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Complexo do Ombro Cinesiologia e Biomecânica Francisco Xavier de Araujo Complexo do Ombro • O Complexo do Ombro é composto por 16 - 20 músculos, 4 ossos e 4 articulações; • É responsável pela maior mobilidade do que qualquer outro complexo articular do corpo; • O objetivo principal do ombro é posicionar adequadamente o membro superior e a mão em uma posição para a função; • Não só fornece uma ampla gama de opções para posicionamento da mão, mas também estabiliza a extremidade superior para os movimentos de mão, para elevar e empurrar objetos, elevar o corpo, auxiliar com inspirações e expirações profundas, e até mesmo carregar peso ao andar com muletas. Complexo do Ombro Mobilidade X Estabilidade Complexo do Ombro • A estabilização do ombro depende muito de tecido conectivo como músculos e ligamentos. Osteologia • Clavícula Osteologia • Esterno Osteologia • Escápula Osteologia • Úmero Cintura Escapular • O manúbrio do esterno, a escápula e as clavículas esquerda e direita formam a cintura escapular ou cíngulo do membro superior. Artrologia • Esternoclavicular • Acromioclavicular • Escapulotorácica • Glenoumeral Artrologia Sela “complexa"- 3 graus de liberdade Plana “complexa"- 3 graus de liberdade Articulações Esternoclavicular (EC) e Acromioclavicular (AC) • As articulações EC e AC se movimentam em conjunto para auxiliar nos movimentos do complexo do ombro. Embora não tenhamos muita coordenação para movimentar isoladamente estas articulações elas são fundamentais pois dão suporte para a escápula; • A articulação esternoclavicular, inclusive, é a única ligação estrutural do complexo do ombro e membro superior ao esqueleto axial. Articulação Esternoclavicular (EC) Articulação Acromioclavicular (EC) Embora a articulação EC seja uma articulação selar, ela é definida como complexa e apresenta três graus de liberdade: elevação e depressão, protração e retração, e rotação. Embora a a articulação AC seja classificada uma articulação plana, ela também possui três graus de liberdade, pois se movimento de acordo com os movimentos escapulares. • Apesar de não ter as características de uma articulação fibrosa, cartilaginosa ou sinovial, a articulação escapulotorácica é frequentemente descrita como uma “articulação funcional”; • Porém, o movimento da escápula no tórax ocorre em função de movimentos das articulações esternoclavicular e acromioclavicular combinados; • Outra "articulação funcional" parte do complexo do ombro algumas vezes considerada é a articulação subacromial (ou supraumeral), mas mais frequentemente é apenas denominada de “espaço subacromial”. Articulação Escápulotorácica • A f u n ç ã o n o r m a l d a articulação escapulotorácica é essencial para a mobilidade e a estabilidade do membro superior; • O movimento da articulação escapulotorácica propicia uma base motora para o úmero e, assim, fornece diversas funções importantes: Articulação Escápulotorácica Movimentos Osteocinemáticos Elevação e Depressão: As articulações ECs são responsáveis pela maior parte do movimento, mas sutis movimentos das ACs durante o movimento escapular permitem que a escápula se mantenha em contato com o tórax ao longo de toda sua amplitude de movimento. Articulação Escápulotorácica Estima-se que as amplitudes desses movimentos escapulares seja de até 10 cm na elevação e 2 cm na depressão. Elevação e Depressão Articulação Escápulotorácica Movimentos Osteocinemáticos Protração e Retração: O movimento da escápula adiante ocorre na articulação EC e o ajuste para manter a escápula sobre as costelas ocorre na articulação AC. A retração escapular envolve os movimentos articulares inversos da EC e da AC. Articulação Escápulotorácica As amplitudes de movimentos escapular são de até 10cm na protração e 5cm na retração. Protração e Retração Articulação Escápulotorácica Movimentos Osteocinemáticos Rotação Superior e Inferior: Esse importante movimento escapulotorácico aumenta significativamente a capacidade da articulação do ombro de posicionar a mão para as funções; Enquanto a EC eleva a clavícula para levantar a escápula, a AC roda a escápula para cima a fim de completar a rotação superior e, ao mesmo tempo, manter a escápula no tórax. Os movimentos da EC e da AC são inversos no caso da rotação inferior. Articulação Escápulotorácica A rotação superior da articulação escapulotorácica propicia 60° de elevação total do úmero. Articulação Escápulotorácica