figura 21 – Curvas características de dreno de um MOSFET de enriquecimento 
de canal n 
 
Fonte: Boylestad; Nashelsky, 2013. 
A equação de Shockley não é válida para o MOSFET de enriquecimento. 
Para valores da tensão de porta fonte superiores à tensão de limiar, a corrente 
de dreno responde à seguinte equação: 
 𝐼𝐷 = 𝑘(𝑉𝐺𝑆 − 𝑉𝑇)
2 (30) 
O valor k é pode ser determinado pela equação (31) 
 𝑘 =
𝐼𝐷(𝑙𝑖𝑔𝑎𝑑𝑜)
(𝑉𝐺𝑆(𝑙𝑖𝑔𝑎𝑑𝑜) − 𝑉𝑇)
2 (31) 
 
 
22 
Nas folhas de dados 𝐼𝐷(𝑙𝑖𝑔𝑎𝑑𝑜) = 𝐼𝐷(𝑜𝑛) e 𝑉𝐺𝑆(𝑙𝑖𝑔𝑎𝑑𝑜) = 𝑉𝐺𝑆(𝑜𝑛). A Figura 22 
mostra as curvas deste MOSFET: 
Figura 22 – MOSFET de enriquecimento de canal n: (a) curva de transferência; 
(b) curvas características de dreno 
 
Fonte: Boylestad; Nashelsky, 2013. 
3.1.2 MOSFET de enriquecimento de canal p 
O MOSFET de enriquecimento de canal p tem estrutura e princípio de 
funcionamento similares ao de canal n, mas os sinais são invertidos, a fonte e o 
dreno são de material tipo p, e o substrato é tipo n. 
Figura 23 – MOSFET de enriquecimento de canal p: (a) dispositivo; (b) curva de 
transferência; (c) curvas características de dreno 
 
Fonte: Boylestad; Nashelsky, 2013. 
3.2 MOSFET tipo depleção 
 
 
23 
Figura 24 – Símbolos do MOSFET tipo depleção 
 
Fonte: Boylestad; Nashelsky, 2013. 
Na Figura 24 (a), podemos ver que o terminal de porta não está em 
contato com o canal. Os três terminais possuem contatos metálicos para 
conexão com o circuito externo. Neste tipo de transistor, o canal é formado no 
momento da fabricação conectando o terminal de dreno com o terminal de fonte. 
Esse MOSFET é construído a partir de um substrato de silício do tipo p 
para o transístor de canal n e do tipo n para o transístor de canal p. Na parte 
superior da Figura 13, podemos ver que o substrato (tipo p para o transistor de 
canal n e tipo n para o de canal p) pode estar conectado a um quarto terminal 
(SS) para permitir o controle externo do potencial do substrato ou (como 
mostrado na parte inferior da figura) ele pode estar internamente conectado ao 
terminal da fonte. 
3.2.1 Princípio de operação e curvas características 
A Figura 25 (a) mostra a estrutura de um MOSFET de depleção. Na Figura 
25 (b), com 𝑉𝐺𝑆 = 0 [𝑉] e 𝑉𝐷𝐷 > 0 [𝑉], os elétrons livres do canal são atraídos 
pela fonte positiva do dreno. Essa corrente também é chamada de 𝐼𝐷𝑆𝑆, e o 
mecanismo é similar ao do JFET. Quando a tensão aplicada à porta é negativa 
(Figura 25 (c)), os elétrons do canal são repelidos, e as lacunas do substrato são 
atraídas. À medida que a tensão negativa da porta aumenta em módulo, a 
recombinação entre elétrons e lacunas aumenta, reduzindo a quantidade de 
elétrons livres no canal. Portanto, a corrente de dreno é cada vez menor. 
 
