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Fisiologia do Sistema Endócrino

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Fisiologia Veterinária – Jennifer Reis da Silva (@jennifer_reis) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO. 
 
SISTEMA ENDÓCRINO
Endocrinologia é definida como o estudo 
das secreções internas, os chamados 
hormônios, que são diferenciados em razão 
da especificidade das células que os 
produzem. Portanto, nesse estudo iremos 
conhecer a ação dessas células e qual a 
matéria prima das secreções hormonais. 
Importante destacar que, dependendo da 
matéria prima de um hormônio, há 
influência de onde ele será encontrado e 
seu mecanismo de ação. 
 
Há diversas glândulas corporais, podendo 
estar localizadas no sistema nervoso como 
a Hipófise/Pituitária, glândulas adrenais, 
tireoide e paratireoide que têm papel 
fundamental no controle de cálcio 
circulante, pâncreas atuando na 
concentração de glicose sanguínea por 
possuir Ilhotas de Langerhans, responsáveis 
pela produção de Insulina e Glucagon. Não 
podemos esquecer das gônadas femininas 
(ovários) e masculinas (testículos) que são 
essenciais na reprodução animal. 
 
O que são hormônios? 
Hormônios são substâncias químicas, 
produzidas e liberadas por células 
específicas e que serão carreados pela 
corrente sanguínea para atuarem em 
células-alvo distantes ou próximos para que 
haja estabilidade do meio interno. 
 
Como os hormônios agem? 
Os hormônios agem de diversas formas 
podendo auxiliar a célula no controle de 
energia, íons, eletrólitos, manutenção 
celular, controle de crescimento, 
reprodução, digestão etc. Atua basicamente 
na regulação dos processos metabólicos 
corporais. 
Os hormônios podem ser comparados a 
“mensageiros químicos” já que deixam uma 
mensagem para seu local alvo de atuação 
que será incorporada a seu tecido 
desempenhando as ações fisiológicas. 
O sistema endócrino não atua 
isoladamente, uma vez que é comandado 
pelo sistema nervoso em que o hipotálamo 
que corresponde diretamente a hipófise, 
desenvolvendo uma ação regulatória sobre 
todas as outras glândulas corporais. 
Conhecemos então como “feedback”, que 
nada mais é do que a relação do sistema 
nervoso com as glândulas produtoras de 
hormônios em que há picos de liberação 
hormonal dependendo de horas do dia, 
alimentação etc que são cuidadosamente 
controladas pela hipófise para que estejam 
dentro dos limites corporais do indivíduo 
mantendo sempre a homeostase. 
 
Fisiologia Veterinária – Jennifer Reis da Silva (@jennifer_reis) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO. 
 
Exemplos hormonais 
Energéticos: 
 Glucagon: hormônio hiperglicemiante 
que atua em períodos de jejum, fazendo 
com que o indivíduo não entre em 
hipoglicemia. 
 Insulina: é liberada na circulação 
promovendo o transporte da glicose 
advinda da alimentação para as células. 
Quando há alguma alteração patológica 
na regulação hormonal haverá 
descontrole na produção de hormônios 
tendo reflexos que dependerão da ação 
que deveria ser desencadeada por 
determinado hormônio como 
hipo/hiperglicemia, por exemplo, como 
vemos na Diabetes Mellitus em que não 
há produção adequada de Insulina 
ocasionando hiperglicemia no indivíduo 
acometido. 
 Cortisol também pode atuar na 
elevação da glicemia corpórea como 
vemos nos gatos, que passam por 
situações de estresse acabam por 
aumentar seus níveis glicêmicos em 
razão da liberação excessiva de cortisol. 
 T3 e T4: são hormônios produzidos pela 
Tireoide e também podem aumentar os 
níveis glicêmicos. 
 GH; 
 Progesterona. 
 
Equilíbrio Eletrolítico 
 Aldosterona que atua na reabsorção de 
sódio e secreção de potássio no néfron; 
 Paratormônio que estimulará o 
aumento de cálcio no sangue podendo 
aumentar a reabsorção óssea para isso. 
Além disso, também age aumentando a 
absorção de vitamina D no intestino. 
 Cortisol atua também no controle de 
eletrólitos 
 
Crescimento 
 GH tendo ação na multiplicação celular 
e crescimento corporal. 
 T3 e T4; 
 Insulina. 
 
Reprodução 
 Testosterona; 
 Progesterona; 
 Estradiol; 
 FSH; 
 LH; 
 Prolactina. 
 
Os hormônios têm um sistema padronizado 
de ação que é um sistema “chave-
fechadura” que nada mais é do que uma 
ligação extremamente específica do 
hormônio para com seus devidos receptores 
nas células alvo. Esses receptores poderão 
se encontrar em diversos locais da célula e 
irão depender da matéria prima a qual foi 
produzido o hormônio. 
Formas de sinalização celular 
Um hormônio é produzido por 
determinadas células de um tecido, porém, 
sua célula alvo pode se encontrar em 
tecidos distantes de seu local de produção. 
Pensando na distância alcançada pelos 
 
Fisiologia Veterinária – Jennifer Reis da Silva (@jennifer_reis) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO. 
 
