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- -1
METROLOGIA
UNIDADE 3 - TÉCNICAS DE MEDIÇÃO COM 
INSTRUMENTOS
Michelle de Oliveira
- -2
Introdução
Nesta unidade, aprenderemos sobre os instrumentos de medida. Como avaliar qual instrumento é adequado
para medir uma determinada grandeza? Existem instrumentos dos tipos analógicos e digitais, mas como
determinar a incerteza em cada tipo de instrumento?
Um instrumento de medição é um dispositivo utilizado para determinar a medida de grandezas físicas. Pode ser
operado sozinho ou em conjunto com equipamentos suplementares. O uso se aplica nos mais diversos setores,
como comércio, saúde, meio ambiente e segurança.
Com o surgimento de novas tecnologias, uma área da Ciência especializada em tratar somente de assuntos
relacionados ao ato de medir surgiu: a Metrologia. Ela contribui com o desenvolvimento de instrumentos de
medidas modernos e precisos, garantindo maior confiabilidade nos processos de medição. A Metrologia é
subdividida em: Metrologia Científica, Metrologia Industrial e Metrologia Legal.
A Metrologia Científica trata de assuntos relacionados às definições das unidades de medida, ou dos padrões de
medição, com embasamentos teóricos voltados às ciências como a Física. A Metrologia Legal envolve as
atividades de órgãos como o Inmetro, responsáveis por elaborar exigências relacionadas aos sistemas de
medição e unidades de medida. A Metrologia Industrial está relacionada aos processos de fabricação, e tem como
objetivo assegurar a qualidade dos produtos finais desenvolvidos na indústria.
Vamos aprender como funcionam os instrumentos de medida de comprimento, quais as técnicas de medição
existentes e como é realizado o processo de calibração. Bons estudos!
3.1 Régua graduada, metro e trena
A régua graduada, o metro e a trena são instrumentos de medidas classificados como analógicos. Dentre os
instrumentos de medida linear, estes são considerados os mais simples no que diz respeito ao manuseio, à
estimativa do valor mais provável da grandeza a ser medida e da incerteza associada (LIRA, 2015).
A escolha do instrumento a ser utilizado dependerá da exatidão requerida. Nestes aparelhos cuja leitura da
medida é efetuada em uma escala, é possível avaliar o algarismo duvidoso correspondente.
3.1.1 Régua graduada
A régua graduada é um instrumento que além de permitir a medição de comprimentos, nos possibilita traçar
linhas retas. O material utilizado para fabricá-las é o aço carbono e o aço inoxidável, e são utilizadas em
aplicações específicas. Possuem um formato em lâmina, sendo extremamente necessário que suas bordas sejam
retas e bem definidas, pois nela serão gravadas as escalas - que precisam ter traços finos e espaçados igualmente
(SCARAMBONI, 2003).
Alguns cuidados são importantes para assegurar a conservação destas réguas, como por exemplo: evitar que
sejam flexionadas, armazená-las em locais adequados, limpá-las e evitar riscos que possam impedir a leitura da
escala.
Os tamanhos das réguas variam, podendo ter entre 20 e 3000 mm. As réguas mais comuns, aquelas utilizadas em
ambientes escolares, são fabricadas com material plástico ou acrílico. Não podem ser utilizadas para outros fins,
pois tem maior probabilidade de quebrar e ter desgastes nas bordas.
As réguas mais precisas possuem suas escalas em milímetros, centímetros ou decímetros, ou seja, suas unidades
seguem o Sistema Métrico Decimal. Mas também podemos encontrar algumas réguas graduadas no Sistema
Métrico Inglês, ou seja, em polegadas.
Para realizar uma medida com uma régua graduada basta posicioná-la sobre algo, com o zero coincidindo com a
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Para realizar uma medida com uma régua graduada basta posicioná-la sobre algo, com o zero coincidindo com a
extremidade do que se deseja medir, e fazer a leitura direto em sua escala, na outra extremidade do que está
sendo medido, ou seja, onde o mesmo termina (LIRA, 2015).
Figura 1 - Réguas de metal com graduação em centímetros (Sistema Métrico Decimal) e em polegadas (Sistema 
Métrico Inglês).
Fonte: 019htivn3da, Shutterstock, 2
Alguns tipos de réguas graduadas são utilizados em aplicações específicas e são classificadas como mostramos a
seguir. Clique nos itens (SCARAMBONI, 2003).