 
24 
Figura 25 – (a) MOSFET de canal n tipo depleção; (b) MOSFET com 𝑉𝐺𝑆 = 0 [𝑉] 
e 𝑉𝐷𝐷 > 0 [𝑉]; (c) aplicação de tensão negativa no terminal da porta 
 
Fonte: Boylestad; Nashelsky, 2013. 
Como podemos observar na Figura 26, para a parte negativa de 𝑉𝐺𝑆 (até 
o pinch-off), os traçados das curvas do MOSFET de depleção são idênticos aos 
do JFET, mas para tensões positivas de 𝑉𝐺𝑆, a tensão positiva da porta atrai 
elétrons do substrato, e, de acordo com o aumento positivo de 𝑉𝐺𝑆, a corrente de 
dreno aumenta significativamente devido à grande quantidade de elétrons no 
canal. Como a corrente circulando no dreno pode vir a ser muito alta nessas 
condições, devemos ficar atentos para ver se ela não ultrapassa o valor de 
corrente limite que o dispositivo pode aguentar. A aplicação de uma tensão 
positiva entre porta e fonte “intensificou” a quantidade de portadores livres no 
canal. Para tensões positivas de 𝑉𝐺𝑆, ele trabalha como um MOSFET de 
intensificação ou enriquecimento: 
 𝑉𝐺𝑆 ≤ 0 região de depleção 
 𝑉𝐺𝑆 > 0 região de intensificação ou enriquecimento 
A equação de Shockley pode ser aplicada tanto na região de depleção 
quanto na de enriquecimento no MOSFET de depleção. 
 
 
 
25 
Figura 26 – MOSFET de depleção de canal n: (a) Curva de transferência; (b) 
curvas características de dreno 
 
Fonte: Boylestad; Nashelsky, 2013. 
3.2.2 MOSFET de depleção de canal p 
O MOSFET de depleção de canal p tem estrutura e princípio de 
funcionamento similares aos de canal n, mas os sinais são invertidos, a fonte e 
o dreno são de material tipo p, e o substrato é tipo n. 
Figura 27 – MOSFET de depleção de canal p: (a) dispositivo; (b) curva de 
transferência; (c) curvas características de dreno 
 
Fonte: Boylestad; Nashelsky, 2013. 
TEMA 4 – POLARIZAÇÃO DO MOSFET E MODELO PARA PEQUENOS SINAIS 
A curva de transferência do MOSFET de enriquecimento (intensificação) 
é diferente da curva do JFET e do MOSFET de depleção, portanto a resolução 
gráfica também será diferente da desses dois tipos de FET. Cabe lembrar que a 
 
 
26 
corrente de dreno do MOSFET de intensificação de canal n será zero se a tensão 
de porta fonte for menor que o limiar 𝑉𝐺𝑆(𝑇ℎ). 
4.1 Polarização do MOSFET tipo enriquecimento 
Para valores da tensão de porta fonte, a corrente de dreno depende de 
𝑉𝐺𝑆, como mostra a equação (30): 𝐼𝐷 = 𝑘(𝑉𝐺𝑆 − 𝑉𝐺𝑆(𝑇ℎ))
2
. A equação (31) define 
o parâmetro de condutividade 𝑘 [𝐴/𝑉2]. Definido o fator 𝑘, podemos estipular a 
corrente de dreno para valores determinados da tensão de porta fonte. 
Geralmente se escolhe um ponto entre 𝑉𝐺𝑆(𝑇ℎ) e 𝑉𝐺𝑆(𝑜𝑛) (𝑉𝐺𝑆(𝑙𝑖𝑔𝑎𝑑𝑜) em alguns 
livros em português). 
Figura 28 – Curva de transferência de um MOSFET de enriquecimento de canal 
n 
 
