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Avaliação Educacional e da Aprendizagem - UNIDADE 03

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Curso de Graduação Online | UNISUAM
PEDAGOGIA
Avaliação Educacional
 e da Aprendizagem
UN
ID
AD
E 
3
http://www.unisuam.edu.br
Funções da Avaliação 
Educacional e 
Institucional
Fonte: Freepik
Estamos iniciando nossa terceira unidade sobre avaliação. O termo avaliação 
educacional não se apresenta como uma novidade, sobretudo, nos dias atuais.
Nesse sentido, o objetivo dessa unidade é analisar o tema avaliação no bojo da 
LDB 9394/96, a fim de promover discussões acerca das repercussões destas 
nas práticas pedagógicas dos professores da educação básica. Bem como a 
avaliação democrática pode construir uma cidadania e, por fim, como a ética 
influencia nessa avaliação.
Avaliação Educacional e da Aprendizagem Pedagogia Online | UNISUAM 
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3
T1
Funções da Avaliação 
Educacional e 
Institucional
E, para facilitar o seu aprendizado, esta unidade está estruturada em cinco 
tópicos:
T1. A Avaliação e a LDB 
T2. Sistemas de Avaliação e Políticas Estaduais e Federais
T3. Enem: Um Novo Modelo de Avaliação
T4. A Ética e sua História 
T5. Ética na Avaliação
Vamos em frente!
A Avaliação e a LDB 
Já vimos, em aulas anteriores, que existe uma estreita relação, com a tradição 
jesuítica, entre o sistema de notas e a avaliação escolar. Mas quando se educa 
baseado em valores, essa relação pode não ser assim tão próxima, isto é, as 
notas e médias finais não têm que obrigatoriamente estar inseridas no processo 
de avaliação.
Essa educação em valores é uma realidade legislatória. A Lei Diretrizes e Bases 
da Educação (LDB), ao se referir à verificação do rendimento escolar, determina 
que os docentes observem os critérios de avaliação contínua e cumulativa 
do desempenho do aluno.
Em tais critérios devem prevalecer os aspectos qualitativos sobre os 
quantitativos e os resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas 
finais (Art. 24, V). Aspectos não são notas, mas registros de acompanhamento 
das atividades discentes.
O dOcente deve tratar a avaliaçãO cOmO 
cOntínua e cumulativa dO desempenhO
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rin
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e
3
Unidade 03 Funções da Avaliação Educacional e Institucional
Com isso, podemos afirmar que LDB acabou, a rigor, com o sistema de notas 
e médias finais no processo de avaliação escolar, mas ela ainda existe como 
referência de verificação de estudos. Pois a nota verifica, não avalia, e a 
verificação faz parte do processo de aprendizagem. 
Só não se pode confundir a verificação com o julgamento do ensino, pois 
ninguém aprende para ser avaliado. O indivíduo aprende para ter novas 
atitudes e valores no cotidiano.
A avaliação deve ser o meio e não o fim do processo de ensino, não deve se 
comprometer em ajuizar, mas reconhecer, no processo de ensino, a formação 
de atitudes e valores.
A LDB
Percebe-se que a LDB tem uma preocupação com a avaliação, e ao longo 
dos 92 artigos, pelo menos 26 têm referências explícitas à ideia de avaliar, 
seja relacionando-a a instituições, a alunos, aos docentes, ou aos processos 
educativos como um todo (BRASIL, 1996).
Na LDB, a avaliação é contemplada, diretamente, nos itens V, VI e VII, do art. 
24, a seguir transcritos: 
Art. 24. A educação básica, nos níveis fundamental e 
médio, será organizada de acordo com as seguintes regras 
comuns: 
V - a verificação do rendimento escolar observará os 
seguintes critérios: 
a) a avaliação contínua e cumulativa do desempenho do 
aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os 
quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre 
os de eventuais provas finais; 
b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos 
com atraso escolar; 
c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries 
mediante verificação do aprendizado; 
d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito; 
e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de 
preferência paralelos ao período letivo, para os casos de 
baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas 
instituições de ensino em seus regimentos (BRASIL, 1996).
