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2 0 2 0 . 2 J Ú L I A M O R A I S 1 4 3 ( 2 0 1 9 . 2 ) | 1 PRÁTICAS INTEGRADORAS III AULA 5 Imunoensaios APLICAÇÕES DOS TESTES • Diagnóstico; • Acompanhamento terapêutico; • Epidemiologia; • Pesquisa. REAÇÃO AG x AC • Sorologia: Pesquisa do antígeno ou anticorpo no soro. É utilizado no diagnóstico de infecções. • Imunohistoquímica, imunofluorescência e citometria de fluxo: Pesquisa do antígeno em tecidos ou amostras clínicas. É utilizado para fenotipagem de células. ESPECIFICIDADE • Anticorpos: São formados sob influência das características estruturais do antígeno (epítopo seleciona o receptor do linfócito B). → A sequência de aminoácidos do sítio combinatório é complementar a configuração espacial do epítopo. → As ligações são de curto alcance (fracas), pontes de hidrogênio, ligações eletroestáticas. • A especificidade de um soro total apresenta anticorpos que reagem com todos os epítopos dos antígenos. AFINIDADE • Força de reação a um único epítopo e um único sítio combinatório do anticorpo. • Ligação de cada valência do anticorpo a seu epítopo correspondente. • Pode apresentar alta ou baixa afinidade. • Reações cruzadas: Presença de antígenos semelhantes. AVIDEZ • Força de ligação total entre um antígeno (com muitos epítopos) e anticorpos multivalentes. • A IgG faz ligação bivalente, possui uma afinidade alta (maturação de afinidade) e avidez alta só para antígenos solúveis (epítopos acessíveis). • A IgM faz ligação pentavalente (sítios de ligação idênticos), sua afinidade é baixa pois não tem maturação de afinidade e avidez total do anticorpo para antígeno multivalente elevada. → O IgM normalmente é encontrado na porta de entrada de patógenos, por isso é importante que ela possua várias valências, o que permite que ela capture rapidamente vários patógenos no início da resposta imune. FATORES QUE INFLUENCIAM A MEDIÇÃO DAS REAÇÕES AG/AC • Afinidade; • Avidez; • Estado físico do antígeno; • Concentração antígeno com anticorpo. → Excesso de anticorpo podendo dar falso negativo (efeito prozona) ▪ Comum na sífilis. → O ponto de equilíbrio entre antígeno-anticorpo (2:1) forma uma rede, o que possibilita a visualização a olho nu da precipitação e aglutinação. → A medida que o soro é diluído a resposta desaparece. COMPONENTES DA REAÇÃO • Antígeno: → Patógeno íntegro; → Extrato (todos os componentes); → Antígenos de superfície; → Purificado (estruturas do patógeno); → Proteínas recombinantes; → Peptídeo sintético. • Anticorpo: 2 0 2 0 . 2 J Ú L I A M O R A I S 1 4 3 ( 2 0 1 9 . 2 ) | 2 → Policlonais resultantes da inoculação do antígeno completo, formando diversos anticorpos que reagiram a diferentes epítopos; → Monoclonais resultantes da técnica de diminuição infinita, que leva a formação de clone de linfócitos, os quais são identificados e hibridizados mantendo a formação de anticorpos específicos para uma molécula do patógeno. • Sistema revelador: → Fixação do complemento; → Fluorocromo; → Radioisótopo; → Métodos enzimáticos. AC MONOCLONAL VANTAGENS • Homogeneidade. • Especificade. • Reprodutibilidade. APLICAÇÕES • Identificação de marcadores fenotípicos e análise funcional de moléculas de superfície celular. • Imunodiagnóstico de doenças infecciosas. • Diagnóstico e imunoterapia de tumores. → Uso do antígeno junto com um radioisótopo no tratamento faz com que apenas a célula tumoral seja afetada. SOROLOGIA • Qualitativa: Positivo ou negativo para presença de antígeno. • Quantitativa: Titulação. → Dosagem semi-quantitativa do antígeno ou do anticorpo ou antígeno desconhecido respectivamente. → Título: Maior diluição do componente pesquisado (ag ou ac onde ainda há manifestação visível da reação). → Titulação de anticorpo (sorodiagnóstico): Determina a quantidade de anticorpo presente em um soro. → Titulação do antígeno: Determina a concentração mínima de antígeno a ser usada numa reação sorológica. • Levar em consideração o tempo da coleta. → Detecção de IgM: Infecção primária (aguda). → Detecção de IgM e IgG: Infecção em curso. → Detecção de IgG: Convalescência, vacinação, cicatriz sorológica. • A escolha do teste sorológico a ser utilizado no diagnóstico de infecções agudas deve levar em consideração a sensibilidade e a duração do período necessário para o aparecimento de títulos de anticorpos detectáveis (janela imunológica). • Resultados positivos necessitam de testes confirmatórios. • Resultados devem ser interpretados no contexto clínico e epidemiológico. SOROLOGIA PAREADA • 1ª coleta na fase aguda. • 2ª coleta (2 a 4 semanas após a 1ª coleta). • Conversão sorológica: Aumento de no mínimo 4 vezes no título de anticorpos do soro da fase convalescente (2ª coleta) em relação ao soro da fase aguda (1ª coleta). • Confirmação de infecção por um patógeno. MÉTODOS SOROLÓGICOS AGLUTINAÇÃO • Direta: Antígeno faz parte da estrutura de uma célula, forma um agregado antígeno-anticorpo. É feita em tubo, lâmina ou microplacas, podendo ser qualitativa ou quantitativa. → Qualitativa: Tipagem sanguínea, tipagem de bactérias (auxiliar no diagnóstico microbiológico). → Quantiativa: Diluição do soro (titulação) e coloca o antígeno. Positivo tem formação do agregado. Atualmente, mais utilizada as placas. ▪ Ex: Reação de Widal (Febre tifóide), tipagem sanguínea. Para diagnóstico de infecção em recém-nascido detectamos IgM, pois é a única que ele pode produzir. A IgG pode passar através da placenta da mãe. TESTE DE AVIDEZ PARA IgG Diz se há muita avidez, significando que a gestante já está se curando. Entretanto, caso haja pouca avidez, ela está em fase aguda podendo comprometer o feto. Faz uso da ureia para separação do antígeno- anticorpo. • Índice <0.200: Baixa avidez, infecção recente (menos de 4 meses). • Índice entre 0.200 e 0.300: Avidez intermediária, não é possível determinar o tempo de infecção. • Índice >0.300: Alta avidez, infecção pregressa ou crônica (mais de 4 meses). 2 0 2 0 . 2 J Ú L I A M O R A I S 1 4 3 ( 2 0 1 9 . 2 ) | 3 → Fácil de executar. → Baixo custo. → Elevada sensibilidade (visualização do positivo na população doente). → Leitura visual. → Semi-quantitativo. • Indireta: Antígeno solúvel adsorvido a superfície de uma partícula (hemácia, látex etc.), devido à dificuldade de visualizar sua precipitação quando separado. → Ex: Sorodiagnóstio da sífilis. ▪ TPHA: Hemácias de carneiro sensibilizadas com antígenos de Treponema pallidum. Teste treponêmico. ▪ VDRL (colesterol): Cardiolipina adsorvida no cristal de colesterol, necessário microscópio. Cristais espalhados é negativo e aglutinados é positivo. Não treponêmico. ▪ VDRL (látex): Cardiolipina adsorvida no látex, feito na lâmina. A bolinha de látex fica deformada caso seja positivo. Não treponêmico. ▪ Imunocromatografia: Teste rápido treponêmico, utilizado como triagem. → Pesquisa de antígeno ▪ Anticorpo específico (solúvel) é adsorvido a uma partícula (látex, hemácia, S. aureus). ▪ Pesquisa de proteína C reativa, fator reumatóide ou antígenos polissacarídicos bacterianos. PRECIPITAÇÃO • Utilizada para antígenos solúveis. • Meio gelificado. • Linha de precipitação. • Utilizado na detecção de fungos (micose). MÉTODOS AUTOMATIZADOS • Quando coloca a luz no tubo de ensaio o raio luminoso sofre dispersãoou impede a transmissão do raio. • Nefalometria: Capta os raios dispersos. Utiliza um aparelho caro. • Turbidimetria: Capta o bloqueio do raio. • Quanto maior a diminuição da luz transmitida maior a formação de complexos. • Ex: Fator reumatóide, IgA, IgG, IgM, C3, C4, albumina, proteína C reativa, transferina, fibronectina etc. MÉTODOS ENZIMÁTICOS IMUNOFLORESCÊNCIA • Direta: Anticorpo, geralmente monoclonal, marcado com o fluorocromo. → Detecção direta de microrganismos em secreções (urina, fezes), em cortes de tecidos, fenotipagem de células tumorais. → Em bacteriologia, um dos poucos métodos de IFD ainda usado em laboratório clínico (pesquisa de coproantígenos e identificação do Streptococcus do grupo A). • Indireta: Anti-imunoglobulina conjugado ao fluorocromo. → Microrganismo ou cultura de células infectadas é fixada a lâmina. → Soro a ser testado. → Anti-Ig conjugado ao fluorocromo. → Precisa de microscópio especial. → FTA-ABS (Treponêmico) confirmatório de teste não treponêmico. → IFI para T. cruzi confirmatório da reação Machado Guerreiro. • Vantagens: → Sensibilidade; → Especificidade; → Reprodutibilidade; → Simples padronização e execucação; → O mesmo conjugado pode ser usado em sistemas diferentes; → Permite determinar as classes e subclasses de anticorpos (utilização de conjugados específicos). • Desvantagens: → Necessidade de microscópio de fluorescência; INIBIÇÃO DA HEMAGLUTINAÇÃO Técnica usada para vírus hemaglutinantes, como o da influenza. Eles possuem uma molécula na superfície que aglutina hemácia. Caso o indivíduo tenha anticorpo contra o vírus a hemácia não aglutina, ela vai para o fundo pois não forma rede já que o anticorpo se liga proteína hemaglutinante, sendo esse um teste positivo, o contrário do visto anteriormente. Usado para detecção de vírus de influenza, sarampos e dengue. 