Buscar

SEMIOLOGIA CARDÍACA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 
 
Aula teórica 16/09: Cardiovascular I 
 
Sintomatologia 
Anamnese 
No raciocínio diagnóstico são importantes 
todos os elementos: 
- Identificação, antecedentes pessoas e 
familiares, hábitos de vida, condições 
socioeconômicas e culturais do paciente, 
idade. 
- Crianças e jovens, predominam as 
anomalias congênitas e os episódios iniciais 
da moléstia reumática. 
- De 20 aos 50 anos de idade a doença de 
chagas e hipertensão arterial 
- Acima da quinta década de vida, a doença 
arterial coronariana: angina de peito e 
infarto agudo do miocárdio. 
 Sexo 
As lesões mitrais, especialmente a 
estenose e o prolapso da valva 
mitral, ocorrem mais em mulheres 
jovens, enquanto a aterosclerose 
coronária predomina no sexo 
masculino até os 45 anos de idade. 
 Fator racial 
A hipertensão arterial, além de ser 
mais frequente nos negros, aparece 
em faixas etárias mais baixas e 
apresenta evolução mais grave nestes 
indivíduos. 
 Profissão 
Esforço físico intenso relação com 
insuficiência cardíaca. Estresse 
emocional ou que o provocam 
constituem um fator importante no 
aparecimento de hipertensão arterial 
e cardiopatia isquêmica, 
 Naturalidade/local de residência 
Relacionam-se com as doenças 
endêmicas, salientando-se em 
determinadas regiões a alta 
incidência da doença de chagas. 
 Antecedentes familiares 
Hipertensão arterial essencial e na 
cardiopatia isquêmica. 
 Hábitos de vida 
Tabagismo, alcoolismo e o 
sedentarismo, relacionados com o 
aparecimento de aterosclerose e 
hipertensão arterial. 
 Condições socioeconômicas e 
culturais 
Classe B-C nas doenças reumáticas 
Classe D-E endemia chagásica 
 Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 
 
 
 
Miocardiopatia chagásica 
45 anos, dispneia progressiva, astenia, 
distensão abdominal (pois pode ter o 
megacolon e megaesôfago chagásico). 
Sinais e sintomas 
Variados sinais e sintomas, alguns 
originados no próprio coração, outros em 
diferentes órgãos nos quais repercutem 
com mais intensidade as alterações do 
funcionamento cardíaco. 
- Dor cardíaca - palpitações 
- dispneia - tosse 
- chieira - hemoptise 
- desmaio (lipotimia: alteração súbita da 
consciência e síncope: perda da consciência) 
- alterações do sono - edema 
- astenia - posição de cócoras 
Observação: dor precordial (dor no peito 
entre o 4 e 5 EI) não é sinônimo de dor 
cardíaca 
 
 
 
 
Isquemia miocárdica 
Ocorre quando o fluxo de sangue para o 
coração é reduzido, evitando que ele 
receba oxigênio. 
- dor na isquemia miocárdica 
 Substâncias que estimulam as 
terminações nervosas: ácido lático, 
 Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 
 
potássio, cininas, prostaglandinas e 
os nucleotídeos. 
Infarto agudo do miocárdio por 
aterosclerose coronária, assumindo 
características especiais na angina de peito. 
Dor precordial, caraterísticas importantes: 
- localização: retroesternal, podendo ser 
sentida à esquerda ou, mais raramente, à 
direita da linha esternal. 
Observação: a dor perimamilar ou por 
debaixo do mamilo quase nunca é de causa 
cardíaca, podendo ser de origem emocional 
ou provocada por osteoartitre, distensão do 
estômago ou do ângulo esplênico. 
Observação: dor nas articulações 
condroesternais que piora à palpação 
caracteriza a osteocondrite (síndrome de 
tietze) 
- irradiação: típica: pescoço, poupa o 
mamilo, e irradia para parte ulnar do braço 
esquerdo 
Mas pode irradiar também: pavilhões 
auriculares, maxilar inferior, nuca, região 
cervical, membros superiores, ombros, 
região epigástrica e região 
interescapulovertebral. 
 
- caráter: a dor anginosa é quase sempre 
do tipo constritiva (aperto) 
Observação: outros tipos de dor são: 
queimação ou ardência no precórdio, 
formigamento ou facada. 
- intensidade: dor leve: paciente sente, mas 
não se fixa nela (sensação de 
peso/desconforto); dor moderado: 
incomoda bastante e agrava-se com 
exercícios físicos; dor intensa: grande 
sofrimento, obrigando o paciente a ficar o 
mais quieto possível (acompanha-se de 
sudorese, palidez, angústia e sensação de 
morte). 
- duração: 
 a dor da angina de peito tem 
duração curta, em geral de 2 a 3 min, 
raramente ultrapassando 10min: 
hipóxia miocárdica, sem alteração 
necrótica (dor relacionada a esforços, 
repouso atenua a dor) 
 angina instável: a dor é mais 
prolongada chegando a durar 20min 
(já há alterações histológicas). 
 Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 
 
