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[NOME DO AUTOR]GABRIELA MEDEIROS – TÉCNICAS OPERATÓRIAS E ANESTESIOLOGIA AULA PROFª. MARIA MANUELA ROLIM 1 Anestesia geral e Intubação Anestesia geral É uma depressão completa e reversível do SNC que promove: Perda da consciência – hipnose Eliminação da dor – analgesia Perda da atividade muscular – relaxamento muscular O que é hipnose? Indução a um nível depressão profundo de maneira artificial. Na anestesia geral não é possível sonhar ou ouvir, pois o nível de inconsciência é mais profundo do que o habitual. “Memória intraoperatório” = quando pacientes despertam na cirurgia, causada por erro anestésico. Indicações em anestesia geral: Potencial risco de broncoaspiração. Dificuldade de ventilação sob máscara facial ou laríngea. Ventilação mecânica prolongada. Procedimentos específicos (videolaparoscópicos, cabeça e pescoço). Componentes da anestesia geral: Ação a nível: Cortical, Subcortical, Periférico. BLOQUEIO CORTICAL – Inconsciência e amnésia. BLOQUEIO SUBCORTICAL: respostas autonômicas abolidas. BLOQUEIO PERIFÉRICO – imobilidade (inibe placa motora). Como chegar a esse nível de anestesia? Drogas por via venosas e inalatórias. Etapas da anestesia geral: 1º. Indução anestésica 2º. Manutenção 3º. Emergência ou despertar INDUÇÃO ANESTÉSICA: Uma variedade de fármacos venosos e inalatórios podem ser utilizados a fim de chegar a um nível adequado de anestesia. Revisando... Farmacocinética (o que o corpo faz com a droga) Liberação Absorção Distribuição Metabolização Eliminação Farmacodinâmica (o efeito da droga ao entrar em contato com seu receptor) Anestésicos Venosos: BENZODIAZEPÍNICOS: Farmacocinética: Curta duração: Midazolam, Clonazepam, Triazolam. Intermediária duração: Lorazepam, Bromazepam. Longa duração: Diazepam, Flurazepam. Obs.: ⤷ Idade, sexo, obesidade são fatores que influenciam a farmacocinética dos BDZ. ⤷ Midazolam muito utilizado – causa amnésia anterógrada: paciente esquece tudo aquilo após a administração dela. ⤷ Drogas lipossolúveis – atravessam a BHE ⤷ Via metabólica é hepática ⤷ Metabólitos ativos são mais lentamente metabolizados. Sítio de ação: receptor GABA. Mecanismo de ação: ao ligar-se nos receptores GABA dos neurônios no cérebro, aumentam a condutância do canal ao Cloreto, fazendo a inibição da condução do impulso nervoso. Efeito depressor no Sistema Nervoso Central. [NOME DO AUTOR]GABRIELA MEDEIROS – TÉCNICAS OPERATÓRIAS E ANESTESIOLOGIA AULA PROFª. MARIA MANUELA ROLIM 2 Farmacodinâmica: Efeitos no SNC: hipnose, sedação, ansiólise, amnésia, efeito anticonvulsivante. Efeitos no Sistema Respiratório: Depressão respiratória central dose- dependente! Cuidado na associação com Opioides (também causam depressão SNC). Cuidado em pacientes com DPOC (reserva pulmonar ruim). Efeitos no SCV: pequena ↓ na PAM (estáveis hemodinamicamente). ANESTÉSICOS VENOSOS: 1. DIAZEPAM: o Por via IV tem início de ação muito rápido (30-60s); o Metabolizado em 2 metabólitos ativos; o Doses: Indução = 0,3-0,5 mg/Kg IV ou 0,05- 0,1 mg/Kg IM. 2. MIDAZOLAM: o Rápido metabolismo o Agente de 1ª escolha para medicação pré-anestésica ou agente sedativo para anestesia ambulatorial. o Pacientes de risco: nefropatas (precisa de grande ligação proteica – fração livre maior), obesos mórbidos. o Eventos adversos: ⤷ Seguro quanto a hipersensibilidade; ⤷ Soluço, tosse, náuseas e vômitos. ⤷ Fenômeno paradoxal (idosos fazem agitação – precisa reverter com flumazemil.) ⤷ Amnésia anterógrada. 3. FLUMAZEMIL: o Potente antagonista com alta afinidade pelo receptor. o Desloca de maneira competitiva o agonista, anulando os efeitos do benzodiazepínico no SNC. o Dose terapêutica inicial ideal: 0,1-0,2 mg (repetida até 3 mg). 