Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Fisiologia Veterinária – Jennifer Reis da Silva (@jennifer_reis) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO. SISTEMA ENDÓCRINO Endocrinologia é definida como o estudo das secreções internas, os chamados hormônios, que são diferenciados em razão da especificidade das células que os produzem. Portanto, nesse estudo iremos conhecer a ação dessas células e qual a matéria prima das secreções hormonais. Importante destacar que, dependendo da matéria prima de um hormônio, há influência de onde ele será encontrado e seu mecanismo de ação. Há diversas glândulas corporais, podendo estar localizadas no sistema nervoso como a Hipófise/Pituitária, glândulas adrenais, tireoide e paratireoide que têm papel fundamental no controle de cálcio circulante, pâncreas atuando na concentração de glicose sanguínea por possuir Ilhotas de Langerhans, responsáveis pela produção de Insulina e Glucagon. Não podemos esquecer das gônadas femininas (ovários) e masculinas (testículos) que são essenciais na reprodução animal. O que são hormônios? Hormônios são substâncias químicas, produzidas e liberadas por células específicas e que serão carreados pela corrente sanguínea para atuarem em células-alvo distantes ou próximos para que haja estabilidade do meio interno. Como os hormônios agem? Os hormônios agem de diversas formas podendo auxiliar a célula no controle de energia, íons, eletrólitos, manutenção celular, controle de crescimento, reprodução, digestão etc. Atua basicamente na regulação dos processos metabólicos corporais. Os hormônios podem ser comparados a “mensageiros químicos” já que deixam uma mensagem para seu local alvo de atuação que será incorporada a seu tecido desempenhando as ações fisiológicas. O sistema endócrino não atua isoladamente, uma vez que é comandado pelo sistema nervoso em que o hipotálamo que corresponde diretamente a hipófise, desenvolvendo uma ação regulatória sobre todas as outras glândulas corporais. Conhecemos então como “feedback”, que nada mais é do que a relação do sistema nervoso com as glândulas produtoras de hormônios em que há picos de liberação hormonal dependendo de horas do dia, alimentação etc que são cuidadosamente controladas pela hipófise para que estejam dentro dos limites corporais do indivíduo mantendo sempre a homeostase. Fisiologia Veterinária – Jennifer Reis da Silva (@jennifer_reis) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO. Exemplos hormonais Energéticos: Glucagon: hormônio hiperglicemiante que atua em períodos de jejum, fazendo com que o indivíduo não entre em hipoglicemia. Insulina: é liberada na circulação promovendo o transporte da glicose advinda da alimentação para as células. Quando há alguma alteração patológica na regulação hormonal haverá descontrole na produção de hormônios tendo reflexos que dependerão da ação que deveria ser desencadeada por determinado hormônio como hipo/hiperglicemia, por exemplo, como vemos na Diabetes Mellitus em que não há produção adequada de Insulina ocasionando hiperglicemia no indivíduo acometido. Cortisol também pode atuar na elevação da glicemia corpórea como vemos nos gatos, que passam por situações de estresse acabam por aumentar seus níveis glicêmicos em razão da liberação excessiva de cortisol. T3 e T4: são hormônios produzidos pela Tireoide e também podem aumentar os níveis glicêmicos. GH; Progesterona. Equilíbrio Eletrolítico Aldosterona que atua na reabsorção de sódio e secreção de potássio no néfron; Paratormônio que estimulará o aumento de cálcio no sangue podendo aumentar a reabsorção óssea para isso. Além disso, também age aumentando a absorção de vitamina D no intestino. Cortisol atua também no controle de eletrólitos Crescimento GH tendo ação na multiplicação celular e crescimento corporal. T3 e T4; Insulina. Reprodução Testosterona; Progesterona; Estradiol; FSH; LH; Prolactina. Os hormônios têm um sistema padronizado de ação que é um sistema “chave- fechadura” que nada mais é do que uma ligação extremamente específica do hormônio para com seus devidos receptores nas células alvo. Esses receptores poderão se encontrar em diversos locais da célula e irão depender da matéria prima a qual foi produzido o hormônio. Formas de sinalização celular Um hormônio é produzido por determinadas células de um tecido, porém, sua célula alvo pode se encontrar em tecidos distantes de seu local de produção. Pensando na distância alcançada pelos Fisiologia Veterinária – Jennifer Reis da Silva (@jennifer_reis) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO. hormônios, a literatura classifica as ações em distâncias diferentes como: AUTÓCRINO: se refere a ação/atuação/sinalização do hormônio na mesma célula do órgão que o produz. PARÁCRINO: se refere a atuação hormonal nos locais adjacentes ao seu local de produção. ENDÓCRINO: se refere a maiores distâncias em razão da liberação hormonal na corrente sanguínea. NEURÓCRINO: têm atuação via neuronal como vemos na