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1 FISIOLOGIA 2 - CARDIO VITÓRIA NOVAIS - MED DISTENSIBILIDADE VASCULAR E FUNÇÕES DOS SISTEMAS ARTERIAL E VENOSO: DISTENSIBILIDADE VASCULAR: Todos os vasos sanguíneos são distensíveis Artérias: sua natureza elástica permite que acomodem o DC pulsátil e impeçam os extremos de pressão das pulsações, proporcionando um fluxo suave e contínuo o paredes mais espessas e muito mais fortes que as das veias Veias: vasos mais distensíveis do sistema pequenos aumentos da PV (pressão venosa) fazem com que as veias armazenem de 0,5 a 1L a mais de sangue = são reservatórios sanguíneos o Devido às suas paredes mais finas, são cerca de 8x mais distensíveis que as aa. Distensibilidade Vascular (DV) = fração de aumento do volume para cada mmHg de elevação da pressão Ex.: se um vaso com 10 mL de sangue, sob aumento de 1mmHg, passa a comportar 11mL, a distensibilidade deste vaso é 0,1 por mmHg ou 10% por mmHg. Na circulação pulmonar, as distensibilidades das veias pulmonares são semelhantes às da circulação sistêmica. o artérias pulmonares: operam sob pressões que correspondem a 1/6 das do sistema arterial sistêmico, com distensibilidades correspondentes (cerca de 6x maiores que as das aa sistêmicas). Então, quanto maior a pressão, menor a distensibilidade do vaso. COMPLACÊNCIA OU CAPACITÂNCIA VASCULAR: Quantidade total de sangue, que pode ser armazenada em determinada região da circulação para cada mmHg de aumento de pressão Complacência é bastante diferente de distensibilidade complacência é igual à distensibilidade multiplicada pelo volume, ou seja: o Um vaso muito distensível de volume pequeno pode ser muito menos complacente que um vaso menos distensível de grande volume Complacência da veia sistêmica é 24x maior que a de sua artéria correspondente, pois é aprox. 8x mais distensível e possui volume 3x maior 8 X 4 = 24 CURVAS DE VOLUME-PRESSÃO ARTERIAL E VENOSA: A figura demonstra que: quando o sistema arterial do adulto médio (incluindo todas as grandes e pequenas artérias e arteríolas) está cheio, com 700 mL de sangue, a pressão arterial média (PAM) é de 100 mmHg, mas quando está com apenas 400 mililitros de sangue a pressão cai a zero. No sistema venoso sistêmico há, no geral, 2.000 a 3.500mL de sangue e, para que a pressão venosa se altere por apenas 3 a 3 mmHg, é necessária variação de muitas centenas de mL por isso, é possível transfundir até meio litro de sangue em poucos minutos sem que ocorra grande alteração na circulação (pessoa saudável) EFEITOS DA ESTIMULAÇÃO OU INIBIÇÃO SIMPÁTICA: Estimulação Simpática = vasoCONSTRIÇÃO aumento do tônus da musculatura lisa vascular eleva a pressão nas artérias e veias Inibição Simpática = diminuição do tônus muscular vascular diminuição da pressão O SNS é um controlador eficiente do tônus e pressão dos vasos sanguíneos o pode recrutar mais sangue para órgãos ou sistemas que necessitam mais em determinado momento ou reduzir o fluxo diante desta necessidade Controle da capacitância vascular muito importante durante as hemorragias 𝐷𝑉 = 𝑎𝑢𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑎𝑢𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑎 𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 𝑋 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑜𝑟𝑖𝑔𝑖𝑛𝑎𝑙 𝐶𝑉 = 𝑎𝑢𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑒𝑙𝑒𝑣𝑎çã𝑜 𝑑𝑎 𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 2 FISIOLOGIA 2 - CARDIO VITÓRIA NOVAIS - MED o O aumento do tônus simpático, especialmente nas veias, reduz o calibre dos vasos de tal forma que a função circulatória permanece quase normal, mesmo com a perda de até 25% do volume sanguíneo total. COMPLACÊNCIA TARDIA DOS VASOS: Significa que o vaso submetido a aumento de volume apresenta, inicialmente, grande aumento da pressão. Mas com o estiramento tardio progressivo a pressão retorna ao normal em minutos ou horas. O volume de sangue injetado provoca a distensão