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ANTINEOPLÁSICO Oncogene → Receptores de fatores de crescimento, proteínas RAS Supressores tumorais → p53, proteínas apoptóticas Mecanismo de resistência a fármacos → Aumento de bombas de efluxo Bloqueio da fase S do ciclo celular → Afeta síntese do DNA Inibição da topoisomerase → Induz quebra nas fitas do DNA Bloqueio das tubulinas → Inibição do fuso mitótico (separação das células filhas) CÂNCER Nem todo tumor é um câncer!!! Tumor → aumento de volume Neoplasia → “novo crescimento”, ↑ número células Neoplasias benignas: nome do tecido + sufixo oma ➔ Assemelham-se ao tecido de origem e são bem diferenciados ➔ Tendem a apresentar um crescimento lento ➔ São bem delimitados ➔ Permanecem localizados no sítio de origem Neoplasias malignas (câncer): ➔ São pouco diferenciados ou completamente indiferenciados (anaplásicos) ➔ Geralmente crescem mais rápido ➔ Invadem tecidos normais adjacentes ➔ Formam metástases Carcinoma: derivam de células epiteliais Adenocarcinoma: derivam do epitélio glandular Sarcoma: derivam dos tecidos mesenquimais Leucemias e linfomas Câncer é uma doença relacionada com mudanças na dinâmica do genoma - Mutações gênicas e cromossômicas - Mecanismos epigenéticos Genes críticos: Tipos de oncogenes: ➔ Fatores de crescimento ➔ Proteínas quinase citoplasmáticas ➔ Fatores de transição ➔ Ciclinas de CdKs ➔ Receptores para fatores de crescimento Induz a morte da célula por apoptose. Para ter uma massa tumoral é preciso de mutações diferentes e alvos diferentes. Características do câncer: ➔ Autonomia na proliferação celular (não precisa mais de um auto ligante) ➔ Invasão dos tecidos e metástase ➔ Angiogênese sustentada ➔ Evasão do sistema de vigilância imunológica ➔ Reprogramação metabólica (célula faz reprogramação, tem diferentes vias em um ambiente que tem PH baixo ➔ Instabilidade genômica (consegue acumular mutações e passar para células filhas e criar novas mutações) ➔ Escape dos sinais supressores de crescimento ➔ Sobrevivência ao estresse celular e danos ao DNA ➔ Potencial replicativo ilimitado ➔ Resistência a apoptose Tratamentos: Cirurgia, Radioterapia, Quimioterapia, Terapia hormonal, Terapias alvo- molecular, Imunoterapia QUIMIOTERAPIA 1. Primária Câncer avançado, metastático, sem tratamentos locais alternativos Objetivos: ↓ progressão do tumor, ↑ sobrevida Passíveis de cura: Adultos: Linfoma de Hodgkin e não-Hodgkin, Leucemia mieloide aguda (LMA), câncer de testículo Crianças: Leucemia linfoblástica aguda (LLA), Linfoma de Burkitt, tumor de Wilms Cura: 5 anos sem progressão da doença 2. Neoadjuvante Câncer localizado Mais frequente nos tumores de: mama, pulmão de células não pequenas, laringe, esôfago, bexiga, anal Administrada antes da cirurgia, com radioterapia (concomitantemente ou de modo sequencial): ✓ Redução do tamanho do tumor (facilitar ressecção) ✓ Preservação de órgão vitais 3. Adjuvante Câncer localmente avançado Administrada após a cirurgia: ✓ Reduzir recidiva local e sistêmica ✓ Prolongar sobrevida sem doença e sobrevida global Mais frequente nos tumores de: mama, pulmão de células não pequenas, gástrico, sarcoma osteogênico Adjuvantes: Quimioterapia, Radioterapia, Terapia hormonal, Imunoterapia, Terapia alvo molecular Cinética do ciclo celular e resposta aos quimioterápicos: • Cinética de crescimento tumoral não é exponencial e reduz com o tempo • Fármacos citotóxicos - cinética de destruição logarítmica (log kill) • Quanto menor o tumor, maior a proporção de células eliminadas com uma determinada dose • Diagnóstico precoce, melhor prognóstico • Vários ciclos • Doses, intervalos entre os ciclos e fármacos utilizados devem ser ajustados conforme a cinética celular