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Neoplasias (Nomenclatura, Características e Epidemiologia) - Patologia (Robbins & Cotran)

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NEOPLASIAS 
Referência: Robbins & Cotran Patologia – Bases Patológicas das Doenças, 9ª Ed, 2016. 
NOMENCLATURA 
Neoplasia = “novo crescimento”, e um novo crescimento é denominado de neoplasma. 
• Distúrbio do crescimento celular que é desencadeado por uma série de mutações 
adquiridas que afetam uma única célula e sua progênie clonal 
Oncologia (do grego oncos = tumor) é o estudo dos tumores ou neoplasmas. 
Os tumores apresentam dois componentes básicos 
1. Células neoplásicas clonais que constituem o parênquima tumoral 
a. O componente parenquimatoso é responsável pela classificação dos 
tumores e seu comportamento biológico. 
2. Estroma reativo feito de tecido conjuntivo, vasos sanguíneos e números 
variáveis de células do sistema imune inato e adaptativo 
a. Fator crítico que determina seu crescimento e disseminação 
Alguns tumores o TC é escasso: neoplasia macia e carnosa; 
Outros, as células do parênquima estimulam a formação de um estroma colagenoso 
abundante: desmoplasia 
• Alguns tumores desmoplásicos (ex: CA de mama) são muito duros ou cirróticos 
 
• Tumores benignos: seus aspectos micro e macroscópicos são relativamente 
inocentes. 
➢ Mantém localizado, não se disseminará e pode ser removido por cirurgia local 
➢ Relativo: podem causar morbidade significativa e às vezes serem até fatais 
➢ Nome do tipo de célula a partir do qual se origina o tumor + oma (tecidos 
mesenquimais) 
❖ Fibr + oma: tumor que surge nos tecidos fibrosos 
❖ Condr + oma: tumor que surge nos tecidos cartilaginosos 
➢ Os de origem epitelial são mais complexos 
❖ Nomeados de acordo com a célula de origem ou padrão microscópico ou 
arquitetura macro 
❖ Aden + oma: células dos túbulos renais que crescem na forma de numerosas 
glândulas pequenas agrupadas 
❖ Papi + oma: produzem micro e macro projeções visíveis, semelhantes a 
dedos ou verrucosas, que surgem a partir de suas superfícies epiteliais 
❖ Cistaden + oma: formam grandes massas císticas, tais como no ovário 
 
• Pólipo: Quando uma neoplasia, benigna ou maligna, produz uma projeção macro 
visível acima da superfície mucosa e se projeta na luz. 
➢ Pólipo adenomatoso: se possuir tecido glandular 
 
 
 
 
 
 
• Tumores malignos “cânceres”: podem invadir e destruir as estruturas adjacentes e 
se disseminar para áreas distantes (metastatizar), levando à morte 
➢ Nomenclatura: mesmo esquema dos tumores benignos 
❖ Sarcomas (tecido mesenquimal): fibrossarcoma, condrossarcoma, 
leiomiossarcoma, rabdomiossarcoma 
❖ Leucemias (células formadoras de sangue) 
❖ Carcinomas (CA de origem nas células epiteliais, derivadas de qualquer uma 
das três camadas germinativas [endo, meso e epi]) 
 
• Tumores mistos: nas maiorias das neoplasias, todas as células parenquimatosas se 
assemelham entre si. Contudo, há a presença de um tumor misto que diverge disso. 
➢ Componentes epiteliais esparsos em meio a um estroma MIX que pode conter 
ilhas de cartilagem ou osso 
➢ Todos os elementos surgem de um único clone: produz tanto células epiteliais, 
quanto mioepiteliais. 
➢ Nomenclatura: adenoma pleomórfico 
❖ Apesar de misto, é composto por células de uma única camada germinativa, 
assim como a maioria dos tumores. 
✓ Exceção: teratoma; se origina de células germinativas totipotentes, 
podendo conter células maduras ou não, de até todas as três camadas. 
✓ Teratoma cístico ovariano: diferencia principalmente em linhagens 
ectodérmicas para criar um tumor cístico revestido de pele e repleto de 
pelos, glândulas sebáceas e estruturas dentárias 
 
