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estudo dirigido meio ambiente bucal

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ESTUDO DIRIGIDO MEIO AMBIENTE BUCAL – MINI TBL 
1- Discorra sobre a colonização do meio ambiente bucal. 
A colonização do meio ambiente bucal inicia-se a partir do momento do nascimento do 
indivíduo, seja ele por parto cesariana ou parto normal, sendo o segundo com maior 
colonização. Nas primeiras 6 horas de vida o bebê adquiri uma pequena quantidade de micro-
organismo (normalmente são encontrados Streptococcus salivarius e Streptococcus mitior), 
após essas primeiras horas, no intervalo de 6-10 horas esse micro-organismos se multiplicam, 
aumento seu número e mantendo-se vivos os viáveis. 
No decorrer do crescimento, após a primeira erupção dentária, sendo essa considerada um 
grande marco conhecido como 1º janela de infectividade, o bebê passa a ser colonizado por 
micro-organismos anaeróbicos estritos, principalmente os causadores da cárie e mais comuns 
S. sanguis e S. mutuans. Na região de sulco gengival podem ocorrer quadros de gengivite, devido 
a má higiene do meio ambiente bucal do bebê, com isso favorece a proliferação abundante de 
bastonetes gram anaeróbios e espiroquetas (raramente encontrada em bebê e crianças, porem 
pode acontecer). 
Após o primeiro ano de vida, cerca de 70% dos micro-organismos viáveis são os 
estreptococos, sendo modificada na idade escolar, se assemelhando a de um adulto. O estilo de 
vida e a higienização do meio ambiente bucal, bem como a produção ideal de saliva influenciam 
diretamente em sua colonização, porém grande parte da população apresenta colonização 
semelhante, não igual, mas apresentam micro-organismos semelhantes nessa microbiota bucal. 
2- Por que a boca é considerada um habitat microbiano tão distinto? 
Ecologicamente a boca apresenta um habitat distinto devido a presença da mucosa e dos 
dentes, bem como os tecidos moles e o dorso da língua, que permite que diversos patógenos 
consiga habitar esse local. As condições ecológicas da boca, iniciam nas primeiras horas de 
nascimento e vão modificando de acordo com o desenvolvimento, até a adolescência, no qual 
apresentamos uma microbiota semelhante ao adulto. 
A microbiota bucal é composta por uma variedade de ecossistemas bacterianos distintos 
em diferentes locais, frequentemente com subsistemas existentes no interior do mesmo local. 
Por outro lado, cada um dos ecossistemas é formado por uma variedade de tipos bacterianos 
que preferem certos hábitats no interior da boca. Para facilidade de estudo, a microbiota da 
boca é dividida em quatro nichos principais, representados pelo biofilme dentário, sulco 
gengival, dorso da língua e mucosas da boca. 
3- Discorra sobre a aquisição e implantação da microbiota anfibiôntica. 
Começamos a ser colonizados a partir do momento do nascimento, nas primeiras 6 horas o 
bebê adquire uma pequena quantidade de micro-organismos através do parto, independente 
de qual tenha sido. Cerca de 6-10 horas após ocorre o aumento do número de micro-organismos 
viáveis naquele meio ambiente. 
Após a 1º erupção dentaria, sendo esse considerado um grande marco conhecido como 1º 
janela de infectividade, ocorre uma alta infectividade do bebê, passando a ser colonizado por 
bactérias anaeróbicas estritos (S. sanguis e S.mutans). O desenvolvimento “nichos anaeróbicos” 
conduz a uma gradual mudança na microbiota, de aeróbia para anaeróbia facultativa em que 
micro-organismos, como Micrococcus e Neisseria, são substituídos por Veillonella e 
Actinomyces. Na idade escolar a microbiota é igual à do adulto, com exceção de espiroquetas e 
Prevotella melaninogencia. Na adolescência já se pode considerar a microbiota bastante 
completa e semelhante à da idade adulta 
4- Comente sobre o conceito de biofilme dentário e sua relação com as doenças bucais. 