elástica imediata da veia, mas suas fibras musculares lisas começam então pouco a pouco a “engatinhar” (creep) para maior comprimento, e suas tensões diminuem na mesma proporção de modo correspondente = Efeito Estresse- relaxamento, característico de todos os músculos lisos É um mecanismo importante pois possibilita à circulação acomodar sangue adicional quando necessário (como após transfusão volumosa) No sentido oposto, a complacência tardia é um meio de ajuste automático da circulação após diminuição volumétrica de sangue (hemorragias) PULSAÇÕES DA PRESSÃO ARTERIAL: Batimento cardíaco = onda de sangue impulsionada para as artérias Graças à propriedade de distensibilidade do sistema arterial, todo o novo volume de sangue é acomodado dentro do sistema. Caso contrário teria de fluir instantaneamente pelos vasos periféricos e não haveria fluxo durante a diástole A complacência da arvore arterial reduz os pulsos de pressão, até que quase não ocorram ao nível dos capilares Pressão Sistólica: pressão no pico de cada pulso ~120mmHg Pressão Diastólica: ponto mais baixo do pulso ~80mmHg Pressão de Pulso: diferença entre a PAS e PAD ~40mmHg o Determinada pela razão entre débito sistólico e complacência qualquer condição que afete estes dois fatores afetará a pressão de pulso o Débito Sistólico Cardíaco: quanto maior o débito sistólico, maior a quantidade de sangue que precisará ser acomodada na arvore arterial a cada batimento = maiores aumentos e quedas da pressão durante sístole e diástole, resultando em maior pressão de pulso o Complacência (distensibilidade total): quanto menor a complacência, maior o aumento da pressão o Na velhice a pressão de pulso aumenta até 2x pois as artérias ficam endurecidas pela arteriosclerose TRAÇADOS ANORMAIS DE PRESSÃO DE PULSO: Algumas fisiopatologias da circulação provocam traçados anormais das ondas de pressão de pulso: Estenose Aórtica: redução significativa do diâmetro de abertura da valva gerando menor pressão de pulso aórtico em virtude da redução do fluxo sanguíneo ejetado pela valva estenótica. 3 FISIOLOGIA 2 - CARDIO VITÓRIA NOVAIS - MED Persistência do canal arterial: metade ou mais do sangue bombeado para a Aorta, flui imediatamente de volta para a artéria pulmonar e vasos sanguíneos pulmonares pelo Canal ou Ducto Arterial que permanece aberto. Consequentemente, a PAD cai para valores muitos baixos. Insuficiência Aórtica: valva aórtica ausente ou com fechamento incompleto de modo que, após cada batimento, o sangue ejetado para a o aorta flui imediatamente de volta para o VE. Com isso, há queda da pressão aórtica entre os batimentos até atingir 0 e ausência da incisura no traçado do pulso aórtico (pois não ocorre o fechamento desta valva). TRANSMISSÃO DOS PULSOS DE PRESSÃO PARA AS ARTÉRIAS PERIFÉRICAS: Coração ejeta sangue para a aorta durante a sístole e, inicialmente, apenas a porção proximal da aorta é distendida devido à inercia do sangue que impede seu movimento súbito até a periferia O aumento da pressão na aorta proximal é o que vence essa inercia e transmite a onda de distensão distalmente ao longo da aorta = fenômeno de Transmissão do Pulso de Pressão para as artérias Velocidade da transmissão do pulso de pressão: o aorta normal = 3 a 5 m/s (lento) 15x ou mais, maior que a velocidade do fluxo sanguíneo, pois o pulso de pressão é uma onda de pressão em movimento que envolve pouco movimento total de sangue no sentido distal o grandes ramos arteriais = 7 a 10 m/s o pequenas artérias = 15 a 35 m/s (rápido) em geral, quanto maior a complacência do segmento vascular, menor será a velocidade de transmissão do pulso de pressão. AMORTECIMENTO DOS PULSOS DE PRESSÃO: a intensidade do pulso fica gradualmente menor nas pequenas artérias, arteríolas e capilares apenas quando os pulsos aórticos são muito grandes ou quando as arteríolas estão muito dilatadasé possível observar pulsos nos capilares Amortecimento dos Pulsos de Pressão = diminuição progressiva