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Apostila_2_Trata_Esgoto_Calculos_11052018

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1 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRATAMENTO DE EFLUENTES 
 
 
 
 
 
Engenharia Sanitária e Ambiental 
 
 
 
 
 
 
 
Cálculos e Dimensionamentos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
1- RELAÇÃO DIMENSIONAL ENTRE CARGA E CONCENTRAÇÃO 
A carga per capita representa a contribuição de cada indivíduo (expressa em 
termos de massa de poluentes) por unidade de tempo. Uma unidade comumente usada é a 
g/hab.d. Assim, quando se diz que a contribuição per capita de DBO é de 54 g/hab.d, 
equivale a dizer que cada indivíduo contribui por dia, em média, com a equivalência a 54 
gramas de DBO. 
A carga afluente a uma estação de tratamento de esgotos corresponde à quantidade 
de poluente (massa) por unidade de tempo. Neste sentido, relações de importância são: 
 
Carga= população x carga per capita 
Carga (kg/d) = população (hab) x Carga per capita (g/hab.d) 
 1000 (g/kg) 
 
Carga= concentração x vazão 
Carga (kg/d)= concentração (g/m3) x vazão (m3/d) 
 1000 (g/kg) 
Obs: g/m3 = mg/l 
 
Concentração = carga/vazão 
Concentração (g/m3)= Carga (kg/d) x 1000 (g/kg) 
 vazão (m3/d) 
 
Exemplo 1 
 
Os habitantes de uma comunidade geram uma contribuição per capita de DBO de 54 
g/hab.d, e uma vazão per capita de esgoto de 180 l/hab.d. Calcular a concentração de 
DBO nos esgotos. 
 
Solução: 
Concentração= Carga per capita 
 Vazão per capita 
 
DBO = 54 g/hab.d X 1000 mg/g = 300 mg/l 
 180 l/hab.d 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
Exemplo 2 
a) Calcular a carga de nitrogênio total afluente a uma ETE, considerando os dados: 
- concentração = 45 mgN/l 
- vazão = 50 l/s 
Solução: 
Calculando a vazão em m3/d, tem-se: 
Q= 50 l/s X 86400 s/d = 4.320 m3/d 
 1000 l/m3 
 
A carga de nitrogênio é: 
 
Carga= 45 g/m3 X 4.320 m3/d = 194 kg N/d 
 1000 g/kg 
 
b) Nesta mesma estação, calcular a concentração do fósforo total afluente, sabendo-
se que a carga afluente é de 60 kgP/d. 
 
Concentração= 60 kg/d X 1000 g/kg = 13,9 gP/m3 = 13,9 mgP/l 
 4320 m3/d 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
Exercícios (carga x concentração) 
1- exercício 
(a) - Os habitantes de uma comunidade geram uma contribuição per capita de DBO de 45 
g/hab.d, e uma vazão per capita de esgoto de 160 l/hab.d. Calcular a concentração de 
DBO nos esgotos. 
(b) - Calcular a carga de Fosforo total afluente a uma ETE, considerando os dados: 
- concentração = 55 mgP/l 
- vazão = 30 l/s 
2- exercício 
(a) - Os habitantes de uma comunidade geram uma contribuição per capita de DBO de 65 
g/hab.d, e uma vazão per capita de esgoto de 140 l/hab.d. Calcular a concentração de 
DBO nos esgotos. 
(b) - Calcular a carga de Fosforo total afluente a uma ETE, considerando os dados: 
- concentração = 75 mgP/l 
- vazão = 55 l/s 
3- exercício 
(a) - Os habitantes de uma comunidade geram uma contribuição per capita de DBO de 55 
g/hab.d, e uma vazão per capita de esgoto de 130 l/hab.d. Calcular a concentração de 
DBO nos esgotos. 
(b) - Calcular a carga de Fosforo total afluente a uma ETE, considerando os dados: 
- concentração = 50 mgP/l 
- vazão = 40 l/s 
4- exercício 
(a) - Os habitantes de uma comunidade geram uma contribuição per capita de DBO de 35 
g/hab.d, e uma vazão per capita de esgoto de 150 l/hab.d. Calcular a concentração de 
DBO nos esgotos. 
(b) - Calcular a carga de Fosforo total afluente a uma ETE, considerando os dados: 
- concentração = 65 mgP/l 
- vazão = 25 l/s 
5- exercício 
(a) - Os habitantes de uma comunidade geram uma contribuição per capita de DBO de 75 
g/hab.d, e uma vazão per capita de esgoto de 155 l/hab.d. Calcular a concentração de 
DBO nos esgotos. 
(b) - Calcular a carga de Fosforo total afluente a uma ETE, considerando os dados: 
- concentração = 45 mgP/l 
- vazão = 35 l/s 
 
