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OSTEOSSARCOMA Segunda década de vida, sexo masculino, lesão em MMII, perto de joelho, matáfise de ossos longos, bom prognosticos de até 5 anos se tratado de forma precoce, porém preservado em casos de recidiva ou em casos de metástase. • Caracterizado pela produção de osteóide pelas células malignas • 2º neoplasia óssea primária mais frequente • Acomete de 1 a 3 indivíduos a cada milhão por ano • Faixa etária varia de acordo com o tipo: • Alto grau (osteossarcoma convencional): 10 a 20 anos • Parosteal e baixo grau: 30 a 40 anos • Secundários: idosos • Mais comum em homens • Sem influência étnica • Preferência por locais de crescimento rápido (fêmur distal ou tíbia proximal) Primários: ✓ Convencional ou clássico ✓ Intramedular de baixo grau ✓ Parosteal ✓ Periosteal ✓ Alto grau de superfície ✓ Teleangiectásico ✓ Pequenas células Secundários: ✓ Doença de Paget ✓ Pós radioterapia Local de origem (intramedulares ou de superfície – periósteo) APRESENTAÇÃO CLÍNICA • Dor progressiva: Presente na maioria dos alto grau • Baixo grau: presença de massa indolor • Dor está relacionada ao crescimento rápido dos tumores de alto grau, que não é acompanhado de vascularização adequada resultando em microinfartos. • Dor noturna: alta especificidade para neoplasia maligna, porém baixa sensibilidade, apenas 25% apresentam dor noturna. ASPECTOS GERAIS • Rx: lesão agressiva na metáfise de osso longo • Mais comum: aspecto misto – áreas de produção de osso x áreas de destruição • Lesão permeativa, bordas mal definidas • Reação periosteal: raios de sol e triângulo de Codman Imagem: metáfise de osso longo de fêmur distal, lesão permeativa onde não consegue delimitar início e fim da lesão, bordo mal definido, áreas de produção óssea e áreas mais escuras de destruição óssea, presença de raios de sol, que são linhas transversas em relação à diáfise do fêmur e triângulo de Codman. • RNM: importante para avaliação da extensão do tumor dentro do osso e de partes moles. Relação com estruturas anatômicas adjacentes. Imagem: Rx quase não percebe a lesão, não da pra identificar a extensão da lesão, na ressonância da pra ver lesão com limites mais precisos, invasão de partes e ruptura de cortical. • TC de tórax: estadiamento • Cintilografia óssea: avaliação de metástases ósseas OSTEOSSARCOMA CONVENCIONAL OU CLÁSSICO • Tipo mais comum, alto grau • 89% metáfise, 10% diáfise, 1% epífise • Acomete mais homens na segunda década • Fêmur distal, tíbia proximal, úmero proximal, rádio, fêmur e bacia • Aspecto radiográfico clássico: raios de sol, triângulo de Codman • Lesão inicial geralmente é intramedular Histologia: pode ser primariamente osteoblástica, fibroblástica ou condroblástica, lesão de alto-grau, hipercelularidade e pleomorfismo nuclear. INTRAMEDULAR DE BAIXO GRAU • Raro, tem curso indolente (mais lento), IA – IB • Aspecto radiográfico e histológico relativamente benigno • Histologia: atipias leves produzindo trabéculas ósseas irregulares • Lesão inicial intramedular. • Ressecção ampla + quimioterapia adjuvante se necessário PERIOSTEAL OU OSTESSARCOMA CONDROBLÁSTICO (Confundido e é mais parecido com condrossarcoma pela produção de cartilagem) • Tumor de superfície • Malignidade intermediária, entre I e II • Localização: diáfises de fêmur e tíbia • Faixa etária mais avançada e mais ampla • Histologia: cordões de células fusiformes produtoeas de osteóide irradiando entre lóbulos de cartilagem • Quimioterapia + Ressecção ampla PAROSTEAL OU OSTEOSSARCOMA JUSTACORTICAL • Baixo grau I, acomete mais mulheres, terceira e quarta década de vida • Lesão inicial na superfície • Apresentação típica: massa ossificada e lobulada no aspecto