dos pulsos na periferia o Resistência ao movimento do sangue pelos vasos = amortece os pulsos pois pequena quantidade de sangue deve se mover para adiante o Complacência dos vasos = quanto mais complacente, maior a quantidade de sangue necessária na onda de pulso para provocar aumento na pressão Grau de Amortecimento= Resistencia X Complacência PRESSÃO ARTERIAL MÉDIA: PAM é a média das pressões arteriais medidas a cada milissegundo durante certo intervalo de tempo NÃO é igual à média entre as pressões sistólica e diastólica pois, nas frequências normais, maior fração do ciclo cardíaco é usada na diástole do que é na sístole = a pressão arterial permanece mais próxima à diastólica que à sistólica durante Frentes de onda 4 FISIOLOGIA 2 - CARDIO VITÓRIA NOVAIS - MED a maior parte do ciclo cardíaco. A pressão diastólica determina cerca de 60% da pressão arterial média, e a pressão sistólica, 40%. Porém, nas frequências cardíacas muito altas, a diástole abrange fração menor do ciclo cardíaco, e a pressão arterial média se aproxima mais da média das pressões sistólica e diastólica. VEIAS E SUAS FUNÇÕES: são vias de passagem do sangue para o coração são especialmente importantes para o armazenamento de pequenas ou grandes quantidades de sangue e gerenciamento do mesmo, isto é, torna-lo disponível quando necessário podem impulsionar o sangue para adiante pela bomba venosa PRESSÕES VENOSAS: 1. Pressão Atrial Direita ou Pressão Venosa Central 2. Pressões Venosas Periféricas O sangue de todas as veias sistêmicas flui para o AD do coração pressão do AD = Pressão Venosa Central Pressão Atrial Direita ou Venosa Central: é regulada pelo balanço entre a capacidade do coração de bombear o sangue para os pulmões e a tendência do sangue de fluir das veias periféricas para o átrio direito (retorno venoso). o Coração bombeando fortemente: pressão atrial direita diminui o Fraqueza do coração: eleva a pressão atrial direita o Rápido influxo de sangue das veias periféricas para o AD eleva a pressão atrial direita Aumento do volume sanguíneo Aumento do tônus de grandes vasos em todo o corpo aumento das pressões venosas periféricas Dilatação das arteríolas, que diminui a resistência periférica e permite rápido fluxo das artérias para as veias o P Atrial Direita Normal = ~0mmHg o Pode aumentar para 20 a 30mmHg condições muito anormais Insuficiência cardíaca grave Após transfusão de grande volume de sangue aumenta muito o volume sanguíneo total e o retorno venoso o Limite inferior da Pressão Atrial Direita: ~-3 a -5 mmHg pressão na cavidade torácica que circunda o coração Se aproxima desses valores quando o bombeamento cardíaco é muito vigoroso ou quando o fluxo para o coração está muito reduzido (como em casos de hemorragia grave) RESISTÊNCIA VENOSA E PRESSÃO VENOSA PERIFÉRICA: Grandes veias distendidas apresentam pouquíssima resistência ao fluxo porém, a maioria das grandes veias que entram no tórax é comprimida em muitos pontos pelos tecidos adjacentes = compromete o fluxo sanguíneo nesses pontos, conferindo certa resistência ao fluxo o Veias dos braços: comprimidas pela grandes angulações sobre a 1ª costela o Veias do pescoço: pressão baixa nas veias + pressão atmosférica externamente ao redor do pescoço colapsam as veias Pressão nas pequenas veias mais periféricas = +4 a +6mmHg EFEITO DA ELEVADA PRESSÃO VENOSA CENTRAL SOBRE A PRESSÃO VENOSA PERIFÉRICA: Pressão Atrial Direita acima de 0mmHg congestão sanguínea nas grandes veias que causa distensão das mesmas e até de seus pontos de colapso (quando a pressão aumenta acima de +4 a +6mmHg) O aumento da pressão atrial direita produz aumento correspondente da pressão venosa periférica nos membros e demais partes do corpo Aumentos tão grandes da pressão venosa central sugerem que o coração está consideravelmente enfraquecido, de modo que o aumento da pressão venosa periférica não é perceptível, mesmo nos estágios iniciais da Insuficiência Cardíaca desde que o