POLIQUIMIOTERAPIA Destruir o máximo de células, em diferentes fases do ciclo celular, dentro de uma faixa tolerável de toxicidade → Combinar fármacos com diferentes perfis de toxicidade Retardar o surgimento da resistência aos agentes individuais Intervalo entre os ciclos deve ser o mais curto possível, para recuperar tecidos normais (sobretudo medula óssea) e impedir novo crescimento tumoral Limitações: • Fármacos citotóxicos só atingem um aspecto da biologia tumoral • Toxicidade sobre células normais que se dividem rapidamente: ➔ Mielossupressão - fator de estimulação de colônia de granulócitos e eritropoietina ➔ Dano ao epitélio gastrointestinal ➔ Náuseas e vômitos graves - profilaxia antiemética ➔ Perda de pelos/cabelos (alopecia) ➔ Comprometimento da cicatrização ➔ Depressão do crescimento em crianças ➔ Esterilidade ➔ Teratogenicidade ➔ Carcinogenicidade: muitos fármacos citotóxicos são mutagênicos • Doses dos quimioterápicos devem ser ajustadas de acordo com o peso do paciente, superfície corporal, função renal, função hepática ou monitoramento de níveis plasmáticos Resistência: Primária → Relacionada a aquisição de mutações ou presença de células troncos Adquirida → Após a exposição de alguns agentes antineoplásicos, onde alguns sobrevivem e a célula volta a crescer Mecanismo de resistência: - Aumento do efluxo dos fármacos (↑ na expressão gene MDR = ↑ expressão da glicoproteína P) - Desregulação das proteínas apoptóticas - Ativação insuficiente do fármaco (fluoracil) - Aumento na inativação (citarabina) - Maior concentração da enzima-alvo (metotrexato) - Maior utilização de vias metabólicas alternativas (antimetabólitos) - Aumento no reparo no DNA (agentes alquilantes) - Mutações nos alvos, como no gene abl (imatinibe) - Mutações em diversos genes (ex: família Bcl-2, p53, telomerase) Quimioterápicos - Agentes citotóxicos Mecanismos gerais de ação: 1. Formam complexos com o DNA, impedindo sua replicação Agentes Alquilantes Compostos de platina 2. Bloqueiam as vias metabólicas envolvidas na síntese do DNA Antimetabólitos 3. Antimitóticos e Inibidores da topoisomerase Derivados de plantas: Alcaloides da vinca, Taxanos, Etoposídeo, Campotecina 4. Bloqueiam a divisão celular e síntese de RNA = Antibióticos antitumorais Tumores com alta taxa de proliferação são mais suscetíveis a tratamentos com agentes citotóxicos ciclo-específicos Alguns fármacos ciclo-inespecíficos também são ativos em tumores de crescimento lento CICLO INESPECÍFICO: 1. Agentes Alquilantes Dacarbazina (é um pró-fármaco) Mostardas nitrogenadas - Ciclofosfamida, Ifosfamida Nitrosureias - Lomustina Mecanismo de ação: Formação de ligações covalentes com grupos nucleofílicos (amina, hidroxila) de constituintes celulares, principalmente o DNA Bloqueio da replicação do DNA Incapacidade de reparo do dano → apoptose Nitrosureias atravessam barreira hematoencefálica: - Usadas em tumores do cérebro e das meninges - Efeito cumulativo depressor grave sobre a medula óssea Efeitos GI: ➔ Emese aguda → Antieméticos são obrigatoriamente indicados (ondansetrona), ➔ Ulceração oral, Desnudação intestinal Mielossupressão: Trombocitopenia, Anemia, Neutropenia, Leucopenia ➔ É obrigatório o uso de fator estimulador de colônias granulocitárias (G-CSF) ➔ Em caso de suspeita de infecções oportunistas: antibióticos profiláticos ➔ Em caso de trombocitopenia e/ou anemia é necessária a transfusão de sangue Imunossupressão humoral e celular: Útil em doenças autoimunes (AR, Síndrome nefrótica) e transplantes Infecções oportunistas: Alopecia, Depressão da gametogênese (sobretudo nos homens), Aumento no risco do desenvolvimento de leucemia não linfocítica aguda, Neurotoxicidade Convulsões, coma 2. Compostos de platina