(passou de grandes esforços para 
pequenos esforços). 
 No infarto agudo do miocárdio: 
ocorrem alterações necróticas, a dor 
dura mais de 20min podendo chegar 
a algumas horas. 
- frequência: 
- fatores desencadeantes/agravantes: 
 Dor da angina: ocorre quase 
invariavelmente após esforço físico 
 No IAM: a dor costuma ter inicio 
com o paciente em repouso 
-fatores atenuantes: exercício físico 
Observação: A dor torácica, em 
consequência das mudanças de decúbito 
ou de movimentos do pescoço, origina-se 
na coluna cervical/dorsal; A dor 
retroesternal e epigástrica durante a 
deglutição é causada por espasmo 
esofágico ou esofagite; a dor de que agrava 
com a tosse pode ocorrer em virtude de 
pericardite, pleurite, ou compressão de uma 
raiz nervosa. 
Sinal de Levine: paciente leva a mão ao 
peito como se tivesse apertando 
- sintomas concomitantes: precordalgia 
intensa, acompanhada de náuseas, vômitos 
e sudorese fria, sugere infarto agudo do 
miocárdio; dor precordial durante crise de 
palpitações pode decorrer de isquemia 
provocada por taquiarritmia. 
Dor de origem pericárdica 
 É mais aguda que a da angina, na 
região retroesternal junto do rebordo 
esternal esquerdo e irradia-se para o 
pescoço e as costas. 
 Podem ser do tipo “constritivo”, 
“peso”, “opressão”, “queimação” e 
apresentar grande intensidade. 
 Costuma ser continua (o que 
diferencia da angina) – durante várias 
horas -, não se relaciona com os 
exercícios, agrava-se com a 
respiração, com o decúbito dorsal, 
com movimentos na cama, 
deglutição e movimentação do 
tronco. 
 Alivio quando inclina o tórax para 
frente ou ao se colocar na posição 
genupeitoral. 
 Mecanismo de dor: atrito entre as 
membranas do pericárdio. 
Dor de origem aórtica 
 Os aneurismas da aorta geralmente 
não provocam dor, mas a dissecção 
aguda da aorta (camada intima 
rasga) determina quadro doloroso 
 Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 
 
importante, com inicio súbito, muito 
intenso, do tipo lancinante, de 
localização retroesternal ou face 
anterior do tórax, com irradiação 
para o pescoço, região interescapular 
e ombros. 
Observação: após um 
eletrocardiograma não vê sinal de 
isquemia 
Dor de origem psicogênica 
 Indivíduos com ansiedade/ e ou 
depressão= neurose cardíaca 
 Localização na ponta do coração 
 Tipo surda. 
 Persistindo por horas ou semanas 
 Acentuando-se quando o paciente 
sofre contrariedades ou emoções 
desagradáveis 
 Não está relacionada com exercícios 
e pode ser acompanhada de 
hipersensibilidade do precórdio 
 A dor alivia-se parcialmente com 
repouso, analgésicos, tranquilizantes 
e placebos. 
Palpitações 
São contrações cardíacas mais fortes e mais 
intensas, lentas ou rápidas, rítmicas ou 
arrítmicas, decorrentes de transtornosdo 
ritmo ou da frequência cardíaca. 
Percepção incômoda dos batimentos 
cardíacos: “batimentos mais fortes”, “falhas”, 
“arrancos”, “paradas”, “tremor no coração”, 
“coração deixando de bater”, “coração aos 
pulos”. 
 
Há três tipos principais de palpitações: 
- as palpitações ao esforço 
- as que traduzem alterações do ritmo 
cardíaco 
- as que acompanham os transtornos 
emocionais 
Dispneia 
Preciso diferenciar da astenia e da 
fatigabilidade, o que se consegue ao 
perguntar aos pacientes as características 
de sua queixa. Dispneia é a sensação 
consciente e desagradável do ato de 
respirar. Designação de cansaço, canseira, 
 Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 
 
falta de ar, fôlego curto, fadiga ou 
respiração difícil. 
Semiologicamente, apresenta-se de 2 
maneiras: 
Subjetiva: dificuldade respiratória sentida 
pelo paciente. 
Objetiva: se evidencia pela aceleração dos 
movimentos respiratórios (taquipneia). 
- Os dados que possibilitam reconhecer os 
seguintes tipos de dispneia: dispneia de 
esforço, dispneia de decúbito dorsal 
(ortopneia), dispneia ao decúbito lateral 
(trepopneia), dispneia paroxística noturna e 
dispneia periódica ou de Cheyne-Stokes. 
 