Fonte: Freepik
avaliaçãO cOmO instrumentO 
geradOr de dOmíniO dOs 
princípiOs da ciência e da 
tecnOlOgia para O indivíduO 
exercer cOnscientemente O 
seu papel de cidadãO
Avaliação Educacional e da Aprendizagem Pedagogia Online | UNISUAM 
4
Conforme essa legislação, o processo de avaliação não é definitivo nem 
rotulador, não visa a estagnar, e sim a superar as deficiências; deve ter como 
objetivo detectar problemas, servir como diagnóstico da realidade em função 
da qualidade que se deseja atingir.
Pressupõe que a avaliação deve ser uma forma de permitir ao aluno demonstrar 
o seu conhecimento, sempre global e abrangente, entendendo as disciplinas 
como meios para formar pessoas que dominem os princípios da ciência e da 
tecnologia, que se expressem bem, que exerçam consciente e criticamente 
a cidadania, ultrapassando a visão de conteúdo como fim.
De acordo com um estudo bibliográfico sobre a temática, juntamente com a 
legislação educacional em vigor percebe-se a existência de duas perguntas 
para uma boa compreensão sobre a avaliação: 
Autores como Rabelo (1998), Luckezi (1997), Hoffmann (2009) e outros 
entendem a avaliação como momento que antecede, acompanha e sucede 
o trabalho pedagógico do professor.
A Lei 9.394/96 Proíbe a Reprovação em 
Sala de Alfabetização
A alfabetização não tem caráter avaliativo, com fim de promover o aluno de um 
nível de ensino para outro. O artigo 29, da LDB, refere-se à Educação Infantil 
entendida como primeira etapa da educação básica, e tem como finalidade: 
o desenvolvimento integral da criança até seis anos de 
idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual 
e social, complementando a ação da família e da 
comunidade (BRASIL, 1996).
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O que é avaliar? 
e para quê avaliar?
na educaçãO infantil, a 
avaliaçãO far-se-á mediante 
acOmpanhamentO e registrO
5
Unidade 03 Funções da Avaliação Educacional e Institucional
Citamos, também, o artigo 31, da LDB, afirmando que na educação 
infantil a avaliação far-se-á mediante acompanhamento e registro do seu 
desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo que para o acesso 
ao ensino fundamental (BRASIL, 1996). Porque o ensino fundamental, 
especialmente no seu primeiro ciclo, é exatamente o período para a 
alfabetização em lectoescrita.
Mais recentemente o artigo 32, da LDB, foi modificado pela Lei nº. 11.274, de 
2006. A lei determinou que o ensino fundamental obrigatório tivesse duração 
de 9 (nove) anos, gratuito na escola pública, iniciando-se aos 6 (seis) anos de 
idade, e tendo, por objetivo, a formação básica do cidadão.
Devido à multiplicidade de realidades do país, 
a LDB é uma lei indicativa e não resolutiva das 
questões diárias da educação de forma ampla, 
sendo o detalhamento do funcionamento do 
sistema objeto de decretos, pareceres, resoluções 
e portarias.
Sistemas de Avaliação e 
Políticas Estaduais e Federais
Neste tópico, abordaremos os sistemas de avaliação da educação básica 
brasileira: Prova Brasil – Saed – Provinha Brasil – Enem – Enade, focalizando a 
concepção e metodologia, o processo de implementação e as dificuldades de 
utilização dos resultados para melhorar a qualidade das escolas. Abordaremos, 
também, as políticas voltadas para a melhoria da qualidade do ensino.
Clique no link abaixo e conheça na íntegra a 
Lei Nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que 
estabelece as diretrizes e bases da educação 
nacional.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
leis/L9394.htm
saiba mais?