 
5 
 
2- CARACTERÍSTICAS DOS DESPEJOS INDUSTRIAIS 
2.1 Conceitos gerais 
Os despejos industriais apresentam uma ampla variabilidade das suas características 
qualitativas, o que dificulta uma generalização dos valores mais comuns. 
Em termos do tratamento biológico dos despejos industriais, assumem importância os 
seguintes aspectos e conceitos: 
• Biodegradabilidade: capacidade dos despejos de serem estabilizados por 
processos bioquímicos, através de microrganismos. 
• Tratabilidade: facilidade dos despejos de serem estabilizados por processos 
biológicos convencionais. 
• Concentração de matéria orgânica: DBO dos despejos, a qual pode ser: (a) mais 
elevada do que os esgotos domésticos (despejos predominantemente orgânicos, 
tratáveis por processos biológicos) ou (b) inferior aos esgotos domésticos 
(despejos não predominantemente orgânicos, em que é menor a necessidade de 
remoção de DBO, mas em que o caráter poluidor pode ser expresso em termos de 
outros parâmetros de qualidade). 
• Disponibilidade de nutrientes: o tratamento biológico exige um equilíbrio 
harmônico entre nutrientes C:N:P. Tal equilíbrio é normalmente encontrado em 
esgotos domésticos. 
• Toxidez: determinados despejos industriais possuem constituintes tóxicos ou 
inibidores que, podem afetar ou inviabilizar o tratamento biológico. É considerada 
uma prática que surte bons resultados industriais com esgotos domésticos, na rede 
pública de coleta, para posterior tratamento conjunto na estação. Para que tal 
prática seja eficaz, é necessário que sejam previamente removidos dos despejos 
industriais os contaminantes que possam causar um dos seguintes problemas: 
- Toxidez ao tratamento biológico. 
- Toxidez ao tratamento do lodo e à sua disposição final. 
- Riscos à segurança e problemas na operacionalidade da rede de coleta e 
interceptação. 
 
 
 
 
 
 
6 
 
3- EQUIVALENTE POPULACIONAL 
Um importante parâmetro caracterizador de despejos industriais é o equivalente 
populacional. Tal traduz a equivalência entre o potencial poluidor de uma indústria 
(comumente em termos de matéria orgânica) e uma determinada população, a qual 
produz essa mesma carga poluidora. Assim, quando se diz que uma indústria tem um 
equivalente populacional de 20.000 habitantes, equivale a dizer que a carga de DBO do 
efluente é de 20.000 habitantes. 
A fórmula para o cálculo do equivalente populacional de DBO é: 
 
 E.P (equivalente populacional) = Carga de DBO da indústria (kg/d) 
 Contribuição per capita de DBO (Kg/ hab.d) 
 
Um valor frequentemente utilizado seja 54g DBO/hab.d, tem –se: 
 E.P (equivalente populacional) = Carga de DBO da indústria (Kg/d) 
 0,054 (kg/hab.d) 
Características das águas residuárias de algumas indústrias 
 
Fonte: Von Sperling (1996) 
 
 
 
7 
 
Exemplo 3 
Calcular o Equivalente Populacional (EP) de uma indústria considerando os seguintes 
dados: 
• Vazão = 120 m³/d 
• Concentração de DBO =2000 mg/l 
Solução: 
A carga de DBO é: 
Carga = vazão x concentração = 120m³/d x 2000g/m³ = 240 kg DBO/d 
 1000g/kg 
O equivalente populacional é: 
EP = carga = 240 kg/d = 4444 hab 
 Carga per capita 0,054 kg/hab.d 
Assim, os despejos desta indústria possuem um potencial poluidor (em termos de DBO) 
equivalente a uma população de 4.444 habitantes. 
 