• Régua sem encosto
Em que a medida é realizada através da diferença entre o ponto referência inicial e o final do objeto a ser
medido.
• Régua com encosto
Utilizada em partes externas de uma peça.
• Régua de encosto interno
Para medidas de faces internas.
• Régua de dois encostos
Possui duas escalas (interna e externa), são muito utilizadas por ferreiros.
• Régua de profundidade
Utilizadas em medidas de profundidade (canais ou rebaixos internos).
Como em todo instrumento de medida, as réguas graduadas também possuem incertezas associadas, definidas
pela menor subdivisão na escala dividida por dois, ou seja, a metade da precisão, conforme a equação:
Observe as réguas apresentadas na Figura 2. Na representação superior, régua R1, temos as divisões em
centímetros; na inferior, régua R2, temos as divisões em milímetros. É importante que o erro admissível seja
maior que sua menor graduação.
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Figura 2 - Réguas graduadas apresentando divisões em centímetros e em milímetros.
Fonte: Oleh Svetiukha, Shutterstock, 2019
Então, para R1, o erro admissível deverá ser superior a 1,0 cm e, para R2, superior a 1,0 mm. Para a régua R2, a
leitura da medida poderá ser feita tanto em centímetro quanto em milímetros. Cada centímetro está dividido em
10 partes.
As réguas graduadas em polegadas podem ser divididas em 2, 4, 8 e 16 partes. Veja que a régua representada na
Figura 3 contém 8 partes, ou seja, 8 polegadas.
Figura 3 - Régua graduada apresentando divisões polegadas.
Fonte: Oleh Svetiukha, Shutterstock, 2019
Também são apresentadas neste tipo de escala suas frações. Algumas delas podem ter até 32 divisões por
polegada. A leitura dessas frações é feita como a seguir (SCARAMBONI, 2003):
• meia polegada
• um quarto de polegada
• um oitavo de polegada
• um dezesseis avos de polegada
• um trinta e dois avos de polegada
• um sessenta e quatro avos de polegadas
• um cento e vinte e oito avos de polegada
VAMOS PRATICAR?
Realize medições de comprimento de alguns objetos utilizando uma régua centimetrada e uma
régua com sua escala em polegadas. Identifique a incerteza associada à escala das mesmas e
forneça os resultados obtidos em centímetros e em milímetros. Avalie também o valor mínimo
e o valor máximo do comprimento que o objeto escolhido poderá possuir.
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https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/inch-metric-rulers-measuring-tool-ruler-1390192580
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• um cento e vinte e oito avos de polegada
3.1.2 O metro articulado
Assim como as réguas, os metros articulados são destinados às medições lineares. Normalmente são fabricados
em madeira, fibra ou alumínio, possuindo segmentos unidos entre si que permitem sua articulação ou dobra
(SCARAMBONI, 2003).
Este tipo de instrumento é utilizado por ferreiros, serralheiros, carpinteiros, eletricistas e outros profissionais,
embora esteja cada vez menos em uso, tendo sido substituído pela trena. São encontrados contendo 1 ou 2
metros. O manuseio do metro articulado para efetuar uma medição é semelhante ao das réguas (SCARAMBONI,
2003).
3.1.3 Trena
As trenas são semelhantes às réguas e aos metros articulados no que diz respeito ao processo de medição.
Podem ser de diferentes materiais, como metal, fibra de vidro, tecido e até mesmo plástico. No geral, a trena é
uma régua flexível acoplada a um suporte com mecanismo de recolhimento (SCARAMBONI, 2003).
A diferença entre a trena, a régua e o metro articulado, é que as trenas são flexíveis, permitindo a medição de
superfícies curvas e cantos, bem como a medição de grandes distâncias. Sua escala pode estar apresentada no
sistema métrico, no sistema inglês, ou ainda, nos dois sistemas, quando os dois lados da fita estão graduados
(SCARAMBONI, 2003).
•
VOCÊ QUER VER?