liberação de adrenalina produzida pelo neurônio simpático e células da glândula adrenal. Um neurônio não dispõe de uma grande quantidade de organelas portanto sua formação de hormônios será diferente e com diferentes atuações. A comunicação neuronal se dá via neurotransmissores (hormônios), com a ligação entre células pelas sinapses até a chegada nas células alvo. Na imagem anterior podemos observar os diferentes mecanismos de ação hormonal. Vemos que o hormônio do tipo autócrine sofre exocitose e atua na mesma célula que o produziu, enquanto o hormônio do tipo parácrine tem ação nas células adjacentes. Esse mesmo hormônio pode ganhar circulação sanguínea alcançando diversos tecidos corporais, tendo ação endócrina. Por fim temos a ação neurócrina em que vemos o corpo celular de um neurônio, junto com seus axônios e botões terminais despejando o hormônio sobre as células alvo. A maior parte dos hormônios atua de forma autócrina, parácrina e endócrina concomitantemente, enquanto em menor número temos os neurônios que atuam de forma neurócrina. Controle por sistema de “Feedback” Produção de T3 e T4 pela Tireoide Na imagem anterior vemos a atuação da Tireoide na produção hormonal. Em roxo, temos as duas glândulas tireoides que produzem os hormônios T3 e T4. Essa produção ocorre pelo comando do Hipotálamo que envia um hormônio chamado TRH que irá atuar na hipófise/pituitária fazendo com que ela Fisiologia Veterinária – Jennifer Reis da Silva (@jennifer_reis) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO. produza o TSH, que por sua vez, chegará até as tireoides estimulando-as a produzirem o T3 e o T4. Com base nisso, podemos concluir que o TRH produzido pelo hipotálamo tem atuação endócrina assim como o TSH produzido pela hipófise que ganhará circulação até o tecido alvo que é a tireoide. Importante destacar que o hormônio só terá a ação se for ligado a seu receptor específico presente na célula alvo. O T3 e T4, produzidos pela tireoide alcançarão todos os tecidos até chegar no hipotálamo que também possui um receptor para esses hormônios. A partir disso, o hipotálamo irá diminuir a produção do TRH, logo chegará menos para a hipófise que também irá diminuir a produção de TSH para as tireoides que, por sua vez, também irão diminuir a produção de T3 e T4. Quando há queda de T3 e T4 na circulação, não haverá chegada desses hormônios nos receptores presentes no hipotálamo que, por sua vez dará início ao ciclo novamente. Podemos concluir então que houve feedback positivo quando houve estímulo para aumento na produção hormonal e feedback negativo quando houve estímulo paradiminuição dessa produção. O feedback ocorre a todo momento, com altos e baixos, mas sempre dentro dos limites, exceto em patologias. Por conta disso há avaliações laboratoriais nesses níveis, que consideram os feedbacks. Produção de Cortisol pelas Adrenais Com o cortisol temos um ciclo muito semelhante ao anterior já que nesse, o cortisol, hormônio vindo da glândula adrenal chegará até a hipófise e o hipotálamo que irão entender que todos os tecidos já o receberam, então irá diminuir (feedback negativo) a produção de CRH e a hipófise, por sua vez irá diminuir a produção de ACTH fazendo com que haja redução na produção de cortisol pela glândula adrenal. Quando há saída de cortisol dos receptores hipofisários e hipotalâmicos haverá um feedback positivo em que o hipotálamo irá produzir CRH que chegará até a hipófise a estimulando para que produza ACTH que chegará até as adrenais que, por sua vez, irão produzir cortisol. Os dois exemplos de feedbacks que vimos utilizam o EIXO ENDÓCRINO que nada mais é do que o hipotálamo e a hipófise se comunicando com outras glândulas. Todavia, esse não é o único sistema de Fisiologia Veterinária – Jennifer Reis da Silva (@jennifer_reis) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO. feedback como ocorre no controle de glicose pelos hormônios pancreáticos. Produção de Insulina e Glucagon no Pâncreas No esquema acima podemos citar como exemplo um animal que se alimentou recentemente. Haverá digestão desse alimento e a glicose será encaminhada para a corrente sanguínea, servindo de estímulo para a produção de Insulina pelas células β no pâncreas. A Insulina atuará encaminhando essa glicose para as células. Altos níveis de glicose também irão inibir a produção de Glucagon pelas células α. Conforme a glicose é encaminhada para os tecidos, haverá diminuição de glicose na corrente sanguínea (períodos de jejum) que irá inibir a produção de insulina e estimulará a ação do glucagon que irá utilizar o glicogênio, quebrando-o em glicose e fazendo com que atue no sangue para que haja manutenção da glicemia mesmo em períodos de jejum. Concluímos então que a alta taxa de glicose sanguínea atua como feedback positivo para as células β (produtoras de insulina) enquanto sua queda atua como feedback negativo para a mesma célula. Já nas células α (produtoras de glucagon), a alta taxa de glicose atua como feedback