4. PROPOFOL: o Despertar é mais rápido e completo após indução com propofol. o Possui propriedades antiemética, ansiolítica e antipruriginosa. o Mecanismos de ação: ⤷ Assim como os demais anestésicos venosos, o propofol age por interação com o GABA. Farmacocinética: ⤷ Elevada lipossolubilidade. ⤷ É metabolizado no fígado, mas doenças hepáticas não comprometem o seu metabolismo. Farmacodinâmica: SNC: Diminui metabolismo e fluxo sanguíneo cerebral (minimiza edema cerebral). Estrutura antioxidante que atua como neuroprotetor. SCV: Depressão miocárdica e vasodilatação periférica são dependentes da dose e concentração. Diminuem DC, RVS e volume sistólico. Cuidado em pacientes hipovolêmicos. S. Respiratório: Depressor respiratório de ação central. Não causa alteração na MM. Lisa brônquica. Síndrome da infusão prolongada do propofol – pacientes que recebem por mais de 48h infusão de propofol tem depósito e acúmulo de gordura, que pode lesionar as células, comprometimento cardíaco. o Propriedades não-hipnóticas: Antiemético, antipruriginoso, ansiolítico e antiepiléptico. o Dose de indução: 1-3 mg/Kg. o Efeitos adversos: dor na injeção, contrações tonico-clonicas, apneia, hipotensão, tromboflebites. 5. ETOMIDATO: o Sem nenhum efeito significativo no SCV ou SR. o Exerce efeitos principais por interação com receptor GABA. o Metabolismo ocorre por hidrólise do grupo éster pelas enzimas microssomais hepáticas e pelas esterases plasmáticas. Farmacocinética: SNC: Diminui fluxo sanguíneo cerebral, ↓ consumo cerebral de O2, sem alterar PAM. SCV: Mínima alteração hemodinâmica em doses convencionais. SR: Causa menor depressão respiratória que propofol. Pode causar breve soluço, tosse. S. Endócrino: Pode causar insuficiência adrenal após infusão prolongada ou após dose única. [NOME DO AUTOR]GABRIELA MEDEIROS – TÉCNICAS OPERATÓRIAS E ANESTESIOLOGIA AULA PROFª. MARIA MANUELA ROLIM 3 Inibição dose-dependente e reversível da 11- β-hidroxilase. Queda temporária das taxas de aldosterona e cortisol após dose única. Efeitos adversos: o Alta incidência de náuseas e vômitos. o Flebites, tromboflebites superficiais. o Movimentos mioclônicos na indução. Uso clínico: o Pacientes com doença cardiovascular e hiperatividade brônquica. 6. CETAMINA: o Não apresenta semelhança clínica com nenhum outro anestésico venoso. o Intensa analgesia. o Alta lipossolubilidade. o Molécula possui carbono quiral – dois isômeros o Dextro-cetamina oferece maior potência analgésica, recuperação mais rápida e menor incidência de delírio. o Cetamina produz dissociação funcional entre os sistemas tálamo-cortical e límbico. o Promove atividade antagonista no receptor NMDA (glutamato) potencializa analgesia. o Padrão de analgesia é diferente: paciente pode ficar com olhos abertos, reflexos palpebral, nistagmo, tremores. Alucinações. Farmacocinética: Metabolizada pelo sistema enzimático hepático. Atravessa a BHE rapidamente. Duração do efeito depende da dose. Farmacodinâmica: SNC: Intensa analgesia, mas mantem olhos abertos (estado cataléptico). Reflexos de tosse e deglutição podem estar presentes. Pode causar reações psicomiméticas (contraindicado em pessoas que tem psicoce). SCV: Único anestésico venoso que possui características de estimular o SCV (liberação de catecolaminas, causando taquicardia, aumento da pressão arterial em alguns minutos após adm). Cuidado com pacientes com baixas reservas de catecolaminas. S. Respiratório: Produz mínima depressão respiratória (bom para pctes asmáticos e dpocíticos). Produz relaxamento da mm. Brônquica e efeito broncodilatador. As secreções salivares e brônquicas mucosas são aumentadas. 