Na videoaula sobre Metrologia: Régua graduada, metro e trena, do Telecurso2000, você verá
como muitas pessoas tem dificuldade de utilizar instrumentos tão simples. Esta dificuldade é
ainda maior quando se trata de leituras em unidades de medida diferentes. Este vídeo ainda
mostra como escolher corretamente o instrumento a ser utilizado de acordo com a grandeza a
ser medida. Assista em: < >. Acesso em 02https://www.youtube.com/watch?v=au2cWD-u0jM
/10/2019.
https://www.youtube.com/watch?v=au2cWD-u0jM
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Figura 4 - Trena com sistema de recolhimento automático (retração por molas).
Fonte: Fonte: dnd_project, Sutterstock, 2019
O sistema de recolhimento pode ser do tipo manual, por meio de uma manivela, para trenas com até 150 metros
de comprimento, ou do tipo automático, constituído por molas, chamadas de trenas de retração, com
comprimento máximo de 10 metros.
As trenas possuem em sua extremidade uma placa metálica que faz noventa graus com a fita, chamada de
encosto de referência, ou zero absoluto.
3.2 Paquímetro e micrômetro
O paquímetro e o micrômetro são instrumentos utilizados para medição de pequenos comprimentos. São
requisitados quando é necessário realizar medidas com precisão nas casas dos décimos e centésimos de
milímetros, o que não é possível, utilizando-se, por exemplo, uma régua graduada (LIRA, 2015). O paquímetro e
o micrômetro podem ser encontrados nos tipos analógicos e digitais.
3.2.1 O Paquímetro
Os paquímetros são instrumentos que possibilitam a medição das dimensões de pequenos objetos. São bastante
utilizados em indústrias, oficinas e laboratórios (LIRA, 2001). Os principais tipos de paquímetros, bem como sua
aplicação, são descritos a seguir (LIRA, 2015). Clique nos itens para conhecê-los.
Paquímetro universal
Permite a medição de dimensões lineares internas, externas, profundidade e ressalto.
Paquímetro universal com relógio
Possui um relógio acoplado que facilita a leitura da medida, mas, em contrapartida, utilizá-lo aumenta a
probabilidade de erro de paralaxe.
Paquímetro com bico móvel
Usado para medir peças cônicas.
Paquímetro de profundidade
Usado para medir furos não vazados.
Paquímetro digital
Possui uma haste deslizante com um display, possibilitando medidas rápidas sem erros de paralaxe.
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Veja na imagem a seguir um paquímetro do tipo digital.
Figura 5 - Paquímetro do tipo digital.
Fonte: KPixMining, Shutterstock, 2019
No geral, os paquímetros são constituídos de diversas partes, como as especificadas a seguir:
• Medição interna: constituída de uma orelha fixa e uma móvel;
• Medição externa: constituída de um encosto fixo e um móvel;
• Escala principal;
• Nônio ou vernier: uma escala móvel que pode deslizar sobre a escala principal. Dispositivo que aumenta 
a sensibilidade de uma escala ao subdividir a menor divisão da mesma;
• Cursor;
• Impulsor;
• Haste de profundidade.
Figura 6 - Paquímetro do tipo analógico.
Fonte: Elaborada pela autora, baseado em Andrey Suslov, Shutterstock, 2019
O nônio ou vernier é uma parte do paquímetro que merece destaque. Esta escala móvel permite que as frações
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O nônio ou vernier é uma parte do paquímetro que merece destaque. Esta escala móvel permite que as frações
de menor divisão da escala principal sejam lidas com precisão. A dimensão do nônio é diferente da dimensão da
escala principal e possui n divisões para x milímetros da escala principal.
Para realizar a leitura em um paquímetro analógico, devemos seguir algumas etapas. Considere a Figura 7, que
mostra a medição do diâmetro de uma peça sendo realizada. Neste caso, o objeto foi colocado na parte de
medição externa do paquímetro.
Figura 7 - Medição do diâmetro de um objeto com um paquímetro analógico.
Fonte: Photo smile, Shutterstock, 2019
Após colocar a peça entre o encosto fixo e o encosto móvel, deve-se acionar a trava para que a mesma não se
movimente, resultando em um erro de medição.
“Na escala fixa, devemos observar qual o valor inteiro mostrado à esquerda do zero do nônio. Se o traço do zero
do nônio coincide com um traço da escala fixa, temos um valor exato da medida” (LIRA, 2015, p.53). Para o
objeto da Figura 7, o zero do nônio encontra-se entre os números 20 e 30.
VOCÊ O CONHECE?
