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HABILITAÇÃO E REABILITAÇÃO Humberto Macedo - 17439594860 • O Brasil começou a pensar na proteção social, lançando o Decreto n. 7.036 de novembro de 1944. Com o objetivo de realizar a adaptação profissional e o reaproveitamento profissional para o empregado acidentado, ainda não previa a proteção de outras categorias, dependentes, etc. PRIMEIROS INDÍCIOS DESSE SERVIÇO NO BRASIL Humberto Macedo - 17439594860 • A importância da habilitação e reabilitação é reconhecida internacionalmente pela Convenção n. 159 da OIT, de 01/06/1983, que foi ratificada pelo Brasil, tendo sido promulgada pelo Decreto n. 129, de 22/05/1991; • Constituição Federal: Artigo 203, III e IV; • Lei 8.213/91: Artigos 89 a 93; • Decreto 3.048/99: Artigos 136 a 141; • Instrução Normativa 77/15: artigos 398 a 406; FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA Humberto Macedo - 17439594860 DAS PRESTAÇÕES PREVIDENCIÁRIAS (no âmbito do Regime Geral) DOS BENEFÍCIOS: I – Quanto ao segurado: a) Aposentadoria por invalidez; b) Aposentadoria por idade; c) Aposentadoria por tempo de contribuição; d) Aposentadoria especial; e) Auxílio-doença; f) Salário-família; g) Salário-maternidade; e h) Auxílio-acidente II – Quanto ao dependente: a) Pensão por morte; b) Auxílio-reclusão; DOS SERVIÇOS: A) Serviços sociais; B) Reabilitação e habilitação profissional; Artigo 18 da Lei 8.213/91 Humberto Macedo - 17439594860 Os serviços são prestações previdenciárias de assistência e amparo social destinados aos segurados, de forma obrigatória, e, na medida das possibilidades, aos seus dependentes. Tais serviços dividem-se em: Serviço social e HABILITAÇÃO E REABILITAÇÃO PROFISSIONAL. SERVIÇOS Humberto Macedo - 17439594860 HABILITAÇÃO E REABILITAÇÃO PROFISSIONAL A HABILITAÇÃO E REABILITAÇÃO PROFISSIONAL é um serviço da Previdência Social, que deve ser administrado e prestado pelo INSS, de caráter obrigatório, conforme dispõe o artigo 90 da Lei 8.213/91: Artigo 90. A prestação de que trata o artigo anterior é devida em caráter obrigatório aos segurados, inclusive aposentados e, na medida das possibilidades do órgão da Previdência Social, aos seus dependentes. Humberto Macedo - 17439594860 HABILITAÇÃO E REABILITAÇÃO PROFISSIONAL HABILITAÇÃO: É a preparação do inapto para exercer atividades, em decorrência da incapacidade física adquirida ou deficiência hereditária. REABILITAÇÃO PROFISSIONAL: pressupõe a pessoa ter aptidão e tê-la perdido por motivo de enfermidade ou acidente. OBJETIVO: O objetivo da habilitação e reabilitação profissional é proporcionar os meios de reeducação ou readaptação profissional para o retorno ao mercado de trabalho dos segurados incapacitados por doença ou acidente. Humberto Macedo - 17439594860 RELAÇÃO JURÍDICA PREVIDENCIÁRIA Segundo Lazzari e Castro, a relação jurídica previdenciária, ou de seguro social é, pois, aquela em que: “credor é o indivíduo filiado ao regime de previdência ou seus dependentes, e devedor o Estado, por meio da entidade cuja atribuição é a concessão de benefícios e serviços.” A relação jurídica previdenciária (de benefício ou de serviço) iniciará quando o INSS for provocado pelo segurado mediante requerimento, a ser efetivado via portal MEU INSS, ou pelo 135, pelo segurado, procurador, dependente ou convênios firmados, conforme dispõe artigo 117 da Lei 8.213/91. Humberto Macedo - 17439594860 INÍCIO DA RELAÇÃO JURÍDICA DA HABILITAÇÃO E REABILITAÇÃO PROFISSIONAL (Exemplos) • Quando o segurado faz o requerimento de um benefício acidentário na APS, o INSS, de ofício, pode encaminhá-lo ao programa de reabilitação, logo, é neste momento que inicia a relação jurídica; • Quando o segurado já recebe o auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez e, em sua próxima perícia, o médico do INSS encaminha-o ao programa; • Quando o segurado aposentado faz o pedido de habilitação e reabilitação profissional perante o INSS, e há o reconhecimento do direito, na perícia médica; Humberto Macedo - 17439594860 O ingresso do segurado no serviço de Reabilitação Profissional