Exemplo: 4 
Um matadouro abate 30 cabeças de gado e 50 porcos por dia. Apresentar as 
características estimadas do efluente. 
Solução: 
De acordo com o quadro de características dos despejos industriais, adotando-se o valor 
médio de 7 kgDBO/boi abatido (1 boi equivale a 2,5 porcos). 
a) Carga de DBO produzida 
 
Bois: 7 kgDBO x 40 bois= 280 kgDBO/d 
 boi d 
 Porcos: 7 kgDBO x 60 porcos = 168 kgDBO/d 
 2,5 porcos/boi d 
 
 Total: 280 + 168 = 448 kgDBO/d 
 
 
 
8 
 
b) Equivalente populacional (EP) 
 
EP = Carga = 448 kgDBO/d = 8296 hab 
 Carga per capita 0,054 kgDBO/hab.d) 
 
c) Vazão de esgotos 
Pelo quadro Características das águas residuárias de algumas indústrias, 
adotando-se o valor médio de 0,35 m3/ boi abatido (ou por 2,5 porcos abatidos): 
 
Bois: 0,35 m3 x 40 bois = 14 m3/d 
 boi d 
 
Porcos: 0,35 m3 /boi x 60 porcos = 8,4 m3/d 
 2,5 porcos/boi d 
 
Total: 14 + 8,4 = 22,4 m3/d 
d) Concentração de DBO nos esgotos 
Concentração = carga = 448 kgDBO/d x 1000 g/ kg = 20.000 g/ m3 ou 20.000 mg/l 
 vazão 22,4 m3/d 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
4- TANQUE SÉPTICO 
 
As presentes instruções se referem apenas aos tipos de tanques sépticos 
convencionais, ou seja, de forma prismática ou cilíndrica, de câmara única ou 
múltipla (em série), constituída de um só compartimento, no qual se processam, 
conjuntamente, os fenômenos de decantação e de digestão dos materiais 
decantados. 
 
Observações: 
 
• Devem ser encaminhados aos tanques sépticos todos os despejos domésticos 
oriundos de cozinhas, lavanderias domiciliares, chuveiros, lavatórios, bacias 
sanitárias, bidês, banheiras, mictórios e ralos de pisos de compartimentos 
internos. 
 
• É vedado o encaminhamento ao tanque séptico de águas pluviais, bem como 
de despejos capazes de causar interferência negativa em qualquer fase do 
processo de tratamento ou a elevação excessiva da vazão do esgoto afluente, 
tais como os provenientes de piscinas e de lavagem de reservatórios de água. 
 
4.1 CONDIÇÕES ESPECÍFICAS 
 
4.1.1 LOCALIZAÇÃO E DISTÂNCIAS MÍNIMAS 
 
A localização dos tanques sépticos, elementos de disposição e dos 
reservatórios de água enterrados no lote de terreno deverá ser de forma a 
atender as seguintes condições: 
a) Possibilidade de fácil ligação do coletor predial de esgoto à futura rede 
coletora a ser implantada na via pública. 
 
b) Facilidade de acesso, tendo em vista a necessidade de remoção do lodo 
digerido. 
 
c) Não comprometimento dos terrenos vizinhos, exigindo-se que os sistemas de 
disposição dos efluentes no terreno, quaisquer que sejam os tipos admitidos, 
guardem uma distância mínima de 1,5 metro da divisa do lote. 
 
d) Não comprometimento da estabilidade dos prédios e das condições mínimas 
de higiene, exigindo-se que o sistema de disposição do efluente do tanque 
séptico seja construído em terreno a céu aberto, guardando distância mínima de 
1,5 metro de qualquer obstáculo como fundações, paredes das garagens do 
subsolo, depósitos subterrâneos, etc. 
Os tanques sépticos devem observar as seguintes distâncias horizontais 
mínimas para sua instalação, sendo considerada a distância mínima a partir da 
face externa mais próxima aos elementos considerados: 
a)1,5 m de construções, limites de terreno, sumidouros, valas de infiltração e 
ramal predial de água. 
 