indivíduo esteja em repouso 5 FISIOLOGIA 2 - CARDIO VITÓRIA NOVAIS - MED EFEITO DA PRESSÃO INTRA-ABDOMINAL SOBRE AS PRESSOES VENOSAS DOS MMII: Pressão média normal na cavidade abdominal de pessoa deitada = +6mmHg Pressão elevada: +15 a +30 mmHg gravidez, tumores, obesidade abdominal ou excesso de liquido (ascite) Aumento da pressão intra-abdominal faz com que a pressão nas veias dos MMII se eleve acima da pressão abdominal para que as veias abdominais se abram e permitam o fluxo de sangue das pernas para o coração Pressão intra-abdominal de +20mmHg pressão nas veias femorais de, no mínimo, +20mmHg EFEITO DA PRESSÃO GRAVITACIONAL SOBRE A PRESSÃO VENOSA: Em qualquer quantidade de água exposta ao ar, a pressão na superfície é igual à Patm. Mas se eleva 1mmHg a cada 13,6mm abaixo da superfície. Essa pressão é resultado do peso da água e por isso é chamada de pressão gravitacional ou hidrostática No sistema vascular do ser humano, devido ao peso do sangue nos vasos, também ocorre pressão gravitacional Pessoa em pé: pressão no AD é ~0mmHg enquanto a pressão nas veias dos pés é de~90mmHg devido ao peso gravitacional do sangue entre o coração e os pés As pressões venosas em outros níveis do corpo têm valores proporcionais entre 0 e 90mmHg Nas veias dos braços, as pressões são determinadas pela distância abaixo do nível da 1ª costela (+6mmHg) a diferença gravitacional entre o nível da 1ª costela e do segmento do membro superior é acrescido de +6mmHg devido à compressão da veia subclávia na 1ª costela Ex.: diferença gravitacional entre 1ª costela e mão = +29mmHg. Então, a pressão total é de +35mmHg nas veias da mão As veias do pescoço da pessoa de pé ficam quase completamente colapsadas em todo o trajeto desde o crânio, devido à Patm no exterior do pescoço esse colapso mantém a pressão em 0mmHg em toda sua extensão, pois qualquer tendência de a pressão subir abre as veias permitindo novamente a queda da pressão devido ao fluxo de sangue o Por outro lado, qualquer tendência de a pressão cair abaixo de 0, colapsa mais ainda as veias provocando aumento na resistência ao fluxo, o que, novamente, traz a pressão de volta a 0mmHg As veias no interior do crânio estão em câmara não colapsável (a cavidade craniana) e, portanto, não podem entrar em colapso. Consequentemente, podem ocorrer pressões negativas nos seios durais da cabeça (seios venosos = por onde passam as vv. Cerebrais). o na posição ortostática, a pressão venosa no Seio Sagital (na parte superior do cérebro) é de cerca de −10 mmHg, devido à “sucção” hidrostática entre a parte superior e a base do crânio se o seio sagital for aberto durante uma cirurgia, pode ocorrer sucção de ar para o sistema venoso e esse ar pode até mesmo ser levado para baixo, causando embolia no coração, o que pode ser fatal. EFEITO DO FATOR GRAVITACIONAL SOBRE AS PRESSÕES ARTERIAIS E DEMAIS PRESSÕES: artérias e capilares também são afetadas pela pressão gravitacional pessoa em pé que apresenta PAM de 100mmHg na região do coração, tem PA nos pés de ~190mmHg VÁLVULAS VENOSAS E “BOMBA VENOSA” – EFEITOS SOBRE A PRESSÃO VENOSA 6 FISIOLOGIA 2 - CARDIO VITÓRIA NOVAIS - MED Se as veias não tivessem válvulas, o efeito da pressão gravitacional faria com que a pressão venosa nos pés fosse sempre de +90 mmHg, no adulto em posição ortostática. válvulas venosas: estão dispostas de modo que o único sentido possível do fluxo sanguíneo venoso seja em direção ao coração. Além das válvulas, cada vez que as pernas são movimentadas, a contração dos músculoscomprime as veias localizadas no interior ou adjacentes aos músculos, o que ejeta o sangue para adiante para fora das veias. Bomba Venosa ou Bomba Muscular: contração muscular + válvulas venosas mecanismo pelo qual cada vez que uma pessoa move as pernas ou até mesmo tensiona seus músculos, certa quantidade de sangue venoso é propelida em direção ao coração. É tão eficiente que, sob circunstâncias habituais, a pressão venosa nos pés do adulto