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Os sistemas de avaliaçãO 
visam às dificuldades de 
utilizaçãO dOs resultadOs 
para melhOrar a 
qualidade das escOlas
Avaliação Educacional e da Aprendizagem Pedagogia Online | UNISUAM 
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http://materiais.pedagogiaconcursos.com/ldb
http://materiais.pedagogiaconcursos.com/ldb
http://materiais.pedagogiaconcursos.com/ldb
Se há uma política que avançou no Brasil, nos últimos 15 anos, foi a implantação 
dos sistemas de avaliação educacional. Com inúmerasiniciativas que deram 
forma ao sistema de avaliação em todos os níveis e modalidades de ensino, 
consolidando uma efetiva política de avaliação educacional, que engloba 
diferentes programas, tais como:
•	 o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb);
•	 o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem);
•	 o Exame Nacional de Cursos (ENC), conhecido como Provão; 
•	 o Exame Nacional de Desempenho do Ensino Superior (Enade), que 
substituiu o ENC;
•	 o Exame Nacional de Certificação de Jovens e Adultos (Enceja); 
•	 o Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior (Sinaes); 
•	 a Prova Brasil;
•	 o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). 
Em conjunto, estes sistemas, ao lado da Avaliação da Pós-Graduação da Capes 
– o mais antigo sistema de avaliação do país no setor educação –, configuram 
um macrossistema de avaliação da qualidade da educação brasileira.
Qual o Papel dos Sistemas de Avaliação?
Os sistemas de avaliação têm um importante papel como instrumento de 
melhoria da qualidade, para se obter uma visão geral do desempenho dos 
sistemas educacionais mediante uma avaliação externa em larga escala.
No entanto, ainda não aprendemos a usar, de modo eficiente, os resultados 
das avaliações para melhorar a escola, a sala de aula, a formação de 
professores. Este, aliás, é um dos grandes desafios das políticas educacionais.
Em pouco mais de uma década foi construído, no país, um complexo e 
abrangente sistema de avaliação educacional, que cobre todos os níveis 
da educação e produz informações que orientam as políticas educacionais 
em todos os níveis de ensino, que apresentam distintas características e 
possibilidades de usos de seus resultados para que as informações avaliativas 
sirvam também para o próprio processo de formulação, implementação e 
ajuste de políticas educacionais. 
Principal Desafio dos Sistemas de 
Avaliação
O principal desafio é definir estratégias de uso dos resultados para melhorar 
a sala de aula e a formação dos professores, de modo a atingir padrões 
de qualidade compatíveis com as novas exigências da sociedade do 
conhecimento.
7
Unidade 03 Funções da Avaliação Educacional e Institucional
Juan Casassus (2009) argumenta que é a possibilidade da redução dos 
currículos às áreas e tópicos abrangidos pela avaliação padronizada, pois os 
professores podem acabar “ensinando para o exame”, fazendo com que “os 
professores ocupem o tempo a exercitar os alunos a escolher uma resposta 
entre as apresentadas” (CASASSUS, 2009, p. 75). 
O autor, que analisa a implantação dos sistemas de avaliação centralizados na 
América Latina, faz sérias críticas às avaliações padronizadas, denominadas 
por ele de provas estandardizadas de medição, e que estas possuem 
consequências sociais quando aumentam a desigualdade entre as escolas 
mais carentes daquelas mais abastadas. 
Os resultados das provas indicam-nos que no extremo dos “burros” e das 
baixas pontuações se encontram os pobres, e que os ricos se encontram no 
extremo dos “inteligentes” e com pontuações altas. 
(...) Um sistema meritocrático numa democracia formal, ou 
seja, uma democracia que não toma em consideração a 
desigualdade de condições e os contextos de pobreza, 
que nos diz que há uma razão de ser para os burros serem 
pobres: é porque são burros. Assumir isto é esquecer um 
ponto crucial: os efeitos negativos que a pobreza tem na 
aprendizagem e no desenvolvimento cognitivo dos alunos 
(CASASSUS, 2009, p. 76).