Biofilme dentário é o termo utilizado para descrever o acúmulo de micro-organismos na 
superfície dos dentes, no qual apresenta uma superfície dura e que não descama, sendo essa 
necessária para que seja formado. A sua formação independe da vontade do hospedeiro, porém 
seu acúmulo só ocorre devido a uma má higienização do meio ambiente bucal. Esse se apresenta 
como os agentes causadores primário da cárie e de doenças periodontais. 
Seu acúmulo pode ocorrer não só nos dentes, mas também superfícies duras e que não 
descame como restaurações, coroas protéticas, próteses removíveis totais ou parciais, 
aparelhos ortodônticos, implantes e restaurações inadequadas. 
5- Discorra, detalhadamente, sobre todas as fases de formação do biofilme dentário. 
A formação do biofilme dentário ocorre em 5 etapas, todas elas serão descritas sob 
condições laboratoriais: 
 1º Formação da Película Adquiria do Esmalte (PAE): 
É uma camada fina e acelular formada sobre o esmalte dentário através a adsorção de 
componentes da saliva como, proteínas, glicoproteínas, lipídeos e componentes do fluído 
gengival. Sua formação é rápida ocorre em minutos/horas, em condição laboratoriais, já em 
indivíduos ocorre no momento zero em que ele passa a língua sobre a superfície do dente, 
dando a sensação de lubrificação dos elementos. Sua espessura varia de 0,01-10 µm. 
Seu processo ocorre na superfície de um dente limpo, no qual apresenta, em sua 
composição cálcio e fosfato, através de propriedades físico-químicas o fosfato, devido a sua 
carga negativa, se acumula na superfície do dente formando uma nuvem negativa de íons. Essa 
nuvem irá atrair os íons de carga positiva presente na saliva, que irá se acumular formando a 
camada de hidratação. A partir dos íons carregados positivamente, os componentes presentes 
da saliva e no fluido gengival, por apresentarem cargas negativas se unem, por adsorção, ou 
seja, se acumulam, formando a PAE. 
 2º Aderência de Células Bacterianas Simples (Colonização Microbiana Inicial): 
 Após a formação da PAE, os micro-organismos iniciam o seu processor de aderência a 
essa película. As bactérias presentes no nosso meio ambiente bucal, são atraídos pela PAE, 
devido ao fornecimento de substratos para a sobrevivência das mesmas. Os micro-organismos 
antes se aderirem a superfície do dente, encontra-se disperso, em meio líquido na saliva, na 
forma de planctônica, com isso os colonizadores iniciais (S. sanguinis, S. oralis, S. mitis os da 
espécie Actinomycis sp. e Neisseria sp.) aproximam-se da PAE dando inicio ao processo de 
aderência bacteriana. 
 Esse processo pode ocorrer de 2 forma: ou as bactérias irão se aderir a uma superfície 
recoberta pela PAE sem que haja bactérias agindo como ponte de adesão ou uma bactéria irá 
usar outra como ponte de aderência. Os mecanismos de aderência são divididos em interações 
especificas (irreversíveis) e interações não especificas (interações eletrostáticas e reversíveis). 
 - Interações Eletrostáticas: 
* Força de Van der Waals: Totalmente reversível e inespecífica, é uma forma de aproximação do 
micro-organismo a superfície da PAE. Acontece devido a superfície do micro-organismo possuir 
uma carga negativa, igualmente a superfície dos componentes da PAE. Quando esses, micro-
organismos e componentes, encontram-se em solução liquida, a uma certa distância, duas 
forças irão atuar sobre eles: a força de repulsão eletrostática, por apresentarem as mesmas 
cargas e a força de atração pela força de Van der Waals, por estarem em mesma solução. Com 
isso é a 1º aproximação microbiana a estrutura dentaria e necessita de uma distância mínima 
de 5-10 µm, para que ocorra a repulsão e a atração. 
* Ponte de Cálcio e Hidrogênio: Quando as bactérias e a PAE apresentam cargas negativas e os 
íons de cálcio e hidrogênio, positivos presente na saliva, agem como ponte de união 
aproximando o micro-organismo da PAE. 
