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Traumatologia ortopédica

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HISTÓRICO 
5 mil anos atrás há indícios de tratamento ortopédico. Em 1854 era utilizadas ataduras gessadas. Atualmente é feita com sulfato de 
cálcio semi-hidratado (CaSO4 1/2H2O), tem gesso sintético (faixa e resina) e órteses feitas sobre medida (impressoras 3D). 
 
CONCEITOS 
▪ Fratura é a perda de continuidade de um osso, pode ser discreta com pouco desvio ou mais exuberante 
▪ Luxação é a perda da congruência articular, é uma lesão grave, há rompimento de ligação 
▪ Subluxação é o deslocamento parcial, mantem contato entre as superfícies articulares. 
▪ Entorse é uma lesão articular devido movimento forçado com estiramento (lesão grau I), rotura parcial (lesão grau II) ou rotura 
completa dos ligamentos (lesão grau III) causando instabilidade. 
▪ Contusão é uma lesão de partes moles por trauma direto. 
 
FRATURAS 
Avaliar sempre as partes moles locais, pois auxiliam na avaliação, tratamento e prognóstico da fratura, pois elas representam a 
vascularização, o quanto teve de lesão dos vasos sanguíneos. 
 
CONSOLIDAÇÃO DAS FRATURAS 
▪ Muito movimento → Instabilidade → Não consolida (ex: fazendo pseudoartrose). 
▪ Pouco movimento → Estabilidade relativa → Consolida com calo ósseo (fixação com haste medular, placa ponte, gesso) 
▪ Ausência de movimento → Estabilidade absoluta → Consolida sem calo ósseo (placa para compressão entre fragmentos). 
 
Consolidação óssea é a consolidação da fratura com estabilidade mecânica adequada. 
1. Reparo ósseo endocondral: consolidação da fratura com formação de tecido cartilaginoso na fase intermediária de formação de 
calo ósseo. Dividida em fases (hematoma ou inflamatória, calo mole, calo duro e remodelação óssea). 
Porém não é bem definida, pois a fase inflamatória começa assim que ocorre a fratura (ação das plaquetas, fibrina, fatores de 
crescimento, logo chegam células inflamatórias, formando edema e necrose), conforme decréscimo dessa fase, surge a fase do calo 
mole (fase do processo de angiogênese, células osteoprogenitoras e condroprogenitoras), com a diminuição dessa fase, começa 
simultaneamente com o início da fase do calo duro o aumento de condroblastos, fibroblastos, angiogênese, matriz cartilaginosa, matriz 
de tecido conjuntivo, e conforme tem queda nessa atividade de matriz, já começa a ação dos osteoblastos, osteoclastos, matriz óssea 
e hidroxiapatita para formação do calo duro, e por fim a fase de remodelamento que pode durar anos, tem ação principal de osteoclastos, 
osteoblastos e osteócitos. 
No início da primeira semana há a quimiotaxia com ação de monócitos, polimorfonucleares, macrófagos, linfócitos, de modo a atrair 
as células que vão fazer o processo de reparação, na outra metade da primeira semana, o hematoma já vai estar rico em células 
condroprogenitoras e osteoprogenitoras que vão fazer o reparo ósseo. Após a limpeza do hematoma, na segunda semana já tem ação 
de condroblastos e osteoblastos e hipertrofia para formação de matriz cartilaginosa e por volta da terceira semana, tem a formação do 
calo duro para mineralização da matriz cartilaginosa e por fim há a remodelação com osteócitos e osteoclastos. 
 
Fase inflamatória (organização do hematoma): há formação do hematoma, exsudação de células inflamatórias e quimiotaxia e presença 
de necrose óssea e muscular. 
Fase calo mole (calo cartilaginoso): angiogênese e formação de tecido de granulação, formação de matriz cartilaginosa (pouco 
movimento) ou fibrosa (muito movimento que não gera calcificação depois), substituição de matriz cartilaginosa ou fibrosa por matriz 
óssea. 
Fase calo duro (calo ósseo imaturo): matriz óssea é calcificada e há união dos fragmentos ósseos. 
Fase de remodelamento: reconformação do calo ósseo e recuperação das propriedades mecânicas, principalmente através da ação 
dos osteoclastos e osteócitos. Pode se prolongar por meses a anos. 
 
2. Reparo ósseo primário (reparo ósseo direto): consolidação da fratura sem formação de calo ósseo, presente em fraturas sem 
distância (gap) entre os fragmentos ósseos. Compressão do foco de fratura com placa de compressão por exemplo, não tem 
movimentação nenhuma, por isso ocorre o reparo primário, sem a formação de calo ósseo. 
3. Reparo ósseo intramembranoso: ocorre a partir de células mesenquimatosas, da proliferação de células de granulação, ocorre 
em ossos chatos e dentes. 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS FRATURAS 
▪ Traço de fratura: transversa (traço < 1,5x o diâmetro do osso), oblíqua (traço > 1,5x o diâmetro do osso), espiral (traço > 2,5x o 
diâmetro do osso), cominutiva (vários fragmentos), segmentar (tem um segmento interposto), em avulsão (arrancamento de uma 
inserção), impactada, com deformidade e em galho verde. 
 
▪ Fechada x exposta 
▪ Alta x Baixa energia: alta energia ficar atento a outros locais de fratura devido a dissipação de energia. 
▪ Localização em relação ao osso: diafisária, metafisária, epifisária (articular). 
▪ Classificação AO: alfa-numérica (usa números para identificar o osso, números para identificar o local e números e letras para 
gravidade da fratura/traço). 
▪ Classificações especiais: Schatzker (tíbia proximal), Garden (colo do fêmur), Tronzo (transtrocanteriana), Gartland (úmero distal em 
crianças), Neer (úmero proximal), Malone. 
 