Vamos conhecer um pouco de cada sistema educacional, de acordo com 
Brasil (2009): 
Prova Brasil
Foi criada em 2005. Os alunos fazem prova de Língua Portuguesa e Matemática, 
em que são avaliados apenas estudantes de ensino fundamental, de 4ª e 8ª 
séries das escolas públicas localizadas em área urbana.
A avaliação é quase universal: todos os estudantes das séries avaliadas, de 
todas as escolas públicas urbanas do Brasil com mais de 20 alunos na série, 
realizam a prova. O seu resultado fornece as médias de desempenho para 
o Brasil, regiões e unidades da Federação, para cada um dos municípios e 
escolas participantes.
Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica)
A primeira aplicação ocorreu em 1990. Os alunos fazem prova de Língua 
Portuguesa e Matemática, tendo estudantes de 4ª e 8ª séries do ensino 
fundamental e estudantes do 3º ano do ensino médio.
São avaliados alunos da rede pública e da rede privada, de escolas localizadas 
nas áreas urbana e rural. A avaliação é amostral, ou seja, parte dos estudantes 
brasileiros das séries avaliadas participam da prova. Oferece resultados de 
desempenho apenas para o Brasil, regiões e unidades da Federação.
Avaliação Educacional e da Aprendizagem Pedagogia Online | UNISUAM 
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Provinha Brasil 
A primeira aplicação ocorreu em 2008. É uma avaliação diagnóstica do nível 
de alfabetização das crianças do 2º ano do ensino fundamental. Tem duas 
etapas, uma no início e a outra ao término do ano letivo. 
A aplicação em períodos distintos possibilita aos professores e gestores 
educacionais a realização de um diagnóstico mais preciso, que permite 
conhecer o que foi agregado na aprendizagem das crianças, em termos de 
habilidades de leitura dentro do período avaliado.
Enem (Exame Nacional do Ensino Médio)
A primeira aplicação ocorreu em 1998, com o objetivo de avaliar o desempenho 
dos estudantes do ensino fundamental. A sua finalidade é que ele seja a única 
forma de ingresso em universidades públicas no Brasil, democratizando o 
ensino superior e dando oportunidade a todos os alunos egressos do ensino 
médio de utilizarem sua média, sem precisar do vestibular.
Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes)
A primeira aplicação ocorreu em 2004, e a periodicidade máxima da avaliação 
é trienal para cada área do conhecimento. Avalia o rendimento dos alunos dos 
cursos de graduação, ingressantes e concluintes, em relação aos conteúdos 
programáticos dos cursos em que estão matriculados. 
O exame é obrigatório para os alunos selecionados e condição indispensável 
para a emissão do histórico escolar.
O sistema nacional de avaliação em larga escala pode prover informações 
estratégicas para aprofundar o debate sobre as políticas educacionais de 
um país e mostrar o que os alunos estão aprendendo, ou o que deveriam ter 
aprendido, em relação aos conteúdos e habilidades básicas estabelecidos 
no currículo. 
Como os currículos geralmente são muito extensos, a elaboração de provas 
nacionais indica quais aprendizagens a serem consideradas fundamentais e 
asseguradas a todos os alunos. 
Mas o grande desafio das políticas educacionais é dar sentido para os 
principais protagonistas da educação: alunos e professores. Usando, de modo 
eficiente, os resultados das avaliações para melhorar a escola, a sala de aula 
e a formação de professores. 
Araújo e Fernandes (2009) apresentaram estudo sobre a qualidade do ensino 
e a avaliação em larga escala no Brasil. Para as autoras, o conjunto de ações 
desencadeadas para aferir a qualidade do ensino no Brasil:
(...) ressignificaram o papel da racionalidade técnica, 
aplicando-a de modo decisivo no âmbito da política 
de financiamento do ensino fundamental e estimulando 
sua relevância no âmbito de outros aspectos da política 
educacional (ARAÚJO; FERNANDES, 2009, p. 1001).
