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Profª Drª Thaís Dalzochio COLETA DA AMOSTRA FECAL Três amostras coletadas em dias alternados – não ultrapassando um período de 10 dias Eliminação de alguns parasitos pelo hospedeiro infectado não é contínua. Ex: Giardia lamblia, Taenia sp., Schistosoma mansoni, Entamoeba histolytica. Frasco limpo (não precisa ser estéril) e sem contaminação urinária Instruções escritas devem ser fornecidas ao paciente Quantidade mínima de 20 a 30 g (diferente em recém nascidos) Ingestão de medicamentos e produtos químicos como antidiarreicos, antibióticos, óleos minerais tornam a amostra insatisfatória para a pesquisa de protozoários intestinais = aguardar → 7 a 10 dias PROFª DRª THAÍS DALZOCHIO 2 PROFª DRª THAÍS DALZOCHIO 3 Frasco de coleta mais comum Coproplus ESTABILIDADE DAS AMOSTRAS PROFª DRª THAÍS DALZOCHIO 4 Ovos e larvas Sem tempo de encistar. Líquidas: 30 minutos (trofozoítos) Pastosas: 1 hora Sólidas: 24 horas ou Preservação PRESERVAÇÃO DAS AMOSTRAS - FIXADORES Substâncias que preservam a morfologia das estruturas parasitárias Quantidade indicada: três partes para uma de fezes Principais Formalina 5 ou 10%: indicada para exames diretos e procedimentos de concentração. Contraindicada para preservação de parasitos para montagens permanentes. Ácido polivinílino (APV): utilizado para a preparação de montagens com coloração permanente. Porém, recuperação de alguns parasitos não é tão eficiente quando comparada ao uso da formalina. Acetato de sódio-ácido acético-formalina (SAF): indicado para montagens permanentes e técnicas de concentração. Principal desvantagem: não preserva bem a morfologia de protozoários. PROFª DRª THAÍS DALZOCHIO 5 PROCESSAMENTO - EXAME MACROSCÓPICO Consistência Dura, pastosa,mole, diarreica, aquosa/líquida, formada Presença de sangue e/ou muco Proglotes ou vermes adultos Tamisação: lavagem do bolo fecal em peneiras e recolhimento das proglotes (identificação morfológica). PROFª DRª THAÍS DALZOCHIO 6 Link para vídeo demonstrativo sobre a execução: https://www.youtube.com/watch?v=uF37BtZz68Q https://www.youtube.com/watch?v=uF37BtZz68Q EXAME MICROSCÓPICO Três procedimentos distintos PROFª DRª THAÍS DALZOCHIO 7 Preparações diretas a fresco Técnicas de concentração Esfregaço com coloração permanente EXAME MICROSCÓPICO – PREPARAÇÃO DIRETA A FRESCO Finalidade: detecção de trofozoítos móveis de protozoários. Outras estruturas parasitárias também podem ser observadas. Preparo: em uma lâmina, misturar uma pequena porção de fezes não fixadas (sem conservantes) com salina ou lugol com o auxílio de um bastão de madeira e cobrir com lamínula. Observar ao microscópio. PROFª DRª THAÍS DALZOCHIO 8 EXAME MICROSCÓPICO – MÉTODOS DE CONCENTRAÇÃO Finalidade: Agregar parasitos presentes em um pequeno volume de amostras Remover o máximo possível de detritos, que podem dificultar a visualização de parasitos ao microscópio Apresentar os organismos em um estado inalterado, facilitando sua identificação Técnicas de concentração podem ser realizadas em amostras de fezes frescas ou fixadas. PROFª DRª THAÍS DALZOCHIO 9 P ri n cí p io s Sedimentação Flutuação Centrífugo-sedimentação Centrífugo-flutuação TÉCNICAS DE SEDIMENTAÇÃO Objetivam o aumento do número de ovos, larvas e cistos e a separação das gorduras e óleos da maioria dos detritos. As estruturas parasitárias são retidas no fundo do tubo, ao contrário das técnicas de flutuação. Desvantagem: grande quantidade de detritos fecais no sedimento. Mais lenta (24 h para diagnóstico) e cálices de sedimentação ocupam espaço no laboratório. PROFª DRª THAÍS DALZOCHIO 10 TÉCNICAS DE SEDIMENTAÇÃO – MÉTODO DE HOFFMAN, PONS E JANER (HPJ) OU LUTZ Indicada para ovos, larvas e cistos. Vantagens: necessidade mínima de vidraria, dispensando o uso de reagentes e centrífuga → baixo custo PROFª DRª THAÍS DALZOCHIO 