 
10 
 
b) 3,0 m de árvores e de qualquer ponto de rede pública de abastecimento de 
água. 
c) 15,0 m de poços freáticos. 
d) 5,0 m para reservatórios de água enterrados e piscinas. 
e) Distância mínima de 30,0 m para qualquer corpo de água, conforme Lei 
Federal nº 12.651, de 25 de Maio de 2012 (Novo Código Florestal). 
 
 
4.1.2 MATERIAIS 
 
• Os tanques sépticos e os filtros anaeróbios deverão ser construídos em 
concreto, alvenaria ou outro material que atenda às condições de segurança, 
durabilidade, estanqueidade e resistência a agressões químicas dos despejos, 
observadas as normas de cálculo. 
 
• A interligação entre o tanque e os elementos de disposição do efluente no 
terreno, deve ser executada em tubulação de material cerâmico, cimento, 
amianto ou PVC tipo esgoto, enquanto que a tubulação das valas de infiltração 
será em manilha de barro perfurada, PVC rígido ou próprio para drenagem ou 
outro material submetido à aprovação do órgão licenciador, desde que os furos 
da tubulação estejam compreendidos entre ½” e ¾”. 
 
• A pedra britada utilizada nos sumidouros, nas valas de infiltração e nos filtros 
anaeróbios deverá ser limpa e isenta de materiais estranhos. 
 
4.1.3 DIMENSIONAMENTO 
 
• Cálculo do Volume 
 
O cálculo do volume útil do tanque séptico é dado pela seguinte expressão: 
 
V = 1000 + N (CT + KLf), onde: 
 
V = volume útil, em litros. 
N = número de contribuintes. 
C = contribuição de despejos, em litros / pessoa x dia (Quadro 1). 
T = tempo de detenção, em dias (Quadro 2). 
K = taxa de acumulação de lodo digerido em dias, equivalente ao tempo de 
acumulação de lodo fresco (Quadro 3). 
Lf = contribuição de lodo fresco em litros / pessoa x dia (Quadro 1). 
 
• Cálculo do Número de Contribuintes 
No caso de residências unifamiliares, o cálculo de contribuintes deve se basear 
na seguinte fórmula matemática: 
 
N = 2Q + 2, onde: 
 
N = número de contribuintes. 
 
 
11 
 
Q = número de quartos sociais. 
 
Observação: 
No caso de habitação multifamiliar, cada unidade residencial será considerada 
individualmente e somado o número de contribuintes para um mesmo sistema. 
 
 
• Contribuição de Despejos 
 
No cálculo da contribuição de despejos, deverá ser considerado: 
- Número de pessoas atendidas. 
- 80 % do consumo de água. 
 
O Quadro 1 abaixo dá alguns exemplos que relaciona a contribuição diária 
de esgotos (C) e de lodo fresco (Lf) em função do tipo de atividade do 
empreendimento e do tipo de ocupante. 
 
QUADRO 01 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
• Tempo de Detenção 
 
Os tanques sépticos deverão ser dimensionados para períodos mínimos de 
detenção de acordo com o Quadro 2. 
 
QUADRO 2 
 
 
 
• Taxa de Acumulação Total de Lodo 
 
É obtida em função de: 
 
- Volumes de lodo digerido e em digestão, produzidos por cada contribuinte, em 
litros. 
- Média da temperatura ambiente do mês mais frio, em º C. 
- Intervalo entre limpezas, conforme Quadro 3. 
 