hormônios, a literatura classifica as ações 
em distâncias diferentes como: 
 AUTÓCRINO: se refere a 
ação/atuação/sinalização do hormônio 
na mesma célula do órgão que o produz. 
 PARÁCRINO: se refere a atuação hormonal 
nos locais adjacentes ao seu local de 
produção. 
 ENDÓCRINO: se refere a maiores distâncias 
em razão da liberação hormonal na 
corrente sanguínea. 
 NEURÓCRINO: têm atuação via neuronal 
como vemos na liberação de adrenalina 
produzida pelo neurônio simpático e 
células da glândula adrenal. Um 
neurônio não dispõe de uma grande 
quantidade de organelas portanto sua 
formação de hormônios será diferente e 
com diferentes atuações. A comunicação 
neuronal se dá via neurotransmissores 
(hormônios), com a ligação entre células 
pelas sinapses até a chegada nas células 
alvo. 
Na imagem anterior podemos observar os 
diferentes mecanismos de ação hormonal. 
Vemos que o hormônio do tipo autócrine 
sofre exocitose e atua na mesma célula que 
o produziu, enquanto o hormônio do tipo 
parácrine tem ação nas células adjacentes. 
Esse mesmo hormônio pode ganhar 
circulação sanguínea alcançando diversos 
tecidos corporais, tendo ação endócrina. 
Por fim temos a ação neurócrina em que 
vemos o corpo celular de um neurônio, 
junto com seus axônios e botões terminais 
despejando o hormônio sobre as células 
alvo. 
A maior parte dos hormônios atua de 
forma autócrina, parácrina e endócrina 
concomitantemente, enquanto em menor 
número temos os neurônios que atuam de 
forma neurócrina. 
Controle por sistema de 
“Feedback” 
Produção de T3 e T4 pela Tireoide 
 
 
 
Na imagem anterior vemos a atuação da 
Tireoide na produção hormonal. 
Em roxo, temos as duas glândulas tireoides 
que produzem os hormônios T3 e T4. Essa 
produção ocorre pelo comando do 
Hipotálamo que envia um hormônio 
chamado TRH que irá atuar na 
hipófise/pituitária fazendo com que ela 
 
Fisiologia Veterinária – Jennifer Reis da Silva (@jennifer_reis) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO. 
 
produza o TSH, que por sua vez, chegará 
até as tireoides estimulando-as a 
produzirem o T3 e o T4. Com base nisso, 
podemos concluir que o TRH produzido 
pelo hipotálamo tem atuação endócrina 
assim como o TSH produzido pela hipófise 
que ganhará circulação até o tecido alvo 
que é a tireoide. Importante destacar que o 
hormônio só terá a ação se for ligado a seu 
receptor específico presente na célula alvo. 
O T3 e T4, produzidos pela tireoide 
alcançarão todos os tecidos até chegar no 
hipotálamo que também possui um 
receptor para esses hormônios. A partir 
disso, o hipotálamo irá diminuir a 
produção do TRH, logo chegará menos 
para a hipófise que também irá diminuir a 
produção de TSH para as tireoides que, por 
sua vez, também irão diminuir a produção 
de T3 e T4. Quando há queda de T3 e T4 
na circulação, não haverá chegada desses 
hormônios nos receptores presentes no 
hipotálamo que, por sua vez dará início ao 
ciclo novamente. 
Podemos concluir então que houve feedback 
positivo quando houve estímulo para 
aumento na produção hormonal e feedback 
negativo quando houve estímulo paradiminuição dessa produção. 
O feedback ocorre a todo momento, com 
altos e baixos, mas sempre dentro dos 
limites, exceto em patologias. Por conta 
disso há avaliações laboratoriais nesses 
níveis, que consideram os feedbacks. 
 
 
 
 
Produção de Cortisol pelas Adrenais 
 
Com o cortisol temos um ciclo muito 
semelhante ao anterior já que nesse, o 
cortisol, hormônio vindo da glândula 
adrenal chegará até a hipófise e o 
hipotálamo que irão entender que todos os 
tecidos já o receberam, então irá diminuir 
(feedback negativo) a produção de CRH e a 
hipófise, por sua vez irá diminuir a 
produção de ACTH fazendo com que haja 
redução na produção de cortisol pela 
glândula adrenal. Quando há saída de 
cortisol dos receptores hipofisários e 
hipotalâmicos haverá um feedback positivo 
em que o hipotálamo irá produzir CRH que 
chegará até a hipófise a estimulando para 
que produza ACTH que chegará até as 
adrenais que, por sua vez, irão produzir 
cortisol. 
 
Os dois exemplos de feedbacks que vimos 
utilizam o EIXO ENDÓCRINO que nada mais é 
do que o hipotálamo e a hipófise se 
comunicando com outras glândulas. 
Todavia, esse não é o único sistema de 
 
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feedback como ocorre no controle de 
glicose pelos hormônios pancreáticos. 
 
Produção de Insulina e Glucagon no 
Pâncreas 
 
No esquema acima podemos citar como 
exemplo um animal que se alimentou 
recentemente. Haverá digestão desse 
alimento e a glicose será encaminhada para 
a corrente sanguínea, servindo de estímulo 
para a produção de Insulina pelas células β 
no pâncreas. A Insulina atuará 
encaminhando essa glicose para as células. 
Altos níveis de glicose também irão inibir a 
produção de Glucagon pelas células α. 
Conforme a glicose é encaminhada para os 
tecidos, haverá diminuição de glicose na 
corrente sanguínea (períodos de jejum) que 
irá inibir a produção de insulina e 
estimulará a ação do glucagon que irá 
utilizar o glicogênio, quebrando-o em 
glicose e fazendo com que atue no sangue 
para que haja manutenção da glicemia 
mesmo em períodos de jejum. 
Concluímos então que a alta taxa de glicose 
sanguínea atua como feedback positivo 
para as células β (produtoras de insulina) 
enquanto sua queda atua como feedback 
negativo para a mesma célula. 
Já nas células α (produtoras de glucagon), 
a alta taxa de glicose atua como feedback 
negativo enquanto a baixa concentração 
atuará como feedback positivo para a 
liberação de glucagon. 
Esse modelo de feedback também ocorre 
com outros hormônios como o 
paratormônio na absorção de cálcio. 
Classificação química dos 
hormônios 
Hormônios Proteicos 
A maioria dos hormônios têm como 
matéria prima proteínas ou peptídeos. 
Como exemplo podemos citar a insulina, a 
qual vemos a estrutura na imagem abaixo. 
 