 - Interações Específicas: 
*Lectina: É um mecanismo de aderência microbiana inicial e irreversível, possui especificidade 
devido a estruturas chamadas de adesinas presentes em estruturas das superfícies bacterianas 
(fibrilas e fimbrias), que são estruturas proteicas que interagem com os carboidratos da PAE e 
possuem alta especificidade.*PECs: As bactérias utilizam as PECs para aderirem melhor a superfície dentaria, principalmente, 
a S.mutans e a S.sobrinos. Sintetizamos essas PECs através do excesso de sacarose na dieta, com 
isso, as bactérias degradam a sacarose em glicose e frutose, agrupando as moléculas de glicose, 
formando o glucano solúvel e insolúvel. É o glucano insolúvel (mutano), que será utilizaodo 
como uma espécie de “cola biológica” para se aderir a superfície dentaria, para essa “cola” seja 
utilizada as bactérias possuem proteínas que se ligam ao glucano insolúvel, chamada de Gbp. 
 3º Crescimento de Bactérias Aderidas: 
 As bactérias aderidas a PAE irão se multiplicar na superfície dentária, através de divisão 
e formarão minicolônias. 
 4º Coagregação e Sucessão Microbiana: 
 - Coagregação: 
A fase de coagregação ocorre quando novas células bacteirianas da mesma espécie das 
colonizadoras iniciais (coagregação homotípica) e adesão de espécies diferentes (coagregação 
heterotipica). 
*Mecanismo de coagregação homotípica: 
~PEC: aderência de bactérias da mesma espécie, através de aderência mediada pela PEC. 
Favorece a agregação dos S.mutans entre si pelo glucano. Algumas bactérias, colonizadoras 
iniciais, como a A.naeslundii sintetiza um heteropolissacarideo que irá agir como “cola” aderindo 
novos micro-organismos da mesma espécie. 
~Constituintes da Saliva e do Fluído gengival: promoção da aderência microbiana por 
componentes presentes na saliva, como glicoproteínas e IgA-S, e no fluido gengival, IgG e IgM. 
*Mecanismo de coagregação heterotopica: 
~Mediada por constituintes de superfícies de bactérias de diferentes espécie: Nesse processo 
inicia-se a colonização de bactérias colonizadoras não iniciais, ou seja, bactérias secundarias e 
terciarias (tardias). Essas não apresentam capacidade de aderirem diretamente na superfície 
dentária, com isso utilizam espécies colonizadoras iniciais como ponte de aderência a PAE. As 
bactérias, através de adesinas especificas, se ligam a receptores específicos presentes na 
superfície de outra espécie, fazendo assim a aderência a PAE. 
 - Sucessão microbiana: 
Ocorre quando as bactérias iniciais criam um ambiente mais favorável as bactérias secundarias 
e terciarias, do que para sí próprio. Com isso ocorre a diminuição da concentração de bactérias 
colonizadoras iniciais. A redução da concentração de oxigênio é um dos fatores para que ocorre 
a troca de bactérias aeróbicas, por bactérias anaeróbicas, que com o tempo ocorre uma redução 
do tipo cocos e um aumento das espécies bacilos e filamentosas, de maneira natural. 
 5º Comunidade Climax: 
Após semanas de crescimento, em ambiente laboratorial, não perturbado em uma fase de 
inúmeras espécies bacterianas, um biofilme dentário maduro e em equilíbrio dinâmico é 
encontrado. Nessa fase há uma homeostase bacteriana impedindo que outras espécies, que não 
estavam aderida anteriormente, se instalem. Esse biofilme maduro apresenta os 3 tipos de 
micro-organismos: as colonizadoras iniciais, as secundárias e as tardias (terciária). 
6- Comente sobre a importância da saliva no meio ambiente bucal 
A saliva é um fluído produzido pelas glândulas salivares presente em nosso meio ambiente 
bucal, tendo destaque, principalmente, para as glândulas maiores como as parótidas e as 
submandibulares, sendo responsáveis pela quantidade de produção respectivamente. 
