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Análise de viés

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MARCELA DE CASTRO E CASTRO – HABILIDADE GERAIS V 
 
 
 
 
Viés é um erro sistemático produzido em uma pesquisa 
que resulta em uma estimativa incorreta da associação 
entre exposição e doença. 
 
A gente tenta impor nosso raciocínio como correto, 
levando a acreditar que o resultado está correto. 
 
Se um estudo tem alto risco de viés é considerado um 
estudo de baixa qualidade metodológica. Se é baixo 
risco de viés, é um estudo de alta qualidade 
metodológica. NÃO EXISTE ESTUDO QUE É 100% 
AUSENTE DE VIÉS! Além disso, há estudos em que é 
impossível, por exemplo, fazer o cegamento. Pois, por 
exemplo, um cirurgião não pode ser cegado quanto 
cirurgia que ele vai fazer. Mas tenta-se diminuir o viés 
o máximo possível e não é porque o estudo tem algum 
viés que ele não vai servir para nada. 
 
O erro aleatório (ao acaso) também acaba 
influenciando a pesquisa, de forma que para minimizá-
lo é fazer a pesquisa com um tamanho amostral 
suficiente (realizando o cálculo amostral), pois quantas 
pessoas precisam para se ter um resultado confiável? 
Quanto maior a amostra melhor! (NO ENSAIO CLÍNICO 
PEGAR O CÁLCULO AMOSTRAL! Se não tiver, chega a 
ser antiético, é uma forma de avaliar criticamente os 
estudos.) 
Análise de risco de viés 
VALIDADE EXTERNA 
O quanto pode extrapolar desse artigo para a 
população/vida real? 
 
Está relacionada com a pergunta de pesquisa, se ela foi 
gerada de forma apropriada e está ligada à capacidade 
de generalizar e aplicar os resultados dessa pesquisa 
em diferentes cenários. 
 
Em jogo: 
1. Aplicabilidade 
2. Conhecimento clínico 
VALIDADE INTERNA 
O artigo teve um rigor na metodologia científica? Ele 
seguiu e fez ações que minimizasse a quantidade de 
vieses? O quanto que confio nesse artigo? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As ações que podem ser feitas são: 
1. Randomização 
2. Sigilo de alocação 
3. Mascaramento 
4. Viés de seguimento 
5. Descrição seletiva do desfecho 
6. Validade do instrumento 
7. Parada precoce do desfecho 
8. Exclusão 
 
E, normalmente, se tem primeiro uma boa validade 
interna para que se consiga uma validade externa. 
Viés de seleção 
A seleção dos participantes da pesquisa, em que se dá 
pela escolha dos participantes e quais grupos eles 
pertencerão, pode ser interferida, gerando um viés de 
seleção. Tal viés de seleção é comumente cometido 
quando o pesquisador faz parte do momento da 
seleção dos participantes. 
 
Pode diminuir o viés de seleção com a randomização 
ou sigilo de alocação. 
Randomização 
A randomização consegue reduzir o viés de seleção, 
sendo ela feita por computador, papel, moeda ou 
qualquer outro meio (por meio de envelopes não é 
interessante, já que pegar ele várias vezes pode 
amassar e marcar o papel). E tomar cuidado, pois, 
alguns métodos feito para randomizar não geram uma 
randomização verdadeira, sendo que essa se dá ao 
participante da pesquisa 50% de chance de ir ao grupo 
intervenção e 50% de chance de ir ao grupo placebo. 
Se de alguma forma isso não é oferecido, não é 
randomização! 
Sigilo de alocação 
É importante entender que randomizar e alocar são 
duas coisas diferentes. A randomização é o ato de se 
indicar a qual grupo o paciente pertence, já a alocação 
é o ato de se encaminhar o paciente para a seu grupo 
indicado na randomização, por isso é interessante que 
seja feito por alguém que não seja o 
intervencionista/pesquisador, minimizando o viés de 
seleção. Então randomizar é o que o computador, por 
exemplo indica, e alocar é inserir realmente o paciente 
no grupo de estudos. 
 
Quando o sigilo de alocação é feito, vai ser indicado na 
metodologia. Se não for indicado é porque não foi 
feito. 
MARCELA DE CASTRO E CASTRO – HABILIDADE GERAIS V 
 
Impede que o pesquisador saiba para onde o paciente 
vai ser alocado. 
 