negativo enquanto a baixa concentração atuará como feedback positivo para a liberação de glucagon. Esse modelo de feedback também ocorre com outros hormônios como o paratormônio na absorção de cálcio. Classificação química dos hormônios Hormônios Proteicos A maioria dos hormônios têm como matéria prima proteínas ou peptídeos. Como exemplo podemos citar a insulina, a qual vemos a estrutura na imagem abaixo. A diferença entre as espécies, quanto a insulina será a organização dos aminoácidos que a compõe. Assim como a insulina, podemos citar como exemplo de hormônios proteicos o Glucagon, todos os hormônios hipotalâmicos (TRH, CRH, GH-RH, GnRH etc), hormônios adeno-hipofisários ( GH, TSH, ACTH, Prolactina, LH, FSH), neuro- Fisiologia Veterinária – Jennifer Reis da Silva (@jennifer_reis) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO. hipofisários (ADH, Ocitocina), Calcitonina e Paratormônio (PTH). Hormônios Esteroides Tem como matéria prima o colesterol que pode dar origem a hormônios como Testosterona, Cortisol, Aldosterona, Estrogênio, Progesterona que são produzidos por diversas glândulas como o córtex adrenal, ovários, testículos e até mesmo a placenta atua produzindo também Progesterona e Estrogênio. Derivados do aminoácido Tirosina Em teoria, esses hormônios poderiam ser classificados como proteicos, porém esse grupo tem algumas particularidades. Temos como componentes, os hormônios Tiroxina (T4), Triiodotironina (T3) e as catecolaminas adrenalina e noradrenalina. A tirosina é um aminoácido presente nas células foliculares da tireoide. Esse aminoácido pode ser encontrado na tireoide, nos neurônios e na glândula adrenal onde é metabolizada, recebendo hidroxilas que vão mudando sua estrutura que é transformada em uma molécula de dopa, logo a seguir em dopamina, depois em norepinefrina (noradrenalina) e, por fim, em epinefrina (adrenalina) como vemos no esquema a seguir. A tirosina, ainda no folículo tiroidiano pode seguir por um outro caminho, se acoplando a moléculas de iodo advindas da alimentação dando origem aos hormônios T3 e T4. Logo, um mesmo aminoácido pode originar diferentes hormônios, sendo uma justificativa para uma classificação à parte, embora a tirosina seja um aminoácido. Deficiências de iodo na alimentação podem interferir na produção de T3 e T4 já que as tirosinas não irão se acoplar ao iodo. Quando há aumento nesse mineral, essa cascata também poderá ser impactada. Portanto, terapias aplicadas a indivíduos com hipertireoidismo em que há produção excessiva de hormônios tireoidianos consistem na diminuição do iodo na alimentação, havendo menor formação desses hormônios. Fisiologia Veterinária – Jennifer Reis da Silva (@jennifer_reis) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO. GLÂNDULA ADRENAL A glândula adrenal é dividida em córtex e medula. No córtex adrenal há a produção de hormônios esteroides como cortisol, aldosterona e alguns hormônios sexuais. Já na porção medular há a conversão da tirosina que também estará presente nessa glândula, em noradrenalina e adrenalina como vimos anteriormente. Essa mesma conversão de tirosina em noradrenalina também ocorre no neurônio como vemos no esquema a seguir. Classificação dos Hormônios quando a solubilidade Essa classificação é importante já que se alguns hormônios têm ação endócrina, ou seja, ganham a corrente sanguínea, logo, a sua solubilidade irá refletir em como serão transportados pelo sangue que tem uma alta porcentagem de água em sua composição. Hormônios proteicos são hidrofílicos, ou seja, têm alta afinidade pela água, portanto, não terão dificuldades para chegar em suas células-alvo. Já os hormônios esteroides, que tem como origem o colesterol (gordura) são lipofílicos, ou seja, não têm afinidade com a água, terão maior dificuldade em seu transporte, necessitando do auxílio de uma proteína carreadora como a albumina, por exemplo. Os Hormônios derivados da Tirosina, por sua vez, podem ser lipofílicos como os hormônios T3 e T4 que têm iodo em sua composição, atribuindo características lipofílicas a eles, enquanto as catecolaminas são hidrofílicas assim como os hormônios proteicos. São secretados na hipófise anterior e posterior, pâncreas e paratireoide. Como no esquema acima, a síntese dos hormônios proteicos inicia a partir dos RIBOSSOMOS que agem como doadores dos aminoácidos (pré-pró-hormônios) para o RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO RUGOSO (RER) que irá atuar na formação proteica (pró- hormônios) que será destinada ao COMPLEXO Fisiologia Veterinária – Jennifer Reis da Silva (@jennifer_reis) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO. DE GOLGI que, por sua vez, irá finalizar a produção hormonal, agrupando as proteínas que o compõe além de armazená-las em vesículas secretoras contendo os hormônios já ativos para sofrer exocitose no momento em que forem requeridos pelo organismo. Quando chegar esse momento, as enzimas presentes nos lisossomos da célula irão degradar essas vesículas liberando os hormônios para fora da célula com destino às células alvo. Todos os hormônios proteicos são capazes de serem armazenados no citoplasma de células até que sejam requeridos pelo organismo. Podemos colocaragora nosso conhecimento em prática utilizando como exemplo o hormônio insulina que é produzida na célula β. 1. Ribossomos sintetizam aminoácidos que irão compor a insulina sendo o pré-pró-hormônio que será destinado ao RER. 2. O Retículo Endoplasmático Rugoso irá receber esses aminoácidos e juntá-los formando peptídeos (pró-hormônio) que será levado ao Complexo Golgiense. 