Produzimos cerca de 0,5-1,0 L/dia desse fluído. 
Após a secreção desse fluído ocorre a adição do fluído crevicular gengival, células epiteliais 
provenientes da descamação da mucosa, bactérias e até mesmo leveduras, compondo assim a 
saliva total. 
Sobre o meio ambiente bucal, o fluido salivar apresenta diversas funções como ação 
antimicrobiana, ou seja, minimiza as infecções que podem resultar em doenças, essa ação se dá 
as enzimas presentes nela que atuará sobre as bactérias, vírus e fungos; É responsável pela 
iniciação do processo de digestão através de enzimas que degradam os componentes da nossa 
dieta como o amido, proteínas e lipídeos, sendo os dois últimos minimamente, auxilia na 
lubrificação do bolo alimentar no momento da mastigação; Quando associada aos elementos 
dentários, possui a capacidade de clearance , ou seja, remove os restos alimentares e bactérias, 
dilui possíveis detritos presentes no meio ambiente, promove a lubrificação da superfície 
dentária bem como de todo os tecidos moles do meio, que resultará facilitando a mastigação, 
deglutição e fonação. 
7- Discorra sobre todos os requisitos bacterianos de cariogenicidade. 
Atividade acidogênica intensa: ocorre quando há a presença do biofilme acumulado na 
superfície dentaria, devido a negligência da higienização bucal, e por haver uma grande 
disponibilidade de carboidrato disponível para as bactérias, as mesmas utilizam esse substrato, 
através da fermentação, para promover energia e com isso acaba produzindo ácido. Quando 
essa produção excede a capacidade que a saliva tem de promover sua capacidade tampão, ou 
seja, quando o pH, naquele sitio especifico de acumulo de biofilme, passa a ser menor ou igual 
a 5,5 (causa desequilíbrio do ecossistema) o esmalte dentário passa a perder íons para o meio, 
pois a saliva se torna ineficaz nessa neutralização do ácido, com isso o elemento dentário passa 
a apresentar o que chamamos de lesão branca ativa de cárie. 
Aderência ou retenção à superfície dentária: Para que ocorra a aderência, as bactérias 
precisam concentrar os ácidos na superfície dentária, ou seja, necessitam que esse acido esteja 
em contato íntimo com o elemento. As bactérias mais eficientes em promover esse contato são 
as EGM (estreptococos do grupo mutans), sendo especialista em aderirem em superfícies lisas 
que possuam sacarose e produzem a PEC, já os lactobacillus são especialistas em aderirem em 
superfícies retentivas. Quando observamos o desenvolvimento inicial da cárie, encontramos, 
em maior quantidade, as EGM devido a sua aderência, posteriormente em superfícies que já 
possua cavidades de cárie, encontramos os lactobacillus pois esses possuem maior aderência 
em superfícies irregulares. 
Produção de PEC e IC: 
- PEC: Quando há o excesso de sacarose proveniente da nossa dieta, que se encontra no meio 
extracelular, as bactérias realizam a quebra dessa molécula em glicose + frutose. Devido a alta 
quantidade de sacarose, o meio extracelular fica repleto de glicose, com isso as bactérias 
aglutinam essas unidades de glicose, pela enzima glicosiltranferase (GTF), que irá promover a 
produção de uma substância chamada glucano. Esse glucano pode ser do tipo solúvel e 
insolúvel. O glucano insolúvel é utilizado pela bactéria como uma “cola biológica” que promove 
a adesão da bactéria na superfície dentaria, devido a sua insolubilidade em água, com isso as 
EGM conseguem aderir e colonizar as superfícies desses dentes, porem esse feito só ocorre se 
as bactérias apresentarem receptores para esses glucanos, esses receptores são chamados de 
GBP (proteínas ligadoras de glucano), que promovem a aglutinação desse glucano; O glucano 
solúvel em agua permanece fora da bactéria, como PEC também, mas é utilizado como uma 
reserva energética, ou seja, essa reserva energética pode ser utilizada pela própria bactéria que 
o produz ou por outra bactéria que necessite dessa energia; A frutose proveniente dessa quebra 
da sacarose também é utilizada como uma reserva energética extracelular, em menor 
quantidade, mas através da frutosiltransferase (FTF), essa moléculas se aglutinam dando origem 
ao frutano ou levano, que ficam do lado de fora da célula para ser usado como reserva 
energética. 
