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Alterações da circulação Gabriela Simões O LIVRO DO BOGLIOLO É A FONTE PRINCIPAL DE INFORMAÇÕES DESTA AULA. Referência: BRASILEIRO FILHO, G. Bogliolo Patologia Geral. 6ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. CABE DIZER QUE ESTE ASSUNTO É RETRATADO EM TODOS OS LIVROS DE PATOLOGIA Sistema circulatório "O sistema circulatório é um conjunto fechado de tubos interligados que conduz o sangue impulsionado por um mecanismo de bombas. De modo resumido, tal sistema é formado por uma bomba (coração), por tubos de distribuição e coletores (artérias, veias e vasos linfáticos) e por uma grande rede de tubos de paredes finas, denominada microcirculação (arteríolas, vênulas e capilares), que permite a troca de substâncias entre o sangue, o interstício e as células." BRASILEIRO FILHO, G. Bogliolo Patologia Geral. 6ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. Sistema circulatório Então por onde circulam os líquidos do corpo? Quias são os compartimentos principais? • Sangue/Linfa (5% dos líquidos) • Interstício • Células Compartimentos por onde circulam os líquidos https://brasilescola.uol.com.br/biologia/intersticio.htm https://brasilescola.uol.com.br/biologia/intersticio.htm Sistema circulatório (Fechado) Tem capacidade de adaptar-se a variações de volemia, por três mecanismos: (1) a distensibilidade dos vasos acomoda maiores volumes; (2) a constrição vascular reduz o compartimento para menores volumes; (3) alternância dos territórios de perfusão na microcirculação (circulação intermitente nos capilares). A capacidade volumétrica do sistema circulatório é muito maior do que o volume de sangue circulante. O maior compartimento no sistema circulatório é o território venoso (veias e vênulas). Sistema circulatório BRASILEIRO FILHO, G. Bogliolo Patologia Geral. 6ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. Relembrando Débito cardíaco (DC): • A quantidade de sangue bombeada por cada ventrículo, na unidade de tempo; • Depende da frequência cardíaca (FC) e do volume de sangue ejetado na sístole • DC = FC × volume sistólico Equilíbrio entre o débito cardíaco e o retorno venoso • É necessária a impulsão intermitente do sangue pela ação dos músculos esqueléticos, do movimento respiratório e da pulsação das artérias, que constituem as outras bombas do sistema. • Os músculos esqueléticos e a pulsação arterial pressionam o sangue contido nas veias em direção ao coração. https://questoesdefisiocomentadas.wordpress.com/category/anatomia-dos-mmii/page/6/ https://questoesdefisiocomentadas.wordpress.com/category/anatomia-dos-mmii/page/6/ Fluxo sanguíneo • A viscosidade do sangue e a velocidade do fluxo fazem com que os elementos figurados ocupem o eixo da coluna em movimento, com os elementos maiores deslocando-se em maior velocidade no centro do vaso e os menores, mais próximos do endotélio, em menor velocidade Tal configuração constitui o fluxo laminar; • O fluxo laminar evita o contato dos elementos figurados com o endotélio (o que poderia aumentar a força de cisalhamento - atrito com a parede vascular) Padrão laminar do fluxo sanguíneo. Leucócitos e hemácias circulam em camadas concêntricas na parte central da coluna de sangue, enquanto as plaquetas fluem na periferia, mais próximas do endotélio. Quando o fluxo laminar torna-se turbilhonado, as células chocam-se contra a parede vascular, o que pode favorecer a ativação de plaquetas e iniciar a sua adesão ao endotélio. BRASILEIRO FILHO, G. Bogliolo Patologia Geral. 6ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. Principais mecanismos de adaptação do sistema circulatório a variações de volume e pressão. Os pressorreceptores e os volumorreceptores (círculos amarelos) captam as variações de volume e pressão e enviam estímulos aos centros cardiorreguladores no tronco cerebral (elipse azul), onde os estímulos induzem respostas autonômas, via sistema nervoso simpático (linhas verdes) e parassimpático (linha vermelha), que modificam a atividade cardíaca e a microcirculação. Modificado de: BRASILEIRO FILHO, G. Bogliolo Patologia Geral. 6ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. Principais mecanismos de adaptação do sistema circulatório a variações de volume e pressão. Variações de pressão e volume são sentidas nas células justaglomerulares (CJG) da arteríola aferente do glomérulo (aa), regulando a produção de renina, angiotensina e aldosterona (suprarrenal), a qual regula a reabsorção de sódio nos túbulos renais. As variações de sódio no plasma ativam neurônios osmorreceptores no hipotálamo (*), que estimulam a neuro- hipófise a liberar o hormônio antidiurético (ADH), regulador da reabsorção de água nos túbulos renais. Modificado de: BRASILEIRO FILHO, G. Bogliolo Patologia Geral. 6ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. Edema • Em 1896, Starling descreveu as forças fisiológicas que controlam o movimento de fluidos ao longo do leito capilar, e que, quando alteradas, podem gerar o edema (COELHO EB. Mecanismos de formação de edemas. Medicina, Ribeirão Preto, 37: 189-198, jul./dez. 2004) BRASILEIRO FILHO, G. Bogliolo Patologia Geral. 6ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. Sinal do cacifo para identificar edema BRASILEIRO FILHO, G. Bogliolo Patologia Geral. 6ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. Edema • Edema é o acúmulo excessivo de líquido no interstício ou em cavidades pré-formadas do organismo. https://brasilescola.uol.com.br/biologia/intersticio.htm https://brasilescola.uol.com.br/biologia/intersticio.htm Edema O líquido acumulado na MEC ou em cavidades pré-formadas pode ser de dois tipos. • Transudato é o líquido pobre em células e proteínas (sua densidade < 1,020 g/mℓ); é encontrado em edemas originados por desequilíbrio nas forças de Starling • Exsudato é o líquido rico em proteínas e/ou células inflamatórias (densidade > 1,020 g/mℓ); é formado quando a permeabilidade vascular está aumentada, como acontece principalmente em inflamações. Pode ser também localizado ou sistêmico. Edema • Fisiologicamente o líquido intersticial (na matriz extracelular, ou MEC), que se origina da filtração do sangue na parte arterial dos capilares, circula entre as células e retorna à circulação sanguínea por reabsorção no lado venoso dos capilares ou pelos vasos linfáticos. • Logo se houver alteração em um dos quatro mecanismos abaixo, o edema pode se formar: (1) aumento da pressão hidrostática vascular; (2) redução da pressão oncótica do plasma; (3) aumento da permeabilidade vascular; (4) bloqueio da circulação linfática. Edema (1) aumento da pressão hidrostática vascular: • Obstrução de veias por trombos ou compressão extrínseca, ou por insuficiência de válvulas venosas (como em varizes); • Aumento da pressão venosa sistêmica por insuficiência cardíaca (IC) direita (Algumas causas de IC: Miocardite, valvulopatias, Distúrbios que afetam o sistema de condução elétrica do coração) - débito cardíaco, reduzindo a pressão nas arteríolas aferentes dos glomérulos, onde células produtoras de renina são estimuladas. • O edema de membros inferiores é influenciado pela gravidade: aparece (ou piora) no fim do dia (edema vespertino) e melhora depois que o indivíduo coloca os membros inferiores em posição horizontal. Edema (2) redução da pressão oncótica do plasma: • Redução acentuada na quantidade de proteínas plasmáticas, em geral por diminuição da albumina (Hipoalbuminemia); • Doenças renais com perda intensa de proteínas na urina resulta em hipoproteinemia, o que provoca queda acentuada da pressão oncótica do plasma, desequilibrando as forças de Starling; Edema (3) aumento da permeabilidade vascular • inflamações agudas; • Alergia ou picada de inseto; • Queimadura; • Traumatismo. Edema (4) bloqueio da circulação linfática Obstrução de vasos linfáticos causa edema na região drenada pelos vasos obstruídos (edema linfático ou linfedema): • Elefantíase(as filárias obstruem os vasos linfáticos); • Retirada de linfonodos regionais (p. ex., tratamento de câncer); Linfedema no braço de mulheres após mastectomia por carcinoma da mama com retirada dos linfonodos axilares é relativamente frequente; Linfedema - Elefantíase BRASILEIRO FILHO, G. Bogliolo Patologia Geral. 6ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
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