3. No Complexo de Golgi haverá finalização da produção da insulina, em que haverá a organização e armazenagem desse hormônio já ativo em vesículas secretoras que ficarão na célula até o momento em que haverá chegada de glicose. 4. A chegada de glicose na célula β irá estimular a ação do lisossomo que irá liberar suas enzimas digestivas, degradando a vesícula e liberando a insulina para sua atuação. Em momentos de jejum, não haverá ação lisossomal nas vesículas secretoras que permanecerão intactas contendo o conteúdo hormonal. Os hormônios proteicos ao sair da célula e ganharem circulação precisam chegar às células alvo que terão receptores presentes em diversos locais, dependendo da célula ou dependendo do tipo de hormônio. Na figura acima, o receptor se encontra na membrana celular da célula-alvo. Ao se acoplar ao receptor, haverá uma Fisiologia Veterinária – Jennifer Reis da Silva (@jennifer_reis) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO. sinalização química que consiste na ativação de um segundo mensageiro que nada mais é do que uma proteína citoplasmática que irá atuar como carreador facilitando o transporte hormonal para o núcleo da célula alvo e então haverá a ação hormonal. Concluímos então que o objetivo de um hormônio proteico é alcançar o núcleo da célula alvo para que então possa desempenhar sua função. Os hormônios esteroides são produzidos na glândula adrenal que tem seu córtex dividido em 3 porções: zona glomerulosa, zona fasciculada e zona reticular. Na zona glomerulosa há a produção de aldosterona, na região fasciculada há a produção de cortisol enquanto na zona reticular há a produção de hormônios sexuais. Além da adrenal, nos ovários (gônada feminina) há a produção de estrogênio, progesterona e nos testículos (gônada masculina) há a produção de testosterona. Por último podemos citar a placenta que realiza secreção de alguns hormônios esteroides como progesterona e estrogênio. Diferente dos hormônios proteicos que podem ser armazenados em vesículas secretoras, os hormônios esteroides são muito fugazes, sendo produzidos e já lançados para fora da célula para atuarem em suas células alvo. Produção de Hormônios Esteroides Para que haja a produção de hormônios esteroides é necessário que haja colesterol livre no citoplasma da célula produtora e que haja mitocôndria que tem papel essencial no processo. Há também enzimas que atuam na molécula de colesterol e, dependendo dessas enzimas, há a formação de diferentes tipos de hormônios. Concluímos então que com a mesma matéria prima, em ambiente mitocondrial, pode haver a produção de diversos hormônios, com ações diferentes. Como não há participação do Complexo de Golgi na produção dos hormônios esteroides, não há como os hormônios serem armazenados em vesículas. Logo, haverá exteriorização do hormônio para que ele desenvolva suas funções. Como a membrana celular é formada por fosfolipídeos e há lipídeos na composição do hormônio, este consegue atravessar a barreira sem que haja necessidade de auxílio de outra organela. Porém, quando lançados na circulação há a necessidade de proteínas carreadoras para realizar o transporte hormonal, uma vez que são moléculas lipossolúveis e o sangue é composto, principalmente por água. Ao chegarem até as células alvo irão atravessar as membranas com facilidade e, diferente dos receptores de hormônios proteicos os receptores dos hormônios esteroidais não precisam se encontrar nas membranas, mas sim no citoplasma da célula alvo. Ao se ligarem no receptor, que também é uma Fisiologia Veterinária – Jennifer Reis da Silva (@jennifer_reis) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO. proteína, haverá formação de um complexo hormônio-receptor que é direcionado ao núcleo da célula alvo desempenhando sua função. Na imagem ao lado, vemos o exemplo da testosterona que é um hormônio esteroide produzido nos testículos. Há entrada desse hormônio na célula por ser uma molécula lipídica e, no citoplasma há o acoplamento com o receptor formando o complexo hormônio- receptor, que, por sua vez entra no núcleo da célula desempenhando sua função. Produção de T3 e T4: ocorre na glândula Tireoide, utilizando como matéria prima o aminoácido Tirosina. Sua síntese é semelhante à dos hormônios proteicos, logo tem capacidade de armazenamento e sua ação é semelhante aos hormônios esteroidais em razão da acoplagem a moléculas de