- PIC: é uma reversa de carboidrato intracelular, estrutura longa, formada por várias moléculas 
de glicose, proveniente do excesso de sacarose, mas que se concentram dentro da célula 
bacteriana. Essa formação e armazenamento é muito semelhante ao nosso glicogênio, com isso 
alguns estudiosos chamam essa reserva energética de glicogênio ouglicogênio-pectina, que só 
será utilizado em momentos de escassez desse substrato. Esse processo de armazenamento é 
restrito a alguns tipos de bactérias como as S.mitis, S. salivarius, S. casei, S. acidophyllus, 
Flusobacterium spp. e Neisseria spp. 
Aciduricidade: Capacidade que os micro-organismos conseguem sobreviver, crescer e 
metabolizar mesmo em condições com o pH ácido (menor ou igual a 5,5). Isso se dá a uma 
estrutura presente nelas conhecidas como H+/ Atpase que promove o bombeamento de ácidos 
indesejados para fora de suas células bacterianas. Essas espécies são chamadas de acidúricas, 
que são: S.mutas, S.sobrinus e Lactobacillus. Com a sobrevivência desses micro-organismos 
ocorre a maior produção de ácido, nesse sítio de carie ativo, promovendo uma taxa acelerada 
de desmineralização do esmalte dentário. 
8- Fale sobre os principais micro-organismos associados à cárie dentária. 
Os principais micro-organismos associados a carie são os EGM (estreptococcus do grupo 
mutans), que são os S. mutans e S. sobrinus, e os Lactobacillus sp. 
9- Diferencia a cárie coronária da cárie radicular. 
A cárie coronária é quando ocorre a corrosão do esmalte do dente, ou seja, as bactérias 
EGM e lactobacillus sp. produzem ácidos que conseguem reduzir o pH do sítio de instalação, que 
promoverá a degradação do esmalte dentário, ou seja, desmineralização desse esmalte, com 
isso ocorre a formação de lesão branca ativa de cárie e posteriormente a formação de cavidades 
de cárie, chegando a perda do elemento, caso não haja tratamento. 
A cárie radicular ocorre a nível de cemento dentário, em indivíduos especialmente adultos 
e idosos, que devido à perda por desgaste fisiológico natural ou injuria mecânica ou cirurgia 
periodontais, acabam expondo a raiz do dente, fazendo com que ocorra a instalação de micro-
organismos causadores da cárie radicular, que diferentemente da coronária, possui destaque 
para as bactérias do tipo Actinomyces, das quais nos atemos as A.naeslundii, A.odontolyticus, 
A.gerenseriae. 
10- Comente sobre os 3 tipos de transporte de açúcar para o interior da célula 
bacteriana. 
Sistema de transporte de fosfotranferase mediado por fosfoenolpiruvato (PEP-PTS): é um 
sistema de transporte de açúcares que transporta mono e dissacarídeos, as bactérias que 
possuem esse tipo de capacidade de transporte são as do tipo Streptococcus, Actinomyces e 
Lactobacillus. Esse sistema se dá através da translocação em grupo que necessita de uma 
molécula energética. Nesse sistema possuímos 2 proteínas citoplasmáticas que não são 
específicas para carboidratos que são as proteínas de histidina (HPr) e a Enzima I (EI) e ao 
contrário possuímos enzimas ligadas na membrana da bactéria, na verdade um complexo 
enzimático II (EII) que são açúcares específicos. Quando a glicose atravessa a membrana ela 
sofre modificação e para que esse transporte ocorrer é necessário que haja o grupo fosfato e 
que ele seja transferido sequencialmente. Ocorre da seguinte maneira: é necessário que eu 
possua um fosfonolpiruvato, que irá doar o grupo fosfato para a EI, que transfere para o HPr, 
em seguida para a EIIa, EIIb, EIIc, que por sua vez vai permitir a entrada da glicose na celular, ou 
seja permitir que ela atravesse a membrana e quando ela alcança o citoplasma, ela já alcança 
com o grupo fosforil (glicose 6-P), indo para a via glicolítica. 