depende do encaminhamento pela perícia médica, o que em geral ocorre no exame de avaliação de beneficio por incapacidade. A QUEM CABE O ENCAMINHAMENTO DO SEGURADO À REABILITAÇÃO? Humberto Macedo - 17439594860 A QUEM É DESTINADO O PROGRAMA DE HABILITAÇÃO E REABILITAÇÃO? É um serviço destinado aos beneficiários, incapacitados parcial ou totalmente para o trabalho, em caráter obrigatório, independentemente de carência, e às pessoas portadoras de deficiência sem vínculo, bem como aos dependentes, neste último, de acordo com a disponibilidade das unidades de atendimento da Previdência Social. PRIORIDADE DO SERVIÇO A Instrução Normativa 77/15, em seu artigo 399 define a prioridade: Art. 399. Poderão ser encaminhados para o Programa de Reabilitação Profissional: I - o segurado em gozo de auxílio-doença, acidentário ou previdenciário; II - o segurado sem carência para a concessão de auxílio-doença previdenciário, incapaz para o trabalho; III - o segurado em gozo de aposentadoria por invalidez; IV - o segurado em gozo de aposentadoria especial, por tempo de contribuição ou idade que, em atividade laborativa, tenha reduzida sua capacidade funcional em decorrência de doença ou acidente de qualquer natureza ou causa; V - o dependente do segurado; e VI - as Pessoas com Deficiência - PcD. Humberto Macedo - 17439594860 Não é exigido tempo mínimo de contribuição para que o segurado tenha direito ao serviço de habilitação e reabilitação profissional, ou seja, não tem carência. Conforme determina o artigo 26, V da lei 8.213/91 e o artigo 136 do Decreto 3.048/99; COMO É FEITO O ATENDIMENTO: O atendimento é feito por equipe multiprofissional de médicos, assistentes sociais, psicólogos, sociólogos, fisioterapeutas e outros profissionais. O artigo 137 do Decreto 3.048/99 dispõe o que a equipe multiprofissional tem obrigação de fazer: Art. 137. O processo de habilitação e de reabilitação profissional do beneficiário será desenvolvido por meio das funções básicas de: I - avaliação do potencial laborativo; (Redação dada pelo Decreto nº 3.668, de 2000) II - orientação e acompanhamento da programação profissional; III - articulação com a comunidade, inclusive mediante a celebração de convênio para reabilitação física restrita a segurados que cumpriram os pressupostos de elegibilidade ao programa de reabilitação profissional, com vistas ao reingresso no mercado de trabalho; e (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003) IV - acompanhamento e pesquisa da fixação no mercado de trabalho. CARÊNCIA Humberto Macedo - 17439594860 O QUE DEVE SER OFERECIDO PELO INSS AO BENEFICIÁRIO DO SERVIÇO: Ainda no supracitado artigo, em seu parágrafo 2º, dispõe que: § 2º Quando indispensáveis ao desenvolvimento do processo de reabilitação profissional, o Instituto Nacional do Seguro Social fornecerá aos segurados, inclusive aposentados, em caráter obrigatório, prótese e órtese, seu reparo ou substituição, instrumentos de auxílio para locomoção, bem como equipamentos necessários à habilitação e à reabilitação profissional, transporte urbano e alimentação e, na medida das possibilidades do Instituto, aos seus dependentes. O artigo 89 da lei 8.213/91 também trata do assunto. Humberto Macedo - 17439594860 REALIDADE: A maioria das agências da Previdência Social não possuem aparelho de prótese, órtese e instrumentos de auxílio para locomoção, nem viaturas para atender à demanda, logo, isso dificulta e muitas vezes inviabiliza a realização do processo de reabilitação, ocorrendo um retrocesso social. Cogita-se até a possibilidade de ação reparadora de dano material e moral para o segurado que requer o programa de reabilitação profissional, mas não consegue acesso pela falta de estrutura do INSS. PERDA DE UMA CHANCE. Humberto Macedo - 17439594860 CASO PRÁTICO: O segurado sofreu um acidente em sua empresa, ficando deficiente de uma perna, requerendo auxílio- doença, concedido em 2004. Em 2009, omédico perito do INSS encaminhou-o devidamente para o programa de reabilitação profissional. O segurado informou na perícia médica do INSS que não poderia frequentar