7. DEXTROCETAMINA (S+ CETAMINA) o Apresenta maior seletividade peloreceptor NMDA. o Maior potência, depuração mais rápida, menores efeitos alucinógenos e atividade protetora CV e cerebral. Contraindicação: Pacientes portadores de Hipertensão Intracraniana (HIC), ou lesões expansivas intracranianas - ↑ fluxo cerebral. Doença isquêmica coronariana grave (não consegue manter fluxo adequado). Aneurismas cerebrais ou doenças psiquiátricas (pode exacerbar as psicoses). 8. ALFA-2-AGONISTAS: o Clonidina e Dexmedotomidina (Precedex®). o São mais usados como coadjuvantes. o Receptores α2-adrenérgicos são pré- sinápticos, fazendo feedback negativo na liberação de noradrenalina. Mecanismo de ação: Agonizar os receptores α2, promovendo feedback negativo e ↓ noradrenalina. Farmacodinâmica: SNC: Locus Ceruleus: local com maior número de receptores alfa-2, onde os agonistas irão se ligar, produzindo hipnose e ↓ atividade simpática central. SCV: ↓ cronotropismo e inotropismo. ↓ da RVS, do DC e do consumo miocárdico. S. Respiratório: Leve depressão respiratória (maioria dos pctes conseguem manter a respiração normal). S. Renal: Efeito diurético e natriurético. Outros: Efeito antitremor. Adjuvante, diminuindo o consumo de outros anestésicos venosos. Efeito simpaticolítico (REMIT) e antissialogogo, [NOME DO AUTOR]GABRIELA MEDEIROS – TÉCNICAS OPERATÓRIAS E ANESTESIOLOGIA AULA PROFª. MARIA MANUELA ROLIM 4 9. OPIOIDES: o Tramadol, morfina, fentanil, sufentanil. ⤷ Para IOT, precisamos de uma analgesia rápida, portanto, analgésico de início de ação rápido – Fentanil, Sufentanil (tem analgesia mais potentes que a morfina). ⤷ Analgesia pós-operatória – drogas com ação lenta: Morfina, Tramadol. o Sofrem metabolização hepática. o A maioria possui alta afinidade às proteínas plasmáticas. o Os opioides tem receptores específicos no SNC que ao se ligarem promovem analgesia. SNC: Podem promover inconsciência, mas não hipnose. Diminui taxa metabólica cerebral. SCV: Droga estável hemodinamicamente. S. Respiratório: Depressão central dose-dependente. TGI: Promovem náuseas e vômitos. Outros: Muito prurido, principalmente na inervação do trigêmeo. Antagonista: NALOXONA (Narcan®). Reverte todos os efeitos a depender da dose. Trata depressão respiratória e prurido se doses menores. Cuidado com a morfina – gera metabólitos ativos mais potentes que ela mesma. Ter cuidado com idosos, nefropatas. Anestésicos inalatórios: Sevoflurano, desflurano, isoflurano, eflurano, halotano, óxido nitroso, desflurano. Mais usado para manter a anestesia, após ter feito hipnóticos, opioides e relaxante muscular via venosa. Pode-se manter a hipnose com anestésicos inalatórios. Muito estável hemodinamicamente. Também usado para indução. Usado em crianças. O sevoflurano é um composto líquido, que precisa do vaporizador para vaporiza-lo. O vaporizador é acoplado no carrinho de ventilação mecânica, que passa a mandar oxigênio e o anestésico. Farmacodinâmica: Doses dos anestésicos inalatórios são expressas em CAM (Concentração Alveolar Mínima) – quando 50% dos pacientes não apresentam movimentos ao estímulo cirúrgico. CAM define potência do anestésico inalatório. Mecanismo de ação: Age em vários canais iônicos no SNC e medula (receptores GABA, NMDA e Glicina), promovendo o efeito depressor. Efeitos: Inconsciência e amnésia em concentrações inspiradas baixas. Depressão generalizada do SNC proporcional a dose. Aumento do fluxo sanguíneo cerebral. Diminuição da taxa metabólica cerebral. Broncodilatadores. Diminuição do tônus muscular. Podem promover depressão respiratória e cardiovascular com efeito dependente da dose. Bloqueadores neuromusculares: Mais usados na rotina anestésica: Succinilcolina, Rocurônio, Cisatracúrio. Mecanismo de ação: Ligação aos receptores de acetilcolina na placa motora, impedindo a despolarização da placa e a contração muscular. Despolarizante – Succinilcolina (por ser uma molécula semelhante a acetilcolina, promove despolarização inicial e depois relaxamento) – paciente pode manifestar de