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Unidade 03 Funções da Avaliação Educacional e Institucional
Enem: um novo modelo 
de avaliação
O modelo adotado atualmente pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 
foi desenvolvido para dar ênfase à aferição das estruturas mentais, não apenas 
na memória, fazendo com que usemos na teoria as práticas que construímos 
continuamente para todas as nossas atividades. 
Assim, o grande sucesso que mostra a utilidade do Enem é sua forma de 
avaliação: não medindo a capacidade do estudante em acumular informações, 
mas sim verificando sua capacidade de refletir, valorizando sua autonomia na 
hora de tomar decisões e fazer as próprias escolhas. 
A preparação dada pelo ensino médio para participardo Enem tem como 
objetivo principal não o conhecimento das matérias, mas a compreensão da 
totalidade de suas aplicações na vida pessoal e na profissional. 
A prova do Enem tornou-se interdisciplinar e contextualizada. Enquanto outros 
exames, como alguns vestibulares ainda fazem, valorizam mais a memória do 
aluno e dos conteúdos.
O Enem coloca o estudante diante de situações e problemas, exigindo que 
ele aplique os mais diversos conceitos para sua solução.
Que tal conhecer mais sobre os sistemas de 
avaliação da educação básica brasileira? 
Clique no link abaixo e leia o artigo de Maria 
Helena Guimarães de Castro (2009), “Sistemas 
de Avaliação da Educação no Brasil: avanços e 
novos desafios”, em que aborda a concepção e 
método do processo de implementação e as 
dificuldades de utilização dos resultados para 
melhorar a qualidade das escolas.
http://produtos.seade.gov.br/produtos/
spp/v23n01/v23n01_01.pdf
saiba mais?
T3
Avaliação Educacional e da Aprendizagem Pedagogia Online | UNISUAM 
10
O Surgimento do Enem
Muitos que conhecem o atual modelo e aplicação do Enem não imaginam 
quando e qual o motivo inicial de sua invenção. Diante disso, vejamos a história 
do Exame:
1998 - Início do Enem, cujo principal objetivo era avaliar o nível de aprendizado 
dos alunos do ensino médio das escolas do Brasil.
2004 - Foi instituído o Prouni (Programa Universidade para Todos), que tem 
como princípio o fornecimento de bolsas parciais e integrais em faculdades 
particulares a estudantes que possuam renda familiar per capita máxima de 
três salários mínimos. 
2007 - O decreto nº 6096, proposto no dia 24 de abril de 2007, instituiu a 
criação do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das 
Universidades Federais (Reuni). O principal objetivo do programa é ampliar o 
acesso e a permanência no ensino superior, aumentando o número de vagas 
e reduzindo a taxa de evasão. 
2009 - O ano de grandes transformações; o Exame se tornou a principal forma 
de avaliação e seleção de alunos para entrada nas universidades públicas.
2011- foram registradas quase 6 milhões de inscrições, em contraste com as 
aproximadamente 4 milhões de inscrições feitas no ano anterior.
2012 - o Enem é aplicado em mais de 1600 cidades brasileiras e também é 
utilizado como forma de seleção pelo Sisu, o Sistema de Seleção Unificada.
2013 até hoje - Nesses últimos anos o Enem conseguiu acompanhar as 
mudanças ocorridas, tornando-se não apenas um instrumento de avaliação, 
mas mostrando que é possível criar alterações nos ensinos fundamental e 
médio para que o aluno chegue ao seu final com a necessária amplitude de 
visão, exigida para um profissional de nível superior.
O Enem firma mais a função social e democrática para os brasileiros, e serve, 
atualmente, como certificado de conclusão do ensino médio, podendo ser 
utilizado pelas pessoas que, por qualquer motivo, pararam de estudar sem ter 
concluído esse nível escolar. A essas pessoas também é garantido o ingresso 
no ensino superior, em qualquer idade.
O enem valOriza a 
capacidade de refletir e 
de fazer suas próprias 
escOlhas
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11
Unidade 03 Funções da Avaliação Educacional e Institucional
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/Lei/L11096.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/decreto/d6096.htm
A Ética e Sua História
Iniciamos essa aula com uma reflexão: o que vem a ser ética e como esta vem 
se constituindo ao longo da história humana?