2 0 2 0 . 2 J Ú L I A M O R A I S 1 4 3 ( 2 0 1 9 . 2 ) | 4 → Subjetividade na leitura; → Não-automação. • Aplicação: → Diagnóstico sorológico de várias doenças infecciosas humanas. → Ex: Doença de Chagas, AIDS, hepatites e complexos antígenos e anticorpos em doenças autoimunes. CITOMETRIA DE FLUXO • Análise multiparamétrica de partículas e células (uma a uma) em suspensão. → Tamanho = Forward scatter (FSC). → Complexidade = Side scatter (SSC). → Fluorescência relativa = Fluorescence-activated cell sorting (FACS). • Informações obtidas pela análise de citometria de fluxo. • Quanto maior a células mais complexas. • A fluorescência relativa identifica células através de marcadores antígenos de superfície de cada população estudada. • Faz-se a lavagem para permanência apenas do anticorpo. • Aplicações: → Hematologia: Contagem celular, fórmula leucocitária, análise da medula óssea. → Farmacologia: Estudo de cinética celular, resistência a drogas. → Imunologia: Subpopulação de células T, tipagem tissular, estimulação linfocitária, apoptose. → Oncologia: Diagnóstico, prognóstico, monitorar tratamento. → Microbiologia: Diagnóstico bacteriano e viral, sensibilidade a antibióticos. → Genética: Cariótipo, diagnóstico do portador, diagnóstico pré-natal, tipagem para transplantes. ENSAIO IMUNOENZIMÁTICO ELISA • ELISA: Enzyme-linked immunsorbent assay. • Avaliação qualitativa ou quantitativa. • Utiliza substrato cromogênico (cor). • Direta: Mesma técnica de imunofluorescência, o que diferencia é que a reação faz uso de um anticorpo marcado por enzima. Pesquisa a presença de um antígeno em uma amostra. • Indireto: Fixa o antígeno na placa jogo o soro e espero reagir, faz a lavagem e joga o conjugado que detecta se tem anticorpo. Pesquisa a presença de um anticorpo específico em uma amostra de soro do paciente. Quantidade de anti-Ig marcada ligada é proporcional a quantidade de anticorpo no soro teste. • Aplicações: → Detecção dos antígenos (hormônios, citocinas, enzimas, antígenos microbianos, drogas ilícitas). → Detecção de anticorpos (anti-HIV, por exemplo) em fluídos corporais ou sobrenadantes de culturas. → Detecção pela quantificação do produto da reação da enzima x substrato. → Ex: Diagnóstico de HIV, doença de Chagas, toxoplasmose etc. WESTERNBLOT • Usado para detectar anticorpos específicos contra frações proteicas antigênicas de um determinado patógeno em um soro de paciente. • 1ª ETAPA: Eletroforense (SDS-PAGE). → Proteínas do extrato bruto, separação das frações. → Marcadores de peso molecular, que no caso do HIV cada proteína com determinado peso aparece em uma etapa da doença, correspondendo a um componente da estrutura viral. ELISA DE CAPTURA (DETECÇÃO DE IgM) Importante para o diagnóstico de dengue. Identificação do IgM para análise da fase aguda. Fixação de anticorpo anti-IgM humano, incubação com o soro testado, faz a lavagem tirando os outros anticorpos. Em seguida, joga o antígeno da dengue e ele ligada na IgM especifica para ele. 2 0 2 0 . 2 J Ú L I A M O R A I S 1 4 3 ( 2 0 1 9 . 2 ) | 5 → Transfere as proteínas do gel para as membranas. • 2ª ETAPA: Reação Imune. → Reação antígeno-anticorpo. → Reação com conjugado e revelação com substrato cromogênico ou quimioluminescente. → Visualização dos complexos antígenos-anticorpo formados. TESTE IMUNOCROMATOGRÁFICO DE DIAGNÓSTICO • Testes rápidos. • Permite detectar rapidamente a presença do antígeno ou anticorpo na amostra. • Facilidade de armazenamento e transporte para coleta em campo. • Fácil de utilizar, dispensando técnicas complicadas ou vários reagentes. • Fluxo lateral e o de duplo percurso (amostra e tampão em locais diferentes) são os mais usados. TESTE DE COVID-19 • RT-PCR: Biologia molecular em amostra de secreção. Fase aguda. • Teste de antígeno: Uso de amostra de secreção. • Teste IgG e IgM: Sorologia. Identifica a existência de anticorpo.
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