 
 
Tosse e expectoração 
 No edema pulmonar agudo, a tosse 
acompanha-se de expectoração 
espumosa de cor rósea. 
 Ruptura de vasos endobronquiais 
dilatados, na estenose mitral, e 
necrose hemorrágica dos alvéolos, 
nos casos de infarto pulmonar. 
 Nos aneurismas da aorta, pericardite 
e grande dilatação do átrio esquerdo, 
podem ocorrer acessos de tosse por 
compressão brônquica, irritação do 
vago ou do ramo concorrente. 
Sibilância/chiado 
 Ruído pela passagem de ar, alta 
velocidade, através de vias 
respiratórias estreitadas. 
 À ausculta, é possível encontrar 
expiração prolongada e sibilos 
 O sibilo é um som musical, 
continuo prolongado, 
predominantemente expiratório, e 
pode ocorrer também durante a 
inspiração. 
 Dispneia paroxística noturna na 
asma cardíaca, quando a 
congestão pulmonar se 
acompanha de broncoespasmo 
por edema da mucosa brônquica 
pela bronco constrição reflexa. 
 Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 
 
 Asma cardíaca: costuma surgir na 
posição deitada e melhora 
quando o paciente senta-se ou 
fica em pé, sendo acompanhado 
por taquicardia, ritmo de galope e 
estertores finos nas bases 
pulmonares. 
 Asma brônquica: a dispneia não é 
aliviada pela mudança de posição, 
os sibilos são disseminados e 
predominam sobre os estertores. 
 Radiografia simples do tórax 
evidenciará congestão pulmonar 
de asma cardíaca, enquanto, na 
asma brônquica, encontra-se 
hiperinflação pulmonar. 
Hemoptise 
É a expectoração ou eliminação de sangue pelas vias 
respiratórias, procedente da traqueia, dos brônquios 
ou pulmões. 
- estenose mitral pode causar hemoptise 
- considera-se hemoptise a eliminação de mais de 
2ml de sangue, podendo, em certas situações, ser 
grande o volume de sangue, chegando a ser fatal 
em alguns casos 
- diferencia hematêmese e epistaxe 
Síncope e lipotimia 
Lipotimia é a perda súbita e transitória da 
consciência e do tônus muscular postural (síncope). 
Causas de redução da irrigação cerebral: 
- Transtornos do ritmo cardíaco; condução do 
estímulo; débito cardíaco; redução do retorno 
venoso; hipovolemia; desordens metabólicas; 
síndrome do seio carotídeo. 
Cianose 
Coloração azulada da pele e das mucosas, como 
consequência do aumento da Hb reduzida= 
5g/100ml. 
Exame físico cardiovascular I 23/09 
 
Noções anatomia e fisiologia 
 O coração é envolvido por uma 
membrana chamada de pericárdio 
 É constituído por um músculo 
chamado de miocárdio 
 É dividido em dois lados pelo septo 
 Formado por dois átrios: direito – 
recebe sangue da VCS e VCI e o 
esquerdo pelas veias pulmonares 
 Formado por dois ventrículos: direito 
– por onde o sangue sai pela artéria 
pulmonar e esquerdo – por onde o 
sangue sai pela aorta 
 Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 
 
 Artérias: aorta – sai do VE para todo 
o corpo e artéria pulmonar – sai do 
VD para o pulmão. 
Sistema de condução 
Geração espontânea de um potencial de 
ação no nó sinusal, que se propaga pelos 
átrios, nó AV, feixe de his, e fibras de 
purkinjie. 
 
- Primeira bulha: fechamento da valva mitral 
e tricúspide 
- Segunda bulha: fechamento da valva 
aórtica e pulmonar 
Inspeção 
Observar a atitude do paciente: 
Identificando alguns sinais, por exemplo: 
 Sinal de Levine: dor precordial 
 Posição genopeitoral: derrame 
pericárdico 
 Ortopneia: ICC congestiva 
 
Deformidades torácicas 
 
 
Exame direto do tórax 
Médico se posiciona à direita e aos pés do 
paciente (que está em decúbito dorsal) e 
observa o tórax frontal e tangencialmente, 
buscando impulsos (ictus cordis – pulso 
apical do coração). 
- Pode variar com biótipo, normalmente no 
quinto espaço intercostal esquerdo 
(mediolineo) entre a linha paraesternal e 
intermamilar, ou seja linha hemiclavicular. 
(nem sempre é visível). 
 Brevelíneo: no 4º espaço intercostal e 
2cm para fora da linha hemiclavicular 
 Longilíneo: no 6º espaço intercostal e 
1-2cm para dentro da linha 
hemiclavicular. 
Abaulamento precordial 
Cardiomegalia, derrame pericárdico, 
aneurisma de aorta, deformidade torácica. 
Batimento fúrcula esternal 
 Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 
 
Pessoas normais (pulsação crossa da aorta). 
Aneurisma da crossa da aorta, HAS, 
alongamento da aorta em idosos. 
Pulsações epigástricas 
Pulsação da aorta 
 
 
 
Palpação 
Confirmar a localização do ictus cordis 
(médico com a mão espalmada) 
 
- extensão normal: 2 polpas digitais 
- mobilidade: varia com posição do 
paciente (vai observar o ictus em posições 
diferentes). O normal é o ictus se mover, 
algumas patologias podem impedir essa 
mobilidade. 
- intensidade e impulso: palpação com a 
palma das mãos ou com dois dedos 
- frequência e ritmo: através da ausculta 
Observação: O ictus cordis pode ser não 
palpável em 50% dos pacientes (não 
patológico). Situações que dificultam a 
palpação: DPOC, obesidade, músculo 
desenvolvidos, mamas. 
 