Rotação Superior e Inferior • A abdução do ombro no plano escapular ocorre de 30° a 40° anteriores ao plano frontal; • Em inglês o termo scaption é utilizado para definir esse plano de movimento. • Essa posição é recomendada para o exame da elevação do ombro, pois a cápsula fica em uma posição de repouso articular e há menos probabilidade de impacto com as estruturas coracoacromiais; • A maior parte dos movimentos funcionais do ombro em atividades diárias e esportivas ocorre no plano escapular, e não no frontal. Plano Escapular / Plano da Escápula / Scaption Articulação Escápulotorácica Plano Escapular / Plano da Escápula / Scaption Articulação Escápulotorácica • A elevação do ombro ocorre em razão de uma série de movimentos simultâneos, coordenados com precisão, chamada de ritmo escapuloumeral; • A escápula no tórax contribui para a elevação (flexão e abdução) do úmero rodando superiormente a cavidade glenóide 50 ° a 60 ° de sua posição de repouso; • Se o úmero fosse imóvel na articulação glenoumeral, a escápula sozinha seria teoricamente responsável por até 60 ° de elevação do úmero em relação ao tórax. Ritmo Escapuloumeral Articulação Escápulotorácica • A articulação glenoumeral contribui 100 ° a 120 ° de flexão e 90 ° a 120 ° de abdução. A combinação de movimento escapular e movimento do úmero resulta numa amplitude máxima de elevação de até 180 °; • Um razão global de 2 ° da glenoumeral a 1 ° de movimento escapulotorácico durante a elevação do braço é comumente descrita, e esta combinação de movimento concomitante glenoumeral e escapulotorácica é definido como ritmo escapuloumeral. Ritmo Escapuloumeral Articulação Escápulotorácica • A elevação do braço é acompanhada não só pela elevação do úmero, mas também por rotação lateral do úmero em relação à escápula; • A proporção de 2 para 1 da glenoumeral em relação à escapulotorácica para a elevação do ombro é uma simplificação, com uma variabilidade substancial nas contribuições escapular e do úmero em diferentes pontos da ADM e entre indivíduos; • O padrão mais comum, mostrou maior movimento glenoumeral no começo e no fim da amplitude e maior movimento escapular entre 80° e 140° de abdução. A proporção média entre os movimentos da ar t iculação do ombro e da escapulotorácica em outros estudos é de 1,25:1. Ritmo Escapuloumeral Articulação Escápulotorácica Ritmo Escapuloumeral Articulação Escápulotorácica Músculos Elevadores da Escápula Articulação Escápulotorácica Trapézio Superior Elevador da Escápula Rombóides Músculos Depressores da Escápula Articulação Escápulotorácica Trapézio Inferior Peitoral Menor Subclávio Músculos Protradores da Escápula Articulação Escápulotorácica Serrátil Anterior Peitoral Menor Músculos Protradores da Escápula Articulação Escápulotorácica Músculos Retratores da Escápula Articulação Escápulotorácica Trapézio Médio Rombóides Trapézio Inferior Músculos Retratores da Escápula Articulação Escápulotorácica Músculos Rotadores Superiores da Escápula Articulação Escápulotorácica Serrátil Anterior Trapézio Superior Trapézio Inferior Trapézio Médio Músculos Rotadores Inferiores da Escápula Articulação Escápulotorácica Rombóides Peitoral Menor Elevador da Escápula Ações Musculares Sinérgicas Articulação Glenoumeral • A articulação Glenoumeral,do tipo bola e soquete, tem três graus de liberdade, mas pouca estabilidade óssea; • A cabeça convexa do úmero se localiza na concavidade rasa e inclinada da cavidade glenoidal; • A cabeça do úmero é duas vezes maior que a cavidade e apenas parte de sua superfície fica em contato com ela. Articulação Glenoumeral • A estabilidade da articulação depende, necessariamente, da sustentação dos tecidos moles circundantes; • Ligamentos e tendões se combinam com a cápsula da articulação do ombro e a reforçam a fim de aumentar sua estabilidade. Movimentos Osteocinemáticos Articulação Glenoumeral Movimentos Osteocinemáticos Articulação Glenoumeral Movimentos Osteocinemáticos Articulação Glenoumeral Movimentos Osteocinemáticos Articulação Glenoumeral Movimentos Osteocinemáticos Articulação Glenoumeral Movimentos Osteocinemáticos Ocorrem dois outros movimentos planares na articulação glenoumeral. São eles a abdução horizontal (extensão horizontal) e a adução horizontal (flexão horizontal); Esses movimentos ocorrem a partir de uma posição inicial de 90° de abdução. A abdução horizontal é um movimento posterior a partir dessa posição, enquanto a adução horizontal é um movimento