Petrus Nonius ou Pedro Nunes (1502–1578) foi um matemático português do século XVI que
contribuiu com o desenvolvimento da navegação portuguesa ao solucionar problemas
relacionados à cartografia. Foi o inventor de diversos instrumentos matemáticos de navegação,
sendo o principal deles o nônio. (MEDEIROS, 2004).
A escala móvel do paquímetro possui o nome nônio ou vernier porque foi criada por Petrus
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Observe que no canto superior direito do nônio, encontramos a resolução do instrumento, que é 0,05 mm. Esta
resolução é definida de acordo com a subdivisão da escala do nônio. A cada dois traços no nônio temos um
décimo, o que corresponde no total em dez décimos que equivale a 1,0 mm. Assim, se temos 20 divisões,
encontramos a resolução como a seguir:
A referência para efetuar a medida sempre será o zero do nônio. Veja que, para a medida da Figura 7, ele
ultrapassa levemente os 22 milímetros. O próximo passo é encontrar a concordância, ou uma marcação dos
números da escala do nônio que coincida com a da escala fixa. Ou seja, encontrar dois traços que estão
perfeitamente alinhados. Veja que isto ocorre com o número 1.
Obviamente, dependendo do ângulo de visão, pode ocorrer uma pequena variação quando dois
experimentadores, por exemplo, estiverem realizando a medição, que será aos poucos eliminada através da
constância na utilização do instrumento.
A leitura da medida do diâmetro da peça no paquímetro, com a sua incerteza associada, será:
Lembre-se que a incerteza associada é a menor divisão da escala fixa, 1,0 mm neste caso, dividida por dois.
O paquímetro também pode ser encontrado no sistema métrico inglês, ou seja, com suas escalas fixa e móvel
graduadas em polegadas.
3.2.2 O micrômetro
O micrômetro é instrumento de medida de dimensões lineares como comprimento, espessura, altura, largura,
profundidade e diâmetro. Sua precisão é superior à do paquímetro, da ordem de micrômetros, permitindo a
leitura de medidas de até 0,001 mm. A Figura 8 mostra as partes constituintes de um micrômetro
(SCARAMBONI, 2003).
A escala móvel do paquímetro possui o nome nônio ou vernier porque foi criada por Petrus
Nonius ou Pedro Nunes (1502–1578) e, anos depois, adaptada por Pierre Vernier (1580-
1637), um matemático francês e fabricante de instrumentos científicos, mais especificamente,
o calibrador, que está relacionado aos princípios de funcionamento do nônio (MEDEIROS,
2004).
VAMOS PRATICAR?
Determine o diâmetro e a espessura de uma moeda de um real utilizando um paquímetro
analógico e uma régua graduada. Compare os resultados obtidos. Identifique a incerteza
associada e faça uma avaliação sobre qual é o melhor instrumento para este fim, justificando
em termos da precisão dos mesmos.
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Figura 8 - Partes constituintes de um micrômetro.
Fonte: Elaborada pela autora, baseado em LIRA, 2001, e Viktor Chursin, Shuterstock, 2019
O princípio de funcionamento do micrômetro está baseado no movimento de um corpo cilíndrico ao longo de seu
eixo, ou seja, o deslocamento de uma haste através do giro de parafuso de uma rosca ajustável. Este parafuso
está acoplado a um tambor e a um cilindro fixo. O passo do parafuso é de 0,5 mm. Isto significa que para cada
volta completa do tambor, o parafuso se desloca 0,5 mm pra frente ou para trás (LIRA, 2001).
O tambor é dividido em 50 partes e cada uma corresponde a 0,01 mm. Se o micrômetro for composto de um
nônio de 10 divisões na bainha, a leitura é ampliada para 0,001 mm, sendo possível estimar milésimos de
milímetros.
A leitura da medida se dá pela soma das leituras na bainha e no tambor. Por exemplo, observe em detalhe a
marcação no micrômetro da Figura 9:
Figura 9 - Leitura de uma medida no micrômetro.
Fonte: Dtcom, 2019.
- -11
Os traços acima da horizontal correspondem a uma leitura de 8,0 mm, valor que deve ser somado ainda aos 0,5
mm correspondente ao traço abaixoda horizontal no cilindro. A leitura no tambor é de exatamente 0,45 mm,
assim temos:
Lembrando que toda medida deve ser apresentada com sua incerteza associada, se a menor subdivisão do
micrômetro é de 0,01 mm, a incerteza é 0,005 mm. Então:
Os tipos de micrômetros existentes são:
• Micrômetro para medição externa
• Micrômetro para medição interna
• Micrômetro de profundidade
• Micrômetro tipo paquímetro
• Micrômetro digital
Figura 10 - Micrômetro do tipo digital.