Deslocamento ICTUS= estenose aórtica, 
insuficiência aórtica ou mitral, HAS, 
cardiomiopatia! 
Bulhas cardíacas 
 Podem ser palpadas como choque 
valvar (nos focos da ausculta). 
 Utilizar região palmar das cabeças 
dos ossos metacarpais. 
 Indivíduos magros, sem aumento do 
diâmetro anteroposterior do tórax 
(condição normal). 
 Em condições patológicas essa 
palpação é facilitada. B1: fechamento 
das valvas atrioventriculares marca o 
início da sístole, ápice cardíaco. 
Patológico: estenose valvar (por 
calcificação ou fibrose). B2: 
fechamento semilunar, marca a 
diástole, base cardíaca. Timbre mais 
 Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 
 
agudo e seco – TA. Patológico: 
aumento da pressão sistólica. 
 
 
Frêmito cardiovascular 
- É a sensação tátil determinada por 
vibrações produzidas no coração ou 
grandes vasos. 
- Ao encontrar frêmito caracterizar: 
localização (áreas da ausculta), situação no 
ciclo cardíaco (sistólico, diastólico, 
sistodiastólico) e intensidade (+ a ++++) 
- os frêmitos correspondem ao sopro 
cardíaco 
Se o paciente possui frêmitona base 
cardíaca (ou seja, nos focos pulmonar e 
aórtico)... 
 Na diástole: insuficiência valvar 
 Na sístole: estenose valvar 
Se o paciente possui frêmito no ápice 
cardíaco (focos tricúspide e mitral)... 
 Na sístole: insuficiência valvar 
 Na diástole: estenose valvar 
 
 
 
Ausculta cardíaca 
- A posição do paciente para a realização 
do exame cardiovascular: decúbito dorsal 
com a cabeceira elevada a 30° 
- Sentado com inclinação leve para frente= 
base do coração (focos aórtico e pulmonar) 
- decúbito lateral esquerdo= auscultar 
fenômenos na área mitral 
Estetoscópio 
 
Diafragma: ruídos de alta frequência 
Campânula: sons de menor frequência 
 
 Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 
 
Foco aórtico: 2º espaço intercostal direito, 
justaesternal. 
Foco pulmonar: localiza-se no 2º espaço 
intercostal esquerdo, junto ao esterno (foco 
que tem as condições ideais para a análise 
da 2º bulha pulmonar). 
Foco tricúspide: corresponde à base do 
apêndice xifoide (ligeiramente para 
esquerda). 
Foco mitral: situa-se no 5º espaço 
intercostal esquerdo na linha hemiclavicular 
(ictus cordis/ponta do coração). 
Foco aórtico acessório: 3º espaço 
intercostal entre os focos pulmonar e 
tricúspide 
Observação: A ausculta cardíaca deverá ser 
realizada em outras áreas 
- regiões laterais do pescoço (sopro de 
estenose aórtica) 
- região axilar E (sofro insuficiência mitral) 
Primeira Bulha (B1): Timbre mais grave e 
duração pouco maior que a 2º - TUM. 
 Hiperfonese B1: estenose valvar 
 Hipofonese B1: obesidade, tórax em 
tonel, tórax musculoso, 
miocardiopatias/IAM. 
Segunda Bulha (B2): Timbre mais agudo e 
seco – TA. (desdobramento fisiológico é 
comum nas crianças: TRA ou TLA). 
 Hiperfonese de componente 
realizada durante desdobramento e 
não pelo foco da ausculta 
 Hiperfonese: A2= HAS; P2= HP 
 Hipofonese: estenose aórtico, 
hipotensão arterial 
Desdobramento fisiológico (mais fácil de 
reconhecer no foco pulmaro): quando 
ocorre a inspiração profunda ocorre um 
aumento do retorno venoso e causa um 
atraso do fechamento da valva pulmonar 
por isso a valva aórtica se fecha antes que a 
pulmonar. 
Ritmo cardíaco e frequência cardíaca 
- Regular (bulhas ocorrem em intervalos 
fixos): Ritmo cardíaco em dois tempos 
 - Irregular: 
 Regularmente irregular 
(irregularidade repetida de forma não 
aleatória): extrassístole 
 Irregularmente irregular (Ritmo 
completamente aleatório) Avaliar 
frequência cardíaca em precordio e 
evitar pulso. 
- Frequência normal: 60-100 bpm 
 Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 
 
- Ritmos tríplices (presença de B3 ou B4): 
pode ser fisiológico ou patológico. 
Terceira bulha (B3): Ruído protodiastólico 
de baixa frequência (ocorre no inicio a 
diástole e é melhor audível pela campânula 
no foco mitral). São vibrações da parece 
ventricular distendida pela corrente 
sanguínea que penetra na cavidade durante 
enchimento ventricular rápido. 
Quarta bulha (B4): Ruído telediastólico ou 
pré sístole. 
 