Fonte: Boylestad; Nashelsky, 2013. 
4.1.1 Polarização com realimentação 
Na Figura 29, o resistor 𝑅𝐺 ligado entre o dreno e a porta serve para colocar 
a tensão do dreno da porta do transistor. Esse resistor deve ter um valor muito 
alto para não interferir na altíssima impedância de entrada do transistor. Como 
não há corrente na porta, a queda de tensão nele é zero: 
𝑉𝐷 = 𝑉𝐺 
 𝑉𝐷𝑆 = 𝑉𝐺𝑆 (32) 
Para a malha de saída: 
𝑉𝐷𝑆 = 𝑉𝐷𝐷 − 𝐼𝐷𝑅𝐷 
 
 
27 
 𝑉𝐺𝑆 = 𝑉𝐷𝐷 − 𝐼𝐷𝑅𝐷 (33) 
Figura 29 – (a) Polarização com realimentação; (b) circuito para análise em 
contínua 
 
Fonte: Boylestad; Nashelsky, 2013. 
A partir da equação (33), podemos deduzir que se 𝐼𝐷 = 0: 
 𝑉𝐺𝑆 = 𝑉𝐷𝐷|𝐼𝐷=0 (34) 
E para 𝑉𝐺𝑆 = 0: 
0 = 𝑉𝐷𝐷 − 𝐼𝐷 . 𝑅𝐷 
𝑉𝐷𝐷 = 𝐼𝐷 . 𝑅𝐷 
 𝐼𝐷 =
𝑉𝐷𝐷
𝑅𝐷
|
𝑉𝐺𝑆=0
 (35) 
Com os dois pontos definidos pelas equações (34) e (35), podemos traçar 
a reta de polarização. A Figura 30 mostra o cálculo gráfico do ponto de operação. 
Figura 30 – Curva de transferência e reta de polarização para determinação do 
ponto Q 
 
Fonte: Boylestad; Nashelsky, 2013. 
 
 
28 
4.1.2 Polarização por divisor de tensão 
A Figura 31 mostra um MOSFET de intensificação com polarização por 
divisor de tensão. Como a corrente na porta é igual a zero, é possível aplicar 
divisor de tensão na porta do transistor. 
Figura 31 – Polarização por divisor de tensão de um MOSFET de enriquecimento 
de canal n 
 
Fonte: Boylestad; Nashelsky, 2013. 
Aplicando divisor de tensão na porta do transistor: 
 𝑉𝐺 = 𝑉𝐷𝐷 .
𝑅2
𝑅1+ 𝑅2
 (36) 
Para a malha de entrada, aplicando Lei de Kirchoff: 
𝑉𝐺 = 𝑉𝐺𝑆 + 𝑉𝑅𝑆 
 𝑉𝐺𝑆 = 𝑉𝐺 − 𝐼𝐷𝑅𝑆 (37) 
Conhecendo a tensão 𝑉𝐺 e o resistor 𝑅𝑆 da equação (10), podemos 
deduzir que se 𝐼𝐷 = 0: 
 𝑉𝐺𝑆 = 𝑉𝐺|𝐼𝐷=0 (38) 
E para 𝑉𝐺𝑆 = 0: 
0 = 𝑉𝐺 − 𝐼𝐷 . 𝑅𝑆 
𝑉𝐺 = 𝐼𝐷 . 𝑅𝑆 
 𝐼𝐷 =
𝑉𝐺
𝑅𝑆
|
𝑉𝐺𝑆=0
 (39) 
Com os dois pontos definidos pelas equações (38) e (39), podemos traçar 
a reta de polarização, como mostra a Figura 32. 
 
 
29 
Figura 32 – Polarização por divisor de tensão, reta de polarização 
 
Fonte: Boylestad; Nashelsky, 2013. 
4.2 Polarização do MOSFET tipo depleção 
Como o MOSFET tipo depleção cumpre com a equação de Shockley 
(valores negativos de 𝑉𝐺𝑆), a análise em CC é similar à do JFET. A diferença 
entre eles é que o MOSFET de depleção tem valores negativos e positivos de 
𝑉𝐺𝑆 e valores da corrente de dreno maiores do que 𝐼𝐷𝑆𝑆. 
4.2.1 Autopolarização 
A configuração por autopolarização não precisa da fonte ligada à porta. A 
tensão de controle nesse caso é a tensão do resistor 𝑅𝑆. 
Figura 33 – Autopolarização 
 
Fonte: Boylestad; Nashelsky, 2013. 
 