Esse tipo de transporte é modulado, ou seja, necessita de uma estimulação para ocorrer nas 
seguintes situações ambientais: quando há limitação de carboidratos (necessidade de energia 
pela bactéria), quando o pH se encontra neutro (quando há baixa atividade microbiana, ou seja, 
redução na produção de ácido, na glicólise e fermentação) e em nível de crescimento lento. Para 
que ele seja reprimido, são necessárias as seguintes condições: excesso de carboidrato (açúcar) 
no meio extracelular, baixo pH (muita fermentação) e alta taxa de crescimento. 
Sistema múltiplo do metabolismo do açúcar: não há tanto informação sobre esse tipo de 
transporte, acredita-se que seja um tipo de transporte que é realizado pelo S.mutans e que ele 
transporte a sacarose em forma de dissacarídeo e que seja um tipo de transporte associado a 
degradação de PECs (frutano ou levano) entre as refeições. Acredita-se que além da sacarose, 
exista o transporte de outros carboidratos como melobiose, rafinose e maltose (derivada do 
amido). 
Glicose permease: É um tipo de transporte que possui participação de proteínas 
transportadoras e que o açúcar é transportado e apenas dentro da célula ele é fosforilado. O 
que estimula esse tipo de transporte são as concentrações elevadas de açúcares no meio 
extracelular, altas taxas de crescimento e condições ambientais de baixo pH. 
11- Comente sobre as vias que a célula bacteriana pode optar, dependendo da sua 
necessidade, a partir da disponibilidade de carboidrato. 
Glicólise: Para a geração do piruvato. Em condições de hipóxia esse piruvato pode ser 
fermentado, podendo ser etanólica (comum em leveduras), láctia gerando o ácido lático. 
Quando há presença de oxigênio, esse piruvato é convertido a acetil-CoA entrando no ciclo de 
Krebs, podendo ir em direção para a cadeia transportadora de elétrons, gerando grande 
quantidade de ATP. 
 Via das Pentoses: Acontece quando o objetivo da bactéria é gerar nucleotídeos, coenzimas, DNA 
e RNA. Pego o excesso de glicose e converto em glicose-6-P, seguindo a via das pentoses que irá 
ter a geração de ribulose-5-P e a partir disso, formar os compostos que a células microbianas 
estejam necessitando. Essa via produz muito NADPH que nada mais é do que uma fonte de 
energia para biossínteses. Outra fase da via das pentoses é a fase não oxidativa, que através da 
ribulose-5-P dará origem, novamente, a glicose-6-P devido a necessidade da célula. 
OBS.: 
Bactérias Heterofermentadoras: São bactérias que a partir dos carboidratos conseguem 
sintetizar uma grande diversidade de ácidos; produzem ácidos menos fortes que o lático, 
produzidos a partir de carboidratos através do jejum noturno. 
Bactérias Homofermentadoras: São bactérias que geralmente que na presença de sacarose 
produzem ácido lático, que contribui muito para a desmineralização do esmalte dentário. 
Bactérias Heterofermentadoras facultativas: São bactérias que dependem do ambiente que 
estão instaladas para que seja realizada a síntese. 
 
ESTUDO DIRIGIDO IMUNOLOGIA DA CÁRIE 
1- Quais são as principais defesas químicas do sistema de defesa inato no meio ambiente 
bucal que podem ter ação na imunidade à cárie dentária? 
