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Resumo: MORIN, J.-F.; PAQUIN, J. How to identify and assesses a foreign policy. Foreign Policy Anaysis: a toolbox. Cham: Palgrave MacMillan, 2018

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Resumo: MORIN, J.-F.; PAQUIN, J. How to identify and assesses a foreign
policy. Foreign Policy Anaysis: a toolbox. Cham: Palgrave MacMillan, 2018
Por Raissa Januzzi Pessotti
A identificação e caracterização do objeto de estudo é fundamental pois
permite uma escolha do método explicativo adequado para uma análise de
política externa (APEX), portanto, este capítulo objetiva fornecer cinco pontos
de referência para uma análise comparativa de política externa (PEX).
O primeiro trata dos objetivos da PEX, que podem ser extraídos por meio
da análise de discurso, da doutrina que sustenta a atuação de líderes políticos,
do desmembramento da noção de interesse nacional e da dedução por meio do
comportamento do Estado.
Cada uma dessas abordagens apresenta dificuldades específicas, na
análise de discurso, cabe ao analista identificar discrepâncias entre o discurso
e a prática. Na doutrina, tem que ser levado em consideração possíveis
distorções entre a doutrina e a prática. No interesse nacional é necessário
interpretar a conexão entre o interesse nacional e a prática para identificar os
objetivos específicos. Já no comportamento estatal, uma PEX pode conter
vários objetivos simultâneos e também depender de instrumentos utilizados
anteriormente, tornando difícil o trabalho do analista em distinguir entre
objetivos de mobilização, instrumentos e resultados.
Dadas essas dificuldades de operacionalização há uma predileção entre
os analistas de ignorar os objetivos e focar na mobilização de recursos, que é o
segundo ponto de referência.
Para entender a mobilização de recursos, aqui utilizou-se a definição de
poder como capacidade de implementação de recursos quando a circunstância
requerer. Os indicativos de poder são os recursos, capitais mobilizáveis pelo
Estado, podendo ser materiais ou demográficos (território, população e
matérias-primas) quantificáveis e relativamente estáveis e/ ou ideacionais
(prestígio, patriotismo ou autoridade moral).
O paradoxo de poder exprime a não relação direta entre possuir recursos
e poder, pois os primeiros precisam ser mobilizados e transformados em
influência. Os stakeholders nacionais são responsáveis por converter recursos
em capacidades adicionais (mobilização) e transformar capacidades em
instrumentos de PEX (exploração), no qual incluem-se diversas variáveis
intervenientes como controle, autonomia e legitimidade.
O terceiro ponto, são os instrumentos de PEX utilizados como
parâmetros para medir a variação em uma PEX. Eles são enquadrados em três
grandes categorias, da socialização à intervenção, que subdividem em, pelo
menos, outras sete subcategorias. Os instrumentos podem ser utilizados
combinadamente e para a identificação da relação entre os instrumentos
utilizados, aplicam-se ferramentas metodológicas como bancos de dados
baseados em eventos. Embora precisem ser utilizados com cautela, pois
podem conter enviesamentos e ignoram os não-eventos.
O quarto ponto, são os processos de PEX, que consideram o contexto
doméstico variável fundamental para APEX. Da compreensão dos processos,
temos principalmente a segmentação linear em seis fases, abrangendo do
enquadramento à avaliação de uma PEX e a abordagem cíclica onde os
estágios de formulação se sobrepõem. Cabe ao analista definir seu objeto de
estudo para identificar que fase do processo é a melhor variável explicativa
para a pesquisa.
Por último, temos os resultados como referência para APEX, cujas
dificuldades são identificar os reais objetivos, a multicausalidade dos
resultados, a tensão entre objetivos de médio e longo prazo e a
contrafactualidade. O feedback é um medidor da eficácia da PEX, podendo ser
negativo ou positivo. Ignorá-los pode causar distorção na análise, considerá-los
pode levar a superestimação ou subestimação da estratégia. Em síntese, medir
a efetividade de alguma PEX depende do nível de análise e quando todos os
níveis de análise são relevantes, utilizam-se modelos teóricos para
interpretação.

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