as aulas por não ter transporte, pois para conseguir transporte público teria que andar quase 1km. RESULTADO???? Humberto Macedo - 17439594860 OBRIGAÇÃO DE REALIZAR A REABILITAÇÃO E A HABILITAÇÃO PROFISSIONAL: A obrigação de realizar esse serviço é do INSS. Muitas vezes o INSS sujeita às empresas essa obrigação, porém, à empresa cabe apenas a contratação deste público. A Lei 8.213/91 em seu artigo 93, dispõe que: Art. 93. A empresa com 100 (cem) ou mais empregados está obrigada a preencher de 2% (dois por cento) a 5% (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência, habilitadas, na seguinte proporção: I - até 200 empregados...........................................................................................2%; II - de 201 a 500......................................................................................................3%; III - de 501 a 1.000..................................................................................................4%; IV - de 1.001 em diante. .........................................................................................5%. V - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) Humberto Macedo - 17439594860 A empresa, no entanto, pode realizar o programa de habilitação ou reabilitação profissional, desde que tenha convênio com o INSS e demonstre que há plena competência para cumprir o programa com a devida eficácia. Obs.: O artigo 137, §1º do Decreto 3.048/99 dispõe que, se o treinamento do reabilitando vier a ser realizado na empresa, isso não estabelece qualquer vínculo empregatício ou funcional entre os envolvidos. Vale ressaltar que a empresa não é e nem está obrigada a realizar convênio e muito menos efetivar o programa de reabilitação. Humberto Macedo - 17439594860 Uma vez identificado que a doença está se agravando, para que não prejudique mais ainda a saúde do trabalhador, o programa deverá ser interrompido imediatamente e buscar uma nova atividade para que o reabilitando ou habilitando possa exercer outra atividade que não faça progredir sua doença. A comunicação do agravamento deve ser realizada pela unidade de reabilitação profissional ao perito médico do INSS, principalmente na ocorrência de acidente ou lesão, bem como se a atividade estiver sendo prejudicial à saúde do reabilitando. Obs.: Será considerado agravamento do acidente aquele sofrido pelo acidentado quando estiver sob a responsabilidade da reabilitação profissional (Art. 337, § 2º do Decreto 3.048/99). AGRAVAMENTO DA INCAPACIDADE NO PROGRAMA DE HABILITAÇÃO E REABILITAÇÃO PROFISSIONAL E SUAS IMPLICAÇÕES AOS SEGURADOS E EMPRESAS Humberto Macedo - 17439594860 CONCLUSÃO DO PROCESSO DE REABILITAÇÃO: Posteriormente à conclusão do processo de habilitação ou reabilitação profissional, o INSS certifica que o segurado está apto ao exercício profissional, indicando quais atividades poderá exercer. Ocorre que, com a certificação conferindo qual o exercício profissional o segurado está apto, é cessado o Auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez, obviamente por estar “reabilitado”, sendo o mesmo lançado ao mercado de trabalho sem garantia de empregabilidade, ficando sem suporte algum. Vale salientar que não constitui obrigação do INSS a manutenção do segurado no mesmo emprego ou a sua colocação em outro para o qual foi reabilitado, cessando o processo de reabilitação profissional com a emissão do certificado. Humberto Macedo - 17439594860 REABILITAÇÃO INEFICAZ: Mesmo que o segurado receba do INSS o Certificado de conclusão da Reabilitação ou Habilitação, identificando que o objetivo foi atingido, diante do Princípio da hipossuficiência do segurado, a certificação pode ser questionada, ingressando com pedido de novo processo de reabilitação ou habilitação, e, se negado pelo INSS, deve recorrer á justiça, que facilmente pode realizar uma perícia para identificar se o segurado foi ou não devidamente habilitado ou reabilitado. Humberto Macedo - 17439594860 “Sabemos que o programa de habilitação e reabilitação profissional do INSS atingiu 57,6 mil pessoas, o que correspondeu