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1 Beatriz Cavalcanti Regis Aula Oscar Diagnóstico Precoce em Oncopediatria LEUCEMIAS • São doenças clonais do sistema imunológico que resultam da transformação maligna das células progenitoras hematopoiéticas em determinado estágio de maturação. • São doenças do sistema de defesa que resultam da divisão desordenada de um tipo de célula bem jovens que iriam formar o sangue. • Câncer da criança não é hereditário, mas sim um defeito do gene. Ele é extremamente mais agressivo que o do adulto, porém mais responsivo ao tratamento. • É raro. EPIDEMIOLOGIA • Câncer mais comum na infância. • 30% de todos os cânceres na infância. • 40 casos/milhão < 15 anos. • 40 a 50 casos novos/ano em Alagoas. • Maior incidência entre os 3 e 5 anos. • Branca (63%) > Negra (27%). • Mais comum em homens do que em mulheres. ETIOLOGIA • Agentes antineoplásicos. • Imunossupressores. • Exposição à radiação ionizante. • Doenças cromossômicas (Síndrome de Down) – são mais responsivos ao tratamento. • Imunodeficiências congênitas e adquiridas. CLASSIFICAÇÃO De acordo com a linhagem celular: • Leucemia linfóide aguda – 75% • Leucemia mielóide aguda – 20%. • Leucemia mielóide crônica – 5%. Obs.: leucemia linfóide crônica é típica de adultos. LEUCEMIA LINFÓIDE AGUDA • Os sinais e sintomas da criança com leucemia são decorrentes da infiltração da medula e de outros órgãos pelas células leucêmicas, levando a disfunção destes. • ↓ hemácias: anemia / ↓ leucócitos: infecção (febre) / ↓ plaquetas: petéquias. SINAIS E SINTOMAS • Palidez, astenia, anorexia, falta de apetite, petéquias e equimoses, não tem sangramento, febre (70%; processo infeccioso), linfoadenomegalias (gânglios cervicais palpáveis), hepatoesplenomegalia, dores ósseas e articulares (35%; linfoblastos se infiltram nos ossos), grandes massas de mediastino, massa testicular (2%), irritabilidade, cefaleia e náuseas. DIAGNÓSTICO • Hemograma: ✓ Hemácias: Hb < 10mg/dL. ✓ Leucócitos: > 10.000 (50%); > 50.000 (20%); leucopenia é frequente; diferencial entre linfócitos e linfoblastos. ✓ Plaquetas: < 100.000 (+ de 50%). • Mielograma (+ de 25% de blastos). • Crista ilíaca → perfura o osso com agulha → aspirado da medula → coloca na lâmina → cora com hematoxilina eosina. Muito núcleo e pouco citoplasma. 2 Beatriz Cavalcanti Regis Aula Oscar Leucemia linfóide aguda – L1 Leucemia linfóide aguda – L3 Leucemia mielóide aguda – M5 • Citoquímica: Mieloperoxidase – LMA Esterase específica • Imunofenotipagem: permite dizer qual a linhagem da célula. • Citogenética. • Biologia Molecular. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL • Doença reumática, anemia aplástica, calazar, púrpura trombocitopênica imune, mononucleose e coqueluche. FATORES PROGNÓSTICOS • Idade (1 a 10 anos), nº de leucócitos (< 25.000), resposta terapêutica inicial e ausência de comprometimento SNC. TRATAMENTO • Quimioterapia. • Radioterapia (não é utilizada hoje). • Transplante de Medula Óssea. LEUCEMIA MIELÓIDE AGUDA • Mais prolongada que a linfóide aguda. SINAIS E SINTOMAS • Pálido, astenia, anorexia, petéquias e equimoses, febre (1 a 3 meses de história), hepatoesplenomegalia, dores ósseas e articulares, doenças extramedulares (cloromas) – infiltrações de pele e massas tumorais formadas por mieloblastos, hipertrofia gengival (M5), sangramentos (M3). 3 Beatriz Cavalcanti Regis Aula Oscar LINFOMAS LINFOMA NÃO-HODGKIN • Linfoblasto de origem extra-medular. • Neoplasia maligna do tecido linfoide. • 12% das neoplasias malignas na infância. • 3º câncer mais comum na infância. • Grandes diferenças geográficas. • Maior associação com imunodeficiências. • 2x mais comum em homens do que em mulheres. • Maior incidência entre 3 e 6 anos. • Associado com o EBV. CLASSIFICAÇÃO • Linfoma de Burkitt. • Linfoma Linfoblástico. • Linfoma de Grandes Células. CLÍNICA • Qualquer tecido linfático pode ser envolvido: linfonodos, baço, fígado, intestino (placas de Payer), amígdalas e timo. • Extensão extralinfática: SNC, medula óssea, osso e pele. • Evolução muito rápida. • Essencialmente extranodal. LINFOMA DE BURKITT • Aumento do volume abdominal, massas palpáveis (saco de batata), ascite, dor, vômitos, perda de peso, abdome agudo. Outros sítios: • Tumor de mandíbula – Burkitt selvagem. • Região de órbita. • Mediastino (grandes massas). • Síndrome da Veia Cava Superior e Mediastino Anterior (tosse, dispneia e edema de face). • Síndrome de lise tumoral. Deformidade da arcada dentária. Tumoração em mandíbula (necrose). 4 Beatriz Cavalcanti Regis Aula Oscar DIAGNÓSTICO • História clínica: rápida. • Exame físico: abdome – saco de batata. • Hemograma: normal. • Bioquímica: aumento de ureia e DHL. • RX de tórax e USG abdominal: procurar massas. • TC abdominal. • Cintilografia com Tc 99 e Gálio 67 (não é muito utilizado). • Histopatológico: definitivo. TRATAMENTO • Quimioterapia • Radioterapia: compressão de tórax • Cirurgia Obs.: A maioria morre de distúrbio metabólico ou infecção e não da doença! LINFOMA DE HODGKIN Característica patognomônica: • Células de Reed-Sternberg levam ao quadro clínico similar a TB, mas não há relação entre elas. • 5% dos cânceres na infância. • Excelente prognóstico na sua maioria. • 2x mais comum em homens do que em mulheres. • Brasil: 69% em menores de 12 anos. • EUA: 2ª década e após os 50 anos. • Predisposição genética, agentes infecciosos (herpes 6, EBV e CMV). • Essencialmente nodal. • Aumento indolor dos linfonodos. • Mais comum os cervicais (60-90%). • 60% apresentam doença em mediastino. • 5-10% inicia em região inguinal ou axilar. • Esplenomegalia (50%) e hepatomegalia (30%). CLÍNICA • Anorexia, astenia, febre, perda de peso (+ 10% em 6 meses), sudorese noturna e evolução lenta (meses a anos). Pescoço taurino. DIAGNÓSTICO • História clínica. • Exame físico: localização e tamanho dos linfonodos. • Hemograma com VSH. • RX e TC de tórax. • USH e TC abdominal. • Cintilografia com Gálio 67. • Histopatológico: definitivo. TRATAMENTO • Quimioterapia. • Radioterapia. • Cirurgia. Obs.: A maioria morre da doença em atividade e não do tratamento em si.
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