iodos que darão características lipofílicas ao hormônio. O transporte será então por meio de proteínas carreadoras e a entrada na membrana da célula alvo será também por meio de proteínas canais, ou seja, não precisarão de receptores de membrana e sim no citoplasma. Produção de Catecolaminas: a produção de adrenalina e noradrenalina irá ocorrer na medula da glândula adrenal e nos neurônios simpáticos. Será semelhante a produção de hormônios proteicos, assim como seu transporte. Pelo fato de serem proteicas, não precisarão de proteínas carreadoras na circulação por terem características hidrofílicas. Por outro lado, seu receptor será na membrana da célula alvo necessitando de um 2º mensageiro que irá transportar a catecolamina para o núcleo. Fisiologia Veterinária – Jennifer Reis da Silva (@jennifer_reis) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO. Hormônios com caráter lipofílico serão transportados pela corrente sanguínea sem o auxílio de carreadores. Já hormônios esteroidais, T3 e T4 necessitarão de proteínas carreadoras que poderão ser específicas: globulinas ou inespecíficas: albumina. Além disso, pouco do hormônio ativo ficará livre podendo se difundir na membrana plasmática. O Hipotálamo será o “comandante geral” das ações hormonais tendo o papel de ter uma relação direta com a hipófise que será a “comandante” das glândulas. A comunicação entre hipotálamo e hipófise pode ser via vascular em que haverá comunicação com a hipófise por meio de hormônios proteicos que serão direcionados via sangue para a adenohipófise ou por via neuronal, se comunicando com a neurohipófise por meio de neurônios. A partir dos hormônios que chegam na hipófise, haverá a informação de qual glândula deverá ser estimulada por ela, por meio da produção de um novo hormônio também proteico. Podemos concluir que no eixo endócrino haverá sempre produção de hormônios proteicos. A comunicação da hipófise com outras glândulas será vascular por meio de hormônios. Afinal, quem é a Hipófise? A hipófise, também conhecida como Pituitária, é uma glândula endócrina anexa ventral ao hipotálamo que é dividida em: ADENOHIPOFISE/ HIPÓFISE ANTERIOR que é a porção responsável por produz a maior parte dos hormônios que irão estimular as glândulas corporais. NEUROHIPÓFISE/HIPÓFISE POSTERIOR é a segunda divisão e irá produzir os hormônios ADH e Ocitocina. Neurohipófise/ Hipófise Posterior Nesta porção há secreção do hormônio ADH (Antidiurético) e ocitocina. O ADH age realizando reabsorção de água. Já a Ocitocina tem um papel fundamental na reprodução, Atualmente, acredita-se que esses dois hormônios são produzidos no hipotálamo e são armazenados na neurohipófise que é responsável também por sua liberação. Adenohipófise/ Hipófise AnteriorOs principais hormônios produzidos na adenohipófise são: GH – Hormônio do crescimento; ACTH – Hormônio adrenocorticotrófico; TSH – Hormônio tireo-estimulante; FSH – Hormônio folículo-estimulante; Fisiologia Veterinária – Jennifer Reis da Silva (@jennifer_reis) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO. LH – Hormônio luteinizante Prolactina Hormônios que fazem parte do eixo endócrino: ADH: hormônio antidiurético, também chamado de vasopressina é armazenado na neurohipófise e tem ação no túbulo coletor do néfron realizando reabsorção de água. OCITOCINA: também é armazenada na neurohipófise e tem papel importante na reprodução sendo responsável pelas contrações uterinas além de estimular a descida de leite para a amamentação. TRH (HORMÔNIO LIBERADOR DE TIREOTROFINAS): é produzido pelo hipotálamo e é o hormônio responsável por estimular a adenohipófise a produzir TSH (HORMÔNIO TIREO-ESTIMULANTE/ TIREOTROFINA) que, como o nome já diz, o age estimulando a glândula tireoide a produzir os hormônios T3 e T4. CRH (HORMÔNIO LIBERADOR DE CORTICOTROFINAS) é produzido e liberado pelo hipotálamo e age estimulando a adenohipófise a produzir o ACTH (HORMÔNIO ADRENOCORTICOTRÓFICO) que age nas adrenais, estimulando a produção hormonal (cortisol, aldosterona, hormônios sexuais). GNRH (HORMÔNIO LIBERADOR DE GONADOTROFINAS) é produzido e liberado pelo hipotálamo e estimula a adenohipófise a produzir LH (HORMÔNIO LUTEINIZANTE) que realiza a formação do corpo lúteo. O GnRH também estimula o FSH (HORMÔNIO FOLÍCULO-ESTIMULANTE) que atua em testículos, ovários e mamas. GHRH (HORMÔNIO LIBERADOR DE HORMÔNIO DE CRESCIMENTO) é produzido e liberado no hipotálamo e age também na adenohipófise, estimulando-a a produzir GH que é o famoso hormônio do crescimento. A tireoide é uma glândula endócrina que está localizada na região cervical e contém dois lobos: esquerdo e direito que estão conectados por um tecido denominado istmo. Por trás da tireoide estará a traqueia, portanto podemos perceber que a tireoide é flexível, permitindo a dilatação da traqueia para a passagem do ar. O que irá mudar entre as espécies será o istmo podendo ser mais denso, maior, menor ou até mesmo não existir. Fisiologia Veterinária – Jennifer Reis da