Buscar

Currículo: Definições e Práticas na Educação

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE PAULISTA
 UNIP
 
GABRIELLA FERREIRA DA SILVA RA: D807552 IZABELLA CHRISTINA QUIRINO OKUMOTO RA: B223634
PATRÍCIA RODRIGUES VIANA RA: D82690-5
PRISCILA CARVALHO DOS SANTOS RA: T9125A-8
“CURRÍCULO: DEFINIÇÕES E PRÁTICAS”
SÃO PAULO – SP
2020
INTRODUÇÃO: 
Buscando compreender o currículo e a sua função dentro do contexto educacional acredita-se que seja importante conhecer as diferentes concepções que norteia esse termo e sua influência neste âmbito. 
Assim, o presente trabalho, como tema “currículo: definições e práticas”, tem como proposta apresentar as definições de currículo e as suas contribuições para o campo escolar e a importância de os profissionais trabalhar com ele, a partir de estudos de alguns autores como: Sacristán (2013), Silva (2010), Mckernan (2009) entre outros, retrata o currículo como um processo a ser percorrido.
Visando chegar a uma compreensão sobre o que é currículo, analisou-se várias definições sobre este termo, o que possibilitou que se desenvolvesse uma ideia sobre ele. Quanto à origem da palavra, currículo vem do latim “currere”, que significa rota, caminho. Representa, então, a proposta de organização de uma trajetória de escolarização, envolvendo conteúdos estudados, atividades realizadas, competências desenvolvidas, com vistas ao desenvolvimento pleno do estudante. No contexto educacional o currículo divide-se em três segmentos: Teoria não crítica, Teoria Crítica e Teoria Pós-Crítica 
Dadas essas reflexões o trabalho buscou responder a seguinte questão: Como o currículo colabora no campo pedagógico? Deste questionamento refletiremos se o quanto se discute sobre o tema “Currículo”, está em conformidade sobre o quanto os profissionais da educação sabem acerca de sua contribuição para a escola, objetivando um melhor resultado sobre esse termo, foi realizado uma entrevista com uma professora dos anos iniciais do ensino fundamental, na rede particular da cidade de São Paulo, com o intuito de verificar como é aplicado o conteúdo pedagógico vinculado ao currículo.
DESENVOLVIMENTO
Para compreender currículo, é preciso conhecer a definição desse termo, Sacristán (2013), defini currículo com as seguintes colocações:
O termo currículo deriva da palavra latina Curriculum (cuja raiz é a mesma de Cursus e Currere). Na Roma antiga falava-se de cursus e honorum, a soma das “honras” que o cidadão ia acumulando á medida que desempenhava sucessivos cargos eletivos e judiciais [...]. O termo era utilizado para significar carreira, e, por extensão, determinava a ordenação e a representação de seu percurso. Esse conceito, em nosso idioma, bifurca-se e assume dois sentidos: por um lado, refere-se ao percurso de vida profissional e aos seus êxitos (ou seja, aquilo a que denominamos como curriculum vitae [...]).Por outro lado, o currículo também tem o sentido de construir a carreira do estudante e, de maneira mais concreta, os conteúdos desse percurso, sobretudo sua organização, aquilo que o aluno deverá aprender e superar e em que ordem deverá fazê-lo (SACRISTÁN, 2013, p. 16).
Diante das colocações expostas pelo autor, fica claro que existe duas perspectivas de currículo, o currículo do lado profissional, determinado como “curriculum vitae” e o “currículo escolar” que tem a função de construir a carreira do estudante. Diante desse contexto educativo, aparece um conjunto de “problemas curriculares”. Apenas para exemplificar um desses problemas, ainda hoje, os alunos não consideram o currículo como sendo uma ferramenta essencial para o seu desenvolvimento Mckernan (2009) nos diz: “[...] muito do que os alunos experienciam com o currículo escolar não tem importância na sua vida. (Mckernan, 2009, p. 22). O autor aponta a necessidade de formar profissionais reflexivo, com sensibilidade teórica para elaborar propostas curriculares que se atrelem com às demandas sociais da educação. Considerando o currículo escolar como um projeto educativo que favoreça o planejamento e a implementação de experiencias sociais.
A um educador é confiado o trabalho mais sério que a humanidade confronta: o desenvolvimento de currículos que capacitem novas gerações a contribuírem para o crescimento dos seres humanos e da sociedade. Isso significa que aqueles que escolheram a devotar ao currículo devem abordar as questões mais básicas que existem. O que significa viver de boa vida e como pode ser criada uma sociedade mais justa? (SCHUBERT, 1996, p. 423 apund MCKERNAN, 2009, p. 23).
O “currículo escolar” é considerado o coração da instituição, ele determina como “as coisas acontecem” no cotidiano da escola, de forma explicita e implícita, tem o poder decisivo sobre a formação da identidade do aluno e da sociedade. Aos profissionais da educação cabe a responsabilidade de construir e realizar o currículo visando à formação integral do aluno, buscando projetar experiências no contexto da escola.