- ritmos de galope: geralmente associado à 
patologia: presença de B3 – ventricular; 
presença de B4 – atrial; presença de soma: 
B3 + B4. 
Pulsos 
- pulso radial: entre apófise estiloide do 
rádio e tendão dos flexores; usar polpas 
dos dedos indicador e médio; comparar 
com artéria homóloga. 
 
 
 
 
- pulso venoso: 
Pulso jugular é o reflexo da função e 
anatomia das cavidades direitas do coração 
 Cabaceira elevada (30-45) 
 Estimar pressão venosa centrar 
(pressão de enchimento do átrio 
direito) 
 Avaliar se há frêmito e sofro 
 
 
 Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 24/09: Alterações do exame físico cardiovascular 
 
 
Pulso radial 
 A artéria radial situa-se entre a 
apófise estiloide do rádio e o tendão 
dos flexores 
 Polpas do indicador e médio. O 
examinador usa a mão direita para 
examinar o pulso esquerdo do 
paciente, e vice-versa. 
Pulso carotídeo 
 As pulsações das artérias carótidas 
podem ser visíveis, principalmente 
 Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 
 
após exercício, emoções e em 
patologias, como a hipertensão e 
hipertireoidismo. 
 A gente tem um triângulo no nosso 
pescoço que é composto pelo 
esternocleiodomastóideo, traqueia e 
o ramo da mandíbula, e nesse 
triangulo que a artéria carótida está. 
 Ocorrência de frêmito, que pode ter 
origem na própria carótida (estenose 
ou oclusão) ou ser irradiado de uma 
lesão estenótica da valva aórtica. 
 Tanto a palpação como a ausculta 
deve ser feita ao longo das 2 artérias 
carótidas, desde a fossa 
supraclavicular até o ângulo da 
mandíbula. 
Pulso capilar 
É um rubor intermitente e sincrônico com o 
pulso radial que se observa em certas 
regiões principalmente nas unhas. Não é 
palpável na maioria das pessoas, só em 
condições patológicas. 
 
 
Semiotécnica 
- Compressão sobre a borda ungueal até a 
aparição pulsátil que marca a transição da 
cor róseo-clara. 
- Situações patológicas como anemia e 
hipertireoidismo: nítida pulsação 
 
Ingurgitamento e pulsação das veias 
jugulares 
 Pulso venoso reflete a dinâmica do 
coração direito 
 Fluxo retrógrado 
 Varia com a respiração: Cai na 
inspiração e aumenta na expiração 
 Aumenta com a compressão 
abdominal 
 Mais visível do que palpável – baixa 
tensão 
Refluxo hepatojugular 
Visto na ICC; tamponamento cardíaco, 
pericardite constritiva e regurgitação 
tricúspide. 
O médico comprime a região hepática, no 
rebordo costal direito (com o paciente em 
decúbito dorsal em cabeceira elava 45°), na 
palpação aumenta o ingurgitamento. 
Ausculta 
 Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 
 
 
Alterações da ausculta cardíaca 
 
Ritmo de galope (3º bulha patológica) 
 Quase sempre associado à 
taquicardia 
Ritmo de galope atrial (B4 em ritmo de 
galope) 
 Pode ocorrer com ou sem 
descompensação cardíaca 
 Indicativo de insuficiência ventricular 
iminente 
Ritmo de galope de soma 
 Fusa de B3 e B4 pela elevação da Fc 
 Ritmo em quatro tempos 
 
Cliques e estalidos 
Estalidos diastólicos 
- podem ocorrer nas estenoses das valvas 
mitral e tricúspide 
- ruído seco, agudo e de curta duração. 
- “TEP” 
- 3º ou 4º EIC e no foco mitral 
Cliques sistólicos 
Sãos ruídos de ejeção, de alta frequência, 
agudos e intensos, produzidos na artéria 
pulmonar e na aorta. 
 O clique protossistólico pulmonar 
- presenta na estenose pulmonar, 
hipertensão pulmonar grave. 
- mais audível no foco pulmonar e na 
borda esternal esquerda, 
diferenciando-se de B1 pelo timbre 
mais agudo. 
 O clique protossistólico aórtico 
- presente na dilatação ou 
aneurismas de aorta, tetralogia de 
Fallot 
- mais audível no 4º EIC esquerdo, 
borda esternal até a área mitral. 
Atrito pericárdico 
- origina-se do roçar de folhetos 
pericárdicos 
 Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 
 