É o erro mais grave do ECR! 
Viés de performance 
Esse tipo de viés acontece quando os envolvidos da 
pesquisa (tanto pesquisador quanto paciente) sabem 
que estão expostos a determinada terapia, seja essa 
terapia da intervenção ativa ou do placebo. E quando 
isso é descoberto há uma mudança de 
comportamentos (performances) que influenciam no 
desfecho da pesquisa. 
 
Exemplo: o paciente descobre que está no grupo 
placebo, então para ele já que está tomando “nada”, 
ele cessa a administração (pois para ele dá no mesmo) 
ou administra o placebo de modo desregular, por 
exemplo, influenciando totalmente no resultado da 
pesquisa. Então, o paciente mudou sua performance 
pois sabia que pertencia a determinado grupo, gerando 
um viés de performance. 
 
O viés de performance pode ser reduzido por meio do 
cegamento (é realmente não saber a qual grupo 
pertence) e mascaramento (é a forma/método que 
usei para cegar). 
CEGAMENTO 
O cegamento pode ser feito dos participantes e da 
equipe, ou também pode ser feito na avaliação do 
desfecho, quando há o cegamento dos avaliadores que 
não sabem a quais grupos os participantes foram 
alocados. 
 
O cegamento pode ser: 
1. Cego – participante. 
2. Duplo-cego – participante e o investigador. 
3. Triplo-cego – participante, investigadores e 
estatísticos. 
 
É necessário seguir essa hierarquia, não é estudo 
duplo-cego se o participante e estatístico estiverem 
cegos, por exemplo. 
CONCEITOS EM VIÉS DE PERFORMANCE 
EFEITO PLACEBO 
É o fato de inserir algum produto e ele trazer resultados 
positivos. 
 
EFEITO HAWTHORNE 
É o fato de o paciente mudar o comportamento por 
estar participando da pesquisa e sendo 
monitorado/assistido. 
 
Viés de detecção ou de diagnóstico 
Ocorre quando a exposição condiciona a uma maior 
probabilidade de detecção da doença já existente, 
dando a falsa ideia que a origina. Esse tipo de viés está 
bem relacionado ao avaliador do desfecho, de modo 
que quando ele sabe quem é grupo controle e grupo 
que sofreu intervenção ele já vai estar condicionado a 
detectar algo ou não. 
 
Esse viés pode ser minimizado por meio do 
cegamento/mascaramento do avaliador do desfecho. 
Viés de atrito 
O viés de atrito acontece quando há desfechos 
incompletos, provavelmente pelas perdas de dados 
(paciente desistiu, se mudou, faleceu ou algo do tipo 
que falte as avaliações). 
 
Consegue-se minimizar tal viés por meio do follow up e 
da análise da intenção de tratar. 
FOLLOW UP 
Acompanhar o paciente por um tempo, quanto mais 
robusto for o follow up, mais interessante será. 
ANÁLISE DA INTENÇÃO DE TRATAR 
Não há exclusão de dados perdidos, deve-se avaliar 
utilizando todos os dados que foram coletados. O que 
se faz? Repete a avaliação/respostas da 
avaliação/consulta. 
Viés de relato ou viés seletivo do desfecho 
Corresponde à possibilidade de os autores terem 
avaliado múltiplos desfechos, entretanto relataram 
apenas os de maiores conveniência, excluindo os 
outros. 
 
Deve-se minimizar esse viés inserindo todos os 
desfechos primários e secundários, que foram 
apresentados na metodologia, tanto nos resultados e 
na conclusão. 
Viés de condução 
É ter diferentes tipos de seguimento com diferentes 
grupos/pacientes, não seguindo um protocolo para 
todos, sendo uma diferença sistemática no cuidado 
oferecido. 
 
Minimiza-se por cegamento/mascaramento. 
Viés de mensuração 
Aplicar métodos/instrumentos/aparelhos diferentes 
para mensurar algo do paciente. 
 
Minimiza-se por meio do mascaramento e 
padronização do método da pesquisa. 
MARCELA DE CASTRO E CASTRO – HABILIDADE GERAIS V 
Viés de informação 
É quando há diferenças nas formas de obtenção de 
dados nos grupos controle e intervenção. 
 
Reduz esse tipo de viés fazendo as mesmas perguntas 
a todos os pacientes, seguindo um protocolo, por 
exemplo.

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