Silva (@jennifer_reis) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO. Acima podemos ver a diferença da glândula tireoide entre as diferentes espécies. A espécie bovina tem o istmo bem evidente enquanto o istmo da canina e felina são ausentes ou indetectáveis. A espécie suína, por sua vez, possui os lobos homogêneos então o istmo também não é tão detectável como a do bovino e a do equino. Acopladas aos lobos da tireoide há 4 paratireoides que têm ações completamente distintas. É importante destacar o fato de que as tireoides, normalmente ou quando há hipotireoidismo, não são palpáveis, porém quando há aumento de tamanho como no hipertireoidismo é possível palpá-las. O felino é uma das espécies mais acometidas por hipertireoidismo Na imagem ao lado é possível observar um aumento de volume no pescoço de um felino decorrente do hipertireoidismo. Produção Hormonal Como vimos anteriormente, por meio do TRH produzido no hipotálamo, haverá estimulação da adenohipófise fazendo com que produza TSH que, por sua vez irá estimular a tireoide a produzir os hormônios T3 e T4 pelas células foliculares. Síntese de T3 e T4 A CÉLULA FOLICULAR, presente na tireoide possui uma porção interna chamada coloide que nada mais é do que a matriz proteica. Uma outra porção da célula folicular, mais externa estará em contato com vasos sanguíneos da tireoide. Na porção coloidal haverá a presença do aminoácido Tirosina que precisará se juntar com iodos advindos da alimentação para então dar início a produção de hormônios. As moléculas de iodo chegam via circulação e, por meio de uma bomba é transportada para a célula folicular. Ao chegar na célula, a enzima Tireoide Peroxidase será responsável por unir as moléculas de iodo com as tirosinas. MIT mono-iodo-tirosina (1 iodo acoplado a tirosina); Fisiologia Veterinária – Jennifer Reis da Silva (@jennifer_reis) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO. DIT di-iodo-tirosina (2 iodos acoplados a tirosina); A partir disso poderá haver união entre DITs formando T4 (4 iodos acoplados a tirosina) ou MIT+DIT formando T3 (3 iodos acoplados a tirosina). Porém a formação de T4 é mais abundante. A partir desse acoplamento, as moléculas se ligam a uma proteína chamada TIROGLOBULINA que é responsável por aumentar a união das moléculas. As tirosinas acopladas a moléculas de iodo se aderem à tiroglobulina até completar todos os seus espaços para então serem direcionados para fora da célula. Nesse momento, há atuação de lisossomos que irão fragmentar as moléculas para que haja a saída de cada hormônio de forma individual e não mais acoplado a tiroglobulina. O transporte dessas moléculas será realizado por meio de uma proteína até sua célula alvo que possuirá receptor localizado no citoplasma. O T4 então se desprende da proteína carreadora e adentra a célula alvo, onde será convertido em T3, perdendo um iodo que será tirado pela enzima DEIODINASE/DESIODASE. Isso ocorre porque o T4 é a forma inativa do hormônio T3 e para que não haja um colapso metabólico em razão das ações do hormônio já ativo no trajeto até a célula alvo, a ativação se dá já na célula. A pouca quantidade de T3 produzida e liberada na célula folicular também será direcionada à célula alvo não precisando de uma nova conversão. Em exames laboratoriais, podemos solicitar as concentrações de hormônios tireoidianos. Há dois termos que podemos encontrar: T4 TOTAL E T4 LIVRE. T4 total é toda a quantidade de T4 produzida pela célula folicular; T4 livre é a quantidade de T4 que se desprendeu da proteína carreadora e está nas células teciduais. PRINCIPAIS FUNÇÕES DO T3 Aumenta a taxa metabólica basal logo o gasto energético será impactado; Promove catabolismo de tecido adiposo impactando na perda e ganho de peso; Promove aumento da Eritropoiese (produção de glóbulos vermelhos); Atua na degradação de colesterol; Melhora a sensibilidade dos receptores adrenérgicos afetando cronotropismo (frequência) e inotropismo (força) cardíaco; Aumenta oxigenação tecidual; Atua na maturação do sistema nervoso e esquelético podendo afetar no crescimento e desenvolvimento do indivíduo. Fisiologia Veterinária – Jennifer Reis da Silva (@jennifer_reis) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO. HIPERTIREOIDISMO O hipertireoidismo é uma patologia caracterizada pelo aumento da produção de hormônios tireoidianos. Por conta do aumento de produção hormonal, a tireoide aumenta de tamanho e se torna palpável em 90% dos casos. Os felinos domésticos na fase geriátrica são os animais mais comprometidos e os sinais clínicos apresentados são: Hiperatividade/ agressividade; Perda de peso; Taquicardia (>240bpm) podendo haver hipertrofia cardíaca; Taquipneia; Êmese e diarreia em função da alta velocidade do trânsito alimentar provocando síndromes de má absorção. Quando vamos fazer o diagnóstico de hipertireoidismo observamos os valores de T4 total e T4 livre que estarão em altas concentrações. Por conta disso, haverá tentativa de feedback negativo