- em geral é um ruído perceptível na sístole 
e na diástole, sem relação constante e fixa 
com as bulhas cardíacas. 
- é mais audível entre o ictus ea borda 
esternal esquerda 
Sopros 
Produzidos por vibrações decorrentes de 
alterações do fluxo sanguíneo, que em 
condições patológicas adota um caráter 
turbilhonar, deixando de ser laminar, 
surgindo ruídos denominados sopros. 
O sopro pode surgir dos seguintes 
mecanismos 
 Aumento da velocidade da corrente 
sanguínea (exercício físico, 
hipertireoidismo, febre). 
 Diminuição da viscosidade sanguínea 
(anemia) 
 Passagem do sangue por uma 
passagem estreita (estenoses). 
 Passagem do sangue por zona dilata 
(aneurisma) 
 
Os seguintes aspectos do sopro devem ser 
avaliados: 
1. Situação do sopro no ciclo cardíaco: 
sistólico, diastólico, sistodiastólico ou 
contínuos. 
2. Duração: proto, meso, tele, holo 
3. Frequência: alta, média, baixa. 
4. Configuração: crescente, decrescente, 
platô, variável. 
5. Localização: qual foto de ausculta o 
sopro é mais audível 
6. Irradiação: deslocar o estetoscópio 
em varias direções para identificar 
irradiação 
7. Intensidade: avaliação subjetiva, feita 
em graduação (+ a ++++) 
8. Resposta às manobras: com o ciclo 
respiratório, posição do paciente. 
9. Timbre e tonalidade: “qualidade do 
sopro”; pode ser suave, rude, musical, 
em jato, piante, ruflar 
Tipos de sopro 
Sistólicos (coincide com o pulso): 
Mesossitólicos (estenose aórtica), 
Telessistólico (começa no final da sístole e 
termina em B2); Holossistólicos 
(insuficiência mitral). 
Diastólicos (sempre patológicos): 
protodiastólico (insuficiência aórtica); 
mesodiastólicos (começa um pouco depois 
da B2); telediastólico (estenose mitral). 
 Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 
 
 
Patologias 
Estenose aórtica 
O sopro da estenose aórtica é tipicamente 
sistólico, mais intenso na base do coração e 
em formato de diamante, ou crescendo-
decrescendo. Tem como característica se 
encerrar antes da segunda bulha, o que a 
diferenciar do sopro sistólico regurgitativo 
da insuficiência mitral. 
Insuficiência aórtica 
O sopro da insuficiência aórtica é um sopro 
diastólico, de alta frequência e que se inicia 
logo após ao componente A2 da segunda 
bulha. É aspirativo e em decrescendo, 
estando a gravidade mais correlacionada à 
duração do sopro do que a intensidade do 
mesmo. 
 
Estenose mitral 
A estenose mitral, classicamente causa um 
sopro diastólico tipo ruflar, que, na 
presença de ritmo sinusal vem 
acompanhado de reforço pré-sistolico (pelo 
aumento do fluxo transmitral durante a 
contração atrial). Em valvas doentes, mas 
não tão calcificadas, é possível ouvir, antes 
do sopro, um estalido de abertura. 
Insuficiência mitral 
O sopro é tipicamente holossistólico 
regurgitativo, ou seja, de intensidade 
contínua do início ao fim. Ocorre 
borramento da segunda bulha e esse fato 
ajuda a diferenciar do sopro da estenose 
aórtica que é em diamante e deixa a 
segunda bulha bem, nítida na ausculta. 
Insuficiência tricúspide 
O sopro da insuficiência tricúspide é 
sistólico e com maior intensidade na borda 
inferior esquerda do esterno (foco 
tricúspide). Como na IM, também é um 
sopro contínuo e leva a um borramento da 
B2, mas tem variação da intensidade de 
acordo com o ciclo respiratório. Ao inspirar 
profundamente o sopro aumenta de 
intensidade, ocorrendo o contrário na 
expiração (manobra de river-carballo). 
Sopros – manobras 
 Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 
 
 
 
Arritmias 
 Arritmias e alterações da condução 
são causadas por anormalidades na 
geração ou na condução desses 
impulsos elétricos ou ambas. 
 Qualquer doença cardíaca, incluindo 
alterações congênitas estruturais ou 
funcionais, pode alterar o ritmo. 
 
 
 
 
 
Síndromes cardiovasculares I 
 
Aula 16/10 
DOR TORÁCICA 
 
Caso clínico 
HDA: Paciente refere, há quatro semanas, 
dor retroesternal, graduada em 5 (cinco) na 
escala analógica de dor, descrita como em 
aperto, sem irradiação ou relação com a 
respiração, duração aproximada de 10 
minutos, sempre desencadeada por esforço 
físico e aliviada após 5 minutos de repouso. 
Há 1 semana vem notando que os 
episódios de dor vêm aumento de 
frequência e intensidade, surgindo episódio 
com irradiação para o braço esquerdo e 
região dorsal do tórax, com duração de 15-
20 minutos, associada a sudorese profusa e 
dispneia. 
 Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 
 
 
 