Cisplatina Carboplatina Mecanismo de ação: Análogo aos dos agentes alquilantes Formação de ligações covalentesintra e entre as fitas do DNA Bloqueio da replicação do DNA Incapacidade de reparo do dano → apoptose ➔ Cisplatina - baixa mielotoxicidade, altamente nefrotóxica e causa vômitos muito graves ➔ Carboplatina - derivado da cisplatina, com menor toxicidade (nefro, neuro e ototoxicidade), náuseas e vômitos - embora seja mais mielotóxica 3. Antibióticos citotóxicos Antraciclinas: Doxorrubicina e Daunorrubicina Os antibióticos antraciclínicos, isolados de Streptomyces peucetius var. caesius, estão entre os fármacos antineoplásicos citotóxicos mais amplamente usados Mecanismos de ação: Intercalação com o DNA e estabilização do complexo DNA-topoisomerase II → bloqueio da síntese do DNA e RNA Produção de radicais livres de semiquinona e radicais livres de oxigênio Além dos efeitos adversos gerais, o efeito adverso mais grave é a cardiotoxicidade dosedependente e irreversível, resultante da geração de radicais livres e da peroxidação de lipídeos. CICLO ESPECÍFICO: 1. Antimetabólitos - inibem fase S Antagonistas de folato: Metrotexato Análogos de pirimidina: 5-Fluoracil Análogos de purina: Mercaptopurina Atuam na fase S → afetam as vias da síntese do DNA Metrotexano: Análogo do ácido fólico Mecanismo de ação: Inibe a Di-hidrofolato redutase → Inibição da síntese de purinas, timidina e dos aminoácidos metionina e serina timidina → Inibição da síntese de DNA, RNA e proteínas-chaves. 5-fluoracil Mecanismo de ação: Fluoracila (ou 5-fluoracil) é uma análogo da uracila que é: - Convertida em um nucleotídeo falso, o FdUMP (monofosfato de 5-fluorodesoxiuridina), que se liga à timidilato-sintase → inibição da síntese de timidina → inibição da síntese de DNA - Convertida em FUTP (5-fluoruridina-5′-trifosfato), que é então incorporado ao RNA → interfere na síntese de proteínas - Convertida em FdUTP (5-fluorodesoxiuridina-5′- trifosfato), que pode ser incorporado no DNA → quebras e erros no pareamento Mercaptopurina: Análogo de tiopurina Mecanismo de ação: É convertida em monofosfato nucleotídeo ácido 6-tioinosínico (TIMP, falso nucleotídeo) → inibição de várias enzimas envolvidas na síntese das purinas A forma monofosfato é metabolizada à forma trifosfato, que pode ser então incorporada ao RNA e ao DNA → quebras e erros no pareamento 2. Inibidores da topoisomerase II - inibem fases S/G2 Etoposídeo: Inibe topoisomerase II → quebra das fitas do DNA → parada no ciclo nas fases S e G2 → apoptose Usos: câncer de pulmão, linfomas, câncer gástrico Enzima que reduzem o estresse torcional no DNA durante a replicação 3. Antibióticos citotóxicos - inibem fase G2/M Bleomicina: são antibióticos glicopeptídeos quelantes de metal → geração de radicais superóxido e/ou hidroxila → fragmentação do DNA Atuam nas fases G2/M Vantagem: mielossupressão leve Efeito mais grave: fibrose pulmonar 4. Antimitóticos - inibem fase M Alcaloides da vinca: Vincristina, Vimblastina Taxanos: Paclitaxel, Docetaxel Alcaloides de Vinca: Se ligam a tubulina, impedindo a polimerização dos microtúbulos → inibem formação do fuso mitótico • Inibem outras atividades celulares que requerem o funcionamento microtubular, como a fagocitose de leucócitos e a quimiotaxia, bem como o transporte axonal em neurônios → neurotoxicidade Vincristina: tem atividade mielossupressora muito leve, mas é neurotóxico e comumente causa parestesias (alterações sensoriais) Vimblastina é menos neurotóxica, mas causa leucopenia Taxanos: Estabilizam os microtúbulos na forma polimerizada → apoptose Efeitos adversos que podem ser graves: mielossupressão e neurotoxicidade cumulativa
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