11 EXECUÇÃO Método de concentração simples Diluir de 2 a 5 g de fezes em 10 mL de água Filtrar em gaze ou parasitofiltro Deixar decantar por 1 a 24 horas Analisar o sedimento PROFª DRª THAÍS DALZOCHIO 12 Link para vídeo demonstrativo sobre a execução: https://www.youtube.com/watch?v=htXB2QrKe7o&t=6s https://www.youtube.com/watch?v=htXB2QrKe7o&t=6s TÉCNICAS DE FLUTUAÇÃO Baseiam-se na diferença de densidade específica entre os ovos de helmintos, cistos e oocistos de protozoários e o material fecal, a fim de que estes organismos flutuem na superfície dos reagentes. Desvantagem: Ovos pesados, como os de Ascaris, Taenia, Schistosoma e Fasciola podem não flutuar (HPJ indicado).Alguns cistos e larvas podem ser distorcidos. PROFª DRª THAÍS DALZOCHIO 13 TÉCNICAS DE FLUTUAÇÃO – MÉTODO DE WILLIS Indicada para a detecção de ovos de baixa densidade específica, como os de ancilostomídeos. PROFª DRª THAÍS DALZOCHIO 14 Utiliza-se solução saturada de cloreto de sódio com densidade 1,20 g/mL (aproximadamente 40 g de NaCl em 100 mL de água) EXECUÇÃO Dissolver 1 a 2 g de fezes em solução saturada de NaCl Encher o recipiente com a mesma solução até que a superfície líquida coincida com a superfície superior do recipiente. Filtragem opcional Colocar uma lâmina sobre o recipiente de forma que o líquido se prenda à superfície da lâmina. Manter a lâmina por aproximadamente 15 minutos – tempo para os ovos subirem à superfície. Retire a lâmina virando-a rapidamente. Colocar uma gota de lugol e analisar. PROFª DRª THAÍS DALZOCHIO 15 Link para vídeo demonstrativo sobre a execução: https://www.youtube.com/watch?v=dTKaE76ypOA&t=1s https://www.youtube.com/watch?v=dTKaE76ypOA&t=1s CENTRÍFUGO-FLUTUAÇÃO EM SOLUÇÃO DE SULFATO DE ZINCO – TÉCNICA DE FAUST E COLS. Apropriada para o diagnóstico de cistos, ovos e larvas. Enterobius vermicularis Imprópria para espécimes com grande quantidade de gorduras. Utiliza-se ZnSO4 com densidade 1,18 g/mL para amostras frescas e 1,20 g/mL para amostras preservadas com formaldeído. PROFª DRª THAÍS DALZOCHIO 16 EXECUÇÃO Dissolver 1 parte de fezes em 9 de água e filtrar. Centrifugar a 2500 rpm por 2 minutos Desprezar o sobrenadante e adicionar o mesmo volume de água Centrifugar novamente e desprezar o sobrenadante Adicionar 10 mL de sulfato de zinco 33% Centrifugar por 1 minuto a 2500rpm Retirar 3 a 4 alçadas da superfície do tubo e analisar com lugol. PROFª DRª THAÍS DALZOCHIO 17 Link para vídeo demonstrativo sobre a execução: https://www.youtube.com/watch?v=X0Qjp4URRlU https://www.youtube.com/watch?v=X0Qjp4URRlU TÉCNICAS DE CENTRÍFUGO-SEDIMENTAÇÃO – MÉTODO DE RITCHIE Eficiente para ovos, cistos e larvas Desvantagem: utilização de solvente orgânico (éter ou acetato de etila) → solubiliza as gorduras Mais cara que o HPJ, mas mais rápida e ocupa menos espaço Utiliza quantidades menores de amostra (1 a 2 g x 5 a 10 g). PROFª DRª THAÍS DALZOCHIO 18 EXECUÇÃO Método difásico para a pesquisa de ovos 2 g de fezes em 20 mL de água Filtrar de maneira a adquirir 15 mL de fezes diluídas Centrifugar por 1 minuto a 2000 rpm Desprezar o sobrenadante e adicionar mais 10 mL de água Homogeneizar e centrifugar Desprezar o sobrenadante Adicionar 10 mL de formol 7,5% e homogeneizar Deixar descansar por 20 a 30 minutos Adicionar 3 mL de éter, tampar o tubo e agitar vigorosamente. Centrifugar a 1500 rpm por 1 minuto Liberar os resíduos superficiais da parede do tubo e desprezar o sobrenadante. Analisar com lugol. PROFª DRª THAÍS DALZOCHIO 19 Link para vídeo demonstrativo sobre a execução: https://www.youtube.com/watch?v=wjgjYIpo9Hg https://www.youtube.com/watch?v=wjgjYIpo9Hg EXAME MICROSCÓPICO – CONCENTRAÇÃO DE LARVAS Método de Baermann e Moraes, Rugai e Coprocultura de Harada Mori Princípio: hidrotermotropismo das larvas Utilizar fezes frescas Larvas infectantes!!! PROFª DRª THAÍS DALZOCHIO 20 MÉTODO DE