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ÉTICA E CIÊNCIAS “Ciência”, do latim scientia, significa conhecimento e, num sentido amplo, se refere ao conhecimento sistemático, não só teórico, mas também prático. Esse conhecimento é obtido a partir de diversas medições, verificações, análises, ensaios, testes e comparações. Sendo assim, percebe-se a ciência como uma área complexa, que obtém resultados a partir de um processo longo. Contudo, algumas pesquisas com propósitos mais específicos necessitam de métodos mais rígidos, como afirmou Jeane Machado Glória, acadêmica de Serviço Social da UFAM, exemplificando o caso da área da robótica, onde deve haver um princípio segundo o qual um robô jamais deve ser projetado para machucar pessoas ou lhes fazer mal. Ou no campo da Bioética, que envolve temas polêmicos como a clonagem, em que, pela ética e bom senso, só deve ser usada, com seu devido controle, em animais e plantas somente para estudos biológicos, nunca para clonar seres humanos. Temas como o aborto, manipulação genética e estudos com experimentos em humanos também se encaixam nesse contexto. Além disso, entende-se que não se pode discutir a Ciência sem antes discutir a Ética, as necessidades e os desejos da própria Humanidade, como afirmou o médico Miguel Nicolelis. Até alguns anos atrás existiam estudos científicos sem critério moral ou questionamento, gerando conflitos contra as opiniões e visões da comunidade. Exemplificando isso existe a série de experimentos nazistas realizados com pessoas em campos de concentração durante a Segunda Guerra Mundial. Consideradas apenas cobaias, sem vontade própria, eram coagidas e sua maioria terminava morta ou com alguma deficiência permanente. A figura mais marcante desses experimentos foi o médico Josef Mengele, conhecido também como “o anjo da morte”. Ou seja, o que chamamos de “conhecimento científico”, também, pode variar conforme os diversos períodos da história, visto que para Josef Mengele – um dos médicos responsáveis pelos experimentos – estava sendo produzido expressivos avanços na medicina. Atualmente, existem as diretrizes dos Comitês de Ética e Pesquisa que regulam a ética nas pesquisas cientificas quando envolve seres humanos ou quanto aos tratos com animais, associados com pesquisa cientifica. Há também uma sensibilidade em relação a intervenção no meio ambiente. Somado a isso, as tecnologias digitais dominam já a existência pessoal e social: desde o acordar com o despertador do celular até alterações genéticas para desenvolver uma vida. Esses progressos científico-tecnológicos suscitam tanto o entusiasmo como o medo, sentimentos contraditórios que acompanham a relação do cidadão com estes novos horizontes; uns, atraídos, outros, receosos pelo que não conhecem, rejeitando indiscriminadamente tudo o que é novo - o que gera outra discussão: o negacionismo cientifico. Portanto, a ética seria a intermediária, buscaria a justiça, a harmonia e os caminhos para alcançar os objetivos sem ferir nenhum dos lados – científico e social. É preciso que se mantenham requisitos éticos fundamentais para garantir que o conhecimento e a inovação contribuam efetivamente para uma ciência justa e comprometida com a Humanidade.
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