Fonte: KPixMining, Shutterstock, 2019
Clique na interação a seguir e veja as principais características dos micrômetros.
Fusos e batentes constituídos de aço temperado ou envelhecido, podendo ser ainda de outro material com
dureza maior que 750 HV (LIRA, 2001).
O arco é constituído de aço especial ou aço fundido tratado termicamente para que tensões internas sejam
eliminadas; possui um isolante térmico para impedir dilatação que possa prejudicar a leitura final da medida
(SCARAMBONI, 2003).
A catraca garante uma pressão constante. A força exercida pela mesma está entre 5 e 10N.
Devem ser manuseado com delicadeza, sem aplicação de muita força da parte do operador, evitando-se assim
possíveis erros.
3.3 Goniômetro e relógios comparadores
O goniômetro é um tipo de instrumento utilizado para medir ângulos. São utilizados nas mais diversas áreas. Os
esquadros combinados, por exemplo, são goniômetros que, além de medidas angulares, possibilitam a medição
de alturas, profundidade, centro de peças cilíndricas etc (LIRA, 2001).
“Os relógios comparadores são instrumentos de aplicação geral nas indústrias que possibilitam a medição de
peças posicionadas entre uma superfície de referência e a sua ponta de contato” (LIRA, 2001, p.136). Podem ser
encontrados na forma analógica e digital.
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3.3.1 Goniômetro
O termo goniômetro tem origem grega, em que significa ângulo e , medida. Normalmente sãogonia metro
fabricados de plástico ou metal. Um exemplo bem simples de goniômetro é o transferidor, utilizado em
aplicações simples para, além de medir, traçar ângulos. É um instrumento barato, de fácil manuseio e que
permite a rápida realização das medidas (MARQUES, 1997). Os goniômetros de precisão apresentam graduação
de zero a noventa graus e possuem nônio.
Figura 11 - Exemplo de um goniômetro de precisão.
Fonte: Fouad A. Saad, Shutterstock, 2019.
A leitura dos graus é feita diretamente na graduação do disco no sentido horário ou no sentido anti-horário. Na
escala do nônio são feitas as leituras dos minutos de acordo com o sentido adotado na leitura dos graus.
CASO
“O instrumento mais utilizado pelos terapeutas para mensuração da amplitude de movimento
(ADM) articular é o goniômetro universal” (BATISTA, 2006, p.194).
Os goniômetros são instrumentos de medida bastante utilizados na medicina, mais
especificamente, na fisioterapia. Quando uma pessoa se acidenta e suas articulações são
comprometidas, ao passar por um processo de reabilitação, é preciso identificar, à medida que
- -13
Assim como os demais instrumentos de medida que contêm a escala nônio, a resolução do goniômetro de
precisão pode ser determinada pela razão entre a menor divisão do disco graduado pelo número de divisões do
nônio (SCARAMBONI, 2003).
3.3.2 Relógio comparador
Os relógios comparadores são instrumentos de precisão encontrados na forma analógica e digital. Estes
instrumentos são constituídos por um mostrador giratório com escala graduada, um contador de voltas, um
ponteiro principal, fuso e podem ainda ser acrescidos de alguns acessórios, possibilitando diferentes tipos de
medida (LIRA, 2001).
No geral, são utilizados para medidas de profundidade, espessuras de chapas, superfícies planas, e ainda, para
comparação. A Figura 12 mostra um relógio comparador e seus constituintes.
comprometidas, ao passar por um processo de reabilitação, é preciso identificar, à medida que
os processos fisioterápicos são aplicados, o seu progresso.
Isto é realizado através de medidas das amplitudes das articulações, como as dos joelhos e
braços, utilizando o goniômetro. Esta medida é importante no que diz respeito a avaliação
física de um paciente, identificando suas limitações articulares. Estudos mostram que este
método possui alta confiabilidade e permite que os profissionais avaliem se os métodos de
reabilitação empregados são eficazes. Portanto, temos aqui um exemplo de um instrumento
simples de medida angular sendo utilizado em uma área complexa como a medicina.
