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Lais Nascimento Feitosa MEDICINA Neurofarmacologia NEUROFISIOLOGIA Neurotransmissão ❖ O neurônio é a unidade funcional do sistema nervoso. O princípio de potencial de ação pode ser dividido em 3 momentos: Repouso: fibra nervosa se encontra polarizada – 90mV (positiva por fora e negativa por dentro). Despolarização: para gerar um impulso nervoso, é necessário a abertura de um canal de sódio, ele permite que o sódio entre no neurônio, tornando o interior positivo. Abrem- se também canais de potássio, permitindo a saída de potássio e cloro, tornando o exterior negativo. Ainda é polarizado. Repolarização: é a regulação. A bomba de sódio e potássio joga o sódio para fora e potássio para dentro (positivo por fora e negativo por dentro). ❖ Neurotransmissores: compostos químicos que permitem a comunicação entre neurônios, o espaço entre o neurônio pré-sináptico (terminal do axônio) e pós-sináptico (dendrito), é a sinapse. Neurotransmissores excitatórios: estimulam a despolarização. Neurotransmissores inibitórios: inibem a despolarização. Síntese de neurotransmissores ❖ O triptofano irá entrar no neurônio e sofre a ação de uma enzima chamada triptofano hidroxilase que converte o triptofano em serotonina, por sua vez, a serotonina é oxidada e convertida em melatonina (hormônio do sono). Ao ter um problema de síntese de serotonina, o indivíduo não produzirá melatonina e não conseguirá dormir (insônia), ao não ocorrer a neurotransmissão o indivíduo sofrerá com uma tristeza crônica. ❖ A tirosina é um aminoácido que entra no neurônio e sofre a ação da tirosina hidroxilase que converte a tirosina em levodopa (L-dopa). A levodopa sofre a ação da enzima da dopamina descarboxilase que converte a L- dopa em dopamina. A dopamina é responsável pela sensação de prazer quando está apaixonado e satisfação. O excesso de dopamina pode causar delírios e psicoses e sua falta causa tristeza e manias. Essa dopamina vai por sua vez sofrer a ação de outra enzima, a noradrenalina descarboxilase, e converte a dopamina em noradrenalina. A deficiência da noradrenalina pode desencadear depressão e TOC. ❖ A serotonina sai dos neurônios pré-sinápticos e se liga em neurônios pós-sinápticos, nos receptores 5 HT1A, gera o impulso nervoso e depois se desliga e é recaptada pelo neurônio pré-sináptico para ser degradada. A dopamina e noradrenalina agem da mesma forma, porém se ligam a dopamina se liga em receptores dopaminérgicos D1 e a noradrenalina se liga em receptores noradrenégicos alfa 1, após a geração do impulso nervoso são recaptadas pelo neurônio pré-sináptico e são degradadas. Todos esses neurotransmissores são degradados pela enzima mono-amino-oxidase (MAO). DEPRESSÃO ❖ Condição patológica com causa ainda não compreendida. ❖ O tratamento da depressão é terapêutico, não basta só os fármacos. ❖ Pode ser desencadeada pela pouca produção ou muita degradação dos neurotransmissores, consequentemente, diminuindo a quantidade deles na fenda sináptica. ANTIDEPRESSIVOS Inibidores seletivos de recaptação de SEROTONINA ❖ Esses fármacos bloqueiam a recaptação de serotonina, essa serotonina continua na fenda sináptica e sua ação será aumentada: dão sono pois há a conversão em melatonina também na fenda sináptica. EX: fluoxetina e paroxetina. Lais Nascimento Feitosa MEDICINA Inibidores de recaptação da NORADRENALINA ❖ Seletivos – esses fármacos bloqueiam a recaptação de noradrenalina e ela se acumula na fenda sináptica. Essa noradrenalina tem efeito cardiovascular: aumenta a FC, vasoconstrição (aumentando a pressão arterial). Associa-se a um beta- bloqueador. EX: nortriptilina ❖ Não seletivos – esses fármacos bloqueiam a recaptação da serotonina e da noradrenalina. Esses fármacos têm efeito de dar sono e ao mesmo aumentam a PA. Pode causar náuseas e vômito EX: venlafaxina Inibidores de recaptação da DOPAMINA ❖ São antidepressivos atípicos - bloqueiam apenas a recaptação da dopamina, acumulando-a na fenda sináptica. Tem ação anti-tabagica e diminui a compulsão alimentar. EX: bupropiona Inibidores da MAO ❖ Bloqueiam a MAO, impedem a degradação dos neurotransmissores. Aumenta todos os 3neurotransmissores na fenda sináptica. Não associar IMAO com nenhum outro antidepressivo inibidor de recaptação. Essa associação causa uma tempestade serotoninérgica