Angina típica, atípica e dor não anginosa 
Características: 
1. Desconforto retroesternal de 
qualidade (em aperto) e duração 
característico (20 – 30min). 
2. Desencadeada por esforço físico ou 
estresse emocional 
3. Aliviada com repouso ou nitratos 
- Antiga típica: apresentam os três itens 
acima. 
 Na angina típica vários são os 
adjetivos utilizados pelos pacientes 
na descrição: sufocamento, 
queimação, opressão e peso. 
 Usualmente incide sobre a região 
retroesternal tendo irradiação para o 
pescoço, mandíbula, epigástrico ou 
membros superiores. 
 Desencadeada ou agravada com o 
esforço físico ou estresse emocional 
 A duração da dor anginosa é breve, 
não mais do que dez minutos na 
maioria dos casos, de início gradual e 
progressivo. 
- Angina atípica: dois dos três critérios 
- não anginosa: preenche apenas um ou 
nenhum dos critérios acima 
- dissecção aórtica: o incomodo decorrente 
da dissecção aórtica, costuma ter inicio 
súbito, grande intensidade, do tipo 
lancinante, localização retroesternal ou face 
anterior do tórax, podendo irradiar para 
pescoço, região interescapular e ombros. 
- dor pericárdica: “constritivas”, “peso”, 
“opressão”, “queimação”, costuma ser 
contínua, durando várias horas, agrava-se 
com a respiração, em busca de alívio o 
paciente inclina o tórax para frente ou 
adota a posição genupeitoral. 
Logo, para definir o diagnóstico 
diferencial, é imprescindível ser avaliado 
na história da doença atual, pelo menos, 
a intensidade, duração, início, sintomas 
associados, qualidade e irradiação do 
desconforto. 
CARACTERIZAÇÃO DA DOR 
 
 Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 
 
 Escala verbal numérica (0 a 10) 
- dor fraca: até 3 
- dor moderada: de 4 a 6 
- dor intensa: de 7 a 10 (possíveis 
causa de dor intensa: dissecção de 
aorta, IAM, perfuração esofágica) 
 Duração 
- 2-3 min: angina estável 
- até 20 min: angina instável 
- várias horas: IAM 
 Inicio 
- súbito: TEP (trombo embolismo 
pulmonar); dissecção de aorta; 
dissecção de aorta; perfuração 
esofágica. 
- gradual/progressivo: dor anginosa 
 Fatores precipitantes ou de piora 
- esforço físico/frio/estresse emocial: 
dor anginosa 
- alimentação copiosa: DRGE 
- Inspiração (ventilatória 
dependente): TEP; fratura de costela; 
pneumonia; pneumotórax. 
- posição supina: pericardite 
 Fatores de alivio: 
- Repouso e o uso de nitratos: dor 
anginosa 
- posição inclinada pra frente: 
pericardite 
 Sintomas associados 
- dispneia: dor anginosa; TEP; 
pneumotórax 
- diaforese (transpiração excessiva): 
dor anginosa 
- dor epigástrica: dor anginosa e 
DRGE 
- vômitos: IAM; doenças 
gastrointestinais e ruptura esofágica. 
 Qualidade: 
- aperto ou opressão ou constrição: 
dor anginosa e pericardite 
- queimação: DRGE 
- lancinante/dilacerante: dissecção 
aorta 
 Irradiação 
- braço esquerdo / pescoço / 
mandíbula: dor anginosa 
- dorso / abdome: dissecção de aorta 
 
Achados do exame físico 
- Diferença marcante de pulso ou pressão 
arterialentre os dois braços sugere 
dissecção de aorta 
- Erupção cutânea local remete a herpes 
zoster 
- Isquemia pode resultar em um sopro de 
insuficiência mitral, ou em sons acessórios, 
como B4 ou B3 
 Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 
 
 
 
EDEMA 
Caso clínico 
Mulher, 65 anos 
QP: falta de ar há um ano 
HDA: Relata que há 1 ano vem 
apresentando dispneia aos grandes esforços 
(quando andava a pé 5 quarteirões), mas 
que há cerca de 1 mês passou a sentir o 
mesmo sintoma aos médios esforços 
(atividades diárias de casa). O quadro piora 
com a posição em decúbito dorsal e 
melhora ao dormir com dois travesseiros. 
Relata 2 episódios de dispneia paroxística 
noturna. Ainda, refere edema em membros 
inferiores, que surgiu também há 1 anos. 
Menciona piora do inchaço ao final do dia, 
quando termina os afazeres de casa, e 
melhora com a elevação dos membros. 
Nega sinais flogísticos no local. 
Exame físico: 
Sinais vitais: FC: 80 bpm; FR: 18ipm; T° 
axilar: 36,5°; PA: 150 x 100mmHg 
Geral: BEG, orientado e cooperativo, 
eupneico, hidratado, normocorado, 
anictérico, acianótico e afebril ao toque. 
Cardiopulmonar: RCR, 3T (presença de B3 
que pode ser causado por hipertrofia do 
ventrículo esquerdo), BNF e sem sopros. 
MVU presentes e simétricos, com estertores 
crepitantes em bases (relacionado a edema 
pulmonar). 
Abdome: Ausência de cicatrizes e 
deformidades; Flácido. Hepatomegalia 
dolorosa. 
Extremidades: pulsos periféricos palpáveis e 
simétricos. Sinal do cacifo + em região pré-
tibial (++/++++) . 
CARACTERIZAÇÃO DO EDEMA 
 Localização: 
- localizado x generalizado 
- ortostase x decúbito (pior sentado 
ou deitado ou em pé) 
- facial x MMII 
 Intensidade: 
 Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 
 