A diferença entre as espécies, quanto a 
insulina será a organização dos 
aminoácidos que a compõe. 
Assim como a insulina, podemos citar 
como exemplo de hormônios proteicos o 
Glucagon, todos os hormônios 
hipotalâmicos (TRH, CRH, GH-RH, GnRH 
etc), hormônios adeno-hipofisários ( GH, 
TSH, ACTH, Prolactina, LH, FSH), neuro- 
 
Fisiologia Veterinária – Jennifer Reis da Silva (@jennifer_reis) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO. 
 
hipofisários (ADH, Ocitocina), Calcitonina e 
Paratormônio (PTH). 
 
Hormônios Esteroides 
Tem como matéria prima o colesterol 
que pode dar origem a hormônios como 
Testosterona, Cortisol, Aldosterona, 
Estrogênio, Progesterona que são 
produzidos por diversas glândulas como 
o córtex adrenal, ovários, testículos e 
até mesmo a placenta atua produzindo 
também Progesterona e Estrogênio. 
 
Derivados do aminoácido Tirosina 
Em teoria, esses hormônios poderiam ser 
classificados como proteicos, porém esse 
grupo tem algumas particularidades. 
Temos como componentes, os hormônios 
Tiroxina (T4), Triiodotironina (T3) e as 
catecolaminas adrenalina e noradrenalina. 
 
A tirosina é um aminoácido presente nas 
células foliculares da tireoide. Esse 
aminoácido pode ser encontrado na 
tireoide, nos neurônios e na glândula 
adrenal onde é metabolizada, recebendo 
hidroxilas que vão mudando sua estrutura 
que é transformada em uma molécula de 
dopa, logo a seguir em dopamina, depois 
em norepinefrina (noradrenalina) e, por 
fim, em epinefrina (adrenalina) como 
vemos no esquema a seguir. 
 
A tirosina, ainda no folículo tiroidiano pode 
seguir por um outro caminho, se acoplando 
a moléculas de iodo advindas da 
alimentação dando origem aos hormônios 
T3 e T4. Logo, um mesmo aminoácido 
pode originar diferentes hormônios, sendo 
uma justificativa para uma classificação à 
parte, embora a tirosina seja um 
aminoácido. 
Deficiências de iodo na alimentação podem 
interferir na produção de T3 e T4 já que 
as tirosinas não irão se acoplar ao iodo. 
Quando há aumento nesse mineral, essa 
cascata também poderá ser impactada. 
Portanto, terapias aplicadas a indivíduos 
com hipertireoidismo em que há produção 
excessiva de hormônios tireoidianos 
consistem na diminuição do iodo na 
alimentação, havendo menor formação 
desses hormônios. 
 
 
Fisiologia Veterinária – Jennifer Reis da Silva (@jennifer_reis) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO. 
 
GLÂNDULA ADRENAL 
A glândula adrenal é dividida em córtex e 
medula. No córtex adrenal há a produção 
de hormônios esteroides como cortisol, 
aldosterona e alguns hormônios sexuais. Já 
na porção medular há a conversão da 
tirosina que também estará presente nessa 
glândula, em noradrenalina e adrenalina 
como vimos anteriormente. Essa mesma 
conversão de tirosina em noradrenalina 
também ocorre no neurônio como vemos 
no esquema a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Classificação dos Hormônios 
quando a solubilidade 
Essa classificação é importante já que se 
alguns hormônios têm ação endócrina, ou 
seja, ganham a corrente sanguínea, logo, a 
sua solubilidade irá refletir em como serão 
transportados pelo sangue que tem uma 
alta porcentagem de água em sua 
composição. 
 
Hormônios proteicos são hidrofílicos, ou 
seja, têm alta afinidade pela água, 
portanto, não terão dificuldades para 
chegar em suas células-alvo. Já os 
hormônios esteroides, que tem como 
origem o colesterol (gordura) são lipofílicos, 
ou seja, não têm afinidade com a água, 
terão maior dificuldade em seu transporte, 
necessitando do auxílio de uma proteína 
carreadora como a albumina, por exemplo. 
Os Hormônios derivados da Tirosina, por 
sua vez, podem ser lipofílicos como os 
hormônios T3 e T4 que têm iodo em sua 
composição, atribuindo características 
lipofílicas a eles, enquanto as catecolaminas 
são hidrofílicas assim como os hormônios 
proteicos. 
 
São secretados na hipófise anterior e 
posterior, pâncreas e paratireoide. 
Como no esquema acima, a síntese dos 
hormônios proteicos inicia a partir dos 
RIBOSSOMOS que agem como doadores dos 
aminoácidos (pré-pró-hormônios) para o 
RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO RUGOSO (RER) que 
irá atuar na formação proteica (pró-
hormônios) que será destinada ao COMPLEXO 
 
Fisiologia Veterinária – Jennifer Reis da Silva (@jennifer_reis) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO. 
 
DE GOLGI que, por sua vez, irá finalizar a 
produção hormonal, agrupando as 
proteínas que o compõe além de 
armazená-las em vesículas secretoras 
contendo os hormônios já ativos para 
sofrer exocitose no momento em que forem 
requeridos pelo organismo. Quando chegar 
esse momento, as enzimas presentes nos 
lisossomos da célula irão degradar essas 
vesículas liberando os hormônios para fora 
da célula com destino às células alvo. 
 
Todos os hormônios proteicos são capazes 
de serem armazenados no citoplasma de 
células até que sejam requeridos pelo 
organismo. 
 