ou noradrenérgica, ela causa uma intoxicação por serotonina ou noradrenalina e desencadeia um problema fatal. A terapêutica é isolada. CONVULSÃO ❖ No axônio terá abertura de canais de sódio que permitem a entrada de sódio nesse neurônio e torna o lado de dentro da fibra nervosa positivo e fora negativo. ❖ Já no terminal do axônio existem canais de cálcio, o cálcio faz com que vesículas sinápticas do neurônio pré-sináptico se mobilizem até a membrana plasmática onde se ligam a proteínas de membrana e liberam os neurotransmissores. ❖ Se o neurotransmissor for o glutamato, iniciará o potencial de ação com a entrada do sódio e ao chegar no terminal a abertura dos canais de cálcio, o cálcio entra e mobiliza as vesículas sinápticas, se ligam a proteínas e liberam o glutamato e ele se ligará a receptores NMDA no neurônio pós-sináptico. A ligação do glutamato com seu receptor desencadeia um impulso nervoso com resposta excitatória. O excesso de glutamato leva a uma resposta excitatória significativa. ❖ A via glutaminérgica é modulada pela via gabaérgica (neurotransmissor GABA), sendo essa via inibitória. ❖ O GABA quando liberado se liga em seu receptor, gabaérgico, no neurônio pós- sináptico e lá abre um canal de cloro. O cloro entra e torna o interior do neurônio negativo, inibindo o impulso nervoso. ❖ Fisiologicamente, existe o equilíbrio entre estímulo excitatório pelo glutamato e inibitório pelo GABA. ❖ Nas crises convulsivas, há uma despolarização exacerbada (não há espaço de tempo entre a repolarização e uma nova despolarização – não há período refratário). O estoque de neurotransmissores é descarregado na fenda sináptica e o paciente entra em uma fadiga sináptica com a presença de desmaio seguido de depressão. ❖ Nem toda convulsão é epilepsia, mas toda epilepsia tem convulsão. ANTICONVULSIVANTES ❖ Os fármacos inibem a despolarização dos neurônios ou aumentam a quantidade de neurotransmissores inibitórios que vão evitar que o neurônio pós-sináptico se despolarize com a liberação de glutamato. Terapêutica de manutenção Carbamazepina: bloqueia a abertura dos canais de sódio no neurônio pré-sináptico e também no pós-sináptico, impedindo sua entrada, diminuindo o potencial de ação e, consequentemente, o impulso nervoso. Usada em crises de ausência. Fenitoína: bloqueia os canais de sódios e os canais de cálcio dependente de voltagem, diminui o potencial de ação e o impulso nervoso. Usado nas crises de ausência e nas Lais Nascimento Feitosa MEDICINA crises tônico-clônicas (espasmos da musculatura esquelética). Valproato: inibe a enzima glutamato- transferase, diminuindo a degradação do GABA, aumentando sua quantidade na fenda sináptica. Usado em crises tônico-clônicas e em crises de ausência em menor dose. Fenobarbital: é das classes dos barbitúricos e atua nas crises convulsivas tônico-clônicas generalizadas e nas crises de ausência. Servem também como anestésicos. Seu mecanismo de ação atua se ligando em um sítio específico do receptor de GABA e abre canais de cloro e deixa ele aberto por mais tempo, com isso, mais cloro entra na célula e ela se hiperpolariza e corta pela raiz a sinapse no neurônio pós-sináptico. É independente do GABA e possui uma meia vida maior e pode ser utilizado na manutenção de crises convulsivas, evita crises. ❖ Esses fármacos não são totalmente seletivose causam efeitos colaterais: diminuição da produção de saliva, levando ao aparecimento de cárie, aumento/redução do apetite, aumento do peso por redução das lipases e problemas cardiovasculares. Por conta disso, a dose é muito importante. Terapêutica de intervenção ❖ Os indivíduos entram em crise convulsiva mesmo no uso desses fármacos por vários motivos. Ao entrar na crise, o procedimento é automático é preciso entrar com um benzodiazepínico. Benzodiazepínicos: Eles potencializam a ação do GABA, por isso, são dependentes do GABA. Se ligam em outro sítio do receptor gabaérgico e mudam a conformação do receptor e assim o gaba se liga com mais facilidade (afinidade) e não se desliga mais. Isso aumenta o tempo de abertura do canal de cloro e mais cloro entra no neurônio pós- sináptico, hiperpolarizando a célula. É um agonista alostérico. EX: Valium (Diazepam), midazolam, lorazepam, oxazepam, flurazepam, clonazepam (Rivotril).
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