anterior dos braços que cruza o corpo. Articulação Glenoumeral Movimentos Osteocinemáticos Articulação Glenoumeral Movimentos Artrocinemáticos Articulação Glenoumeral Movimentos Artrocinemáticos Articulação Glenoumeral Arco Coracoacromial (Supraumeral) Articulação Glenoumeral Arco Coracoacromial (Supraumeral) Articulação Glenoumeral • O arco coracoacromial (ou supraumeral) é formado pelo processo coracóide, o acrômio, o ligamento coracoacromial, e a superfície inferior da articulação acromioclavicular; • O arco coracoacromial forma uma abóbada osteoligamentar sobre a cabeça do úmero e região entre o arco e a cabeça do úmero é chamada de espaço subacromial; • O arco coracoacromial protege as estruturas de tecidos moles de golpes vindos de cima e protege a articulação do ombro de luxações superiores. Arco Coracoacromial (Supraumeral) Articulação Glenoumeral • Embora benéfico para a estabilidade articular, o contato da cabeça do úmero com a superfície inferior do arco pode, simultaneamente, causar impacto doloroso ou abrasão mecânica das estruturas dentro do espaço subacromial; • O tendão supra-espinhoso é particularmente vulnerável devido à sua localização sob diversas estruturas potencialmente impactantes, com exceção do processo coracóide; • Esse espaço tem em média 10mm em indivíduos saudáveis com o braço aduzido e diminui para cerca de 5mm durante a elevação do braço. Impacto no Tendão do M. Supraespinal Articulação Glenoumeral Impacto no Tendão do M. Supraespinal Articulação Glenoumeral Músculos Abdutores do Ombro Articulação Glenoumeral Deltóide (especialmente porções média e anterior) Supraespinal Músculos Flexores do Ombro Articulação Glenoumeral Deltóide (porção anterior) Bíceps Braquial (porção longa) Coracobraquial Músculos Extensores e Adutores do Ombro Articulação Glenoumeral Peitoral Maior Deltóide (Porção Posterior)* apenas extensor Grande Dorsal Redondo Maior Tríceps Braquial (porção longa) Músculos Rotadores Internos do Ombro Articulação Glenoumeral Peitoral Maior Grande Dorsal Redondo Maior Subescapular Deltóide (Porção Anterior) Músculos Rotadores Externos do Ombro Articulação Glenoumeral Infraespinal Redondo Menor Deltóide (Porção Posterior) Músculos do Complexo do Ombro • Como em qualquer articulação sinovial, a estabilização das articulações do complexo do ombro depende de uma combinação de elementos passivos e dinâmicos. Os elementos passivos incluem a cápsula e os ligamentos, enquanto os músculos representam os elementos dinâmicos; • As articulações esternoclavicular e acromioclavicular dependem, sobretudo, de restrições passivas, enquanto as articulações escapulotorácica e glenoumeral contam com seus músculos para estabilidade. Estabilização Passiva do Ombro Músculos do Complexo do Ombro Estabilização Dinâmica do Ombro Manguito Rotador Músculos do Complexo do Ombro • A contração desses músculos mantém a cabeça do úmero firme contra a glenoidal, de modo a evitar a subluxação enquanto se carrega um peso nas mãos; • Embora esses músculos do manguito rotador produzam movimento na articulação do ombro, sua função primária e mais importante é propiciar estabilidade para a articulação pressionando a cabeça do úmero para dentro da cavidade glenoidal; • Durante a elevação da articulação do ombro, esses músculos do manguito rotador criam uma estabilização dinâmica da articulação conforme o úmero se move em flexão ou abdução. • Não apenas puxando o úmero para a glenoidal, mas também movendo sua cabeça para a porção inferior da cavidade glenoidal, onde ela pode ficar com mais firmeza contra a ampla superfície da glenoidal, permitindo, assim, espaço suficiente sob o arco coracoacromial. Estabilização Dinâmica do Ombro Manguito Rotador Músculos do Complexo do Ombro Estabilização Dinâmica do Ombro Manguito Rotador Ruptura do Manguito Rotador Manguito Rotador https://www.youtube.com/watch?v=siuBuGCleh4 Músculos do Complexo do Ombro • O tendão da cabeça longa do bíceps braquial passa sobre a cabeça do úmero e desce para o sulco intertubercular. No tendão, a tensão é produzida quando o músculo se contrai e comprime a cabeça do úmero contra a cavidade glenoidal; • Essa força é semelhante à gerada quando se puxa uma corda presa em torno de um poste. Assim, o bíceps auxilia a evitar a subluxação da articulação do ombro quando o cotovelo se flexiona com um peso nas mãos. Estabilização Dinâmica do Ombro Bíceps Braquial
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