Podemos colocaragora nosso conhecimento 
em prática utilizando como exemplo o 
hormônio insulina que é produzida na 
célula β. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. Ribossomos sintetizam aminoácidos 
que irão compor a insulina sendo o 
pré-pró-hormônio que será destinado 
ao RER. 
2. O Retículo Endoplasmático Rugoso irá 
receber esses aminoácidos e juntá-los 
formando peptídeos (pró-hormônio) 
que será levado ao Complexo Golgiense. 
3. No Complexo de Golgi haverá 
finalização da produção da insulina, 
em que haverá a organização e 
armazenagem desse hormônio já ativo 
em vesículas secretoras que ficarão na 
célula até o momento em que haverá 
chegada de glicose. 
4. A chegada de glicose na célula β irá 
estimular a ação do lisossomo que irá 
liberar suas enzimas digestivas, 
degradando a vesícula e liberando a 
insulina para sua atuação. Em 
momentos de jejum, não haverá ação 
lisossomal nas vesículas secretoras que 
permanecerão intactas contendo o 
conteúdo hormonal. 
 
Os hormônios proteicos ao sair da célula e 
ganharem circulação precisam chegar às 
células alvo que terão receptores presentes 
em diversos locais, dependendo da célula 
ou dependendo do tipo de hormônio. 
 
Na figura acima, o receptor se encontra na 
membrana celular da célula-alvo. Ao se 
acoplar ao receptor, haverá uma 
 
Fisiologia Veterinária – Jennifer Reis da Silva (@jennifer_reis) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO. 
 
sinalização química que consiste na ativação 
de um segundo mensageiro que nada mais 
é do que uma proteína citoplasmática que 
irá atuar como carreador facilitando o 
transporte hormonal para o núcleo da 
célula alvo e então haverá a ação 
hormonal. 
Concluímos então que o objetivo de um 
hormônio proteico é alcançar o núcleo da 
célula alvo para que então possa 
desempenhar sua função. 
 
Os hormônios esteroides são produzidos na 
glândula adrenal que tem seu córtex 
dividido em 3 porções: zona glomerulosa, 
zona fasciculada e zona reticular. Na zona 
glomerulosa há a produção de aldosterona, 
na região fasciculada há a produção de 
cortisol enquanto na zona reticular há a 
produção de hormônios sexuais. 
Além da adrenal, nos ovários (gônada 
feminina) há a produção de estrogênio, 
progesterona e nos testículos (gônada 
masculina) há a produção de testosterona. 
Por último podemos citar a placenta que 
realiza secreção de alguns hormônios 
esteroides como progesterona e estrogênio. 
 
Diferente dos hormônios proteicos que 
podem ser armazenados em vesículas 
secretoras, os hormônios esteroides são 
muito fugazes, sendo produzidos e já 
lançados para fora da célula para atuarem 
em suas células alvo. 
Produção de Hormônios 
Esteroides 
Para que haja a produção de hormônios 
esteroides é necessário que haja colesterol 
livre no citoplasma da célula produtora e 
que haja mitocôndria que tem papel 
essencial no processo. Há também enzimas 
que atuam na molécula de colesterol e, 
dependendo dessas enzimas, há a formação 
de diferentes tipos de hormônios. 
Concluímos então que com a mesma 
matéria prima, em ambiente mitocondrial, 
pode haver a produção de diversos 
hormônios, com ações diferentes. Como não 
há participação do Complexo de Golgi na 
produção dos hormônios esteroides, não há 
como os hormônios serem armazenados em 
vesículas. Logo, haverá exteriorização do 
hormônio para que ele desenvolva suas 
funções. 
Como a membrana celular é formada por 
fosfolipídeos e há lipídeos na composição do 
hormônio, este consegue atravessar a 
barreira sem que haja necessidade de 
auxílio de outra organela. Porém, quando 
lançados na circulação há a necessidade de 
proteínas carreadoras para realizar o 
transporte hormonal, uma vez que são 
moléculas lipossolúveis e o sangue é 
composto, principalmente por água. Ao 
chegarem até as células alvo irão atravessar 
as membranas com facilidade e, diferente 
dos receptores de hormônios proteicos os 
receptores dos hormônios esteroidais não 
precisam se encontrar nas membranas, 
mas sim no citoplasma da célula alvo. Ao se 
ligarem no receptor, que também é uma 
 
Fisiologia Veterinária – Jennifer Reis da Silva (@jennifer_reis) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO. 
 
proteína, haverá formação de um complexo 
hormônio-receptor que é direcionado ao 
núcleo da célula alvo desempenhando sua 
função. 
 
 
Na imagem ao lado, 
vemos o exemplo da 
testosterona que é 
um hormônio 
esteroide produzido 
nos testículos. Há 
entrada desse 
hormônio na célula 
por ser uma molécula 
lipídica e, no 
citoplasma há o 
acoplamento com o 
receptor formando o 
complexo hormônio-
receptor, que, por 
sua vez entra no 
núcleo da célula desempenhando sua 
função. 
 
Produção de T3 e T4: ocorre na 
glândula Tireoide, utilizando como matéria 
prima o aminoácido Tirosina. 
Sua síntese é semelhante à dos hormônios 
proteicos, logo tem capacidade de 
armazenamento e sua ação é semelhante 
aos hormônios esteroidais em razão da 
acoplagem a moléculas de iodos que darão 
características lipofílicas ao hormônio. O 
transporte será então por meio de 
proteínas carreadoras e a entrada na 
membrana da célula alvo será também por 
meio de proteínas canais, ou seja, não 
precisarão de receptores de membrana e 
sim no citoplasma. 
 