• Hamartomas: apresentam-se como massas desorganizadas, mas benignas, compostas 
por células naturais de uma área em particular 
• Coristoma: termo aplicado a um resto heterotópico de células. 
➢ Ex: um nódulo pequeno de tecido pancreático bem desenvolvido e normalmente 
organizado pode ser encontrado na submucosa do estômago, do duodeno, ou do 
intestino delgado. 
➢ O termo coristoma, que sugere uma neoplasia, sugere a essas lesões uma 
gravidade muito além de seu significado real. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CARACTERÍSTICAS DAS NEOPLASIAS BENIGNAS E MALIGNAS 
 
Diferenciação e Anaplasia 
• Diferenciação: extensão com que as células do parênquima neoplásico se 
assemelham às células parenquimatosas normais correspondentes, tanto morfológica 
quanto funcionalmente 
• Anaplasia: falta ou pouca diferenciação; considerada marca da malignidade. 
 
• Tumores benignos geralmente são bem diferenciados 
➢ Um lipoma assemelha-se tanto à célula normal que pode ser impossível 
reconhecer o tumor através da análise microscópica das células individuais 
➢ Somente o crescimento de tais células formando uma massa distinta revela a 
natureza neoplásica da lesão 
➢ Mitoses são geralmente raras e apresentam configuração normal. 
 
• As neoplasias malignas exibem uma 
ampla gama de diferenciação das células 
parenquimatosas. 
➢ formato e tamanho irregulares e não 
se assemelham às glândulas 
colônicas normais 
➢ diferenciado: há a formação da 
glândula 
 
 
 
• Há muito diferenciados, outros com 
pouca/nenhuma evidência de 
diferenciação 
• Entre os dois extremos estão os tumores 
moderadamente diferenciados 
• Anaplasia: “formar-se para trás”, 
indicando uma reversão da diferenciação. 
➢ A questão se a maioria dos canceres 
se trata de uma anaplasia ou de uma 
diferenciação incompleta é discutida 
➢ Frequentemente a anaplasia ou falta de diferenciação está associada a outras 
alterações morfológicas listadas a seguir. 
 
➢ Pleomorfismo (variação no tamanho e na forma): as células cancerígenas 
sempre apresentam essa característica 
❖ Variam de células pequenas a 
tumores gigantes 
❖ Algumas células gigantes 
possuem apenas um núcleo; 
outras dois ou mais 
hipercromáticos. 
❖ Não confundir com as células 
gigantes tipo corpo estranho 
inflamatório. 
 
➢ Morfologia nuclear anormal: os núcleos são desproporcionalmente grandes 
para a célula (podendo chegar a uma razão 1:1 citoplasma/núcleo) 
❖ Forma variável 
❖ Cromatina agrupada de forma desordenada, podendo estar mais escura 
(hipercromática) 
❖ Nucléolos anormais 
 
➢ Mitoses: nos tumores indiferenciados, muitas células estão na mitose, refletindo 
atividade proliferativa maior das células parenquimatosas. 
❖ A presença intensa de mitose não 
indica malignidade, só 
crescimento celular 
❖ Característica morfológica de 
malignidade: figuras mitóticas 
atípicas, bizarras, algumas vezes 
com fusos tripolares (IMAGEM), 
quadripolares ou multipolares. 
 
➢ Perda de polaridade: a orientação das células anaplásicas é alterada. 
❖ Lençóis ou grandes massas de células tumorais crescem de maneira 
anárquica e desorganizada 
 
➢ Outras alterações: células tumorais em crescimento requerem um suprimento 
sanguíneo, mas, frequentemente, o estroma vascular é escasso. 
❖ Resulta: grandes áreas centrais de necrose isquêmica desenvolvem-se em 
vários tumores malignos de crescimento rápido 
 
➢ Quanto + diferenciada for a célula, + ela retém as capacidades funcionais da sua 
contraparte normal 
❖ Neoplasias benignas e carcinomas bem diferenciados de glândulas 
endócrinas frequentemente secretam hormônios de sua origem 
✓ CORRELAÇÃO CLÍNICA: Níveis séricos aumentados desses 
hormônios são usados para detectar e acompanhar esses tumores. 
 