posterior do fêmur distal (pode acometer tíbia e úmero proximal), tem crescimento lento • Diagnóstico diferencial: miosite ossificante, osteocondroma • Histologia: semelhante ao intramedular de baixo grau • Bom prognóstico, quimioterapia desnecessária. ALTO GRAU DE SUPERFÍCIE • Tipo menos comum de osteossarcoma • Acomete mais metáfise e diáfise de ossos longos • Tumor altamente agressivo emergindo da superfície II • Rx: lesão invasiva, sem bordos definidos, só vê sombra da lesão, cresce muito rápido • Histologia semelhante ao convencional: hipercelularidade, pleomorfismo celular • Invasão medular precoce • Tratamento igual ao convencional TELEANGIECTÁSICO • Lesão puramente lítica, IIA – IIB, crescimento rápido, rompe rapidamente a cortical • Rx: pode ter aparência invasiva ou insuflativa • Aspecto macroscópico de cisto cheio de sangue com pequena porção sólida • Histologia: em baixo aumento lembra cisto óssea aneurismático com espaços cheios de sangue separados por septos finos, em grande aumento tem aparência francamente maligna das células dos septos PEQUENAS CÉLULAS • Raro • Geralmente da metástases pulmonares de forma precoce • Mortalidade maior que do osteossarcoma convencional • Diagnóstico diferencial: Ewing e linfoma • Presença de pequenas células azuis • Se osteoide em pequena quantidade: semelhança material fibrina-like presente no Ewing • Geralmente necessário imunohistoquímica para diagnóstico diferencial. *Lembrar da clínica, da idade, aspecto radiográfico, tudo vai ser semelhante ao Ewing SECUNDÁRIOS • Alto grau II • Raro em jovens • 50% em >50 anos • Geralmente secundários a Paget e radioterapia (10 a 15 anos após o tratamento) TRATAMENTO Sequência 1. Quimioterapia neoadjuvante 2. Cirurgia: margem oncológica ou radical 3. Quimioterapia adjuvante Baixo grau: ressecção com margem oncológica sem quimioterapia SOBREVIDA • Baixo grau I: 90% em 5 anos • Auto grau II: 60-75% • Metástase III: 15% - Pulmonar <20% - Outros locais (pior) Prognóstico: tamanho até 8cm, metástase, localização. Sexo e idade não influenciam no prognóstico. CONDROSSARCOMA • Representa 9% das neoplasias ósseas primárias malignas • Faixa etária ampla: pico dos 40 a 60 anos • Localização: pelve, fêmur e úmero proximais • Acomete mais homens • Não tem relação com etnia Apresentação clínica: • Dor progressiva • Massa palpável Condrossarcoma secundário • Acomete a faixa de 25 a 45 anos • Ocorre em local de lesão cartilaginosa benigna preexistente: - Sd. Ollier 25% de malignização (osteocondromatose múltipla e outros sinais) - Mafucci 25 a 90% de malignização (osteocondromotose múltipla associado a hemangiomas cutâneos) - Osteocondroma: múltiplos 5% e solitário <1% Obs: condrossarcoma é o tumor maligno mais comum na mão, porém é raro. Imagem • Rx: calcificações: pipoca, saplicadas, formato de vírgula - Destruição óssea (mais escuras), erosão cortical (fica fina), reação periosteal. - Lesão emergindo do canal medular, com matriz calcificada irregular. - Invasão de partes moles é rara. • Histologia: Células malignas com matriz cartilaginosa abundante, se tiver presença de osteóide pensar em osteossarcoma condroblástico (semelhante ao condrossarcoma). • Diagnóstico diferencial: condrossarcoma baixo grau x endocondroma - Hipercelularidade, núcleos grandes, muitas células binucleadas, padrão permeativo, aprisionamento de trabéculas. TRATAMENTO • Baixo grau: controverso – curetagem ampla e tratamentos adjuvantes antraoperatórios • Auto grau: ressecção com margem oncológica – células cartilaginosas sobrevivem ao transplante: altas taxas de recorrência por contaminação intraoperatória • Quimioterapia e radioterapia não tem resposta Imagem: Lesão de úmero proximal, peça anatômica e