Ela representa muito mais que um código de deveres a ser cumprido, 
um conjunto de ideias valorativas resultantes da reflexão do ser sobre a 
realidade humana e as possibilidades de enfrentamento, com dignidade, 
dessa realidade. 
Quando valores éticos eleitos por uma pessoa e/ou sociedade é que se 
constitui a moral prática norteadora de suas ações. 
São mutantes: adequam-se à evolução do pensamento humano alterando-
se e evoluindo. Assim, a ética estabelece os caminhos a serem seguidos na 
vida prática. 
A História da Ética no Mundo
Vamos, agora, conhecer a história da ética no mundo. Para isso, leia atentamente 
as informações do quadro a seguir e não deixe de conhecer toda a história da 
ética por meio da navegação das setas rotatórias.
T4
Fonte: JusBrasil
a ética estabelece Os 
caminhOs a serem seguidOs
Avaliação Educacional e da Aprendizagem Pedagogia Online | UNISUAM 
12
Na Antiguidade grega (entre os séculos VIII e VI a.C.)
Não se falava na existência de uma consciência 
ética, pois predominava o pensamento cosmológico 
e acreditava-se que a ordem social era imutável, 
reflexo de um destino determinado pelos astros. 
O homem não teria liberdade para determinar 
seu destino.
Século V a.C. 
Com Sócrates, surge a possibilidade de construção 
de um discurso que podemos chamar de ético, 
uma vez que se referia agora às normas do 
comportamento humano. 
Sócrates apontava o conhecimento como a maior 
virtude humana e a ignorância como seu maior 
vício; ele fala aos seus discípulos sobre moral, 
justiça e religião, que seriam as bases desse 
novo código. 
Platão valorizou a busca racional do bom. O 
conhecimento era uma virtude necessária, mas, 
apenas para os homens livres, para justificar sua 
defesa da escravidão e da estratificação social 
vigente na época.
Aristóteles considerava como base para a sua 
ética que a natureza humana era sempre boa, e 
que a busca da felicidade seria o grande objetivo 
para a vida dos homens. A felicidade máxima seria 
a conquista do conhecimento filosófico, quando 
o homem conquistaria o pensamento racional 
deixando para trás seus estágios de vida vegetal 
e animal. 
13
Unidade 03 Funções da Avaliação Educacional e Institucional
Os homens reconheciam que pertenciam a uma 
coletividade, onde o seu papel social era designado 
por Deus. Eles temiam serem considerados pecadores 
e não obterem a salvação eterna. Fé, caridade e temor 
a Deus eram a base da ética medieval.
A Igreja Católica centralizou em si não só a 
autoridade, como também o papel ideológico de 
pensar por todos os homens.
Dentre as concepções filosóficas que influenciaram 
fortemente o conceito de ética medieval, cabe 
destacar as ideias de Santo Agostinho, Santo 
Anselmo e São Tomás de Aquino
Século XVIII
A ética moderna teve como sustentáculo o 
pensamento Iluminista que se propunha a combater 
as trevas da ignorância. 
Seus filósofos separam-se da religião e a moral 
i luminista tornou-se laica, proclamando o 
racionalismo e ampliando o espaço do livre pensar.
Immanuel Kant foi um representante desse 
período do pensamento humano que defendeu 
uma ética do dever e da atitude.
Edgar Morin
Sec. XX
Agora vivemos o paradoxo da crise em todas as 
instâncias da vida humana. Os modelos prontos se 
esgotaram, as instituições sociais são questionadas, 
o desemprego, a violência e, por conseguinte o 
medo e a desesperança parecem ser as marcas 
deste tempo. 