 
Produção de Catecolaminas: a 
produção de adrenalina e noradrenalina 
irá ocorrer na medula da glândula adrenal 
e nos neurônios simpáticos. Será 
semelhante a produção de hormônios 
proteicos, assim como seu transporte. Pelo 
fato de serem proteicas, não precisarão de 
proteínas carreadoras na circulação por 
terem características hidrofílicas. Por outro 
lado, seu receptor será na membrana da 
célula alvo necessitando de um 2º 
mensageiro que irá transportar a 
catecolamina para o núcleo. 
 
 
 
 
 
Fisiologia Veterinária – Jennifer Reis da Silva (@jennifer_reis) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO. 
 
Hormônios com caráter lipofílico serão 
transportados pela corrente sanguínea sem 
o auxílio de carreadores. Já hormônios 
esteroidais, T3 e T4 necessitarão de 
proteínas carreadoras que poderão ser 
específicas: globulinas ou inespecíficas: 
albumina. Além disso, pouco do hormônio 
ativo ficará livre podendo se difundir na 
membrana plasmática. 
 
O Hipotálamo será o “comandante geral” 
das ações hormonais tendo o papel de ter 
uma relação direta com a hipófise que será 
a “comandante” das glândulas. A 
comunicação entre hipotálamo e hipófise 
pode ser via vascular em que haverá 
comunicação com a hipófise por meio de 
hormônios proteicos que serão direcionados 
via sangue para a adenohipófise ou por via 
neuronal, se comunicando com a 
neurohipófise por meio de neurônios. 
A partir dos hormônios que chegam na 
hipófise, haverá a informação de qual 
glândula deverá ser estimulada por ela, por 
meio da produção de um novo hormônio 
também proteico. 
Podemos concluir que no eixo endócrino 
haverá sempre produção de hormônios 
proteicos. 
A comunicação da hipófise com outras 
glândulas será vascular por meio de 
hormônios. 
 
Afinal, quem é a Hipófise? 
A hipófise, também conhecida como 
Pituitária, é uma glândula endócrina anexa 
ventral ao hipotálamo que é dividida 
em: ADENOHIPOFISE/ HIPÓFISE ANTERIOR 
que é a porção responsável por produz 
a maior parte dos hormônios que irão 
estimular as glândulas corporais. 
NEUROHIPÓFISE/HIPÓFISE POSTERIOR é a 
segunda divisão e irá produzir os 
hormônios ADH e Ocitocina. 
Neurohipófise/ Hipófise Posterior 
Nesta porção há secreção do hormônio 
ADH (Antidiurético) e ocitocina. 
O ADH age realizando reabsorção de água. 
Já a Ocitocina tem um papel fundamental 
na reprodução, 
Atualmente, acredita-se que esses dois 
hormônios são produzidos no hipotálamo e 
são armazenados na neurohipófise que é 
responsável também por sua liberação. 
Adenohipófise/ Hipófise AnteriorOs principais hormônios produzidos na 
adenohipófise são: 
 GH – Hormônio do crescimento; 
 ACTH – Hormônio adrenocorticotrófico; 
 TSH – Hormônio tireo-estimulante; 
 FSH – Hormônio folículo-estimulante; 
 
Fisiologia Veterinária – Jennifer Reis da Silva (@jennifer_reis) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO. 
 
 LH – Hormônio luteinizante 
 Prolactina 
 
Hormônios que fazem parte do 
eixo endócrino: 
 
ADH: hormônio antidiurético, também 
chamado de vasopressina é armazenado na 
neurohipófise e tem ação no túbulo coletor 
do néfron realizando reabsorção de água. 
 
OCITOCINA: também é armazenada na 
neurohipófise e tem papel importante na 
reprodução sendo responsável pelas 
contrações uterinas além de estimular a 
descida de leite para a amamentação. 
 
TRH (HORMÔNIO LIBERADOR DE TIREOTROFINAS): 
é produzido pelo hipotálamo e é o 
hormônio responsável por estimular a 
adenohipófise a produzir TSH (HORMÔNIO 
TIREO-ESTIMULANTE/ TIREOTROFINA) que, como 
o nome já diz, o age estimulando a 
glândula tireoide a produzir os hormônios 
T3 e T4. 
 
CRH (HORMÔNIO LIBERADOR DE 
CORTICOTROFINAS) é produzido e liberado 
pelo hipotálamo e age estimulando a 
adenohipófise a produzir o ACTH (HORMÔNIO 
ADRENOCORTICOTRÓFICO) que age nas 
adrenais, estimulando a produção 
hormonal (cortisol, aldosterona, hormônios 
sexuais). 
 
GNRH (HORMÔNIO LIBERADOR DE 
GONADOTROFINAS) é produzido e liberado 
pelo hipotálamo e estimula a adenohipófise 
a produzir LH (HORMÔNIO LUTEINIZANTE) que 
realiza a formação do corpo lúteo. O GnRH 
também estimula o FSH (HORMÔNIO 
FOLÍCULO-ESTIMULANTE) que atua em 
testículos, ovários e mamas. 
 
GHRH (HORMÔNIO LIBERADOR DE HORMÔNIO DE 
CRESCIMENTO) é produzido e liberado no 
hipotálamo e age também na 
adenohipófise, estimulando-a a produzir GH 
que é o famoso hormônio do crescimento. 
 
 
A tireoide é uma glândula endócrina que 
está localizada na região cervical e contém 
dois lobos: esquerdo e direito que estão 
conectados por um tecido denominado 
istmo. Por trás da tireoide estará a 
traqueia, portanto podemos perceber que a 
tireoide é flexível, permitindo a dilatação 
da traqueia para a passagem do ar. 
O que irá mudar entre as espécies será o 
istmo podendo ser mais denso, maior, 
menor ou até mesmo não existir. 
 