BAERMANN E MORAES Métododestinado à extração de larvas – tropismo por água morna Em um tubo afunilado, colocar água morna (40 a 42 °C) Sobre este, colocar um funil com gaze e diretamente sobre a gaze, 3 a 4 g de fezes de maneira que estas fiquem em contato com a água (parcialmente submersas). Deixar repousar de 20 a 30 minutos e analisar o sedimento PROFª DRª THAÍS DALZOCHIO 21 Sempre usar fezes frescas, não preservadas. As larvas vivas são infectantes! Link para vídeo demonstrativo sobre a execução: https://www.youtube.com/watch?v=Y4c12G6f2LA https://www.youtube.com/watch?v=Y4c12G6f2LA MÉTODO DE RUGAI Técnica também fundamentada no hidrotermotropismo das larvas dos helmintos. Coloca-se de 10 a 15 g da amostra no centro de uma gaze Com o auxílio de um palito de madeira ou outro frasco, “embrulha-se” a amostra A mesma deve ser colocada em contato com a água morna (40°C) em cálice cônico por 60 minutos Coleta-se o sedimento e realiza-se a análise PROFª DRª THAÍS DALZOCHIO 22 Link para vídeo demonstrativo sobre a execução: https://www.youtube.com/watch?v=YYgxyA7jpLs https://www.youtube.com/watch?v=YYgxyA7jpLs MÉTODO KATO-KATZ Método utilizado para quantificação da carga parasitária Útil em certos contextos clínicos e epidemiológicos Muito utilizado para a detecção de ovos de Schistosoma sp. Utiliza-se uma placa perfurada para medir o volume da amostra a ser examinada (42 mg). A amostra é então comprimida entre lâmina e lamínula. Os resultados são expressos em número de ovos por grama de fezes. PROFª DRª THAÍS DALZOCHIO 23 Link para vídeo demonstrativo sobre a execução: https://www.youtube.com/watch?v=YAXe5IkRFGs https://www.youtube.com/watch?v=YAXe5IkRFGs ANÁLISE - COLORAÇÕES TEMPORÁRIAS Importantes para a identificação dos diferentes estágios dos protozoários. As soluções de iodo, como a de Lugol, são recomendadas para a identificação de ovos e cistos. A solução de iodo de Lugol é a mais utilizada. A solução não deve ser velha, pois ocorre a sublimação do iodo. Observar a diluição correta → soluções muito concentradas são rapidamente absorvidas pelos cistos. Os trofozoítos são mortos e distorcidos pelo iodo → neste caso, recomenda- se a utilização de uma coloração permanente (Sudam III, azul de metileno). PROFª DRª THAÍS DALZOCHIO 24 Coloração correta: O citoplasma cora-se de amarelo. A cromatina periférica dos núcleos cora-se de preto ou marrom. ANÁLISE DAS LÂMINAS Percorrer toda a preparação através da objetiva de 10x → confirmar as estruturas com a objetiva de grande aumento (40x) Percorrer pelo menos 20 campos observando com a objetiva de 40x PROFª DRª THAÍS DALZOCHIO 25 EXPRESSÃO DOS RESULTADOS Resultados positivos Todos os parasitos patogênicos ou não-patogênicos deverão ser reportados nos seus nomes científicos, dando ênfase ao estágio de diagnóstico identificado. Exemplos: Presença de ovos de Ascaris lumbricoides Positivo para cistos de Giardia lamblia Larvas de Strongyloides stercoralis Resultados negativos Não foram encontrados ovos, larvas e cistos de parasitos. Negativo para ovos, larvas e cistos de parasitos. Não foram observados ovos, larvas e cistos de parasitos. PROFª DRª THAÍS DALZOCHIO 26 EXAME MICROSCÓPICO – COLORAÇÕES PERMANENTES Procedimento final do Exame Parasitológico de Fezes (EPF). Finalidade: confirmar a presença de cistos e/ou trofozoítos. Amostra de escolha: amostra preservada em polivinílino (APV). Pode-se utilizar amostra preservada com acetato de sódio-ácido acético-formalina (SAF), porém a escolha da coloração é limitada à hematoxilina férrica. Principais colorações: Tricômico de Wheatley Hematoxilina férrica Colorações específicas: detecção de oocistos e coccídeos Técnica de álcool-ácido-resistente modificada PROFª DRª THAÍS DALZOCHIO 27 Visualização da morfologia dos protozoários intestinais. QUESTÃO ENADE 2013 - BIOMEDICINA Considere que um biomédico