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Doenças do Pâncreas : ……. ➥ Anatomia: - O pâncreas é um órgão retroperitoneal, sendo necessário ressecar o omento menor para ver parcialmente, sendo assim para conseguir completa visualização é necessário rebater o estômago para vê-lo - Relações anatômicas: → Calda: baço → Cabeça: duodeno,eles compartilham a mesma vascularização, vasos do tronco celíaco; → Veia Esplênica: a veia esplênica passa posterior ao pâncreas, em casos de inflamação do pâncreas, pode formar uma trombose de veia esplênica que por consequência levar a um surgimento de varizes isoladas, no fundo gástricas sem a presença de varizes no esôfago (hipertensão porta segmentar). → Colédoco: passa por dentro da cabeça do pâncreas, sendo assim em processos de inflamação ou neoplasias, pode haver oclusão do colédoco condicionando icterícia ➥ Função Pancreática: - Para o pâncreas liberar a sua secreção o seu suco pancreático ele libera como se se espremesse - A porção endócrina produzem hormônios a alfa glucagon, beta insulina e delta somatostatina (inibição de secreção biliar, pancreática, gástrica) - Na porção exócrina o suco pancreático se difere da bile pela presença de bicarbonato, - Para o pâncreas se contrair ele conta com estímulos liberados pelas células presentes no duodeno, ou seja, para liberar o suco é necessário que o bolo alimentar ao entrar em contato com duodeno ele estimula as células “ I”, para a liberação de CCK, além disso as células “S” que também são especializadas, para estimular a produção de secretina para que haja a liberação de bicarbonato para neutralizar o quimo que vem extremamente ácido, e proteger a mucosa do duodeno. - Esse bicarbonato jogado potencializa a ação das enzimas pancreáticas, que agem melhor em meio mais básico - As enzimas do pâncreas são liberadas de duas formas as prontas que já agem diretamente com suas respectivas funções como é o caso da amilase e lipase; e as enzimas inativas ou proenzimas como o tripsinogênio que precisa entrar em contato na mucosa com a enteroquinase para formar a tripsina, → tripsina: digestão de proteínas → amilase: digestão de carboidratos (amido) → fosfolipase: digestão de fosfolipídeos → elastase: digestão de fibras elástica → aminopeptidases: digestão de fibras elásticas - Logo a pancreatite nada mais é do que a autodigestão pancreática, pois em casos de obstrução da saída do suco pancreático elas podem sofrer ativação e iniciar uma autodigestão Pancreatite: . - São processos inflamatórios que comprometem o pâncreas associados a lesão de células acinares. Pancreatite Aguda: . ➥ Etiologia: - colelitíase (principal causa) - Em pacientes com pancreatite é sempre interessante associar história de colecistite, já a presença de cálculos na vesícula são fator de risco para o surgimento de um quadro de pancreatite aguda, devido muitas vezes o cálculo pode obstruir a ampola permitindo assim o refluxo do suco pancreático - alcoolismo (também pode levar a obstrução de ductos, ele promove um espessamento do suco pancreático, propiciando a formação de rolhas proteicas que obstrui pequenos ductos, estando mais relacionado com a pancreatite crônica) - idiopática - isquemia \ trauma - vírus - droga (estrógenos, diuréticos tiazídicos furosemida, procainamida) ➥ Fisiopatologia: - Basicamente qualquer forma de obstrução dos ductos pancreáticos que impedem a saída da secreção pancreática, promove a autodigestão devido aos efeitos digestivos das enzimas formadas por este órgão, até mesmo as enzimas inativas sofrem um processo de ativação e tornam-se capazes de digerir o próprio órgão. - O problema de ter uma obstrução ductal é o acúmulo de secreção e isso leva a uma dilatação do ducto que causa edema no tecido, esse edema de tecido pode causar perda de vascularização que leva a isquemia. ➥ Clínica: - dor intensa - dor em faixa em abdome superior (pode irradiar para dorso, devido ser retroperitonizado) - icterícia (muitas vezes relacionadas a um processo de bloqueio ou obstrução da papila maior - nausea e vomitos - distensão abdominal - O paciente que possui neoplasias de cabeça de pâncreas pode haver a presença de icterícia, possuindo assim o sinal de Courvoisier-Terrier positivo (presença de icterícia associada a vesícula palpável), isso ocorre quando em um paciente ictérico, ao palpamos o hipocôndrio direito é possível sentir a vesícula biliar distendida, já que em condições normais não é palpável, basicamente isto se deve ao fato da massa neoplásica, ou tumores periampulares comprimirem a papila maior o ampola hepatopancreática, que devido a obstrução promove um refluxo de bile, a qual leva a distensão da vesícula. O sinal de courvoisier não é tão comum em coledocolitíase, devido ao processo mais fibrosado da vesícula (vesícula escleroatrófica, mais dura), o que leva a uma diminuição da capacidade de distensão e acúmulo de bile e não deixa a vesícula está