TRATAMENTO 
O objetivo do tratamento das fraturas é ter uma boa posição dos fragmentos para levar a uma consolidação. 
 
Conservador x cirúrgico 
▪ Desvio dos fragmentos (se for intrarticular aceita até 2 mm de desvio, se for diafisária até 2 cm de desvio desde que tenha contato 
ósseo, se for uma fratura em fêmur, por exemplo, não aceita desvio muito grande acima de 2 cm, no úmero que não tem carga, 
aceita encurtamento maior ou angulação maior até 2 mm). 
▪ Localização (intrarticular, diafisária ou osso em si) 
▪ Condições clínicas do paciente (idade, comorbidades, demanda) 
▪ Lesões associadas 
 
Tratamento conservador 
▪ Princípios de imobilização 
▪ Bloquear uma articular proximal e uma distal a fratura 
▪ Proteção das saliências ósseas 
▪ Adequada pressão externa para evitar evolução para síndrome compartimental 
▪ Posição funcional das articulações 
▪ Menor tempo de imobilização possível, para evitar rigidez articular 
 
Imobilizações provisórias: 
▪ Enfaixamentos (Jones ‘entorse’, Oito ‘fratura de clavícula’, Velpeau ‘colete gessado’) 
▪ Esparadrapagens (fratura de tornozelo, fratura de podátilos) 
▪ Tala metálica ou férulas (fratura de dedos) 
▪ Tração (cutânea/esquelética) (tração cutânea para fratura de fêmur – imobilizar até fazer cirurgia) (tração esquelética para fratura 
de fêmur, passa um pino na tuberosidade tibial e coloca um peso de 10% do peso corporal para exercer a tração) – diminui lesão 
de tecidos, dor e edema até ser feita a cirurgia definitiva 
▪ Tipoia americana ou MJ (lesões acima de cotovelo, fratura de úmero, fratura de ulna proximal, luxação de ombro) 
▪ Talafix 
 
Imobilizações definitivas: 
▪ Talas gessadas (recebe o nome do local de início e fim que foi coloca, ex.: tala gessada axilo-palmar, tala antebraquio-palmar com 
espíca para o polegar, tala suropodálica) – colocação de malha para ajudar no alívio de coceira, algodão ortopédico para proteção 
de saliências, gesso e faixa. 
▪ Gesso circular (fratura de úmero – gesso tóraco-braquial, gesso hemipelvico-podálico, halogesso para fratura de coluna, gesso 
inguino-maleolar para fratura de patela) 
▪ Órteses (fraturas mais estáveis) – o nome que recebe é o mesmo dos gessos, última imagem colete de Putti para fratura em lombar 
baixa 
 
Tratamento cirúrgico 
Osteossíntese: intervenção cirúrgica nas extremidades de osso fraturado, visando manter unidas as bordas por meio de sutura, pinos, 
placa ou outros meios mecânicos. 
 
Implantes mais comuns: 
▪ Fios de Kirschner/Steinmann (percutâneo - colocação com furadeira) 
▪ Hastes intramedulares (ponto proximal de um osso tubular e colocação no canal medular, bloqueado com parafusos) 
▪ Fixadores externos– circular ou de Ilizarov tem versatilidade muito boa, complicado de montar pore´m resolutivo em casos 
importantes – pode ser usado de forma provisória (fratura exposta) pois é rápido e versátil, permitindo boa recuperação, em paciente 
grave usado para agilizar estabilidade, e pode ser usado em tratamento definitivo de fraturas mais complexas. 
▪ Parafusos – sólidos, corticais de vários tamanhos e tipos de rosca, tem com rosca completa, rosca parcial (compressão no foco da 
fratura para levar a estabilidade e cicatrização sem calo), canulado (permite passagem de fio (Kirschner por ex.) 
▪ Placas de compressão – tem uma rampa na placa que promove a compressão e junção dos ossos 
▪ Placas em ponte – faz uma redução indireta, não da estabilidade absoluta 
▪ Placas bloqueadas – parafusos com rosca na cabeça bloqueiam diretamente na placa, dando maior estabilidade, importante em 
ossos fracos (osteoporose), fratura metafisária (osso esponjoso) 
 
COMPLICAÇÕES 
 
Consolidação viciosa: consolidação dos fragmentos fora da posição anatômica 
Fratura de rádio distal com desvio angular e encurtamento em relação a ulna com desvio volar dorsal da mão. Foi feita correção com 
osteotomia, corrigiu tamanho do rádio e fixou com placa bloqueada de ângulo fixo e o espaço foi preenchido com enxerto ósseo, 
restaurando tamanho do rádio e angulação correta. 
 
Pseudoartrose: ausência de consolidação (hipertrófica – aumento na base dos fragmentos, osso tenta consolidar, mas não consegue 
por movimentação excessiva ou outros, hipotrófica ou atrófica – não tem reação biológica suficiente, não forma calo ósseo por 
insuficiência do indivíduo, como alterações vasculares, fraturas expostas, lesões de partes moles) 
 
Infecções – pioartrite, osteomielite, abcessos 
 
Distrofia Simpático Reflexa: é uma dor neuropática crônica que ocorre após lesão de tecido mole ou ósseo (tipo I) ou lesão de nervo 
(tipo II) e persiste com intensidade e duração desproporcionais à lesão do tecido original. Outras manifestações são: alterações 
autonômicas (ex.: sudorese, cianose, anormalidades vasomotoras), alterações motoras (ex.: fraqueza, distonia) e alterações tróficas 
(ex.: atrofia cutânea ou óssea, queda de cabelos, contraturas articulares). Edema e diferença de coloração, edema muito mais intenso.

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