resolução com endoprótese de úmero proximal. SARCOMA DE EWING Epidemiologia • 1ª malignidade primária mais comum do osso <10 anos • 2ª malignidade primária mais comum do osso <30 anos • 4ª malignidadeprimária mais comum do osso em geral • 9% das malignidades primárias • Maioria de 5 a 25 anos • Locais mais comuns: - Metáfise de ossos longos (com extensão para diáfise) - Ossos chatos da cintura escapular ou pélvica - Raro em coluna, pés e mãos • Mais comum em homens • Raro em negros e orientais Clínica • Dor (início insidioso) – queixa mais comum - Pode responder a tratamento inicial, dando falsa sensação de melhora - Início dos sintomas até o diagnóstico, dura em torno de 34 semanas, por isso importância de sempre pedir Rx • Febre: baixa, associada a astenia osteomielite aguda • Eritema e edema: pode simular • Aspirado de agulha – semelhante ao pus, por isso sempre manda pra cultura e citológico Laboratório • Hemograma: anemia normocítica/normocrômica + leucocitose • LDH aumentado • Fosfatase alcalina aumentada: atividade óssea • PCR e VHS elevados Radiografia • Ossos longos: - Lesão salpicada/padrão de roído de traça, com características permeativas no osso (não da pra determinar começo e final da lesão) - A arquitetura do osso é mantida – alta agressividade (não da tempo de mudar o formato do osso) - Áreas líticas ao lado de áreas blásticas - Lesão destrutiva na diáfise com reação periosteal em “casca de cebola” e “raios de sol” • Ossos chatos: lesão destrutiva inespecífica Estadiamento • RNM: Sempre solicitar para avaliar extensão óssea (geralmente maior que no Rx) e de tecidos moles (geralmente grande extensão). • Rx tórax e tomografia de tórax: todos os pacientes, o pulmão é o local mais comum de metástases • Cintilografia: osso é o 2º local mais comum de metástase e ao diagnóstico 30% já tem alguma metástase • Histologia: pequenas células azuis com pouquissíma matriz intercelular • Imunohistoquímica: pode ser necessária para o diagnóstico diferencial com tumor de pequenas células azuis • Antígeno CD99 é específico de Ewing • Traslocação mais comum: t(11;22) (q24; q12) – 90% • EWS/FLI-1: cromossomo Philadelphia • Relação com tumor neuroectodermicos PNETs Diagnóstico diferencial • Osteomielite aguda (principal) • Linfomas • Rabdomiossarcoma embrionário • Hemangiopericitomas • Carcinoma metastásico de pequenas células Prognóstico • Matástases a distância (pior fator prognóstico) • Tamanho da lesão primária • Localização (proximais são maiores e piores no diagnóstico) • Febre, anemia, alterações laboratoriais (doença extensa) • Diagnóstico precoce: chance de cura de 75 a 80% • Diagnóstico em fase de metástase: 20% de chance de sobrevida a longo prazo • Ao diagnóstico 30% já tem metástase CLASSIFICAÇÃO DE HUVOS ➢ Grau I: mínimo ou nenhum efeito (50% celulas viáveis) ➢ Grau II: resposta parcial com 50-90% de necrose ➢ Grau III: mais de 90% de necrose (focos de tumor viável são vistos em algumas lâminas) ➢ Grau IV: nenhuma área de tumor viável TRATAMENTO • Quimioterapia com neoadjuvante, adjuvante ou ambas, tratamento de metástases à diatância, sobrevida de 60- 75% quando descoberto de forma precoce • Tratamento da lesão local: - Controverso - Radiosensível, porém melhores resultados com ressecção ampla - Huvos depois da quimioterapia neoadjuvante - Lesões periféricas ressecáveis – cirurgia com margens amplas - Lesões centrais não ressecáveis – radioterapia - Radioterapia pode ser utilizada como adjuvante pós ressecção COMPLICAÇÕES • Recorrência: mau prognóstico - Sobrevida de 20% em 5 anos - Sobrevida de 10% em 5 anos se metástases à distância - Recorrência dentro do 1º ano piora o prognóstico
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