 
30 
4.2.1.1 Resolução gráfica 
Para resolver pelo método gráfico, precisamos da curva de transferência. 
Sobre essa curva será traçada uma reta. Para definir a reta, serão escolhidos 
dois pontos considerando a equação (40). O ponto de interseção da reta de 
autopolarização com a curva de transferência determinará o ponto quiescente 
do JFET. 
𝐼𝐷 = 0 𝑉𝐺𝑆 = −𝐼𝐷𝑅𝑆 = 0 
Para um valor escolhido de 𝑉𝐺𝑆 inferior ao pinch-off: 
𝐼𝐷 = −
𝑉𝐺𝑆
𝑅𝑆
 
Com esses dois valores, podemos traçar a reta de polarização: 
Figura 34 – Reta de autopolarização 
 
Fonte: Adaptado de Boylestad; Nashelsky, 2013. 
A saída pode ser analisada aplicando Lei de Kirchoff das malhas. 
𝑉𝐷𝐷 = 𝐼𝐷 . 𝑅𝐷 + 𝑉𝐷𝑆 + 𝑉𝑅𝑆 
𝑉𝐷𝐷 = 𝐼𝐷 . 𝑅𝐷 + 𝑉𝐷𝑆 + 𝐼𝐷 . 𝑅𝑆 
 𝑉𝐷𝐷 = 𝐼𝐷 . (𝑅𝐷 + 𝑅𝑆) + 𝑉𝐷𝑆 (41) 
 
 
 
 
31 
4.2.2 Polarização por divisor de tensão 
Figura 35 – Polarização por divisor de tensão 
 
Fonte: Boylestad; Nashelsky, 2013. 
Aplicando divisor de tensão na porta: 
𝑉𝐺 = 𝑉𝐷𝐷.
𝑅2
𝑅1 + 𝑅2
 
𝑉𝐺 = 𝑉𝐺𝑆 + 𝑉𝑅𝑆 
𝑉𝑅𝑆 = 𝐼𝑆. 𝑅𝑆 = 𝐼𝐷 . 𝑅𝑆 
 𝑉𝐺𝑆 = 𝑉𝐺 − 𝐼𝐷 . 𝑅𝑆 (42) 
Da equação (42), podemos deduzir que, se 𝐼𝐷 = 0: 
 𝑉𝐺𝑆 = 𝑉𝐺|𝐼𝐷=0 (43) 
Figura 36 – Polarização por divisor de tensão, reta de polarização 
 
Fonte: Boylestad; Nashelsky, 2013. 
 
 
 