enquanto caminha permanece abaixo de +20 mmHg. Se a pessoa fica em pé, mas completamente imóvel, parada, a bomba venosa não funciona, e as pressões venosas na parte inferior das pernas aumentam para o valor gravitacional total de 90 mmHg em cerca de 30 segundos. As pressões nos capilares também aumentam muito, fazendo com que o líquido saia do sistema circulatório para os espaços teciduais. Como resultado, as pernas ficam inchadas, e o volume sanguíneo diminui. uma pessoa pode perder entre 10% e 20% do volume sanguíneo do sistema circulatório após permanecer absolutamente imóvel, estática, em pé, por 15 a 30 minutos, podendo provocar desmaio. INCOMPETÊNCIA DAS VÁLVULAS VENOSAS E VEIAS VARICOSAS: as válvulas venosas podem ficar incompetentes ou até destruídas, devido à distensão excessiva principalmente em casos de hipertensão venosa crônica (semanas a meses) como em casos de gravidez ou ortostatia prolongada a distensão das veias aumenta suas áreas de seção transversa, mas os folhetos das válvulas NÃO aumentam de tamanho e não se fecham completamente. Esse fechamento incompleto acarreta em grande aumento de pressão nas veias das pernas, que aumentam ainda mais o calibre das veias, destruindo ainda mais as válvulas Veias Varicosas: grandes protrusões bolhosas das veias sob a pele, principalmente nas partes mais distais dos MMII, decorrentes da degeneração das válvulas e das veias expostas a pressões demasiadamente grandes. o Paralelamente às veias varicosas, ocorre também edema dos MMII devido ao aumento das pressões capilares e venosas com consequente saída de líquido da circulação para o espaço intersticial o O edema impede a difusão adequada de nutrientes dos capilares para os músculos e pele. Por isso, os músculos ficam doloridos e fracos e a pele pode chegar a gangrenar e ulcerar elevar as pernas em nível tão alto quanto o do coração Estimativa Clínica da Pressão Venosa: observação do grau de distensão das veias periféricas, especialmente as veias do pescoço. Por exemplo: na posição sentada e na pessoa normal e em repouso, as veias do pescoço nunca estão distendidas; entretanto, quando a Pressão Atrial Direita aumenta para 110mmHg, as veias na base do pescoço começam a se distender. Com a pressão atrial de 115mmHg, as veias do pescoço já estão distendidas MEDIDA DIRETA DA PRESSÃO VENOSA E DA PRESSÃO ATRIAL DIREITA: Inserção de agulha conectada a medidor de pressão diretamente na veia Medida direta e precisa do átrio direito: introdução de um cateter pelas veias periferias até o AD Mais usada em pacientes cardíacos internados que necessitam de avaliação constante da capacidade de bombeamento do coração NÍVEL DE REFERÊNCIA PARA A MEDIDA DA PRESSÃO VENOSA E DE OUTRAS PRESSÕES CIRCULATÓRIAS: Ao longo do sistema circulatório as pressões variam de acordo com o nível gravitacional de determinado ponto do sistema. Nível de Referência para a Medida da Pressão é o ponto no sistema circulatório, no qual os fatores pressóricos gravitacionais, causados por alterações da posição do corpo da pessoa saudável, não afetam em geral a medida da pressão por mais de 1 a 2 mmHg. Esse ponto é próximo ao nível da valva tricúspide, como mostrado pelo cruzamento dos eixos na figura acima e, por isso, todas as medidas de pressões circulatórias discutidas neste texto se referem a esse nível. 7 FISIOLOGIA 2 - CARDIO VITÓRIA NOVAIS - MED Essa ausência de efeitos gravitacionais ocorre na valva tricúspide, porque o coração, automaticamente, impede alterações gravitacionais significativas da pressão nesse ponto da seguinte maneira: o Se a pressão na valva tricúspide se elevar mesmo pouco acima da normal, o preenchimento do ventrículo direito será maior, fazendo com que o coração bombeie sangue com maior rapidez e, assim, diminua a pressão na valva tricúspide até o valor médio normal. o Se a pressão cair, o ventrículo deixará de ser adequadamente cheio, seu bombeamento diminuirá e o sangue será represado no sistema