➢ Do lado oposto, células altamente anaplásicas e indiferenciadas perdem sua 
semelhança com as células das quais se originam 
❖ Novas e inesperadas funções podem emergir dessas células, como: 
✓ Expressão de proteínas fetais (não produzida por células em adultos) 
✓ Proteínas que são normalmente encontradas apenas em outros tipos de 
células adultas 
 EX: Carcinoma broncogênico (qualquer câncer do pulmão) podem 
produzir corticotropina, um hormônio semelhante ao da 
paratireoide, glucagon e outros hormônios, dando origem a 
síndromes paraneoplásicas 
 
 
• Metaplasia e Displasia 
➢ Metaplasia: substituiçãode um tipo celular por outro tipo celular 
❖ Muito encontrada em associação com os processos de dano, reparo e 
regeneração teciduais 
❖ Adapta-se melhor ao ambiente do que o tipo celular antigo 
✓ EX: metaplasia intestinal que ocorre no esôfago de Barrett 
 
➢ Displasia: significa “crescimento desordenado”. 
❖ Pode ser encontrada principalmente em epitélios 
❖ É caracterizada por várias alterações 
✓ perda da uniformidade 
das células individuais 
✓ perda de sua orientação 
arquitetural 
❖ As células podem exibir pleomorfismo acentuado 
❖ Frequentemente contem núcleos hipercromáticos grandes 
❖ Arquitetura desorganizada do tecido 
✓ EX: no epitélio escamoso displásico, a maturação normal das células 
altas pertencentes à camada basal em células escamosas achatadas da 
superfície pode ser perdida parcial ou total, levando à substituição do 
epitélio por células de aspecto basal com núcleos hipercromáticos. 
✓ As figuras mitóticas podem ser observadas em todos os níveis, não 
estando confinadas na camada basal 
❖ Quando as alterações displásicas são marcantes e envolvem toda a espessura 
do epitélio, mas a lesão não penetra na membrana basal, ela é considerada 
como uma neoplasia pré-invasiva e é denominada carcinoma in situ. 
A, Carcinoma in situ. +; epitélio completamente substituído por células displásicas atípicas. Não 
há diferenciação ordenada de células escamosas; membrana basal intacta; não há nenhum tumor 
no estroma subepitelial. B, ++; falha de diferenciação normal, pleomorfismo nuclear e celular 
marcados, e várias figuras mitóticas que se estendem em direção à superfície. 
❖ Se as células tumorais rompem a membrana basal = tumor invasivo. 
❖ A displasia epitelial grave comumente antecede o aparecimento do câncer. 
❖ Tabagistas de longa data e pessoas com esôfago de Barrett estão propensos, 
devido as intensas alterações adjacentes a focos de carcinoma invasivo. 
❖ A displasia pode ser precursora da transformação maligna, mas nem sempre 
progride para o câncer 
✓ Com a remoção da causa agressora: displasias leves a moderadas que 
não envolvem toda a espessura do epitélio podem ser reversíveis. 
✓ O carcinoma in situ pode persistir por anos antes de invadir 
 
❖ A displasia ocorre com frequência no epitélio metaplasico, mas nem todo 
epitélio metaplásico é displásicos 
 
Invasão Local 
O crescimento dos cânceres é acompanhado por: infiltração progressiva, invasão e 
destruição do tecido circundante. 
• Tumores benignos: crescem e se expandem lentamente; geralmente desenvolvem um 
contorno de tecido fibroso comprimido (cápsula) que os separam do tecido hospedeiro 
➢ Cápsula: constituída em grande parte de MEC depositada pelas células 
estromáticas, tais como fibroblastos, que são ativados por danos hipóxicos 
resultantes da pressão do tumor em expansão. 
❖ Não evita que o tumor cresça; mas cria um 
plano tecidual que o torna bem definido 
✓ facilmente palpável, móvel (não fixo), 
e facilmente excisável por enucleação 
cirúrgica 
 
➢ Exceções: os hemangiomas (neoplasias compostas por vasos sanguíneos 
entrelaçados) não são encapsulados e podem dar a impressão de permear a área 
em que surgem (ex: derme da pele e o fígado); 
❖ Quando essas lesões são extensas, eles podem ser irressecáveis. 
 