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Acima podemos ver a diferença da 
glândula tireoide entre as diferentes 
espécies. A espécie bovina tem o istmo bem 
evidente enquanto o istmo da canina e 
felina são ausentes ou indetectáveis. A 
espécie suína, por sua vez, possui os lobos 
homogêneos então o istmo também não é 
tão detectável como a do bovino e a do 
equino. 
Acopladas aos lobos da tireoide há 4 
paratireoides que têm ações 
completamente distintas. 
 
É importante destacar o fato de que as 
tireoides, normalmente ou quando há 
hipotireoidismo, não são palpáveis, porém 
quando há aumento de tamanho como no 
hipertireoidismo é possível palpá-las. 
O felino é uma das espécies mais 
acometidas por hipertireoidismo 
 
Na imagem ao lado é 
possível observar um 
aumento de volume 
no pescoço de um 
felino decorrente do 
hipertireoidismo. 
 
 
Produção Hormonal 
Como vimos anteriormente, por meio 
do TRH produzido no hipotálamo, 
haverá estimulação da adenohipófise 
fazendo com que produza TSH que, por 
sua vez irá estimular a tireoide a 
produzir os hormônios T3 e T4 pelas 
células foliculares. 
Síntese de T3 e T4 
 
A CÉLULA FOLICULAR, presente na tireoide 
possui uma porção interna chamada 
coloide que nada mais é do que a matriz 
proteica. Uma outra porção da célula 
folicular, mais externa estará em contato 
com vasos sanguíneos da tireoide. 
Na porção coloidal haverá a presença do 
aminoácido Tirosina que precisará se juntar 
com iodos advindos da alimentação para 
então dar início a produção de hormônios. 
As moléculas de iodo chegam via circulação 
e, por meio de uma bomba é transportada 
para a célula folicular. Ao chegar na célula, 
a enzima Tireoide Peroxidase será 
responsável por unir as moléculas de iodo 
com as tirosinas. 
 MIT mono-iodo-tirosina (1 iodo 
acoplado a tirosina); 
 
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 DIT di-iodo-tirosina (2 iodos acoplados 
a tirosina); 
A partir disso poderá haver união entre 
DITs formando T4 (4 iodos acoplados a 
tirosina) ou MIT+DIT formando T3 (3 iodos 
acoplados a tirosina). Porém a formação de 
T4 é mais abundante. 
A partir desse acoplamento, as moléculas 
se ligam a uma proteína chamada 
TIROGLOBULINA que é responsável por 
aumentar a união das moléculas. As 
tirosinas acopladas a moléculas de iodo se 
aderem à tiroglobulina até completar todos 
os seus espaços para então serem 
direcionados para fora da célula. 
Nesse momento, há atuação de lisossomos 
que irão fragmentar as moléculas para que 
haja a saída de cada hormônio de forma 
individual e não mais acoplado a 
tiroglobulina. 
O transporte dessas moléculas será 
realizado por meio de uma proteína até 
sua célula alvo que possuirá receptor 
localizado no citoplasma. O T4 então se 
desprende da proteína carreadora e 
adentra a célula alvo, onde será convertido 
em T3, perdendo um iodo que será tirado 
pela enzima DEIODINASE/DESIODASE. Isso 
ocorre porque o T4 é a forma inativa do 
hormônio T3 e para que não haja um 
colapso metabólico em razão das ações do 
hormônio já ativo no trajeto até a célula 
alvo, a ativação se dá já na célula. 
A pouca quantidade de T3 produzida e 
liberada na célula folicular também será 
direcionada à célula alvo não precisando de 
uma nova conversão. 
 
Em exames laboratoriais, podemos solicitar 
as concentrações de hormônios tireoidianos. 
Há dois termos que podemos encontrar: T4 
TOTAL E T4 LIVRE. 
 T4 total é toda a quantidade de T4 
produzida pela célula folicular; 
 T4 livre é a quantidade de T4 que se 
desprendeu da proteína carreadora e 
está nas células teciduais. 
PRINCIPAIS FUNÇÕES DO T3 
 Aumenta a taxa metabólica basal logo o 
gasto energético será impactado; 
 Promove catabolismo de tecido adiposo 
impactando na perda e ganho de peso; 
 Promove aumento da Eritropoiese 
(produção de glóbulos vermelhos); 
 Atua na degradação de colesterol; 
 Melhora a sensibilidade dos receptores 
adrenérgicos afetando cronotropismo 
(frequência) e inotropismo (força) 
cardíaco; 
 Aumenta oxigenação tecidual; 
 Atua na maturação do sistema nervoso 
e esquelético podendo afetar no 
crescimento e desenvolvimento do 
indivíduo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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HIPERTIREOIDISMO 
 
O hipertireoidismo é uma patologia 
caracterizada pelo aumento da produção 
de hormônios tireoidianos. Por conta do 
aumento de produção hormonal, a tireoide 
aumenta de tamanho e se torna palpável 
em 90% dos casos. 
Os felinos domésticos na fase geriátrica são 
os animais mais comprometidos e os sinais 
clínicos apresentados são: 
 Hiperatividade/ agressividade; 
 Perda de peso; 
 Taquicardia (>240bpm) podendo 
haver hipertrofia cardíaca; 
 Taquipneia; 
 Êmese e diarreia em função da alta 
velocidade do trânsito alimentar 
provocando síndromes de má 
absorção. 
 
Quando vamos fazer o diagnóstico de 
hipertireoidismo observamos os valores de 
T4 total e T4 livre que estarão em altas 
concentrações. Por conta disso, haverá 
tentativa de feedback negativo provocada 
pelo eixo hipotalâmico hipofisário 
diminuindo as concentrações de TRH e TSH 
para que haja normalização do quadro 
porém não haverá efeito em razão da 
patologia. 
 
