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Resumo: MORIN, J.-F.; PAQUIN, J. What is foreign policy analysis?. Foreign Policy Anaysis: a toolbox. Cham: Palgrave MacMillan, 2018.

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Resumo: MORIN, J.-F.; PAQUIN, J. What is foreign policy analysis?. Foreign
Policy Anaysis: a toolbox. Cham: Palgrave MacMillan, 2018.
Por Raissa Januzzi Pessotti
Este primeiro capítulo, caracteriza o campo de Análise de Política
Externa (APE), fornecendo algumas definições gerais sobre sua abrangência e
apresenta a política externa (PEX), como a variável dependente da APE.
Diferentemente de outros campos de pesquisa, a APE é caracterizada
pela abordagem integrativa, multicausal, multidisciplinar e multisetorial. Devido
a essas características, abundam metodologias, abordagens e teorias, cuja
aplicabilidade pode ser combinada e dependerá do objeto a ser analisado e das
perguntas levantadas. O foco da APE é analisar a continuidade interativa entre
os atores e o sistema internacional. O pesquisador da área, parte da noção de
que a variável dependente do campo é a política externa (PEX) em si doravante,
ao encontrar uma PEX que lhe desperte interesse, deve procurar explicá-la
utilizando as diversas variáveis independentes, intermediárias e níveis de
análise disponíveis.
Não há um consenso sobre a conceituação de PEX, existe na literatura
uma vasta amplitude de definições, podendo abranger desde ações (ou inação),
doutrinas que permeiam a ação, discursos ou até mesmo uma combinação de
vários elementos. A definição utilizada aqui, se sustenta em três pontos
centrais: são ações ou regras (o que?), desempenhadas especificamente no
sistema internacional (onde?) demarcando a distinção com o campo de política
pública e executadas apenas por Estados soberanos (quem?), diferindo de
outras entidades que apenas atuam internacionalmente.
Pode-se dizer que a APE está localizada na interseccionalidade entre o
campo de relações internacionais (RI) e análise de políticas públicas (PP), ou
seja, pra explicar o comportamento dos Estados, a APE pode utilizar-se tanto
dos paradigmas das RI, como, de variáveis domésticas. Um dos principais
elementos que distinguem os três campos, são os níveis de análise. Enquanto
RI é fundamentalmente orientada por uma perspectiva estrutural à nível
internacional, as PP focam no nível nacional, a APE, pode considerar o nível
individual, nacional e internacional.
Em 1960, o behaviorismo impactou a APE, levando pesquisadores como
Rosenau a instigar outros colegas da área a darem um passo além dos
estudos de caso e descrições, e desenvolverem teorias mais abrangentes.
Para isso, nos anos seguintes, pesquisadores sistematizaram um
conhecimento robusto, por meio da criação de bancos de dados, para
realização de análises comparadas que pudessem evidenciar padrões
empíricos.
Entretanto, o maior impasse que levou ao fracasso do desenvolvimento
de teorias gerais, estava justamente em uma das características do próprio
objeto de estudo, a enorme gama de particularidades que condicionam o
comportamento Estatal. Assimilado isso, os acadêmicos da área focaram no
desenvolvimento de teorias de médio alcance, capazes de explicar decisões
em conjunturas específicas, abandonando a ambição de outrora.
Desde os anos 2000, o campo de APE apresenta vários indicativos de
aumento de interesse por parte da comunidade acadêmica e
consequentemente expansão do seu desenvolvimento. Isso se deu muito em
função da sua abordagem integrativa com outras disciplinas e níveis de
análise, que proporciona amplitude para a criatividade do pensamento
científico.

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