provocada pelo eixo hipotalâmico hipofisário diminuindo as concentrações de TRH e TSH para que haja normalização do quadro porém não haverá efeito em razão da patologia. HIPOTIREOIDISMO É mais comum nos cães e é caracterizado pela baixa produção dehormônios tireoidianos. Pode ser: ❖ Primário (Adquirido) em que a tireoide é incapacitada de produzir hormônios em função do ataque de anticorpos, logo, o hipotireoidismo é considerado uma doença autoimune causando tireoidite linfocitária. Essa forma é muito frequente, chegando a 95% dos casos; ❖ Secundário em que há comprometimento do eixo endócrino fazendo com que a hipófise produza menos TSH; ❖ Terciário: também está envolvido com comprometimento do eixo fazendo com que o hipotálamo não produza TRH adequadamente. Fisiologia Veterinária – Jennifer Reis da Silva (@jennifer_reis) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO. Os sinais clínicos apresentados são: Apatia e letargia; Ganho de peso corporal; Bradicardia; Termofilia (sentem frio); Preguiça e cansaço fácil; Face trágica e mixedema facial. Nos exames laboratoriais encontraremos baixas concentrações de T4 total e T4 livre e alta concentração de TSH buscando um feedback negativo que também não ocorrerá. As paratireoides são glândulas presentes nas tireoides em dois pares, porém com funções distintas. Um dos hormônios produzidos pela paratireoide é o PARATORMÔNIO (PTH) que é um hormônio proteico responsável pela manutenção dos níveis de cálcio, logo, suas células alvo são as células do tecido ósseo onde realizará a ativação dos osteoclastos promovendo a reabsorção óssea fazendo com que o cálcio presente nos ossos seja direcionado para o sangue. Sua ativação será feita quando houver hipocalcemia (diminuição dos níveis de cálcio no sangue) ou hiperfosfatemia (aumento dos níveis fósforo no sangue) já os íons de cálcio e fósforo se encontram em uma proporção que consiste em dois íons de cálcio para cada 1 íon de fósforo. Portanto, quando há acúmulo de fósforo no organismo por problema renal, já que os rins são responsáveis pela excreção deste íon, o paratormônio irá buscar aumentar os níveis de cálcio para manter a proporção de cálcio e fósforo. A partir dessas informações, podemos associar que doenças que levam a maior produção de paratormônio podem causar elevação dos níveis de cálcio no sangue e diminuição de cálcio nos ossos, principalmente os longos que se tornarão fragilizados. Animais com perda de matriz óssea apresentarão uma manifestação clínica denominada “mandíbula de borracha” já que a mandíbula do animal se encontrará mais enfraquecida em razão da fragilidade óssea. Entretanto, a falta desse hormônio também traz quadros clínicos de hipocalcemia havendo câimbras, tetania hipocalcêmica além de impacto no impulso elétrico e funções cardíacas podendo levar o animal a óbito. O hormônio antagônico ao paratormônio é a calcitonina, produzida pelas tireoides nas Hipertireoidismo Hipotireoidismo Metabolismo Aumenta Diminui Acúmulo de gordura Diminui Aumenta Eritropoiese Aumenta Anemia Colesterol Diminui Aumenta Maturação do SN e Esquelético Maior Menor Coração Taquicardia Bradicardia Oxigenação tecidual Aumenta diminui Fisiologia Veterinária – Jennifer Reis da Silva (@jennifer_reis) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO. células parafoliculares tendo como função diminuir a ação dos osteoclastos além de promover as ações dos osteoblastos. As adrenais/suprarrenais são glândulas bilaterais localizadas na região craniomedial dos rins. Seu formato é mais ovalado, semelhante a um feijão e a glândula esquerda tende a ser maior quando comparada a direita. As adrenais são divididas em duas porções: córtex que corresponde a 80% do tecido e medula que representa 20%. O córtex é capaz de sofrer regeneração enquanto a medula não. Para que haja produção hormonal é necessária a atuação do eixo endócrino com a liberação de CRH pelo hipotálamo e ACTH pela hipófise que irá estimular o córtex. A medula, por sua vez é estimulada por neurônios. Logo, as adrenais recebem dois estímulos: eixo endócrino e neurônios simpáticos. A região cortical possui 3 camadas: Zona Glomerulosa: é a mais externa. Nessa região há a produção de aldosterona, um importante hormônio mineralocorticoide responsável pela reabsorção de sódio e secreção de potássio pelo néfron. Para que haja liberação de aldosterona, a Zona Glomerulosa pode sofrer estímulos do hormônio ACTH produzido pela hipófise ou pela Angiotensina II vinda do sistema renina angiotensina aldosterona. Para chegar até seu tecido alvo, a aldosterona necessita de um carreador proteico podendo ser a albumina que é responsável por carrear 50%, transcortina que carreia 10% enquanto haverá 40% de aldosterona livre. Zona Fasciculada: é intermediária e representa a maior porção do córtex. Os estímulos recebidos por essa região são somente o ACTH e é também aqui onde há a produção de cortisol que é um glicocorticoide responsável pelo controle glicêmico em função da