• Tumores malignos: pouco demarcados em relação ao tecido normal ao seu redor e 
não há um plano de clivagem bem definido. 
➢ Os de expansão lenta, contudo, podem 
propiciar o desenvolvimento de uma 
cápsula fibrosa aparente, que pode 
empurrar uma ampla frente tumoral em 
direção às estruturas normais adjacentes. 
➢ O exame histológico de tais massas 
“pseudoencapsuladas” quase sempre 
mostra fileiras de células penetrando na 
margem e infiltrando as estruturas 
adjacentes. 
Fibroadenoma da mama (tumor 
castanho / tecido mamário branco) 
Corte de um carcinoma ductal invasivo de 
mama: lesão retraída, infiltrando a 
substância mamária; dura como pedra 
➢ A invasão, assim como a metastáse, é a 
característica mais confiável para diferenciar os 
tumores malignos dos benignos 
➢ Tal capacidade invasiva torna sua ressecção 
cirúrgica difícil ou impossível, 
❖ Mesmo quando parece bem circunscrito é 
necessário remover uma margem 
considerável de tecidos aparentemente 
normais adjacentes à neoplasia infiltrante, a 
fim de garantir a excisão local completa 
 
➢ Alguns carcinomas in situ evoluem para a forma invasiva: comum nos 
carcinomas da pele, mama e colo uterino 
❖ Os cânceres epiteliais in situ mostram características citológicas de 
malignidade sem a invasão da membrana basal 
❖ Com o tempo, a maioria penetra a membrana basal e invade o estroma 
subepitelial. 
 
Metástase 
• Definida pela propagação de um tumor para áreas que são fisicamente descontínuas 
com o tumor primário 
➢ Marca um tumor como maligno, pois neoplasias benignas não sofrem metástase 
 
• O poder de invasão dos tumores malignos permite que eles penetrem nos vasos 
sanguíneos, linfáticos e cavidades corpóreas 
• Todos os tumores malignos podem formar metástase, alguns fazem raramente 
➢ EX: Gliomas e carcinomas basocelulares da pele. Há a invasão inicial, mas não 
há a metástase. 
❖ Evidenciando que as propriedades de invasão e metástases são distintas 
 
• Geralmente: a chance de um tumor primário formar metástase está relacionada a: 
➢ Falta de diferenciação 
➢ Invasão local agressiva 
➢ Crescimento rápido 
➢ Grande tamanho 
 
• Exceções: há lesões pequenas, amplamente diferenciadas, crescimento lento que 
metastatizam amplamente; há lesões grandes que permanecem localizadas 
➢ Fatores relacionados tanto ao invasor quanto ao hospedeiro estão envolvidos 
 
• Em torno de 30% dos tumores sólidos recém-diagnosticados já possuem metástase à 
apresentação 
➢ A metástase reduz fortemente a possibilidade de cura 
➢ CAs de sangue (leucemias e linfomas ou tumores líquidos): são derivados de 
células formadoras de sangue que normalmente possuem a capacidade de entrar 
na corrente sanguínea e se deslocar para áreas distantes 
❖ geralmente disseminadas ao diagnóstico e sempre considerados malignos 
CA de mama invasivo: bordas 
irregulares sem cápsula definida 
• Vias de Disseminação: pode ocorrer através de três vias: 
1. Implante direto nas cavidades ou superfícies corpóreas; 
2. Disseminação linfática; 
3. Disseminação hematológica 
 
➢ Implante em Cavidades e Superfícies Corpóreas: O implante de células 
tumorais em cavidades e superfícies corpóreas pode ocorrer sempre que uma 
neoplasia maligna penetra em um “campo aberto” natural sem barreiras físicas 
❖ Cavidade peritoneal é o local 
mais comumente envolvido, 
mas qualquer outra pode ser 
afetada (pleural, pericárdica, 
subaracnoide, articular) 
❖ Tal implantação é característica 
de carcinomas que se originam 
nos ovários e se espalham para 
superfícies peritoneais 
❖ As células tumorais podem 
permanecer confinadas à 
superfície da víscera abdominal sem penetrar em seu parênquima 
❖ Carcinomas mucossecretores do apêndice ou carcinomas de mama 
preenchem a cavidade peritoneal com uma massa neoplásica gelatinosa 
referida como pseudomyxoma peritonei 
 