início contração tonico-clônico generalizada (despolarização), e só depois tem o relaxamento (condição de intubação). Tem uma meia-vida ultracurta. ⤷ Obs.: quando a succinilcolina despolariza a placa motora, promove um ↑ do potássio sérico – pctes com que já tenham nível sérico aumentado (nefropatas, grandes queimados, acamados), podem deflagrar arritmias cardíacas. Adespolarizantes – se ligam ao receptor nicotínico e impede que a acetilcolina se ligue, não promovendo despolarização inicial motora. ⤷ Curta – Mivacúrio. ⤷ Média – vecurônio, rocurônio, cisatracúrio, atracúrio. ⤷ Longa – pancurônio. [NOME DO AUTOR]GABRIELA MEDEIROS – TÉCNICAS OPERATÓRIAS E ANESTESIOLOGIA AULA PROFª. MARIA MANUELA ROLIM 5 Intubação Endotraqueal Indicações: Pacientes submetidos a anestesia geral; Paciente crítico por doença multissistemica ou injúria; Parada cardiorrespiratória; Falha em proteger a via aérea de aspiração. Oxigenação ou ventilação inadequada; Obstrução existente ou previsível (aspiração de chamas); Escala de coma de Glasgow < 9. IOT de urgência VS. IOT eletivo: Principal preocupação: broncoaspiração dos conteúdos gástricos. Cuidados: Anestesia eletiva – paciente deve ficar em jejum antes da cirurgia. Cirurgias de emergência – podem estar com seus estômagos cheios, independentemente do tempo que em estiveram em jejum. “Sequência rápida” – faz uma pré- oxigenação com ambu com O2 a 100%, para que faça uma “reserva”, e a partir do uso de anestésicos hipnóticos, para de fazer a ventilação (diminuir risco de inflar estômago e broncoaspirar). Faz uso de relaxante muscular de ação rápida (succinilcolina ou rocurônio em dose dobrada – 0,6mg x2). Gravidez – são tratadas como se tivessem estômago cheio, independentemente da sua última ingestão de alimentos ou líquidos. Sempre avaliar a VA previamente: Independente se urgência ou eletiva. Checar material: aspirador, AMBU, laringoscópio, tubos, canula de Guedel, guias e seringas, estetoscópio, capnógrafo, par de luvas. Selecionar tubo orotraqueal: Depende da idade do paciente e do tipo de intervenção cirúrgica. Em geral: Mulheres: 7,0 ou 7,5 Homens: 8,0 Crianças acima de 2 anos: (idade/4) + 4 RN prematuro: 2,5 RN a termo: 3,5 6 a 12 meses: 4,0 Posicionamento: Hipertensão do pescoço para alinhar os 3 eixos. Laringoscópio na mão esquerda, introduz tracionando pra cima e pra frente, levantando a epiglote. Introduz tubo pela rima lateral direita, e tentar ir até a valécula, onde consegue ver a epiglote. [NOME DO AUTOR]GABRIELA MEDEIROS – TÉCNICAS OPERATÓRIAS E ANESTESIOLOGIA AULA PROFª. MARIA MANUELA ROLIM 6 Confirmar: Capnografia – acoplada ao tubo, mede o CO2 expirado. PADRÃO-OURO. Inspeção torácica. Ausculta do estômago e campos pulmonares bilaterais. Ausculta na porção alta da axila. Complicações: Lesão dos lábios, língua ou dentes. Lesão da faringe ou da mucosa traqueal. Lesão das cordas vocais ou traqueia. Regurgitação/broncoaspiração. Manutenção da anestesia: Regulação da profundidade da anestesia. Assegurar inconsciência e amnésia – Monitor de consciência BIS (índice bispectral): faz leitura do encefalograma. Hidratação intra-operatória (Cristaloides, Coloides). Ventilação mecânica (ter conhecimento). Técnica anestésica: Inalatória Inalatória/relaxante/opioide Venosa total (infusão de propofol) Combinada com anestesia regional (raquianestesia pra analgesiae associar anestesia geral). Despertar ou Emergência da anestesia: Objetivo é que o paciente desperte com força muscular plena e controle adequado da dor. Quando extubar? Sinais vitais Ventilação espontânea: volume corrente e FR Nível de sedação – resposta a comandos Bloqueio neuromuscular Sugamadex – agente de reversão do bloqueio neuromuscular produzido pelo rocurônio ou vecurônio.
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