Ferramentas de Abordagem Familiar II

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Ferramentas de Abordagem Familiar II – 31.05.21
As ferramentas de abordagem familiar são utilizadas de forma conjunta e elas se complementam.
A resolutividade de diversos problemas do indivíduo está relacionada ao conhecimento do contexto social e familiar desse indivíduo.
Em casos de constituição de uma nova família ou a chegada de uma nova família ao local as ferramentas também podem ser utilizadas.
As ferramentas de abordagem familiar são dinâmicas, que tem que ser periodicamente atualizadas porque as relações são dinâmicas. Assim como novos membros chegam à família, pessoas também partem.
Situações onde percebemos que a causa do problema pode estar relacionado a demais fatores além dos fatores sistêmicos.
O genograma é a ferramenta utilizada com maior frequência – deve conter a data, minimamente três gerações, informações sobre as relações entre os membros da família.
É ideal que o genograma seja construído com reunião de toda a família se possível.
O ecomapa nos permite visualizar a relação de um indivíduo ou toda a família com a comunidade na qual estão inseridos – permite verificar a rede de apoio da família/indivíduo.
O F.I.R.O. se refere às relações interpessoais entre os membros da família considerando três aspectos: inclusão, controle e intimidade.
A dificuldade na utilização do FIRO é que ele não traz um escore. Seu uso é subjetivo/intuitivo.
Avaliamos se o membro se sente parte da família a partir da nossa percepção.
Não temos como categorizar o sentimento do indivíduo pra mensurar se ele se sente incluído ou não.
A equipe de saúde da família que iremos perceber quem dita as regras/controla as regras da família e a intimidade entre os membros.
Inclusão (afeto) – enfrentamento de problemas.
Controle – autoritarismo.
Podemos relacionar as relações interpessoais com os ciclos vitais.
Intimidade – proximidade entre os membros e liberdade pra estabelecer diálogo.
A partir das informações obtidas através do FIRO junto com informações oriundas da aplicação de outras ferramentas é possível elaborar um projeto terapêutico singular (PTS) para a família ou um dos membros da família para resolução de determinada situação que está comprometendo a qualidade de vida da família ou do indivíduo.
O PRATICE (P de problema) é a ferramenta que utilizamos quando como equipe percebemos um problema no seio familiar.
É aplicado em um caso específico em que percebemos o problema e precisamos obter informações que irão ajudar no enfrentamento do problema junto com a família – equipe contribui na resolução do problema.
O problema pode ser uma doença ou uma questão comportamental, psíquica...
P – problema.
R – quais os papéis que os membros da família exercem e correlacionar o exercício desses papéis ao problema apresentado.
A – afeto é um ponto forte ou vulnerabilidade?
C – comunicação – diálogo, troca de percepções.
T – ciclo de vida que estão vivendo.
I – qual a dimensão de significado da doença para a família.
C – resiliência para enfrentar o problema.
E – rede de apoio no enfrentamento ao problema. 
Também não há escore ao utilizar o PRATICE, mas deve ser utilizado com toda a família preferencialmente numa conferência familiar.
As informações são subjetivas e percebidas pela equipe de saúde.
 
O que fazer diante de tantas informações?
Fazer conferência familiar: após a equipe ter discutido e traçado as ações que podem ser implementadas, levar a proposta de atuação à família. 
O APGAR familiar é uma ferramenta que será aplicada individualmente aos membros e permitirá verificar qual é a satisfação de um membro em relação à família.
Se aplica muito a crianças e adolescentes.
A – verificar a adaptação do membro à família.
P - as conexões e as ligações do membro com os demais.
G – a evolução do indivíduo na família.
A – afeto da pessoa em relação à família, como ele se percebe e se ele se sente querido na família.
R – quais os recursos que ele tem para se desenvolver e ter sua evolução na família.
No APGAR há escores tornando possível categorizar o resultado.
São perguntas padronizadas e aplicadas com três opções de resposta (quase nunca, às vezes ou quase sempre).
Quanto maior o resultado do APGAR familiar, melhor é o funcionamento dessa família, mais harmônica e maior é a satisfação do membro em relação à família. 
É importante quando nos propomos a aplicar as ferramentas de abordagem familiar não rotularmos as famílias, que as crises são passageiras, posição empática de nos colocar no lugar do outro, compreendendo a organização da família e avaliar o clima emocional da família.
São informações que irão nos ajudar a resolver um problema que identificamos na família e que não estamos conseguindo ajudar a família a resolver porque nos faltam informações ou porque o problema persiste ou porque o problema é maior do que imaginamos.