seja responsável pela elaboração dos Procedimentos Operacionais Padrão (POP) do setor de parasitologia do seu laboratório. Observando as diferentes técnicas usadas para a triagem de enteroparasitas e o perfil epidemiológico da população que usufrui dos serviços do laboratório, ele chegou aos seguintes dados: Alta prevalência de Ascaris lumbricoides Alta prevalência de Schistosoma mansoni Baixa prevalência de Enterobius vermicularis Levando em conta a característica das formas imaturas desses helmintos observadas nas fezes, por qual método o biomédico deve optar para aumentar a sensibilidade dos exames parasitológicos fecais em seu laboratório? a. Técnica de Faust, que se baseia na flutuação em sulfato de zinco de formas imaturas leves de alguns parasitas. b. Técnica de Hoffmann, Pons & Janer, também conhecida como técnica de Lutz, que se baseia no processo de sedimentação de ovos pesados. c. Exame direto que é feito a fresco e indicado para a pesquisa de formas imaturas em fezes diarreicas ou desintéricas de forma rápida e fácil. d. Método de Baermann-Moraes, que utiliza o princípio do termotropismo em cálice de sedimentação para a detecção das formas imaturas larvais. e. Coloração das amostras de fezes por hematoxilina férrica, que é usada para detalhar a morfologia de trofozoítos e cistos de protozoários intestinais. PROFª DRª THAÍS DALZOCHIO 28 QUESTÃO ENADE 2013 – BIOMEDICINA RESPOSTA Considere que um biomédico seja responsável pela elaboração dos Procedimentos Operacionais Padrão (POP) do setor de parasitologia do seu laboratório. Observando as diferentes técnicas usadas para a triagem de enteroparasitas e o perfil epidemiológico da população que usufrui dos serviços do laboratório, ele chegou aos seguintes dados: Alta prevalência de Ascaris lumbricoides Alta prevalência de Schistosoma mansoni Baixa prevalência de Enterobius vermicularis Levando em conta a característica das formas imaturas desses helmintos observadas nas fezes, por qual método o biomédico deve optar para aumentar a sensibilidade dos exames parasitológicos fecais em seu laboratório? a. Técnica de Faust, que se baseia na flutuação em sulfato de zinco de formas imaturas leves de alguns parasitas. b. Técnica de Hoffmann, Pons & Janer, também conhecida como técnica de Lutz, que se baseia no processo de sedimentação de ovos pesados. c. Exame direto que é feito a fresco e indicado para a pesquisa de formas imaturas em fezes diarreicas ou desintéricas de forma rápida e fácil. d. Método de Baermann-Moraes, que utiliza o princípio do termotropismo em cálice de sedimentação para a detecção das formas imaturas larvais. e. Coloração das amostras de fezes por hematoxilina férrica, que é usada para detalhar a morfologia de trofozoítos e cistos de protozoários intestinais. PROFª DRª THAÍS DALZOCHIO 29 QUESTÃO ENADE 2016 - BIOMEDICINA Os helmintos são parasitas intestinais entre os quais se incluem os nematódeos, cestódeos e trematódeos. Eles habitam o trato gastrointestinal do hospedeiro quando na fase adulta, mas podem alojar-se em outros órgãos, como pulmões, fígado e sangue, e produzem ovos, que são eliminados por meio do trato intestinal. O diagnóstico de doenças por helmintos em humanos geralmente requer história clínica e exame físico, análise laboratorial de fezes e, às vezes, exames complementares. Nesse contexto, avalie as afirmações a seguir. I. Parasitoses por helmintos induzem resposta humoral com produção de IgE pelas células B e resposta imune celular com ativação de eosinófilos, mastócitos e basófilos. II. O diagnóstico laboratorial da parasitose por helminto depende da presença e da identificação de um estágio evolutivo específico do parasita em amostras de fezes, a partir de técnicas laboratoriais como o método de Hoffmann, Pons & Janer, baseado na sedimentação espontânea das fezes. III. O diagnóstico dessas