O currículo escolar expressa e organiza segmentos dos conteúdos, sem essa articulação do currículo, os conteúdos podem aparecer desordenados, levando consequentemente às aprendizagens fragmentadas Sacristán(2013).O currículo tem uma função dupla: Organizar e unificar os conteúdos escolares.
Compreender currículo, é entender a vida cotidiana da escola, ou seja, tudo aquilo que é experimentado no contexto escolar concreto. Justamente as experiências que contextualizam esse currículo e seus complexos significados. Nesse sentido, entende-se que não há separação entre teoria e prática, toda prática educativa é explicada por uma teoria, ou seja:
[...] o currículo como expressão de uma série de determinações políticas para a prática escolar, o currículo como conteúdos sequencializados em determinados materiais, como saberes distribuídos pelos professores nas aulas, como campo das interações e dos intercâmbios entre professores e alunos, como “partitura” da prática etc. (SACRISTÁN, 2000, p.21).
Teoria curriculares
Para entendermos melhor o termo currículo, vamos analisar o conceito de teoria proposto por Silva (2010, p. 11):
Podemos começar pela discussão da própria noção de “teoria”. Em geral, está implícita, na noção de teoria, a suposição de que a teoria “descobre” o “real”, de que há uma correspondência entre “teoria” e a “realidade”. De uma forma ou de outra, a noção envolvida é sempre representacional, espetacular, mimética: a teoria representa, reflete, espelha a realidade que – cronologicamente, ontologicamente – a precede (SILVA, 2010, p.11, grifos do autor).
A partir desse entendimento, surge o questionamento, se o currículo escolar seria algo que existe antes da teoria. A teoria ao invés de apenas descrever um objeto seria muito mais algo que exerce um papel ativo na própria construção de ideia de currículo. Isto é, ao mesmo em que as teorias pedagógicas descrevem o currículo escolar elas o constituem. O currículo constrói modelos a partir da concepção de homem, sociedade, educação, ensino, aprendizagens etc.
No fundo das teorias do currículo está, pois, uma questão de “identidade” ou de “subjetividade”. Se quisermos recorrer à etimologia da palavra curriculum, “pista de corrida”, podemos dizer que no curso dessa “corrida” que é o currículo acabamos por nos tornar o que somos. Nas discussões cotidianas, quando pensamos em currículo pensamos apenas em conhecimento que constitui o currículo está inextricavelmente, centralmente, vitalmente, envolvido naquilo que somos, naquilo que nos tornamos: na nossa identidade, na nossa subjetividade (SILVA, 2010, p.15, grifos do autor).
Tudo que faz parte da teoria curricular, tem a potência de direcionar a forma como olhamos as questões educacionais. O currículo está dividido entre três teorias: Teorias não críticas (Tradicionais), Teorias críticas e Teoria pós-críticas.
As teorias curriculares tradicionais também chamada de teorias tecnicistas, surgiram na metade do século XX, no contexto norte-americano, com ideias defendidas pelo pensador Jonh Franklin Bobbitt, no seu livro clássico: The curriculum,em 1918. A preocupação educacional dessa teoria centrava-se na escolarização das massas e como prepará-la para a mão de obra nas fábricas. Não se buscava a emancipação, nem a transformação da sociedade por meio da educação. Nessa teoria o foco era os paradigmas da administração cientifica, conhecida como taylorismo. O currículo era visto como uma introdução mecânica, com listagens de assuntos impostos, que deveriam ser ensinados pelo professor e memorizados (repetidos) pelos alunos.
A segunda é a Teoria crítica, essa teoria baseou-se nas concepções marxistas, vinculadas a autores da escola de Frankfurt (Max horkeimer, Theodor Adorno), e da nova sociologia da educação (Pierre Bourdieu e Louis althusser). O currículo nesse modelo de teoria é visto mais do que um conjunto de matérias, contém também uma estrutura crítica em favor das massas populares. Nessa teoria a defesa era das lutas no campo cultural e social.
Teoria pós-crítica é a última teoria proposta, que emergem a partir das décadas de 1970 e 1980, partindo dos princípios de pós-estruturalismo e das ideias de multiculturalismo. Essa teoria critica o modelo de teorias tradicionais, vai além das classes sociais, focando principalmente no “sujeito”. O objetivo dessa teoria é a inclusão dos diversos segmentos sociais, visto como “minorias”, “excluídos”, “inferiorizados”, “diferentes”. No contexto educacional, o multiculturalismo corresponde a uma ideia de educação libertadora de preconceitos e promotora da diversidade cultural e do respeito aos grupos socais, étnicos e sexuais.
Currículo como instrumento Pedagógico
O currículo não é apenas um campo meramente técnico ou sistemático, mais sim um instrumento flexível e crítico, envolve questões sociopolíticas e econômicas. O currículo não pode ser analisado fora do contexto social e histórico da educação. O currículo está carregado de valores e princípios que são compartilhados em um determinado tipo de sociedade. De acordo com Silva (2007), o currículo não pode ser visto somente como um documento ou um registro de conteúdo, e sim a partir das relações estabelecidas entre sujeitos concretos. Portanto, o currículo sendo uma proposta educativa que desenvolve as práticas pedagógicas, é formada por estratégias, fases, níveis e componentes que se relacionam entre si. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) compreende-se currículo a partir de quatro estratégias ou componentes para estruturar o projeto curricular.