32 
E para 𝑉𝐺𝑆 = 0: 
0 = 𝑉𝐺 − 𝐼𝐷 . 𝑅𝑆 
𝑉𝐺 = 𝐼𝐷 . 𝑅𝑆 
 𝐼𝐷 =
𝑉𝐺
𝑅𝑆
|
𝑉𝐺𝑆=0
 (44) 
Com os dois pontos definidos pelas equações (43) e (44), podemos traçar 
a reta de polarização, como mostra a Figura 36. 
O ponto onde a reta intercepta a curva define o ponto de operação do 
transistor. Para valores menores de 𝑅𝑆, a corrente de dreno será maior, e, como 
consequência, a inclinação da reta de polarização terá um ângulo maior. 
Para a malha de entrada: 
 𝐼𝑅1 = 𝐼𝑅2 = 
𝑉𝐷𝐷
𝑅1 + 𝑅2
 (45) 
Para a malha de saída: 
 𝑉𝐷𝐷 = 𝑉𝐷𝑆 + 𝐼𝐷(𝑅𝐷 + 𝑅𝑆) ⟹ 𝑉𝐷𝑆 = 𝑉𝐷𝐷 − 𝐼𝐷(𝑅𝐷 + 𝑅𝑆) (46) 
 𝑉𝐷 = 𝑉𝐷𝐷 − 𝐼𝐷𝑅𝐷 (47) 
 𝑉𝑆 = 𝐼𝐷𝑅𝑆 (48) 
4.3 Modelos para pequenos sinais 
O modelo para pequenos sinais apresentado na Figura 17 também se 
aplica para MOSFETS. Para pequenos sinais, o MOSFET é substituído no 
circuito de polarização pelo modelo para pequenos sinais. O circuito resultante 
pode ser analisado por leis de Kirchoff e de Ohm, curtocircuitando as fontes e os 
capacitores de desacople (teorema de superposição). A transcondutância se 
mede em Siemens [S], e a resistência de saída (dreno), em Ohms [Ω]. 
TEMA 5 – O MOSFET COMO DISPOSITIVO DIGITAL 
A tecnologia digital faz parte do nosso dia a dia. Como já vimos, circuitos 
digitais (ou circuitos lógicos) são compostos por dispositivos semicondutores. 
Enquanto os dispositivos baseados em transístores de junção são mais rápidos, 
os transistores TTL ocupam um espaço grande na pastilha de semicondutor e 
consomem mais energia; os MOSFETs são muitíssimo menores em tamanho e 
consomem muito menos, mas, pelo fato de serem mais capacitivos, são mais 
lentos na transição. Todas as tecnologias têm vantagens e desvantagens, e 
 
 
33 
todas elas são usadas de acordo com a necessidade e com a aplicação. A Figura 
37 mostra um resumo das diferentes tecnologias de circuitos digitais. 
Figura 37 – Tecnologias digitais e famílias lógicas 
 
Fonte: Adaptado de Sedra; Smith, 2000. 
Em projetos de circuitos lógicos, podemos desenvolver circuitos 
compostos por somente uma família lógica, mas em alguns casos será 
necessário trabalhar com mais de uma família. Para trabalhar com mais de uma 
família, devemos colocar interfaces entre eles, pois elas trabalham com tensões 
e impedâncias diferentes. Já falamos acerca de portas com diodos, em que 
foram apresentados os tipos de lógica positiva e negativa, e mostramos os níveis 
de tensão para diferentes famílias lógicas. As portas MOS cumprem com todos 
esses requisitos apresentados anteriormente. 
5.1 CMOS 
A tecnologia bipolar já foi apresentada. A origem da tecnologia CMOS é a 
NMOS (com auxílio da PMOS), a qual foi substituída pela CMOS (MOS 
complementar). Esta tecnologia é fortemente dominante no mercado por várias 
razões: 
 Devido ao tamanho extremamente pequeno dos transistores MOS, ela é 
adequada para VLSI (very large scale integration – integração em muito 
grande escala) e UHSI (ultra high scale integration – integração em escala 
extremamente alta). 
 O comprimento do canal atualmente está na faixa dos nm (nanômetros). 
 Dissipa muito menos energia do que os circuitos lógicos bipolares. 
 
 
34 
 A altíssima impedância de entrada traz grandes vantagens nos projetos 
de circuitos digitais. 
 Os circuitos pseudo-NMOS têm estrutura semelhante às dos NMOS. 
5.2 Circuitos lógicos 
Lógicas bipolares precisam, além do transistor, de vários outros 
componentes, enquanto a lógica CMOS usa somente MOSFETs. Neste tema, 
estudaremos principalmente o princípio de funcionamento de tecnologias NMOS 
(porque são mais fáceis de entender e são a base do CMOS) e CMOS. 
Figura 38 – Símbolos dos MOSFET de enriquecimento NMOS e PMOS 
 
Fonte: Sedra; Smith, 2000. 
Nomenclatura a ser usada: 
 na: nível alto. 
 nb: nível baixo. 
 on: fechado. 
 off: aberto. 
5.2.1 Inversor lógico 
A função do inversor lógico é inverter o sinal de entrada (a saída é o 
inverso da entrada), portanto, se o sinal de entrada estiver no nível alto, o sinal 
de saída estará no nível baixo e vice-versa. 
 
