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Leticia Cordeiro | MED UESC | Perda de sangue → Anormalidade hemorrágica causada pela ↓ ou disfunção do fator de Von Willbrand (FVW) → Acomete cerca de 0,8 a 2% da população, sendo a doença hemorrágica hereditária mais comum → Prevalência da doença sintomática é de 1:10000 → Fisiopatologia ● Defeito no FVW 🡪 manifestações hemorrágicas com características típicas de anormalidades plaquetárias ou de leve a moderada ● Mutações – comprometimento da síntese ou função do FVW ● DVW tipo 1 e tipo 3 🡪 relacionadas com a quantidade de fvw circulante (reduzida) − 1: doença autossômica dominante | deficiência quantitativa de leve a moderada | condições leves − 3: distúrbio autossômico recessivo | níveis extremamente baixos do fvw→ afeta a estabilidade do fator VIII levando a características hemorrágicas semelhantes a da hemofilia ● DVW tipo 2 🡪. Defeitos qualitativos no fvw − TIPO 2: doença autossômica dominante, há 4 alterações funcionais que originam subtipos: ⇒ 2A, há deficiência de multímeros de peso molecular elevado e intermediário, com interação anormal entre o FVW e as plaquetas ⇒ 2B, FVW apresenta maior afinidade pelo receptor plaquetário GP Ib ⇒ 2M, há interação anormal entre o FVW e as plaquetas devido a alteração no domínio do FVW que faz mediação da ligação com a GP Ib; ⇒ 2N, doença autossômica recessiva, com alteração da região do FVW que se liga ao fator VIII, resultando em baixas concentrações deste → QUADRO CLÍNICO: a expressão clínica é leve na maioria dos pacientes do tipo 1, a gravidade aumenta nos tipos 2 e 3. A gravidade do sangramento está relacionado com o grau de redução da função do FVW e da atividade do fator VIII. Nas formas leves há sangramentos cutâneo (equimoses aos pequenos traumas) e mucoso (epistaxe, menorragia, sangramento da cavidade oral), já nas formas graves há hemartroses, hematomas intramusculares, hemorragias pós-traumáticas e pós-cirúrgicas. A gravidade diminui com o avanço da idade, durante a gravidez e terapia com estrógeno. DIAGNÓSTICO/EXAMES COMPLEMENTARES: a tríade clássica é: história de sangramentos cutâneo- mucosos, herança autossômica dominante (um caso em cada geração) e testes laboratoriais positivos. O diagnóstico pode ser difícil e necessitar de observação por determinado período. É feito em 3 etapas: 1 - Identificação dos pacientes com possível DVW, baseando-se na história clínica; 2 - Testes iniciais: por conta da incapacidade dos testes de triagem (coagulograma, tempo de sangramento e hemograma) em diagnosticar com precisão a DVW, é essencial a realização de testes específicos quando o diagnóstico for altamente suspeito devido a história hemorrágica significativa. São eles: quantificação antigênica do FVW (FVW:Ag), mensuração da atividade do FVW (FVW:RCo = cofator de ristocetina, FVW: CB = ligação ao colágeno) e quantificação do fator VIII coagulante (FVIII:C); 3 – Classificação da DVW: aglutinação plaquetária induzida pela ristocetina (RIPA), análise multimérica do FVW e quantificação da ligação do FVW ao FVIII:C. → Faz-se diagnóstico diferencial com outras alterações plaquetárias congênitas ou adquiridas e com a hemofilia A. Leticia Cordeiro | MED UESC | Perda de sangue TRATAMENTO: → Se baseia em 3 estratégias: ● ↑ concentrações plasmáticas do FVW através da secreção de estoques endógenos por estimulação das células endoteliais pela vasopressina ● Reposição do FVW através da infusão de concentrados de fator von Willebrand; ● Uso de agentes que promovem a hemostasia e a cicatrização tecidual, sem alterar substancialmente as concentrações plasmáticas do fator von Willebrand → Desmopressina (DDAVP) - ↑ das concentrações plasmáticas do fator VIII coagulante e do FVW → Tratamento de substituição para elevação das concentrações de FVW – indicada para pacientes que não respondem ao DDAVP ou que tem contraindicação a ela
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