São situações em que o avanço tecnológico 
não resolve, pois a base das soluções não está 
mais no conhecimento científico ou na produção 
tecnológica e, sim, numa mudança de ordem moral, 
no âmbito da consciência. Pois, na sociedade do 
consumo, o homem corre o risco de tornar-se, ele 
mesmo, o objeto a ser consumido.
O pensamento ético contemporâneo tem a influência de pensadores como 
Karl Marx, Kierkegaard, Sartre, entre outros. Na atualidade, o desafio parece 
ainda maior! Precisamos construir um novo modo de pensar, que sustente 
uma nova ética, que reconheça o indivíduo e sua diversidade. 
Um dos pensadores atuais que mais tem contribuído nessa direção é o filósofo 
francês Edgar Morin, que defende a construção da autoética e centra seu 
trabalho na categoria da complexidade. 
O autor fundamenta sua ética política em uma ideia que restaura o sujeito 
responsável, que possibilitará ao educador rever suas práticas pedagógicas, 
sua competência nas dimensões técnica (das questões que se referem ao 
como ensinar) e política (que se refere ao para quê ensinar).
AvaliaçãoEducacional e da Aprendizagem Pedagogia Online | UNISUAM 
14
Morin (2000) lembra aos educadores: 
Como Platão o disse há muito tempo: para ensinar é preciso 
o eros. O eros não é somente o desejo de conhecer e de 
transmitir, ou somente o prazer de ensinar, de comunicar 
ou de dar: é também o amor daquilo que se diz e do que 
se pensa ser verdadeiro. É o amor que introduz a profissão 
pedagógica, a verdadeira missão do educador (MORIN, 
2000, p.52).
Reaprender a pensar – e a amar - é tarefa que cada educador começa consigo 
mesmo.
Ética na Avaliação
Em termos gerais, pode-se dizer que as avaliações são julgamentos que 
ocorrem por meio da utilização de metodologias qualitativa e quantitativa, 
construídas com base em critérios e indicadores precisos. 
Um autor que retrata a ética na educação é Cipriano Luckesi (2006), que relata 
que o princípio ético que pode e deve nortear a ação avaliativa do educador 
é a solidariedade com o educando, a compaixão.
O que quer dizer desejar com o educando o seu desejo e garantir-lhe 
suporte cognitivo, afetivo e espiritual para que possa fazer o seu caminho de 
aprender e, consequentemente, de desenvolver-se na direção da autonomia 
pessoal, como sujeito que sente, pensa, quer e age em favor de si mesmo e 
da coletividade na qual vive e com a qual sobrevive e se realiza.
Ser solidário com o educando no processo de 
avaliação significa acolhê-lo em sua situação 
específica, ou seja, como é e como está 
nesse momento, para, a seguir, se necessário, 
confrontá-lo e reorientá-lo amorosamente, para 
que possa construir-se a si mesmo como sujeito 
que é (ser).
O que significa construir-se como sujeito que 
aprende (aquisição de conhecimentos), como 
sujeito que age (o fazer) e como sujeito que vive 
com outros (tolerância, convivência, respeito). 
Confrontar, aqui, não significa desqualificar ou 
antagonizar com o educando, mas tão somente, 
Clique no link abaixo para conhecer uma das 
obras mais famosas de Edgar Morin: “Os Sete 
Saberes Necessários à Educação do Futuro”. 
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/
pdf/EdgarMorin.pdf
Além disso, assista ao vídeo “Para uma Ética da 
Humanidade”, em que Morin advoga em favor 
de uma ética planetária para a construção de 
um novo mundo. Para isso, clique no link abaixo:
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watch?v=gQz9f6Uce94
Aproveite!
saiba mais?
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Unidade 03 Funções da Avaliação Educacional e Institucional
amorosamente, auxiliá-lo a encontrar a melhor solução para a situação que 
está vivendo, seja ela cognitiva, afetiva ou espiritual.
Solidarizar-se com o educando não é um ato piegas, que considera que tudo 
vale, mas sim um ato amoroso, ao mesmo tempo dedicado e exigente, que 
tem como foco de atenção a busca do melhor possível.