HIPOTIREOIDISMO 
 
É mais comum nos cães e é caracterizado 
pela baixa produção dehormônios 
tireoidianos. 
Pode ser: 
❖ Primário (Adquirido) em que a tireoide 
é incapacitada de produzir hormônios 
em função do ataque de anticorpos, 
logo, o hipotireoidismo é considerado 
uma doença autoimune causando 
tireoidite linfocitária. Essa forma é 
muito frequente, chegando a 95% dos 
casos; 
❖ Secundário em que há 
comprometimento do eixo endócrino 
fazendo com que a hipófise produza 
menos TSH; 
❖ Terciário: também está envolvido com 
comprometimento do eixo fazendo com 
que o hipotálamo não produza TRH 
adequadamente. 
 
 
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Os sinais clínicos apresentados são: 
 Apatia e letargia; 
 Ganho de peso corporal; 
 Bradicardia; 
 Termofilia (sentem frio); 
 Preguiça e cansaço fácil; 
 Face trágica e mixedema facial. 
 
Nos exames laboratoriais encontraremos 
baixas concentrações de T4 total e T4 livre 
e alta concentração de TSH buscando um 
feedback negativo que também não 
ocorrerá. 
 
As paratireoides são glândulas presentes 
nas tireoides em dois pares, porém com 
funções distintas. Um dos hormônios 
produzidos pela paratireoide é o 
PARATORMÔNIO (PTH) que é um hormônio 
proteico responsável pela manutenção dos 
níveis de cálcio, logo, suas células alvo são 
as células do tecido ósseo onde realizará a 
ativação dos osteoclastos promovendo a 
reabsorção óssea fazendo com que o cálcio 
presente nos ossos seja direcionado para o 
sangue. Sua ativação será feita quando 
houver hipocalcemia (diminuição dos níveis 
de cálcio no sangue) ou hiperfosfatemia 
(aumento dos níveis fósforo no sangue) já 
os íons de cálcio e fósforo se encontram em 
uma proporção que consiste em dois íons 
de cálcio para cada 1 íon de fósforo. 
Portanto, quando há acúmulo de fósforo no 
organismo por problema renal, já que os 
rins são responsáveis pela excreção 
deste íon, o paratormônio irá 
buscar aumentar os níveis de cálcio 
para manter a proporção de cálcio 
e fósforo. A partir dessas 
informações, podemos associar que 
doenças que levam a maior 
produção de paratormônio podem 
causar elevação dos níveis de cálcio 
no sangue e diminuição de cálcio 
nos ossos, principalmente os longos 
que se tornarão fragilizados. 
Animais com perda de matriz óssea 
apresentarão uma manifestação 
clínica denominada “mandíbula de 
borracha” já que a mandíbula do 
animal se encontrará mais enfraquecida 
em razão da fragilidade óssea. Entretanto, 
a falta desse hormônio também traz 
quadros clínicos de hipocalcemia havendo 
câimbras, tetania hipocalcêmica além de 
impacto no impulso elétrico e funções 
cardíacas podendo levar o animal a óbito. 
O hormônio antagônico ao paratormônio é 
a calcitonina, produzida pelas tireoides nas 
 Hipertireoidismo Hipotireoidismo 
Metabolismo Aumenta Diminui 
Acúmulo de 
gordura 
Diminui Aumenta 
Eritropoiese Aumenta Anemia 
Colesterol Diminui Aumenta 
Maturação 
do SN e 
Esquelético 
Maior Menor 
Coração Taquicardia Bradicardia 
Oxigenação 
tecidual 
Aumenta diminui 
 
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células parafoliculares tendo como função 
diminuir a ação dos osteoclastos além de 
promover as ações dos osteoblastos. 
 
As adrenais/suprarrenais são glândulas 
bilaterais localizadas na região 
craniomedial dos rins. Seu formato é mais 
ovalado, semelhante a um feijão e a 
glândula esquerda tende a ser maior 
quando comparada a direita. 
As adrenais são divididas em duas porções: 
córtex que corresponde a 80% do tecido e 
medula que representa 20%. O córtex é 
capaz de sofrer regeneração enquanto a 
medula não. 
Para que haja produção hormonal é 
necessária a atuação do eixo endócrino com 
a liberação de CRH pelo hipotálamo e 
ACTH pela hipófise que irá estimular o 
córtex. A medula, por sua vez é estimulada 
por neurônios. Logo, as adrenais recebem 
dois estímulos: eixo endócrino e neurônios 
simpáticos. 
A região cortical possui 3 camadas: 
Zona Glomerulosa: é a mais externa. Nessa 
região há a produção de aldosterona, um 
importante hormônio mineralocorticoide 
responsável pela reabsorção de sódio e 
secreção de potássio pelo néfron. Para que 
haja liberação de aldosterona, a Zona 
Glomerulosa pode sofrer estímulos do 
hormônio ACTH produzido pela hipófise ou 
pela Angiotensina II vinda do sistema 
renina angiotensina aldosterona. Para 
chegar até seu tecido alvo, a aldosterona 
necessita de um carreador proteico 
podendo ser a albumina que é responsável 
por carrear 50%, transcortina que carreia 
10% enquanto haverá 40% de aldosterona 
livre. 
 
Zona Fasciculada: é intermediária e 
representa a maior porção do córtex. Os 
estímulos recebidos por essa região são 
somente o ACTH e é também aqui onde há 
a produção de cortisol que é um 
glicocorticoide responsável pelo controle 
glicêmico em função da manutenção da 
gliconeogênese; 
O cortisol, por ser um hormônio lipídico 
necessita ser carreada por uma proteína 
podendo ser a Transcortina que é 
responsável pelo carreamento de % de 
aldosterona, albumina que carreia 15%. Os 
outros 10% se encontrarão de forma livre. 
 