➢ Disseminação Linfática: O transporte através dos vasos linfáticos é a via mais 
comum para a disseminação dos carcinomas 
❖ Os sarcomas podem também utilizar essa rota 
❖ Os tumores não contêm vasos linfáticos, mas os presentes nas margens 
tumorais são suficientes para a disseminação das células do tumor. 
❖ A ênfase na disseminação linfática para carcinomas e na disseminação 
hematogênica para sarcomas é enganosa devido as conexões entre os 
sistemas 
❖ O acometimento dos linfonodos segue as rotas naturais da drenagem linfática 
✓ EX: carcinomas da mama geralmente surgem nos QSEs, geralmente se 
disseminam primeiro para os linfonodos axilares 
✓ Os CAs dos quadrantes internos drenam para os linfonodos ao longo das 
artérias mamárias internas.Carcinoma do cólon invadindo o tecido adiposo 
pericolônico 
Incidência dos 
Tumores na Mama 
QSE: 54% 
QSI: 15% 
QIE: 10% 
QII: 6% 
 
 
 
❖ No CA de mama, para investigar 
acometimento dos linfonodos é feito uma 
biópsia dos linfonodos sentinelas (primeiro 
que recebe a linfa na região), avaliando a 
presença ou ausência de lesões metastáticas 
nos linfonodos para posterior avaliação e 
conduta. 
❖ O mapeamento do linfonodo sentinela pode 
ser feito através da injeção de sondas 
radiomarcadas e de corantes 
❖ Os linfonodos regionais servem como barreiras contra a disseminação futura 
do tumor, pelo menos por um tempo 
❖ O aumento dos linfonodos pode ser causado por disseminação e crescimento 
das células cancerígenas ou por hiperplasia reativa 
✓ Seu aumento ao redor de um CA não significa necessariamente uma 
metástase. 
 
❖ Metástase saltitante: Os linfonodos locais podem ser contornados porque 
os vasos linfáticos podem ter sido obliterados em razão de anastomoses 
venolinfáticas, ou à inflamação, ou à radiação. 
❖ Os carcinomas do pulmão que surgem nas vias respiratórias principais 
formam metástases primeiramente para os linfonodos peri-hilares 
traqueobrônquicos e mediastinais. 
 
➢ Disseminação Hematogênica: típica dos sarcomas, mas também é vista nos 
carcinomas 
❖ As artérias (paredes mais espessas) são menos invadidas do que as veias 
❖ A disseminação arterial pode ocorrer: quando as células tumorais passam 
através dos leitos capilares pulmonares, ou através dos shunts arteriovenosos 
pulmonares, ou quando as metástases pulmonares por si mesmas originam 
êmbolos tumorais 
❖ As células produzidas pelo sangue seguem o fluxo venoso de drenagem do 
local da neoplasia, enquanto as células tumorais frequentemente se detêm no 
primeiro leito capilar que encontram 
✓ Fígado e pulmões estão mais envolvidos em tal disseminação, devido 
toda drenagem da área portal fluir para os fígados e todo o sangue da 
cava fluir para os pulmões 
 
 
 
 
Linfonodo axilar com carcinoma de 
mama metastático: agregado de 
células tumorais dentro do linfonodo 
Um fígado cravejado com câncer metastático Metástase pulmonar; adenocarcinoma do cólon 
formou um nódulo metastático no pulmão 
❖ Carcinoma de células renais comumente invade os ramos da veia renal e 
depois a veia renal, de onde ele pode crescer (semelhante a uma cobra) 
subindo pela VCI, alcançando, por vezes, o lado direito do coração. 
❖ Carcinomas hepatocelulares com frequência penetram as vênulas portais e 
hepáticas, crescendo dentro delas até atingir os canais venosos principais 
❖ Esse crescimento intravenoso pode não ser acompanhado por uma 
disseminação tumoral ampla, mas é uma característica perigosa se detectar 
uma penetração em pequenos vasos no sítio neoplásico. 
 