No Quadro 3 são apresentadas as taxas de acumulação total de lodo (K), 
em função do intervalo entre limpezas e temperatura do mês mais frio: 
 
QUADRO 03 
 
 
 
 
• Contribuição de Lodo Fresco 
 
 
13 
 
 
A contribuição de lodo fresco é estimada conforme Quadro 1. Deverá ser 
adotado o valor de 1 litro / dia para todos os prédios de ocupação permanente e 
valores variáveis para prédios de ocupação temporária. 
 
• Geometria dos Tanques 
 
Os tanques sépticos podem ter seções cilíndricas ou prismáticas. Os 
cilíndricos são utilizados quando se pretende minimizar a área em favor da 
profundidade. Já os prismáticos, nos casos de priorizar maiores áreas e 
menores profundidades. 
 
 
5- FILTRO ANAERÓBIO DE FLUXO ASCENDENTE COM LEITO FIXO 
 
O filtro anaeróbio consiste em um reator biológico, onde o esgoto é 
depurado por meio de microorganismos anaeróbios, dispersos tanto no espaço 
vazio do reator, quanto nas superfícies do meio filtrante, sendo este utilizado 
mais para retenção de sólidos. 
 
DIMENSIONAMENTO 
 
O cálculo do volume útil do filtro anaeróbio é dado pela seguinte expressão: 
 
Vu = 1,6 N.C.T ,onde: 
 
Vu = volume útil do filtro, em litros. 
N = números de contribuintes. 
C = contribuição de despejos, em (conforme quadro 1). 
 
T = tempo de detenção hidráulico, em dias (conforme quadro 2). 
 
Quanto à seção horizontal do filtro, a expressão é a seguinte: 
 
S = seção horizontal. 
H = profundidade útil do filtro: 1,80 m. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
5.1 DISPOSIÇÃO DOS EFLUENTES 
Os efluentes dos tanques sépticos ou de outro tipo de tratamento de 
esgotos poderão ser dispostos das seguintes maneiras: 
 
a) No Solo 
 
Utilizando-sedos seguintes meios: 
- Por infiltração subterrânea, através de sumidouros. 
- Por infiltração sub-superficial, através de valas de infiltração. 
 
b) Em Águas de Superfície 
Com tratamento complementar por meio de sistemas de tratamento 
anaeróbios e/ou aeróbios, desde que atendam as legislações vigentes. 
CONSIDERAÇÕES 
 
Para a escolha do modo de disposição do efluente, o projetista deverá 
conhecer a capacidade de absorção do solo e o nível do lençol freático do 
terreno, cabendo ao órgão licenciador aceitar ou exigir comprovação da 
informação, através de entidades especializadas e credenciadas, a fim de 
comprovar o resultado apresentado. 
A disposição dos efluentes, por irrigação sub-superficial, através de valas 
de infiltração, poderá ser adotada, quando: 
 
a) Se dispuser de áreas adequadas e livres de vegetação, cujas raízes possam 
comprometer o funcionamento. 
 
b) O solo não estiver saturado de água. 
 
A disposição dos efluentes por infiltração subterrânea através de 
sumidouros poderá ser adotada, quando: 
 
a) Se dispuser de áreas adequadas. 
b) O solo for suficientemente permeável. 
c) As águas subterrâneas estiverem em profundidade conveniente, de modo a 
não haver perigo de poluição das mesmas. 
 
A disposição dos efluentes através de sistemas anaeróbios, em 
particular por filtros anaeróbios, adotado neste Manual, para lançamento em 
águas de superfície, somente será permitida em locais onde não haja condições 
para adoção de outros modos de disposição. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
5.2 SISTEMAS PARA DISPOSIÇÃO DE EFLUENTES 
 
VALAS DE INFILTRAÇÃO 
 
É o processo de tratamento/disposição final do esgoto, que consiste na 
percolação do mesmo no solo, onde ocorre a depuração devido aos processos 
físicos (retenção de sólidos) e bioquímicos (oxidação). Como utiliza o solo como 
meio filtrante, seu desempenho depende grandemente das características do 
solo, assim como do seu grau de saturação por água. 
 