 
 
35 
Figura 39 – Inversor NMOS 
 
O circuito apresentado na Figura 39 é um inversor NMOS. O transistor de 
canal n 𝑄𝑁(𝑅) trabalha na região ôhmica como resistor de proteção da fonte 
durante o chaveamento (vale para todas as portas NMOS). Quando a tensão 𝑣𝐼 
está no nível alto, o transistor 𝑄𝑁 entra em saturação (on), levando a tensão de 
saída 𝑣𝑂 para o nível baixo. Quando a tensão 𝑣𝐼 está no nível baixo, o transistor 
𝑄𝑁 entra em corte (off) levando à tensão de saída 𝑣𝑂 para o nível alto, pois a 
saída é conectada na fonte por meio do resistor 𝑄𝑁(𝑅) (resistor de pull-up). 
Tabela 1 – Tabela-verdade de um inversor lógico NMOS 
𝒗𝑰 𝑸𝑵 𝒗𝑶 
na on Nb 
nb off Na 
O inversor CMOS apresentado na Figura 40 funciona da seguinte 
maneira: os transistores 𝑄𝑁 (canal n) e 𝑄𝑃 (canal p) trabalham como chaves 
complementares. Uma tensão alta na entrada levará à saturação o 𝑄𝑁 e ao corte 
o 𝑄𝑃, e uma tensão baixa na entrada levará ao corte o 𝑄𝑁 e à saturação o 𝑄𝑃. 
 
 
 
 
36 
Figura 401 – Inversor CMOS 
 
Fonte: Sedra; Smith, 2000. 
Tabela 2 – Tabela verdade de um inversor lógico CMOS (fonte própria) 
𝒗𝑰 𝑸𝑷 𝑸𝑵 𝒗𝑶 
na off on nb 
nb on off na 
Neste caso, o circuito não precisa do resistor de pull-up, pois a fonte não 
entra em curto-circuito. Nas duas tecnologias, as transiçõesnão são em tempo 
zero, porque os dispositivos são reais. Isto limita a resposta em frequência e a 
velocidade de transição dos dispositivos (válido para todas as portas). 
5.2.2 Portas lógicas 
As portas lógicas CMOS são constituídas por duas redes: a rede 
abaixadora PDN (pull-down network) e a rede levantadora PUN (pull-up 
network), e ambas trabalham de forma complementar. A tecnologia NMOS é uma 
rede PDN com resistor de pull-up no lugar da rede PUN. A rede PUN é composta 
por transistores PMOS, e a PDN, por transistores NMOS, visto que a fonte de 
alimentação é positiva. Consideraremos: 
 
 
 
37 
Figura 41 – Diagrama de blocos de uma porta lógica CMOS de três entradas 
 
Fonte: Sedra; Smith, 2000. 
Para trabalhar com circuitos lógicos, devemos considerar as seguintes 
identidades: 
 �̅� = 𝐴 + 𝐵 ⇔ 𝑌 = 𝐴 + 𝐵̅̅ ̅̅ ̅̅ ̅̅ (48) 
 �̅� = 𝐴𝐵 ⇔ 𝑌 = 𝐴𝐵̅̅ ̅̅ (49) 
 �̅� = 𝐴 + 𝐵𝐶 ⇔ 𝑌 = 𝐴 + 𝐵𝐶̅̅ ̅̅ ̅̅ ̅̅ ̅ (50) 
 𝑌 = �̅� + �̅� = 𝐴𝐵̅̅ ̅̅ (51) 
 𝑌 = �̅��̅� = 𝐴 + 𝐵̅̅ ̅̅ ̅̅ ̅̅ (52) 
 𝑌 = �̅� + �̅�𝐶̅ = 𝐴(𝐵 + 𝐶)̅̅ ̅̅ ̅̅ ̅̅ ̅̅ ̅̅ (53) 
5.2.3 Redes PDN 
Os transistores NMOS do bloco PDN são ativados com nível alto na 
entrada, enquanto os PMOS do bloco PUN são desativados. Para nível baixo da 
entrada, acontece o contrário. 
 