➢ Observações sugerem que: uma localização anatômica da neoplasia e das vias 
naturais de drenagem venosa não explicam totalmente as distribuições sistêmicas 
das metástases 
❖ Carcinoma de mama: dissemina-se para os ossos 
❖ Carcinomas broncogênicos: tendem às glândulas suprarrenais e o cérebro 
❖ Neuroblastomas: disseminam-se para o fígado e para os ossos 
 
❖ Músculo esquelético e baço, apesar do amplo leito vascular e intenso débito 
cardíaco que recebe raramente servem como local para deposito secundário. 
 
 
 
EPIDEMIOLOGIA DO CÂNCER 
• Estudos epidemiológicos estabeleceram: 
➢ o elo causador entre o tabagismo e o câncer de pulmão; 
➢ a comparação das dietas e das taxas de câncer no mundo ocidental 
❖ países em desenvolvimento implicam altos índices de gordura na dieta e a 
pouca quantidade de fibras no desenvolvimento do câncer de cólon 
 
O Impacto Global do Câncer 
Estimativas: 2008, estimava-se que haviam cerca de 12,7 milhões de novos casos de 
câncer em todo o mundo, levando a 7,6 milhões de mortes (21 mil mortes por dia). 
2030 aumente para 21,4 milhões e 13,2 milhões, respectivamente 
• Há uma notável variação geográfica na incidência de cânceres que se acredita derivar 
principalmente de diferenças na exposição a carcinógenos ambientais. 
• Homens: tumores mais comuns surgem na próstata, pulmão e cólon/reto 
• Mulheres: tumores mais comuns surgem na mama, pulmão e na região colorretal 
 
• País desenvolvido: Os cânceres de pulmão, da mama feminina, da próstata e da 
região colorretal constituem + de 50% dos diagnósticos de câncer e das mortes por 
câncer na população dos Estados Unidos 
• Pais em desenvolvimento: os cânceres mais comuns envolvem o pulmão, estômago 
e fígado nos homens; e a mama, colo do útero e pulmão nas mulheres. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Desde 1991 tem-se uma redução considerada no número de mortes, tanto em 
homens por CA de pulmão, próstata e colorretal, quanto em mulheres por CA de 
mama e colorretal. 
➢ Tal fato se dá pelo menor uso do tabaco e pela melhor detecção e tratamento de 
CA de mama, colorretal e próstata. 
• Últimos 50 anos nos EUA: redução do número de mortes pelo CA do colo do útero 
➢ Graças ao exame de esfregaço de Papanicolau (Pap), que permite a detecção de 
lesões precursoras e cânceres iniciais curáveis 
• A tendencia de queda no número de mortes por CA de estômago está atrelada a uma 
redução nos carcinógenos alimentares 
 
• Desde 1991 as taxas de morte por CA de pulmão em mulheres e CA de fígado e 
dos ductos biliares intra-hepáticos em homens aumentaram substancialmente 
• Embora a raça não seja uma categoria biológica explícita, ela pode definir grupos de 
risco para certos cânceres 
 
Fatores Ambientais 
• Fatores genéticos e ambientais contribuem para o desenvolvimento do CA, mas as 
influências ambientais parecem ser os fatores de risco dominante para a maioria. 
• Evidencias: ampla variação geográfica que existe na incidência de formas específicas 
de câncer 
➢ EX: tumor mais comum em homens nos EUA e em muitos países desenvolvidos 
é o CA de próstata; já em regiões ou países em desenvolvimento, o CA de fígado, 
estômago, esôfago, bexiga, pulmão, orofaringe e do sistema imune estão no topo. 
➢ Igualmente: o CA de mama é bem maior em mulheres nos países desenvolvidos 
 
• Agentes infecciosos: cerca de 15% de todos os cânceres no mundo sejam causados 
direta ou indiretamente por agentes infecciosos. 
➢ a carga de cânceres ligados a infecções é cerca de 3x maior nos países em 
desenvolvimento do que nos países desenvolvidos 
 
• Tabagismo: indicado como o fator ambiental isolado mais importante 
➢ O fumo (++ cigarros), tem sido apontado como causador das mortes por câncer 
de boca, faringe, laringe, esôfago, pâncreas, bexiga e cerca de 90% das mortes 
por câncer de pulmão 
 
• Álcool: O abuso do álcool aumenta o risco de carcinomas de orofaringe (- os lábios), 
laringe e esôfago e carcinoma hepatocelular (pelo desenvolvimento da cirrose). 
➢ Álcool + tabaco: aumentam de forma sinérgica o risco câncer nas vias aéreas 
superiores e no TGI. 
 