a uma queda de 13,1% em relação ao ano anterior. Dos clientes que tiveram avaliação inicial conclusiva., 10,2% retornaram ao trabalho, 26,6% foram considerados inelegíveis e 63,2% elegíveis para participar da reabilitação. Cerca de 18,6 mil clientes foram reabilitados, o que correspondeu a um decréscimo de 7,9%, quando comparado ao ano anterior.” Dados do site oficial da Previdência Social no dia 25 jun. 2011 UTOPIA? LENDA URBANA? ESTELIONATO SOCIAL? Humberto Macedo - 17439594860 É necessário distinguir readaptação de programa de reabilitação e/ou habilitação profissional previsto no INSS. A readaptação pode ocorrer quando o segurado está incapaz para a função a qual exercia, porém, está apto a outras atividades, mas, para este fenômeno ser eficaz, deve haver a coincidência de a empresa ter à disposição um cargo/ função que o segurado tenha aptidão a exercer de imediato, sem que exista a mínima possibilidade de agravamento da incapacidade e haja prejuízo presente e futuro à empresa e, principalmente, ao segurado. O segurado não pode ser adaptado a uma atividade inferior à que exercia antes. Caso a empresa informe que não tem em seu quadro função para readaptação e/ou o empregado não demonstre aptidão para tal, o INSS é obrigado a encaminhar o segurado ao programa de reabilitação e/ou habilitação profissional e não sendo possível deve aposentar o segurado por invalidez. READAPTAÇÃO – NÃO CONFUDA: Humberto Macedo - 17439594860 IMPORTANTE: Uma vez encaminhado o segurado para o processo de reabilitação, enquanto o processo de reabilitação não for concluído, não pode haver cessação do Auxílio-doença. Caso seja cessado o benefício, deverá entrar com mandado de segurança/ cumprimento de sentença para que seja restabelecido. Assim dispõe o artigo 62, § 1º da Lei 8.213/91: Art. 62. O segurado em gozo de auxílio-doença, insuscetível de recuperação para sua atividade habitual, deverá submeter-se a processo de reabilitação profissional para o exercício de outra atividade. (Redação dada pela Lei nº 13.457, de 2017) § 1º . O benefício a que se refere o caput deste artigo será mantido até que o segurado seja considerado reabilitado para o desempenho de atividade que lhe garanta a subsistência ou, quando considerado não recuperável, seja aposentado por invalidez. (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019) QUESTÕES PRÁTICAS: Humberto Macedo - 17439594860 ATENÇÃO: Caso o segurado seja encaminhado para o processo de reabilitação e o INSS não tiver condições de efetivar, deve aposentar o segurado por invalidez e só poderá cessar tal benefício depois que efetivamente habilitar ou reabilitar o segurado: Artigo 42 da Lei 8.213/91: Art. 42. A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição. Obs.: A falha na gestão do INSS em efetivar o programa de reabilitação não pode gerar prejuízos aos segurados. Humberto Macedo - 17439594860 ACORDOS OFERECIDOS PELO INSS: Tomar bastante cuidado com os termos dos acordos propostos pelo INSS. Geralmente não se fala em encaminhamento para reabilitação , mas sim da “análise de suscetibilidade para reabilitação”. Aqui mora o perigo!!!! Eu aceito o acordo e fico a mercê do INSS indicar para processo de reabilitação ou não. Caso não encaminhe, o segurado é considerado apto para o trabalho e cessa o benefício. Do contrário, se encaminhar para o segurado para a reabilitação, como dito, o benefício não poderá sercessado até que se conclua o processo (concedido sem data-fim). Humberto Macedo - 17439594860 BIBLIOGRAFIA: • ALVES, Hélio Gustavo. Habilitação e Reabilitação profissional. 3ª edição. Editora Lujur; • KERTZMAN, Ivan. Curso Prático de Direito Previdenciário. 18ª edição. Editoram JusPodivm; • AMADO, Frederico. Curso de Direito e Processo Previdenciário. Edição 2019. Editora JusPodivm; Humberto Macedo - 17439594860 “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua constituição! Paulo Freire CONTATOS: E-mail: valeria.contatoadv@gmail.com Telefone: (61)98272-5544 Instagram: valeriaguimaraesv Humberto Macedo - 17439594860
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