sendo papável. ● Sinal semiológico: - Estes sinais equivalem a hemorragia retroperitoneal, - São raros, não são patognomônicos com pancreatite aguda mas a sua presença indica um prognóstico extremamente grave. - Cullen: equimose periumbilical - Grey-Turner: equimose em flancos ➥ Laboratorial: - Hemograma pode ter leucocitose, mesmo não estando em vigência de infecção bacteriana - Aumento de TGO \TGP, os critérios de ranson usam a TGO como prognóstico, já a TGP elevada induz uma etiologia biliar. - AMILASE e LIPASE - Qualquer forma de abdome agudo pode proporcionar um aumento sutil de amilase (aumento de até 3X), diferente da pancreatite que é absurdo o aumento - Amilase aumenta nas primeira 24 hr, já a lipase demora mais, isso ocorre pois a digestão do tecido adiposo pancreático e isso leva um consumo maior da própria lipase, por esse motivo é marcado mais significativamente a amilase já que é liberada mais diretamente na corrente sanguínea. - Existe situações em que pode haver uma pancreatite aguda por álcool em que a amilase se encontra normal, isso é comum em pacientes crônicos que podem agudizar seu quadro; outra situação que é a hipertrigliceridemia pode dar um falso positivo devido uma dificuldade de leitura do exame, por dificultar a leitura de amilase - Sódio e potássio para quadros de muito vômitos, pois pode ter distúrbios hidroeletrolíticos - Gasometria ➥ Tratamento: - Iniciar analgesia EV, não é mais indicado o uso de opióide principalmente a morfina pois ela estimula a contração do esfíncter de Oddi, mas na prática clínica isso é utilizado, - Jejum e com dieta hipoproteica pois assim não estimula as células S e I a secretarem CCK para a contração e liberação de mais suco pancreático. - Hidratação, pois o paciente vomita muito fica desidratado e pelo próprio processo inflamatório que tem perda de líquido para o terceiro espaço - Antiemético - Não utilizar antibiótico, a não ser em quadro de infecção, após visualização de bolsas de ar (presença de gás) em tomografia, indicando muitas vezes uma necrose - A dieta deve ser iniciada o mais rápido possível, pois estimula o peristaltismo e diminui translocação bacteriana, deve-se passar uma sonda parenteral após a segunda porção duodenal, Critérios de Balthazar ➥ Complicações: - Formar necrótica - Coleção líquida aguda (acúmulo de líquido pelo próprio processo inflamatório) - Pseudocisto (caso se estende a coleção líquida passar de 4 semanas, só é drenado caso comprometa outras estruturas, é chamado pelo fato de sua parede não ser um epitélio e sim um tecido de granulação. Com a presença do pseudocisto deve-se somente observar a evolução, em casos dele comprimir alguma estrutura, romper, sangrar ou infectar ai deve drenar ou mudar a conduta frente a ele) - Abscesso pancreático (seria uma infecção desse pseudocisto) - Obstrução duodenal (pelo processo inflamatório presente é comum a formação de um edema que quando acometendo a região de cabeça do pâncreas leva a um obstrução duodenal) - Falência de múltiplos órgãos - Choque Pancreatite Crônica: . ➥ Etiologia: - alcoolismo (principal causa) - doenças do tratobiliar - hipercalcemia (pode estimular a formação de cálculos pancreáticos e obstruir ductos pancreáticos) - hiperlipidemia (aumenta a viscosidade do líquido pancreático, que também pode causar a obstrução) - idiopática - todas essas causas são a relacionadas com pequenas obstruções dos pequenos ductos pancreáticos, diferente da aguda que geralmente é a obstrução Wirsung ➥ Patogenia: - Obstrução de pequenos ductos intrapancreáticos, e ativação precoce de enzimas digestivas em porções mais localizadas, causando pequenos focos de necrose gordurosa e hemorrágica, o que leva a processo crônico e fibrose. ➥ Clínica - tríade classifica: calcificação em algum exame de imagem, esteatorreia (falência do pâncreas exócrino) e diabetes (falência de pâncreas endócrino) - dor abdominal (é indicação de cirurgia casos de dor intratável) - DM - perda de peso (pela esteatorréia, diminuição de absorção de vitaminas lipossolúveis, e mal alimentação devido passar mal durante as refeições) - esteatorréia (presença de gordura nas fezes) - icterícia - Artrite, casos raros ➥ Sinal Clínico: - Eritema de ab igne: o paciente pela dor no dorso leva o paciente a fazer compressa quente na região dorsal, ou seja é uma dermatose pela presença de calor - Não é patognomônico ➥ Complicações: - formação de pseudocistos (ductos dilatados, que pelo processo de fibrose comprime porções do ducto e retendo líquido, por dificultar a drenagem) - DM secundária (pela destruição progressiva do pâncreas) - formação de cálculos (pelo aumento da concentração de cálcio no suco pancreático e a sua estase) - obstrução dos ductos biliar e duodeno - diminuição da absorção de vitamina K (a vitamina K é lipossolúvel, e com a menor absorção de gordura ela é prejudicada)
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