Dimensionamento 
 
O cálculo da área necessária para disposição do efluente de tanque séptico 
no solo, através de valas de infiltração, é dado pela seguinte expressão: 
 
A absorção = área de absorção necessária para percolação do efluente através 
de valas de infiltração; 
 
N = número de contribuintes. 
C = contribuição per capitã. 
T absorção = taxa de absorção (percolação) do solo. 
 
Para efeito de cálculo da área de infiltração, deve ser considerada a 
superfície de fundo situada no nível inferior ao tubo de distribuição do efluente. 
 
SUMIDOUROS 
 
O sumidouro é um tipo de unidade de depuração e disposição final do 
efluente de tanque séptico, verticalizada em relação à vala de infiltração. 
Para o cálculo da área de absorção, adota-se o mesmo critério da vala de 
infiltração. No entanto, sendo o sumidouro uma unidade verticalizada, deve ser 
considerada a altura útil do sumidouro, a área vertical interna, acrescida da 
superfície do fundo. 
 
 
5.3 ENSAIO DE INFILTRAÇÃO 
 
5.3.1 Ensaio de infiltração em cova prismática-metodologia 
 
- Escolher três pontos do terreno próximos ao local onde será lançado o efluente 
da fossa séptica. 
 
- No caso de sumidouro, realizar escavações em profundidades diferentes e no 
fundo de cada uma das três escavações abrir uma cova de seção quadrada de 
30 cm de lado e 30 cm de profundidade. 
 
- No caso de valas de infiltração, a seção do fundo das covas previstas deve 
estar a uma profundidade em relação ao nível do terreno de no mínimo 0,60 m e 
 
 
16 
 
no máximo 1m. O fundo das três covas também deverá ser em seção quadrada 
de 30 cm de lado e 30 cm de profundidade 
 
Tabela 1: Tabela equivalente a tabela 7 da NBR 7229/1993- 
Possíveis Faixas de Variação de Coeficiente de infiltração: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nota: Os dados referem-se a uma aproximação. Os coeficientes de infiltração variam segundo o 
tipo dos solos não saturados. Em qualquer dos casos, é indispensável à confirmação destes 
dados por meio dos ensaios de infiltração do solo. 
 
 
- Raspar o fundo e os lados da cova, de modo que fiquem ásperos. Retirar da 
cova todo material solto e cobrir o seu fundo com uma camada de 5 cm de brita 
nº 1. 
 
- No primeiro dia manter as covas cheias de água durante 4 h. 
 
- No dia seguinte, encher as covas com água e aguardar que estas se infiltrem 
totalmente. 
 
- Encher novamente as covas com água até a altura de 15 cm e cronometrar o 
período de rebaixamento de 15 cm até 14 cm, correspondente às alturas da 
água em cada cova. Quando este intervalo de tempo para rebaixamento de 1 cm 
se der em menos de 3 min, refazer o ensaio cinco vezes, adotando o tempo da 
quinta medição. 
 
- Com os tempos determinados no processo de infiltração das covas, é possível 
obter os coeficientes de infiltração do solo (L/m² x dia) na curva apresentada a 
seguir. (Adota-se o menor dos coeficientes determinados no ensaio). 
 
 
 
 
 
Areia bem selecionada e limpa, variando a areia com 
cascalhos. 
 
 
 
17 
 
Figura 3:Gráfico para determinação do coeficiente de infiltração 
 
 
 
 
 
5.3.2 Ensaio de infiltração em cova cilíndrica-emprego de trado- 
Metodologia: 
 
- O emprego do trado na determinação da capacidade de absorção do solo 
elimina a necessidade da escavação de valas, principalmente quando há 
necessidade de atingir níveis mais profundos. 
 