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Figura 12 - O relógio comparador e suas partes.
Fonte: Elaborada pela autora, baseado em Fouad A. Saad, Shutterstock, 2019.
“A faixa de medição do relógio comparador é pequena quando comparada com outros tipos de instrumentos,
porém a sua aplicação mais comum é na medição comparativa com blocos padrão ou gabaritos para ‘zerar’ a
indicação; em seguida substitui-se o bloco/gabarito pela peça a ser medida” (LIRA, 2001, p. 137).
Um relógio comparador permite que a diferença entre pequenas distâncias que não podem ser identificadas a
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Um relógio comparador permite que a diferença entre pequenas distâncias que não podem ser identificadas a
olho nu, seja verificada. Por exemplo, ao fabricar uma peça mecânica, que normalmente possui dimensões pré-
estabelecidas, pode ocorrer do resultado final não estar de acordo com o padrão.
A medição com o relógio comparador se dá através do posicionamento da peça abaixo da sua ponta de contato.
Quando esta sofre uma pressão, observa-se o deslocamento ou giro do ponteiro. Se a peça tiver dimensões
maiores que a do padrão, o ponteiro gira em sentido horário obtendo-se uma diferença positiva (SCARAMBONI,
2003).
Se a peça tiver dimensões menores do que a peça padrão, o ponteiro gira em sentido anti-horário. Logo, obtemos
diferenças positivas e negativas. No geral, temos que (SCARAMBONI, 2003):
Os tipos mais utilizados de relógios comparadores são (SCARAMBONI, 2003):
• Relógio comparador eletrônico
• Relógio apalpador
A leitura da medida é feita analisando-se quantas voltas o ponteiro realiza. Para um relógio centesimal, o tipo
mais utilizado, temos 100 divisões na escala principal de 0,01 mm. Isto significa que a cada volta completa lê-se 1
mm. Acrescenta-se ainda as voltas indicadas no contador de voltas.
Veja que, no relógio comparador da Figura 12, o contador de voltas mostra que uma volta completa foi realizada
e o ponteiro principal está sobre a marca 86, o que equivale a 0,86 mm. Então, a medida é de 1,86 mm.
3.4 Calibração – Metrologia Legal
A calibração dos instrumentos de medida é um procedimento importantíssimo no que diz respeito a
confiabilidade nos processos de medição.
“Calibração é o conjunto de operações que estabelece, sob condições especificadas, a relação entre os
valores indicados por um instrumento ou sistema de medição ou valores representados por uma
medida materializada ou um material de referência e os valores correspondentes das grandezas
estabelecidos por padrões.” (ALBERTAZZI, 2008, p. 127.)
Um sistema de medição calibrado garante uma maior precisão no resultado das medidas. Este é um fator
relevante no que diz respeito aos setores que envolvem consumidores de um produto medido. A Metrologia
Legal surgiu da necessidade de garantir a estes consumidores bem como fornecedores de produtos, alguns
regulamentos relacionados à credibilidade nas medições.
“A Metrologia Legal é parte da metrologia relacionada às atividades resultantes de exigências obrigatórias,
referentes às medições, unidades de medida, instrumentos e métodos de medição, que são desenvolvidas por
organismos competentes” (INMETRO, 2019).
3.4.1 Calibração
O processo de calibração deve ser realizado periodicamente para assegurar a eficiência e a confiabilidade nos
sistemas de medição. Os instrumentos de medida devem ser calibrados quando passam por manutenções
preventivas e corretivas, quando observado que as medidas apresentam valores que destoam das realizadas
após a última calibração realizada, e ainda, antes de colocar em funcionamento instrumentos novos(LINCK,
2017).
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VOCÊ QUER LER?
O artigo “Dispositivo de calibração de trena e régua graduada” explica como alguns métodos de
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A calibração só é possível com padrões rastreados que possuem incerteza menor que a dos elementos a serem
calibrados. Os padrões são capazes de reproduzir o valor verdadeiro das grandezas em questão. Temos a
calibração do tipo direta e do tipo indireta.
“Na calibração direta o valor verdadeiro de um padrão é diretamente comparado com a indicação do sistema de
medição a calibrar” (LINCK, 2017, p. 42). Este tipo de calibração é realizado em micrômetros e paquímetros.
Figura 13 - Calibração de um sistema de medição.