manutenção da gliconeogênese; O cortisol, por ser um hormônio lipídico necessita ser carreada por uma proteína podendo ser a Transcortina que é responsável pelo carreamento de % de aldosterona, albumina que carreia 15%. Os outros 10% se encontrarão de forma livre. Zona Reticular: mais interna e recebe estímulos por meio do ACTH para a produção de hormônios esteroides sexuais. GLICOCORTICOIDES Tem papel importante na produção de surfactante no tecido pulmonar; Estimula a produção de hemácias e plaquetas; Ação anti-inflamatória por inibir a fosfolipase A2; Tem ação imunossupressora por inibir linfócitos e eosinófilos; Atua na manutenção da filtração glomerular; Atua na manutenção da glicemia por meio da gliconeogênese; Fisiologia Veterinária – Jennifer Reis da Silva (@jennifer_reis) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO. Atua no metabolismo de lipídeos e proteínas. HORMÔNIOS SEXUAIS São importantes nas fases de desenvolvimento agindo na criação do fenótipo e sobre o padrão corporal dos animais (macho e fêmea), atuando na maturação de vias urinárias (esfíncter e uretra) e também maturação de pele e glândulas sebáceas. Na fase adulta, haverá manutenção dos níveis basais mesmo após castração, ainda mantendo produção de estrogênios, progestágenos e andrógenos. ALDOSTERONA Controla a atividade do sódio e potássio no néfron, mais especificamente no túbulo distal. Se não houver a ação correta não haverá excreção de sódio e o potássio será acumulado gerando hipercalemia podendo causar parada no sistema cardiorrespiratório. Se houver atuação exacerbada da aldosterona poderá haver hipocalemia em função da alta excreção de potássio gerando sinais de fraqueza muscular podendo causar morte do animal (não tão precoce quanto hipercalemia). Medula Adrenal Na medula, haverá a produção de catecolaminas e seu estímulo será via neuronal. FUNÇÕES DA ADRENALINA Promove taquicardia atuando na força contrátil do coração; Atua nas vasoconstrições mantendo circulação viável para os órgãos vitais; Aumenta capacidade de captação de oxigênio; Estimula secreção de renina; Promove dilatação de vasos da musculatura esquelética e cardíaca; Causa dilatação da pupila; Provoca relaxamento da musculatura lisa bronquiolar; Provoca relaxamento da musculatura do trato gastrointestinal, exceto esfíncteres. HIPERADRENOCORTICISMO (SÍNDROME DE CUSHING) Caracterizado pelo aumento da produção de cortisol pelo córtex da adrenal, o hiperadrenocorticismo é considerado a doença mais comum na rotina de cães. A causa pode estar relacionada a hiperplasia do córtex ou ao aumento do estímulo advindo do ACTH em razão de tumores de hipófise. HIPOADRENOCORTICISMO (SÍNDROME DE ADDISON) O hipoadrenocorticismo também é considerado uma doença autoimune em que há destruiçãoda glândula adrenal causando impacto em todo o córtex levando deficiência de glicocorticoides, mineralocorticoides e esteroides sexuais levando o animal a óbito se não for tratado rapidamente. O hipoadrenocorticismo pode ser: Fisiologia Veterinária – Jennifer Reis da Silva (@jennifer_reis) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO. ❖ Primário: quando o córtex adrenal é destruído por anticorpos (autoimune) correspondendo a 90% dos casos. ❖ Secundário: há alteração na hipófise que é impedida de produzir ACTH. Essa classificação é mais comum em humanos e está relacionada a neoplasias, traumas de cabeça, inflamações e cistos; ❖ Terciário: há alteração no hipotálamo impedindo que haja produção de CRH. As hipofunções são muito silenciosas e só apresentam sinais clínicos quando 80% a 90% da glândula é acometida, que é o momento em que o tutor busca atendimento do médico veterinário. Os felinos mais velhos também podem hiperaldosteronismo por conta de tumores no córtex da adrenal promovendo aumento na produção de aldosterona causando hipocalemias que serão evidenciadas pela fraqueza muscular. Você sabia... Quando há alguma alteração nos níveis hormonais, podemos notá-las por conta de hipo ou hipersecreções. Animais, assim como os seres humanos também podem apresentar ovários policísticos, principalmente cadelas. Para o paciente haverá um hiperestrogenismo sendo danoso já que pode ser uma ferramenta de proliferação para um carcinoma mamário, por isso, a castração é recomendada. Importante falarmos sobre a etimologia da palavra “trófico” que em grego significa “gostar de”. Logo, quando o hormônio é tireotrófico ele “gosta” da tireoide e quando é corticotrófico “gosta” do córtex da glândula adrenal. O reconhecimento de problemas endócrinos é realizado por meio da avaliação de quais hormônios estão reduzidos ou elevados para que então possamos saber em que glândula ou parte dela está o problema em questão. Importante pensarmos em acidentes com traumatismos cranianos que podem afetar o hipotálamo e hipófise impactando diretamente no controle hormonal. O nome tireoide, em grego quer dizer Escudo por conta da sua anatomia que “abraça” a traqueia sendo um escudo a ela.
Compartilhar