 
 
38 
Figura 42 – Redes PDN para portas lógicas (a) NOR; (b) NAND; (c) equação 
lógica; (d) resistor de pull-up para portas NMOS 
 
Fonte: Sedra; Smith, 2000. 
As redes mostradas na Figura 42 correspondem às portas indicadas. 
Colocando o resistor de pull-up (d) em cada uma delas, temos a porta NMOS 
correspondente, como indica a Figura 43. 
Figura 43 – Portas lógicas NMOS (a) NOR; (b) NAND; (c) equação lógica 
 
Fonte: Adaptado de Sedra; Smith, 2000. 
Na Figura 43, a porta (c) é uma combinação da porta (a) com a porta (b). 
Como podemos observar, os MOSFETs 𝐵 e 𝐶 estão em série, portanto em 
configuração NAND (para a saída 𝑌), e estão em paralelo com MOSFET 𝐴 em 
configuração NOR, portanto a equação lógica dessa configuração é: 
 𝑌 = 𝐴 + 𝐵𝐶̅̅ ̅̅ ̅̅ ̅̅ ̅ (54) 
A seguir, analisaremos as portas (a) e (b) para verificar a operação lógica, 
considerando lógica positiva para todas as portas. 
 
 
 
39 
Tabela 3 – Tabela verdade das portas (a) e (b) da Figura 43 
Porta (a) Porta (b) 
𝑨 𝑩 𝑸𝑨 𝑸𝑩 𝒀 𝐴 𝑩 𝑸𝑨 𝑸𝑩 𝒀 
“0” “0” off off “1” “0” “0” off Off “1” 
“0” “1” off on “0” “0” “1” off On “1” 
“1” “0” on off “0” “1” “0” on Off “1” 
“1” “1” on on “0” “1” “1” on On “0” 
Analisando a Tabela 3, com a saída 𝑌 na posição indicada (nesta posição 
de 𝑌, o circuito é inversor), podemos ver que, para a porta (a), se todas as 
entradas estão no nível baixo, a saída vai para nível alto, e, se qualquer uma das 
entradas está no nível alto, a saída vai para nível baixo, configurando uma porta 
NOR. Portanto, NMOS em paralelo configuram porta NOR. Para a porta (b), se 
todas as entradas estão no nível alto, a saída vai para nível baixo, e se qualquer 
uma das entradas está no nível baixo, a saída vai para nível alto, configurando 
uma porta NAND. Portanto, NMOS em série configuram porta NAND. 
5.2.4 Redes PUN 
Os transistores PMOS do bloco PUN são ativados com nível baixo na 
entrada, enquanto os NMOS do bloco PDN são desativados. Para nível alto da 
entrada, acontece o contrário. 
Figura 44 – Redes PUN para portas lógicas (a) NAND; (b) NOR; (c) equação 
lógica 
 
Fonte: Sedra; Smith, 2000. 
 