As principais barreiras químicas da imunidade inata á cárie dentária são produzidas pelas 
células epiteliais da mucosa bucal e das glândulas salivares, além de células do sistema imune 
(neutrófilos, macrófagos), além disso se apresentam constantemente no meio ambiente bucal, 
possui amplo espectro de atividade (antibacteriano, antiviral e antifúngico) e com isso não 
depende de estímulos específicos para atuarem. Podemos citar como barreiras químicas: 
- Lisozimas: são proteínas com capacidade enzimática, encontrada em altas concentrações na 
saliva e, também, no fluido gengival. Sua principal função é quebrar as ligações do 
acetilmurâmico, presenta na parede celular das bactérias, promovendo a lise osmótica da 
célula do MO. Essa atuação se dá da seguinte maneira: a muramidase rompe as ligações de N-
acetilmurâmico e N-aceilglicosamina, expondo a membrana plasmática da bactéria, deixando 
a bicamada lipídica mais exposta, favorecendo a lise osmótica do MO. 
- Peroxidase: A peroxidase tem como principal função proteger o hospedeiro do peróxido de 
hidrogênio, que é produto do metabolismo do MO. Esse peróxido é toxico e está diretamente 
ligado ao estresse oxidativo. Essa proteção se dá da seguinte maneira: O peroxido de 
hidrogênio age como um catalisador de reação, na saliva encontramos íons de tiocionato 
(SNC), esses íons reagem com o peroxido de hidrogênio (produto do metabolismo dasbactérias) devido a presença da peroxidase na saliva. Como produto dessa reação, ocorre a 
formação de hipotiocianato (OSCN-) e água. Quando o pH da saliva se encontra ácido – nesse 
momento não há, necessariamente, a formação de cárie dentária- óxida as enzimas das 
bactérias, fazendo com que as mesmas não realizem a glicólise bacteriana, reduzindo assim o 
crescimento bacteriano das mesmas. 
- Mucinas: São responsáveis pela proteção da mucosa contra a desidratação, elas são 
glicoproteínas relativamente solúveis e são produzidas pelas gl. Salivares, é uma matéria 
viscoso das superfícies mucosas. Sua principal função é a lubrificação, proteção contra 
desidratação e danos mecânicos, manutenção da viscoelasticidade, apreensão de MO e 
inibição da aderência microbiana (a apreensão e aglutinação impede que as bactérias se 
aderem à superfície do meio ambiente bucal). Possui dois tipos: MG1, possui alto peso 
molecular, que é responsável pela viscosidade da saliva e com isso, consegue reter MO na 
saliva; e a MG2 possui baixo peso molecular, é responsável pela aglutinação das bactérias na 
saliva, promovendo sua eliminação através da deglutição e pela própria saliva – interfere 
diretamente na adesão do S.mutans no biofilme dentário. 
- Lactoferrina: Sua principal função é sequestrar o ferro presente no meio ambiente bucal, com 
isso ocorre privação de ferro que seria utilizado pelas bactérias em seus processos 
metabólicos, interferindo na proliferação do MO. É uma glicoproteína não-enzimática e possui 
função bacteriostática. 
- Defensinas: É um peptídeo antimicrobiano, mais presenta na saliva do que no fluido gengival, 
mas ambos apresentam em sua composição. Atua se inserindo na membrana da bicamada 
lipídica, através de atrações eletrostática (defensinas possuem carga positiva e a bactéria carga 
negativa) causando instabilidade osmótica, devido a formação de poros na superfície do MO. 
- Catelicidina: É um peptídeo antimicrobiano, produzido por varias células do sistema imune 
inato, possui a LL-37 que reage com o ac.lipoteicoico da parede do S.mutans prevenindo a 
formação do biofilme e ação parecida com a defensina. 
2- Discorra sobre a estrutura, produção e função da IgA secretória presente na saliva. 
Estrutura: a IgA secretória se apresenta em duas formas: a monomérica (apenas 1 
monômero) e a dimérica (formada por 2 monômeros); A IgA dimérica é unida pelas duas 
porções FC de sua estrutura por uma glicoproteína chamada de cadeia J. Diante disso, ela 
possui 4 sítios de ligação antigênica, ou seja, pode se ligar a 4 antígenos de uma só vez. A parte 
que ela se liga ao MO é chamada de FAB. 