• Dieta: uma ampla variação geográfica na incidência de carcinoma colorretal, 
carcinoma de próstata e câncer de mama é atribuída a diferenças na dieta. 
 
• Obesidade: os indivíduos mais obesos na população dos EUA apresentam aumento 
de 52% (homens) e 62% (mulheres) nas taxas de mortalidade por câncer em relação 
aos seus colegas mais magros; 
➢ Em torno de 14% das mortes por CA em homens e 20% em mulheres podem ser 
atribuídas à obesidade. 
 
• História reprodutiva: a exposição acumulativa ao longo da vida à estimulação por 
estrogênio, especialmente se não houver oposição pela progesterona, aumenta o risco 
de CA de mama e do endométrio, tecidos sensíveis a esses hormônios. 
 
• Carcinógenos ambientais: eles se escondem no meio ambiente, no local de trabalho, 
em alimentos e em práticas pessoais. 
➢ Indivíduos podem ser expostos a fatores carcinogênicos quando estão em 
ambientes externos (ex: raios UV, poluição atmosférica), água de poço (ex: o 
arsênico; +++Bangladesh), certos medicamentos(ex: metotrexato), trabalho (ex: 
amianto), ou em casa (ex: carne grelhada, dieta rica em gordura, álcool). 
 
Idade 
A idade tem uma influência importante na probabilidade de ser acometido por câncer 
• Adultos: A maioria dos carcinomas ocorre nos anos mais tardios (>55 anos) 
➢ O CA é a principal causa de morte entre as mulheres com idade entre 40 e 79 
anos e entre os homens com idades entre 60 e 79 anos 
➢ A incidência crescente de câncer com a idade pode ser explicada pelo acúmulo 
de mutações somáticas associadas ao surgimento das neoplasias malignas. 
 
• Crianças: o câncer é responsável por 10% de todas as mortes em crianças menores 
do que 15 anos nos EUA, perdendo somente para os acidentes. 
➢ Os tipos de CA que predominam nas crianças são diferentes dos vistos em adultos 
➢ Os carcinomas são extraordinariamente raros entre as crianças 
➢ Porém, a leucemia aguda e as diferentes neoplasias do SNC são responsáveis por 
aproximadamente 6% das mortes por CA na infância 
➢ Neoplasias comuns da lactância e da infância: tumores de células pequenas = 
redondas e azuis tais como o neuroblastoma, o tumor de Wilms, o retinoblastoma, 
as leucemias agudas e os rabdomiossarcomas 
 
Condições Predisponentes Adquiridas 
• Condições adquiridas que predispõem ao câncer podem ser divididas em inflamações 
crônicas, lesões precursoras e estados de imunodeficiência 
• Distúrbios inflamatórios crônicos + Lesões precursoras: abrangem um conjunto 
de condições todas associadas ao aumento da replicação celular, que parece criar um 
solo fértil para o desenvolvimento de tumores malignos 
➢ Repetidos ciclos de divisão celular podem ser necessários para a transformação 
neoplásica, na qual as células em proliferação são a que apresentam maior risco 
para acumular as lesões genéticas que levam à carcinogênese 
• Estados de imunodeficiência predispõem a cânceres induzidos por vírus 
 
• Lesões precursoras: alterações morfológicas localizadas que estão associadas a um 
alto risco de câncer 
➢ Praticamente todas as lesões precursoras surgem em superfícies epiteliais 
 