- Em três pontos do terreno a ser utilizado para disposição do efluente da fossa 
séptica em sumidouro, fazer perfurações verticais com trado de 30 cm de 
diâmetro, em profundidades diferentes, determinadas a partir de um pré-
dimensionamento. 
 
- De maneira análoga ao previsto no ensaio de infiltração com cova prismática, 
deve-se raspar o fundo e os lados da cova para que fiquem ásperos e cobrir o 
fundo com uma camada de 5 cm de brita nº1. No primeiro dia de ensaio, manter 
as covas cheias de água durante 4 h. No dia seguinte encher as covas com 
água e aguardar que estas se infiltrem totalmente. 
 
- Em seguida, encher cada cilindro com água até a altura de 19 cm, 
cronometrando o período de tempo necessário para o rebaixamento do nível 
 
 
18 
 
d’água de 1,3 cm, isto é, de 18 cm a 17,7 cm. Quando este período for menor 
que 3 min, refazer o ensaio cinco vezes, adotando o tempo da quinta medição. 
 
- Os coeficientes de infiltração do solo em L/ m² x dia pode ser obtido por meio 
do Gráfico para determinação do coeficiente de infiltração mostrado 
anteriormente. 
 
Figura 4: Esquema do ensaio de infiltração por cova cilíndrica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5.4 Determinação da Área de Absorção do solo: 
 
A área de infiltração necessária deve ser calculada pela seguinte fórmula: 
 
A = V ÷ CI 
Em que: 
 
A= área de infiltração necessária, em m², para sumidouro ou vala de infiltração. 
 
V= volume de contribuição diária, em L/dia, que resulta da multiplicação do 
número de contribuintes (N) pela contribuição unitária de esgotos (C). 
 
CI= coeficiente de infiltração (L/m² x dia) obtido no gráfico para determinação do 
coeficiente de infiltração. 
 
 
Obs: 
 
- Recomenda-se como volume útil mínimo do sumidouro, o volume útil da fossa 
séptica contribuinte. 
 
- Apesar da norma considerar o fundo e as paredes como área de infiltração (A), 
como segurança, o projetista poderá contabilizar apenas a área lateral, 
desprezando a infiltração pelo fundo do sumidouro devido a colmatação. 
 
- A escolha entre a utilização de valas de infiltração ou sumidouros, deve levar 
em conta o nível do lençol freático. É prudente que o fundo da vala ou do 
sumidouro esteja no mínimo a 1,50 m acima do nível máximo do lençol freático. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Exemplos de Dimensionamentos 
 
Exemplo 5: Dimensionar um tanque séptico (TS) para um prédio com 30 (trinta) 
moradores, com padrão alto de contribuição de despejos, cuja limpeza deverá 
ser executada a cada 4 anos. 
 
1º Passo: Seleção dos dados para cálculo do volume útil 
 
Vu = Volume útil do TS em litros; 
N = 30(numero de contribuintes); 
C = contribuição de despejos em L/ pessoa x dia(ver tabela 01) 
 tabela 01 Padrão Alto C = L/ pessoa x dia; 
T= período de detenção (ver tabela 2) 
 Tabela 02 Vazão de Esgoto Q = 30 x 160 = 4800 L/dia = 0,75; 
K= taxa de acumulação de lodo digerido em dias, equivalente ao tempo de 
acumulação de lodo fresco (ver tabela 03); 
(tabela03 temperatura >20 oC intervalo entre limpezas = 4 anos K = 177). 
Lf= contribuição de lodo fresco em L/pessoa x dia (ver tabela 01) Lf = 1. 
 
2º Passo: Aplicação da fórmula aplicável 
 
Vu = 1000+ N(C.T+K.Lf) 
 
Vu = 1000 + 30[(160 x 0,75) + (177 x 1)] 
 
Solução 
Vu = 9.910 L = 9,91 m3 
 
 
Exemplo 6: Dimensionar um filtro anaeróbio (FA) de um prédio com 30 (trinta) 
moradores, com contribuição de alto padrão e período de detenção de 0,75. 
 