venoso até que a pressão, o nível da valva tricúspide, normalize-se. Em outras palavras, o coração age como um contrarregulador por feedback da pressão na valva tricúspide. Quando a pessoa está em decúbito dorsal, a valva tricúspide se localiza quase exatamente a 60% da espessura do tórax, acima das costas. Esse é o nível de referência da pressão zero para a pessoa deitada. FUNÇÃO DE RESERVATÓRIO DE SANGUE DAS VEIAS: Mais de 60% do sangue no sistema circulatório fica nas veias Em casos de hemorragias e quedas da pressão arterial, são desencadeados sinais nervosos pelos seios carotídeos e outras áreas sensíveis à pressão Os sinais nervosos fazem com que o encéfalo e a medula emitam sinais, principalmente pelos nervos simpáticos, para que as veias se contraiam e aumentem a quantidade de sangue que chega ao coração Devido a essa função do sistema venoso, o sistema circulatório funciona praticamente normal com até 20% de volume sanguíneo perdido. RESERVATÓRIOS SANGUÍNEOS ESPECÍFICOS: Partes tão extensas e/ou complacentes do sistema circulatório que funcionam como verdadeiros reservatórios sanguíneos Baço: em alguns casos pode diminuir seu tamanho a ponto de liberar até 100 mililitros de sangue para outras áreas da circulação; Fígado: seios podem liberar muitas centenas de mililitros de sangue para o restante da circulação; Grandes veias abdominais: podem contribuir com até 300 mililitros Plexo Venoso sob a pele: também pode contribuir com muitas centenas de mililitros. O coração e os pulmões, embora não sejam parte do sistema de reservatórios venosos sistêmicos, também devem ser considerados reservatórios de sangue. Pois o tamanho do coração, por exemplo, diminui durante o estímulo simpático e dessa forma pode contribuir com 50 a 100 mililitros de sangue; os pulmões podem contribuir com outros 100 a 200 mililitros quando as pressões pulmonares diminuem até baixos valores. O BAÇO COMO UM RESERVATÓRIO PARA OS ERITRÓCITOS: 2 áreas para armazenamento de sangue: Seios Venosos: armazenam o sangue = todos os componentes sanguíneos Polpa Vermelha: parte da polpa esplênica onde os eritrócitos ficam armazenados de forma concentrada. o Na polpa esplênica, os capilares são muito permeáveis e todo o sangue atravessa suas paredes e passam para a trama trabecular (polpa vermelha) o Os eritrócitos são aprisionados pelas trabéculas e o plasma flui para os seios venosos e posteriormente para a circulação Estimulação Simpática: provoca a contração do baço e a liberação dos eritrócitos na circulação até 50 mL de eritrócitos concentrados = aumentam em 1 a 2% o hematócrito Polpa Branca ou Ilhotas de Leucócitos: outra área da polpa esplênica onde são produzidas células linfoides semelhantes às produzidas nos linfonodos. Função de Limpeza do Sangue: remoção de células velhas ao passarem pela polpa esplênica, as células sanguíneas são muito comprimidas antes de penetrar nos seios. Assim, os eritrócitos frágeis não suportam o traumatismo e, por esse motivo, grande parte da destruição dos eritrócitos no organismo ocorre no baço. 8 FISIOLOGIA 2 - CARDIO VITÓRIA NOVAIS - MED o A hemoglobina e o estroma celular restantes são digeridos pelas células reticuloendoteliais do baço, e os produtos da digestão são, na maior parte,reutilizados pelo corpo como nutrientes muitas vezes para a formação de novas células. Células Reticuloendoteliais do Baço: grandes células fagocíticas dispostas pela polpa esplênica que funcionam como parte do sistema de limpeza do sangue, agindo em conjunto com o sistema semelhante nos seios venosos do fígado. o Quando o sangue é invadido por agentes infecciosos, as células reticuloendoteliais do baço removem rapidamente os detritos celulares, as bactérias, os parasitas e outros. o Em muitos processos infecciosos crônicos, o baço aumenta de volume, cresce da mesma maneira que os linfonodos e realiza sua função de limpeza com ainda maior avidez.
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