 
 
40 
As portas da Figura 44 correspondem às seguintes equações lógicas: 
 𝑌 = �̅� + �̅� 
 𝑌 = �̅��̅� 
Que correspondem a NAND e NOR, respectivamente. 
Na Figura 44, a porta (c) é uma combinação da porta (a) com a porta (b). 
Como podemos observar, os MOSFETs 𝐵 e 𝐶 estão em série, portanto em 
configuração NOR (para a saída 𝑌), e estão em paralelo com MOSFET 𝐴 em 
configuração NAND, portanto a equação lógica desta configuração é: 
 𝑌 = 𝐴(𝐵 + 𝐶)̅̅ ̅̅ ̅̅ ̅̅ ̅̅ ̅̅ (55) 
A seguir, analisaremos as portas (a) e (b) para verificar a operação lógica, 
considerando lógica positiva para todas as portas: 
Tabela 4 – Tabela verdade das portas (a) e (b) da Figura 44 
Porta (a) Porta (b) 
𝑨 𝑩 𝑸𝑨 𝑸𝑩 𝒀 𝐴 𝑩 𝑸𝑨 𝑸𝑩 𝒀 
“0” “0” on on “1” “0” “0” on On “1” 
“0” “1” on off “1” “0” “1” on Off “0” 
“1” “0” off on “1” “1” “0” off On “0” 
“1” “1” off off “0” “1” “1” off Off “0” 
 
Analisando a Tabela 4, com a saída 𝑌 na posição indicada (nessa posição 
de 𝑌, o circuito é inversor), podemos ver que para a porta (a), se todas as 
entradas estão no nível alto, a saída vai para nível baixo, e, se qualquer uma das 
entradas está no nível baixo, a saída vai para nível alto, configurando uma porta 
NAND. Portanto PMOS em paralelo configuram porta NAND. Para a porta (b), 
se todas as entradas estão no nível baixo, a saída vai para nível alto, e, se 
qualquer uma das entradas está no nível alto, a saída vai para nível baixo, 
configurando uma porta NOR. Portanto, PMOS em série configuram porta NOR. 
5.2.5 CMOS 
As portas CMOS são compostas pelas duas redes trabalhando em forma 
complementar. Analisando os circuitos, podemos perceber que pelo fato de os 
transistores serem complementares, a fonte de alimentação não entrará em 
curto-circuito durante a operação normal da porta. Outra vantagem desse circuito 
é não haver resistências, aumentando muito a velocidade de resposta. Esse 
transistor é bastante capacitivo, e, sem resistência significativa, a constante 𝑅𝐶 
 
 
41 
é grandemente reduzida, aumentando a resposta em frequência do sistema. A 
Figura 45 mostra três exemplos de portas CMOS. 
Figura 45 – Portas lógicas CMOS (a) NOR; (b) NAND; (c) equação lógica 
 
Fonte: Sedra; Smith, 2000. 
A porta (c) da Figura 45 corresponde à seguinte equação lógica: 
 𝑌 = 𝐴(𝐵 + 𝐶𝐷)̅̅ ̅̅ ̅̅ ̅̅ ̅̅ ̅̅ ̅̅ (56) 
FINALIZANDO 
Nesta aula estudamos conteúdos referentes a transistores de efeito de 
campo de vários tipos. Esses transistores, assim como os de junção, podem ser 
usados tanto em aplicações analógicas quanto em digitais. Em aplicações 
analógicas, são muito utilizados como etapa de entrada de amplificadores 
operacionais devido a sua altíssima impedância de entrada e à corrente de porta 
praticamente nula, o que os faz especiais para compor a massa virtual de 
entrada do amplificador. Nas etapas de seguintes do Amp Op, os transístores de 
junção apresentam melhores características. Em aplicações digitais, eles são 
amplamente usados pelo pequeníssimo tamanho e pelo baixo consumo. 
 
 
 
42 
REFERÊNCIAS 
BOYLESTAD, R. L.; NASHELSKY, L. Dispositivos eletrônicos e teoria de 
circuitos. 11. ed. São Paulo: Pearson Education, 2013. 
SEDRA, A. S.; SMITH, K. C. Microeletrônica. 4. ed. São Paulo: Makron Books 
do Brasil, 2000. 
MOSFET. Wikipedia. Disponível em: <https://en.wikipedia.org/wiki/MOSFET>. 
Acesso em: 31 ago. 2019.

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