parasitoses deve ser pautado em exame de amostras seriadas, sendo o uso de laxativos considerado uma estratégia adequada para a coleta de amostrasde fezes. É correto o que se afirma em a. I, apenas d. II e III, apenas b. III, apenas e. I, II e III c. I e II, apenas PROFª DRª THAÍS DALZOCHIO 30 QUESTÃO ENADE 2016 – BIOMEDICINA RESPOSTA Os helmintos são parasitas intestinais entre os quais se incluem os nematódeos, cestódeos e trematódeos. Eles habitam o trato gastrointestinal do hospedeiro quando na fase adulta, mas podem alojar-se em outros órgãos, como pulmões, fígado e sangue, e produzem ovos, que são eliminados por meio do trato intestinal. O diagnóstico de doenças por helmintos em humanos geralmente requer história clínica e exame físico, análise laboratorial de fezes e, às vezes, exames complementares. Nesse contexto, avalie as afirmações a seguir. I. Parasitoses por helmintos induzem resposta humoral com produção de IgE pelas células B e resposta imune celular com ativação de eosinófilos, mastócitos e basófilos. II. O diagnóstico laboratorial da parasitose por helminto depende da presença e da identificação de um estágio evolutivo específico do parasita em amostras de fezes, a partir de técnicas laboratoriais como o método de Hoffmann, Pons & Janer, baseado na sedimentação espontânea das fezes. III. O diagnóstico dessas parasitoses deve ser pautado em exame de amostras seriadas, sendo o uso de laxativos considerado uma estratégia adequada para a coleta de amostras de fezes. É correto o que se afirma em a. I, apenas d. II e III, apenas b. III, apenas e. I, II e III c. I e II, apenas PROFª DRª THAÍS DALZOCHIO 31 PESQUISA DE SANGUE OCULTO PROFª DRª THAÍS DALZOCHIO 33 O TESTE Uma pessoa normal elimina 2,0 a 2,5 mL de sangue para o trato gastrointestinal diariamente. > 2,8 mL: doença GI Sangue: mais comum em casos de hemorroidas e fissuras anais. PROFª DRª THAÍS DALZOCHIO 34 INSTRUÇÕES PARA A COLETA Fazer dieta sem os possíveis interferentes por 72 h. Obter uma amostra de fezes livre de fatores que possam interferir no resultado do exame. Utilizar uma parte de duas áreas diferentes da amostra de fezes. Deve-se coletar a amostra da primeira evacuação depois de completado os três dias de dieta. A dieta só pode ser interrompida após o término da coleta. PROFª DRª THAÍS DALZOCHIO 35 FATORES QUE INTERFEREM Drogas como: esteroides, anticoagulante, ferro. Alimentos que podem causar falso-positivos: carne, vegetais com atividade peroxidase (nabo, couve-flor, brócolis) Falso-negativo: vitamina C (ácido ascórbico) quando ingerido > 500 mg/dia Fezes líquidas podem causar resultados falso-negativos com métodos que utilizam filtro de papel. Outros interferentes: hemorroidas, período menstrual. 23% dos maratonistas têm resultados positivos para sangue oculto PROFª DRª THAÍS DALZOCHIO 36 IMPLICAÇÕES CLÍNICAS As fezes que aparecem vermelho-escuras indicam uma perda de 5,0 a 7,5 mL de sangue do trato GI. Carcinoma de cólon Colite ulcerativa Adenoma Hérnia diafragmática Carcinoma gástrico Úlceras Pacientes com pesquisa de sangue oculto nas fezes positiva devem realizar uma colonoscopia para descartar a presença de pólipos, neoplasias ou outras doenças que podem causar sangramento (como a colite). PROFª DRª THAÍS DALZOCHIO 37 PREPARO DO PACIENTE Explicar o propósito, o procedimento, fatores que interferem e a necessidade de seguir protocolos apropriados de coleta de fezes. Recomenda-se que o paciente consuma uma dieta rica em resíduos, começando dois dias antes e continuando durante todo o período da coleta = ideal 3 amostras em 3 dias consecutivos. Dieta: carnes (pequenas quantidades de frango, peru e atum), vegetais (alface, milho, cenoura), frutas (sem restrição), cereais (farelo e cereais contendo farelo) e quantidades moderadas de amendoins e pipoca diariamente (fibras). Não ingerir álcool, aspirina