Zona Reticular: mais interna e recebe 
estímulos por meio do ACTH para a 
produção de hormônios esteroides sexuais. 
 
GLICOCORTICOIDES 
 Tem papel importante na produção 
de surfactante no tecido pulmonar; 
 Estimula a produção de hemácias e 
plaquetas; 
 Ação anti-inflamatória por inibir a 
fosfolipase A2; 
 Tem ação imunossupressora por 
inibir linfócitos e eosinófilos; 
 Atua na manutenção da filtração 
glomerular; 
 Atua na manutenção da glicemia 
por meio da gliconeogênese; 
 
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 Atua no metabolismo de lipídeos e 
proteínas. 
HORMÔNIOS SEXUAIS 
São importantes nas fases de 
desenvolvimento agindo na criação do 
fenótipo e sobre o padrão corporal dos 
animais (macho e fêmea), atuando na 
maturação de vias urinárias (esfíncter e 
uretra) e também maturação de pele e 
glândulas sebáceas. 
Na fase adulta, haverá manutenção dos 
níveis basais mesmo após castração, ainda 
mantendo produção de estrogênios, 
progestágenos e andrógenos. 
 
ALDOSTERONA 
Controla a atividade do sódio e potássio no 
néfron, mais especificamente no túbulo 
distal. Se não houver a ação correta não 
haverá excreção de sódio e o potássio será 
acumulado gerando hipercalemia podendo 
causar parada no sistema 
cardiorrespiratório. Se houver atuação 
exacerbada da aldosterona poderá haver 
hipocalemia em função da alta excreção de 
potássio gerando sinais de fraqueza 
muscular podendo causar morte do animal 
(não tão precoce quanto hipercalemia). 
 
Medula Adrenal 
Na medula, haverá a produção de 
catecolaminas e seu estímulo será via 
neuronal. 
FUNÇÕES DA ADRENALINA 
 Promove taquicardia atuando na 
força contrátil do coração; 
 Atua nas vasoconstrições mantendo 
circulação viável para os órgãos 
vitais; 
 Aumenta capacidade de captação de 
oxigênio; 
 Estimula secreção de renina; 
 Promove dilatação de vasos da 
musculatura esquelética e cardíaca; 
 Causa dilatação da pupila; 
 Provoca relaxamento da 
musculatura lisa bronquiolar; 
 Provoca relaxamento da 
musculatura do trato 
gastrointestinal, exceto esfíncteres. 
 
HIPERADRENOCORTICISMO 
(SÍNDROME DE CUSHING) 
Caracterizado pelo aumento da produção 
de cortisol pelo córtex da adrenal, o 
hiperadrenocorticismo é considerado a 
doença mais comum na rotina de cães. 
A causa pode estar relacionada a 
hiperplasia do córtex ou ao aumento do 
estímulo advindo do ACTH em razão de 
tumores de hipófise. 
 
HIPOADRENOCORTICISMO (SÍNDROME 
DE ADDISON) 
O hipoadrenocorticismo também é 
considerado uma doença autoimune em 
que há destruiçãoda glândula adrenal 
causando impacto em todo o córtex 
levando deficiência de glicocorticoides, 
mineralocorticoides e esteroides sexuais 
levando o animal a óbito se não for tratado 
rapidamente. 
O hipoadrenocorticismo pode ser: 
 
Fisiologia Veterinária – Jennifer Reis da Silva (@jennifer_reis) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO. 
 
❖ Primário: quando o córtex adrenal é 
destruído por anticorpos 
(autoimune) correspondendo a 90% 
dos casos. 
❖ Secundário: há alteração na hipófise 
que é impedida de produzir ACTH. 
Essa classificação é mais comum em 
humanos e está relacionada a 
neoplasias, traumas de cabeça, 
inflamações e cistos; 
❖ Terciário: há alteração no 
hipotálamo impedindo que haja 
produção de CRH. 
 
As hipofunções são muito silenciosas e só 
apresentam sinais clínicos quando 80% a 
90% da glândula é acometida, que é o 
momento em que o tutor busca 
atendimento do médico veterinário. 
 
Os felinos mais velhos também podem 
hiperaldosteronismo por conta de tumores 
no córtex da adrenal promovendo aumento 
na produção de aldosterona causando 
hipocalemias que serão evidenciadas pela 
fraqueza muscular. 
 
Você sabia... 
 Quando há alguma alteração nos níveis 
hormonais, podemos notá-las por conta 
de hipo ou hipersecreções. 
 
 Animais, assim como os seres humanos 
também podem apresentar ovários 
policísticos, principalmente cadelas. 
Para o paciente haverá um 
hiperestrogenismo sendo danoso já que 
pode ser uma ferramenta de 
proliferação para um carcinoma 
mamário, por isso, a castração é 
recomendada. 
 
 Importante falarmos sobre a etimologia 
da palavra “trófico” que em grego 
significa “gostar de”. Logo, quando o 
hormônio é tireotrófico ele “gosta” da 
tireoide e quando é corticotrófico 
“gosta” do córtex da glândula adrenal. 
 
 O reconhecimento de problemas 
endócrinos é realizado por meio da 
avaliação de quais hormônios estão 
reduzidos ou elevados para que então 
possamos saber em que glândula ou 
parte dela está o problema em questão. 
 
 Importante pensarmos em acidentes 
com traumatismos cranianos que 
podem afetar o hipotálamo e hipófise 
impactando diretamente no controle 
hormonal. 
 O nome tireoide, em grego quer dizer 
Escudo por conta da sua anatomia que 
“abraça” a traqueia sendo um escudo a 
ela.

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