1º Passo: Seleção dos dados para cálculo do FA 
 
N →número de contribuintes = 30 
C → contribuição de despejos em L/pessoas x dia (ver tabela 01) 
 Tabela 01 → Padrão Alto → C = 160 L/pessoa x dia; 
T → período de detenção (ver tabela 02) 
 Tabela 02 → Vazão de Esgoto Q = 30 x 160 = 4800 L/dia → T = 0,75 
 
2º Passo: Aplicação da fórmula pertinente 
 
V = 1,6 x N x C x T → V = 1,6 x 30 x 160 x 0,75 → V = 5.760 L = 5,76 m3 
 
 
 
 
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Exemplo 7: Dimensionar um sumidouro para uma residência cujo tanque 
séptico apresenta um volume útil de 2,1 m³. 
 
Solução: 
 
1º Passo: Determinação do Volume de Contribuição Diária (V) 
 
O volume de contribuição diária (V) adotado será o equivalente ao volume 
útil do tanque séptico, já fornecido pelo problema de 2,1 m³. 
 
2ºPasso: Determinação do coeficiente de infiltração (Ci) 
 
Para determinação do coeficiente de infiltração Ci é necessário realizar o 
ensaio de infiltração. 
 
- Para solução do problema será considerado que o ensaio realizado para 
infiltração foi o ensaio de infiltração através de cova cilíndrica com emprego de 
trado. O maior tempo de infiltração para rebaixamento do nível d’água de 1,3 cm 
foi de 10 min. 
 
- Entrando na curva da figura: Gráfico para determinação do coeficiente de 
infiltração, têm-se: Ci=39 Litros /m² x dia. 
 
 
 
 
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3ºPasso: Cálculo da área de infiltração do solo 
Para o cálculo da área de infiltração do solo utiliza-se fórmula apresentada 
na norma NBR 7229/1993: 
 
A= V ÷ Ci 
Substituindo os dados obtidos nos passos anteriores: 
V= 2,1 m³=2.100 litros 
Ci=39 litros/m² x dia 
A= 2.100/ 39 
A= 53,8 m² 
 
4ºPasso: Determinação das dimensões do sumidouro 
 
- O sumidouro adotado terá formato cilíndrico e o diâmetro será inicialmente pré-
estabelecido como D= 3,00 m. 
 
- Com o diâmetro e a forma cilíndrica já estabelecidos, pode-se calcular a 
profundidade h do sumidouro para que a área da superfície lateral seja de 53,85 
m². 
 
Obs: Para este dimensionamento, serão consideradas as áreas laterais do sumidouro bem como 
a de fundo como superfícies de infiltração, pois a norma NBR 7229/1993 permite que se 
considere a área do fundo do sumidouro como permeável. 
 
Assim: A = 3,14 x R² + 2 x 3,14 x R x h 
 
Em que: 
A= 53,85 m² ; área de infiltração necessária, já calculada 
R= 1,50 m; Raio do cilindro com diâmetro D= 3,00 m 
h= profundidade do sumidouro, equivalente a altura do cilindro 
Assim: 
53,85 = 3,14 x 1,50² + 2 x 3,14 x 1,50 x h 
h= 4,96 m 
Para fins práticos adota-se h= 5,00m. Logo, as dimensões do sumidouro 
serão: 
Diâmetro (D): 3,00 m 
Profundidade (h): 5,00 m 
 
Obs: 
- As dimensões do sumidouro poderiam ser reduzidas se fossem adotados dois 
sumidouros. 
- A distância da superfície inferior do sumidouro ao lençol freático deve ser de no 
mínimo 1,50 m. 
- Caso a distância mínima não seja cumprida pode-se tentar reduzir a dimensão 
vertical do sumidouro aumentado as suas dimensões laterais ou o número de 
sumidouros. 
- Caso as alternativas acima não sejam viáveis deverão ser empregadas valas 
de infiltração. 
 
 
 
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Detalhamento sumidouro-Vista Superior 
 
 
Detalhamento sumidouro-Corte

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