Produção: Através da estimulação do MO, ela pode ser produzida de duas maneiras: 1. 
Quando o MO chega as gl. Salivares, estimulando a secreção pelos tecidos linfoides ou 2. 
Através do GALT, devido a deglutição do bolo alimentar junto aos MO, as placas de Peyer 
ativam os Linfócitos B, que migram para os linfonodos da região mesentérica que migram para 
as gl.salivares e se diferenciam em plasmócitos que irão secretar a IgAs. 
Quando o plasmócito produtor de IgA é estimulado a ser secretado, ele libera dois 
monômeros de IgAs e a cadeia J, que formara a IgAs dimérica, mas quando o plasmócito 
secreta a imunoglobulina não possui, ainda, o componente secretor. Com isso, a IgAs dimérica, 
nas regiões de cel. Epiteliais da glândula salivar, conseguem se ligar a receptores dessa célula 
epitelial, através de uma porção da sua região FC, a célula da glândula salivar faz com que a 
IgA dimérica, consiga passar por dentro da célula por uma vesícula (processo de transcitose). 
Quando chega no lúmen da glândula (região dos ductos), quando ela vai ser liberada, na porção 
externa desse receptor é clivada, sendo chamada de componente secretor indo juntamente 
com a IgA secretória, estando pronta para o meio ambiente bucal. 
 Função: Sua principal função é agir se ligando aos epítopos presentes nas superfícies 
bacterianas, neutralizando sua atuação e age, principalmente, a nível de biofilme 
supragengival. Ela também promove a aglutinação dos MO, com a função de eliminá-los. 
3- Discorra sobre a imunidade naturalmente formada contra Streptococcus mutans. 
Após o nascimento o bebê, recém-nascido, apresenta IgAs ausente em sua saliva, devido 
a exposição aos antígenos bacterianos, virais e os presentes nos alimentos, esse processo de 
produção se inicia. Cerca de 3-5 semanas após o nascimento, já é possível a identificação de 
IgAs especificas na saliva do bebê. Logo após o nascimentos os anticorpos específicos para 
S.mutans estará relacionado a exposição que esse bebe irá sofrer a partir de adultos 
infectados, ou seja, um adulto ao compartilhar talheres com o bebê, ao beijar a sua boca, 
atitudes desse tipo fazem com que o bebê produza anticorpos precocemente. Os níveis de IgAs 
contra os estreptococos continuam a aumentar até os dois anos subsequentes. Outra maneira 
de se adquirir esses anticorpos é através do leite materno, pois na gl. Mamária há a produção 
de IgAs, sendo passada para o bebê via leite materno, ou seja, no leite materno há a 
transferência de IgA anti-S.mutans pela amamentação. Ao longo da vida essa concentração de 
anticorpo aumenta, atingindo níveis semelhantes aos de adulto já na idade entre 4-7 anos. 
4- Quais os principais componentes antigênicos da estrutura do Streptococcus mutans? 
Glicosiltransferase (GTF): Quebra os polímeros de glicose para a formação de glucanos 
insolúveis e solúveis e também se liga aos glucanos. 
Proteínas ligadoras de glucano (GBP): proteína que tem afinidade com o glucano e 
contribui para a agregação bacteriana. 
Antígeno I/II (Adesinas): Auxiliam na aderência do S.mutans a PAE e é independente de 
sacarose, ou seja, não necessita de sacarose para que ocorra essa adesão. 
5- O que é vacinação? 
É uma imunização ativa artificial, no qual administra-se a forma morta ou enfraquecida 
de um agente infeccioso ou uma parte dele, com a finalidade de promover uma resposta 
imunológica, no qual irá conferir proteção contra aquele patógeno quando exposto 
novamente a ele de maneira viva. 
6- Quais as potenciais vias de administração exploradas nos estudos investigando vacinas 
anticárie? 
Via sistêmica subcutânea, via gengivo-salivar ativa e via mucosa (oral, glândulas salivares 
menores, intranasal, tonsilar e retal)

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