Conclusão
Chegamos ao final dessa unidade, onde discorremos sobre o estudo acerca 
do sistema de avaliação no Brasil, e ao eminente esforço dos pesquisadores 
e profissionais da área da educação em explicitar o significado da avaliação.
Historicamente, as avaliações não têm demonstrado estratégias satisfatórias 
que engendrem a garantia constitucional ao direito à educação de qualidade 
a todos os cidadãos. Mas podemos afirmar que algumas metas vêm sendo 
percorridas com aparentes avanços, em razão de sua constante evolução nos 
anos analisados.
Com isso, o sistema de avaliação instalado no 
atual contexto carece de amplo debate para 
desvelar impasses e superar equívocos presentes 
no uso que se tem feito dos resultados do Saeb 
e do Ideb disseminados pelo Inep, ato que tende 
a supervalorizar o desempenho estudantil e do 
professorado e obscurecer e/ou desconsiderar 
outros determinantes de igual ou maior relevância 
na mensuração da qualidade do ensino.
Esperemos, que de posse desses conteúdos, você 
possa ser apto a analisar o quanto a avaliação 
ainda precisa avançar, para uma sociedade mais 
igualitária e humana.
Esperamos você na próxima unidade. Até lá!
Referências
ARAÚJO, Gilda C. de; FERNANDES, Caroline F. R. Qualidade do 
ensino e avaliações em larga escala no Brasil: os desafios do 
processo e do sucesso educativo na garantia do direito à educação. 
Revista Iberoamericana de Evaluación Educativa. v. 12, n. 2, 2009.
BRASIL. Ministério da Educação. Lei n. 9.394/96, de 20 de 
dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. 
Diário Oficial da União, Brasília, DF, 20 dez. 1996. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm>. Acesso 
em: 23 mar. 2017.
Leia a entrevista à Revista Nova Escola sobre 
Avaliação da Aprendizagem, de Luckesi (2001). 
Para isso, clique no link abaixo:
http://www.luckesi.com.br/textos/art_
avaliacao/art_avalaiacao_revista_nova_
escola2001.pdf
Além disso, clique a seguir e conheça a base 
ética da avaliação da aprendizagem na escola, 
descrita por Luckesi:
www.luckesi.com.br/textos/avaliacao_
base_etica.doc
saiba mais?
Avaliação Educacional e da Aprendizagem Pedagogia Online | UNISUAM 
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BRASIL. Ministério da Educação. Planilhas para Download. Brasília: 
MEC/Inep, 2009. Disponível em: <http://portalideb.inep.gov.br>. 
Acesso em: 27 mar. 2017.
CASTRO, Maria Helena Guimarães de. Sistemas de Avaliação da 
Educação no Brasil: avanços e novos desafios. Revista São Paulo 
Perspectiva. São Paulo, v. 23, n. 1, p. 5-18, jan./jun. 2009. Disponível 
em: < http://produtos.seade.gov.br/produtos/spp/v23n01/
v23n01_01.pdf>. Acesso em: 27 mar. 2017.
CASASSUS, Juan. Uma Nota Crítica Sobre a Avaliação 
Estandardizada: a perda da qualidade e a segmentação social. 
Sísifo: Revista de Ciências da Educação. p. 71-79, 2009. 
HOFMANN, Jussara. Avaliação Mediadora: uma prática em 
construção da pré-escola à universidade. Porto Alegre: Mediação, 
2009.
LUCKESI, Cipriano C. Avaliação da Aprendizagem Escolar. 6ª ed. 
São Paulo: Cortez, 1997.
 
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Educatio. São Paulo, v. 7, n. 54, pág. 20-22, 2006.
MORIN, Edgar. Complexidade e Transdisciplinariedade: a reforma 
da universidade e do ensino fundamental. Natal: EDFRN, 2000.
RABELO, Edmar Henrique. Avaliação Novos Tempos Novas 
Práticas. 2ª Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998.
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Unidade 03 Funções da Avaliação Educacional e Institucional
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