Fonte: Dtcom, 2019.
“A calibração do tipo indireta utiliza um instrumento de referência em que sua indicação é comparada com a
indicação do sistema de medição a ser calibrado. Este método é utilizado em relógios comparadores, por
exemplo” (LINCK, 2017, p. 42). 
O processo de calibração envolve as seguintes etapas:
Figura 14 - Fluxograma de etapas do processo de calibração.
Fonte: Elaborada pela autora, 2019.
O artigo “Dispositivo de calibração de trena e régua graduada” explica como alguns métodos de
calibração são desenvolvidos. Ele aborda os conceitos técnicos e as normas da ABNT utilizados
para automatização dos sistemas de calibração de réguas e trenas, instrumentos de medida
lineares. Confira em < >.http://fics.edu.br/index.php/augustoguzzo/article/view/293
http://fics.edu.br/index.php/augustoguzzo/article/view/293
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Fonte: Elaborada pela autora, 2019.
Calibrar “não significa consertar um instrumento de medida, mas, tornar conhecidas as diferenças entre um
resultado de medição quando comparada a um padrão” (LINCK, 2017, p. 40). Sendo assim, com a calibração é
possível julgar se o sistema de medição está apto para ser utilizado. Se após uma calibração o instrumento
apresentar medições que não são satisfatórias, serão necessários ajustes no instrumento.
3.4.2 Metrologia Legal
A Metrologia Legal é a subdivisão da metrologia que cuida de assuntos relacionados aos consumidores. O órgão
responsável por assegurar a confiabilidade na qualidade dos produtos, nos métodos e instrumentos de medição
utilizados nos mais diversos setores é o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial -
Inmetro.
Ao Inmetro cabe o estabelecimento de normas e exigências técnicas legais e obrigatórias, bem como a realização
de ensaios e fiscalização. O controle metrológico no setor comercial realizado por este órgão garante aos
consumidores que estão recebendo produtos com medidas corretas (INMETRO, 2019).
Figura 15 - A Metrologia Legal cuida de assuntos relacionados aos consumidores.
Fonte: Olivier Le Moal, Shutterstock, 2019.
A Metrologia Legal tem grande atuação na área do comércio. Todos os instrumentos de medida utilizados neste
setor devem ter o certificado de aprovação do Inmetro. As demais áreas estão, cada vez mais, sendo inseridas
neste controle metrológico.
Quando um novo sistema de medição é elaborado, só pode entrar em funcionamento após um rigoroso exame,
que indicará se o mesmo é adequado à finalidade para a qual foi desenvolvido. Assim, a sua exatidão é garantida
antes do uso. A Metrologia Legal é aplicada em todo o mundo com forte participação do Inmetro, que representa
o Brasil no Mercosul e na OIML – Organização Internacional de Metrologia Legal (INMETRO, 2019).
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Síntese
Chegamos ao final desta unidade e abordamos assuntos relacionados às técnicas de medição com réguas, trenas,
metros articulados, micrômetros, paquímetros, goniômetros e relógios comparadores.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• aprender como realizar uma medida de comprimento utilizando réguas graduadas no sistema métrico 
decimal;
• conhecer as réguas graduadas no sistema inglês;
• compreender que o procedimento de medição com as trenas e metros articulados seguem o mesmo 
padrão da régua graduada;
• aprender a realizar leitura de medidas em micrômetros e paquímetros;
• conhecer o goniômetro e os relógios comparadores;
• compreender a função da Metrologia Legal.
Bibliografia
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http://fuvestibular.com.br/downloads/apostilas/Telecurso-2000/metal-mecanica/metrologia/3-regua-graduada-metro-e-trena.pdf
	Introdução
	3.1 Régua graduada, metro e trena
	3.1.1 Régua graduada
	Régua sem encosto
	Régua com encosto
	Régua de encosto interno
	Régua de dois encostos
	Régua de profundidade
	3.1.2 O metro articulado
	3.1.3 Trena
	3.2 Paquímetro e micrômetro
	3.2.1 O Paquímetro
	3.2.2 O micrômetro
	3.3 Goniômetro e relógios comparadores
	3.3.1 Goniômetro
	3.3.2 Relógio comparador
	3.4 Calibração – Metrologia Legal
	3.4.1 Calibração
	3.4.2 Metrologia Legal
	Síntese
	Bibliografia

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