➢ Inflamação Crônica e Câncer: A relação de causa e efeito entre a inflamação 
crônica e o câncer foi proposta pela primeira vez por Virchow em 1863, e hoje 
em dia se sabe que o risco de câncer é maior em indivíduos afetados por uma 
variedade de doenças inflamatórias crônica. 
❖ Cada um destes distúrbios é acompanhado por uma proliferação 
compensatória de células que servem para reparar os danos. 
❖ A inflamação crônica pode aumentar o grupo de células-tronco teciduais, que 
podem ser particularmente susceptíveis à transformação. 
❖ As células imunes ativadas produzem ERO que são diretamente genotóxicas, 
bem como mediadores inflamatórios que podem promover localmente a 
sobrevida de células mesmo mediante danos genômicos 
❖ Lesões epiteliais crônicas muitas vezes levam à metaplasia 
✓ Em curto prazo, essas alterações podem ser adaptativas; 
provavelmente o organismo sobreviverá e as células danificadas 
poderão ser reparadas ou eliminadas mais tarde. 
✓ Em longos períodos de tempo (anos a décadas), tais alterações podem 
permitir que as células com mutações potencialmente oncogênicas 
sobrevivam, levando ao câncer 
 
 
➢ Lesões precursoras e câncer: Lesões precursoras não evoluem inevitavelmente 
para o câncer; no entanto, algumas lesões precursoras podem ser detectadas por 
procedimentos de triagem e tratadas, reduzindo assim o risco de desenvolvimento 
de câncer. ABAIXO SERÃO LISTADAS TIPOS DE LESÕES 
Estados Inflamatórios Crônicos e Câncer 
❖ Contexto da inflamação crônica; que podem ser reconhecidas pelo 
processo de metaplasia 
✓ Esôfago de Barrett (metaplasia intestinal) 
✓ Tabagismo (metaplasia escamosa da mucosa brônquica) 
✓ Infecção a esquistossomose (metaplasia escamosa da mucosa da bexiga) 
✓ Anemia perniciosa e gastrite atrófica crônica (metaplasia colônica do 
estomago) 
❖ Hiperplasias não-inflamatórias 
✓ Estimulação estrogênica (hiperplasia do endométrio) 
✓ Espessamento do epitélio escamoso que pode ocorrer na cavidade oral 
ou no pênis ou vulva e originar um carcinoma escamoso (leucoplasia) 
❖ Neoplasias benignas que apresentam risco de transformação maligna 
✓ Adenoma viloso do cólon: não tratado leva ao câncer em cerca de 50% 
dos casos. 
✓ A maioria dos tumores benignos se transformam raramente (leiomioma 
uterino) 
✓ Outros nem se transformam (lipomas) 
✓ Tumores benignos de alto risco para a transformação maligna possuem 
como propriedade uma instabilidade genômica que pode levar ao CA, 
enquanto que os tumores verdadeiramente benignos não a possuem. 
 
➢ Estados de imunodeficiência e câncer: Os pacientes que são imunodeficientes, 
e em particular aqueles que têm déficits de imunidade de células T, apresentam 
um risco aumentado para cânceres, especialmente aqueles causados por vírus 
oncogênicos. 
 
 
Predisposição Genética e Interações Entre Fatores Ambientais e Hereditários 
• Em algumas famílias o câncer é uma característica hereditária, geralmente devido 
a mutações germinativas em um gene supressor de tumor 
• Apesar de ser apenas 5% as neoplasias malignas diretamente relacionadas a 
hereditariedade; 95% são neoplasias malignas esporádicas. 
• Geralmente é difícil descartar as contribuições hereditárias e não hereditárias, pois 
esses fatores frequentemente interagem entre si. 
• A interação entre os fatores genéticos e não genéticos é particularmente complexa 
quando o desenvolvimento do tumor depende da ação de vários genes. 
• Variações hereditárias (polimorfismos) de enzimas que metabolizam pró-
carcinógenos para suas formas carcinogênicas podem influenciar a suscetibilidade 
do câncer 
➢ Os genes que codificam as enzimas do citocromo P-450. Um polimorfismo em 
um dos loci da P-450 confere uma susceptibilidade hereditária ao câncer de 
pulmão em fumantes de cigarro. 
➢ É provável que sejam encontradas mais associações semelhantes a essa.

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