ou vitamina C antes e durante a coleta. PROFª DRª THAÍS DALZOCHIO 38 TESTES LABORATORIAIS Teste de Meyer Fundamenta-se na detecção de hemoglobina nas fezes Vantagem: baixo custo Desvantagem: baixa especificidade para a hemoglobina humana e necessidade de dieta rigorosa pelo paciente antes de sua execução 39Diluição da amostra e filtrar Remover o sobrenadante e colocar em um tubo de ensaio Acrescentar 1 mL do reativo de Meyer, homogeneizar e adicionar 4 gotas de peróxido de hidrogênio Homogeneizar e observar a cor TESTES LABORATORIAIS Teste rápido Imunocromatográfico: ótima sensibilidade e especificidade. Dieta desnecessária PROFª DRª THAÍS DALZOCHIO 40 PESQUISA DE GORDURAS NAS FEZES PROFª DRª THAÍS DALZOCHIO 41 Normalmente há uma pequena quantidade de gorduras na fezes, mas um aumento pode estar relacionado a esteatorreia da insuficiência hepática, biliar ou transtornos de absorção. Gorduras neutras: pequena gotículas, muito refringentes. Ácidos graxos: finas agulhas longas e entrecruzadas. PROFª DRª THAÍS DALZOCHIO 42 COLETA Dieta especial (rica em gorduras – creme de leite, azeite, manteiga, requeijão) deverá ser mantida durante 6 dias. Coletar todas as fezes do 4º, 5º e 6º dias, colocando-as em frascos fornecidos pelo laboratório. A dieta deve ser mantida até a coleta da última amostra. IMPORTANTE: não utilizar laxantes ou supositórios, não estar em uso de enzimas digestivas. Evitar a contaminação das fezes com urina, água, gordura ou qualquer outro elemento. Durante a coleta, o material deve permanecer refrigerado. PROFª DRª THAÍS DALZOCHIO 43 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Colocar uma gota das fezes diluídas com uma gota de Sudam Black III e uma gota de álcool 96%. Analisar em 40x > 3 gotas por campo PROFª DRª THAÍS DALZOCHIO 44 IMPLICAÇÕES CLÍNICAS Aumentos da gordura fecal e dos ácidos graxos estão associados à síndrome de má absorção. Doença de Crohn – colite ulcerativa Fibrose cística Enterite Insuficiência pancreática, biliar Remoção cirúrgica de uma seção do intestino PROFª DRª THAÍS DALZOCHIO 45 FATORES QUE INTERFEREM Uso de medicações como bário, supositórios e medicações que diminuem a absorção de gorduras. Ingestão de óleo mineral e dieta rica em fibras ou metamucil. Contaminação com urina Amostra aleatória de fezes é de pouco valor diagnóstico PROFª DRª THAÍS DALZOCHIO 46 LEUCÓCITOS FECAIS PROFª DRª THAÍS DALZOCHIO 47 O TESTE O exame microscópico de leucócitos nas fezes é útil na diferenciação de determinadas doenças bacterianas nas quais os leucócitos estão presentes e também em algumas parasitoses. Raramente é observado pus nas fezes. Implicações clínicas: colite ulcerativa crônica, disenteria bacilar, abscessos, Shigelose, salmonelose. Ausência de leucócitos está associada a: diarreia inespecífica, diarreia viral, colite amebiana, parasitas. PROFª DRª THAÍS DALZOCHIO 48 PROCEDIMENTO Colocar uma gota de solução de azul de metileno no centro de uma lâmina. Com o auxílio de um bastão de madeira, pegar uma pequena porção da amostra de fezes e misturar com a gota de azul de metileno. Colocar uma lamínula sobre a mistura e deixar em repouso por 3-5 minutos para corar os núcleos. Observar no microscópio em campo de 40x. Focar 10 campos microscópicos, contando a eventual presença de leucócitos polimorfonucleares. Quando a soma for igual ou superior a 50 leucócitos em 10 campos, indica agressão do trato intestinal. PROFª DRª THAÍS DALZOCHIO 49 Coloração com tricômio REFERÊNCIAS NEVES, D. P. Parasitologia humana. 12ed. São Paulo: Atheneu, 2011. REY, L. Bases da parasitologia médica. 3ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. ZEIBIG, E. A. Parasitologia clínica: uma abordagem clínico-laboratorial. 2ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. PROFª DRª THAÍS DALZOCHIO 50
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