O que ensinar: São as intenções educativas nos conteúdos.
Quando ensinar: É a estrutura lógico-psicológica dos conteúdos;
Como ensinar: É a intervenção pedagógica, o método utilizado, respeitando as diferenças individuais e a pluralidade cultural;
O quê, como e quando avaliar: Andrade (2003, p. 13) nos diz que a avaliação deve permitir o “ajuste da intervenção pedagógica às características individuais dos alunos e de determinar o grau de consecução das intenções educativas do projeto pedagógico”
Ao buscar contextualizar as alternativas atuais para a organização e efetivação do trabalho pedagógico, é notória a atribuição de responsabilidade ao pedagogo. A especificidade do currículo se faz no sentido de fortalecer elos entre ações e os sujeitos que propõem realizá-las. Deve estar mediada pelo compromisso com a reflexão teórico-prática, cujo interesse maior centra-se na contextualização do processo ensino-aprendizagem, na articulação do ato de ensinar e aprender, elo entre o estudo e a organização do trabalho pedagógico.
Silva Júnior (2004), ao comentar sobre a identidade do pedagogo, argumenta que pouco se terá avançado se houver transposição apenas do plano das práticas isoladas e conflitantes para o plano das práticas articuladas. O que realmente assegura a articulação entre as práticas é a reflexão, é a elaboração do sentido do trabalho coletivo, que implica necessariamente a reelaboração da relação entre teoria e prática.
Para que fosse possível perceber qual a concepção que o currículo permeia na prática dos professores na escola, foi realizada uma entrevista com uma professora de ensino fundamental da rede particular de são Paulo, onde ela pontua sobre o uso pedagógico do currículo. Ela condiz: “Considerando, sou professora da escola na rede particular de São Paulo, minha concepção sobre o currículo é que ele se torna um conjunto de objetos de estudo e procedimentos que priorizam o desenvolvimento de habilidades. Considero o currículo importante, pensando no currículo como uma possível ferramenta para modificar as práticas para que os objetivos sejam alcançados da melhor forma.
Eu acredito que exista uma maneira de currículo democrático, mas assim sendo, faz-se necessária uma prática pedagógica comprometida com uma educação transformadora, a qual implica a busca, no nível local, de possibilidades de ruptura dentro das políticas curriculares, em um movimento de contra hegemonia e de ressignificação dos conhecimentos. É necessário desenvolver o conceito de justiça curricular não somente universalizando o acesso ao ensino, mas, sobretudo, questionando o tipo de educação que os estudantes estão vivenciando e desvendando os mecanismos sutis de controle social e de consolidação das diferenças.
Eu também utilizo o currículo como uma ferramenta para desenvolver minhas atividades pedagógicas, pois é o parâmetro para o desenvolvimento do trabalho de forma significativa”.
CONCLUSÃO:
A construção do currículo é permeada por relações entre a escola e a sociedade, envolve interesses políticos e ideológicos, o currículo é considerado a bússola da escola, é um instrumento que pensa na educação e as aprendizagens necessárias para o desenvolvimento do aluno.
O currículo não pode ser considerado como um instrumento passivo ou ingênuo, ele está delineado nos documentos oficiais, nas disciplinas, nos professores, nas instituições de ensino, nos alunos, presente no dia a dia.
Entendemos que o currículo não é um elemento neutro de transmissão do conhecimento social. Tem ação direta na formação e desenvolvimento do aluno, formando um sujeito crítico e ativo na sociedade. A teoria e a prática são interligadas em todo o processo de planejamento do currículo escolar. O currículo escolar é a base de todo o sistema educativo.
Na construção do currículo devem-se considerar que o aluno do século XXI é diferente. E por isso a seleção de conteúdo também precisam se adequar. Atualmente, há muitas informações disponíveis, o acesso está facilitado, diferente do tempo anterior. Por isso a importância da reflexão “para quem planejar” se torna pertinente ao grupo de profissionais. A formação escolar se ampliou e os conteúdos do currículo expandiram-se junto com a finalidade da escola.
Compreendendo isso, a função do professor no momento de selecionar e organizar o conteúdo também deve se atualizar. Aí está mais um grande desafio da educação.
REFÊRENCIAS
MCKERNAN, James. Currículo e Imaginação: teoria do processo, pedagogia e pesquisa-ação. Porto Alegre: Artmed, 2009.
SACRISTÁN, José Gimeno. O currículo: uma reflexão sobre a prática. Porto Alegre: Artmed, 2000.
SACRISTÁN, José Gimeno. Certezas e incertezas sobre o currículo. Porto Alegre: Editora Penso, 2013.
SILVA, T. T. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. Belo Horizonte: Autêntica, 2001.
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994 (Série formação do professor).
Secretaria de Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais: Apresentação dos temas transversais e ética. Brasília: MEC 7b. Vol. 8.

Outros materiais