- utiliza-se a técnica de digito 
pressão que corresponde ao sinal do 
cacifo ou godet 
 Consistência: 
- mole x endurado 
 Elasticidade 
- elástico x inelástico 
 Alterações da pele adjacente: 
- temperatura, sensibilidade, 
colocação, textura e espessura. 
ETIOLOGIAS 
 Edema generalizado: cardíaca, renal e 
hepática 
- edema cardíaco: um dos sinais cardiais da 
insuficiência cardíaca; o edema é 
caraterístico da IC direita, enquanto que na 
IC esquerda predomina a dispneia. 
- Na maioria dos casos ele é generalizado, 
acumulando-se inicialmente nos membros 
inferiores, ascendente, gravitacional e 
progressivo, podendo evoluir para anasarca, 
com ascite e derrame pleural bilateral. 
- Presença de turgência jugular, 
hepatomegalia, taquicardia, terceira bulha, e 
estertores crepitantes nos casos de IC 
esquerda associada. 
- características: intensidade variável, 
consistência mole, inelástico, temperatura 
normal, indolor, pele lisa e brilhante. 
 Edema localizado: 
- as principais etiologias que cursam 
com edema localizado são a vascular, 
a alérgica e o linfedema. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Síndromes cardiovasculares II 
Caso clínico I 
ID: L.M.V, sexo masculino, 65anos, pardo, 
casado 3 filhos, católico, aposentado 
QP: escurecimento, inchaço e dor no dedo 
do pé direito e “batata da perna” direita há 
15 dias. 
HDA: Paciente procurou assistência médica 
devido escurecimento, dor e edema no 
hálux direito, além de hiperemia em dorso 
do pé e face anterior do terço distal da 
perna direta há 15 dias, com piora 
progressiva. Paciente refere que apresenta 
dificuldade para caminhar devido a dor no 
pé e panturrilha, que a dor é pior ao 
movimento e tem alívio com o repouso. 
Paciente refere que apresenta dificuldade 
de cicatrização e que com frequência 
apresenta lesões nos membros inferiores 
com redução da sensibilidade nesses 
membros. 
Diagnóstico sindrômico: Síndrome da 
insuficiência arterial periférica (etiológico: 
doença arterial obstrutiva periférica crônica: 
aterosclerose e pé diabético); síndrome 
infecciosa (pé diabético). 
 Oclusão arterial aguda 
- Etiologia embólica – foco 
emboligênico conhecido (fibrilação 
atrial, IAM) 
- inicio súbito (paciente relata o 
momento exato do inicio dos 
sintomas) 
- dor, alteração da cor e da 
temperatura da pele, contratura 
muscular, bolhas e ausência de 
pulsos periféricos, distalmente à 
oclusão arterial (contratura isquêmica 
de Volkmann), 
- ausência de claudicação 
- pulsos contralaterais normais 
 Sintomas: Arteriais: ausência de pulsação 
à palpação das artérias tibial posterior, 
pediosa e/ou artéria femoral; sopro na 
artéria femoral; baixa temperatura da pele 
 Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 
 
do membro; palidez ou cianose do 
membro. Neurológicos: dor aguda e intensa 
no membro afetado (não melhora com 
repouso), mesmo em repouso, que pode 
ser precedida por: distúrbios sensoriais da 
perna, fraqueza da perna/pé, 
comprometimento do sistema nervoso 
periférico provocando perda da 
sensibilidade térmica, tátil, dolorosa e dos 
movimentos. 
 Doença arterial obstrutiva crônica 
- Principal característica: claudicação 
intermitente (dor no pé, panturrilha e 
piora a movimentação, melhora no 
repouso). 
- outros sinais e sintomas que 
podem aparecer ao longo da historia 
da doença são: menor pressão 
arterial, escassez de pelos nas pernas 
ou pés, palpação dos pulsos 
diminuídos ou ausentes das artérias 
no membro acometido, musculas da 
panturrilha hipotrofiado, úlceras 
dolorosas nos pés ou dedos dos pés, 
palidez da pele ou cianose, unhas 
dos dedos dos pés quebradiças. 
- Nos casos mais avançados: 
disfunção erétil, dor em repouso, 
redução da temperatura das pernas, 
parestesia e eventualmente 
aparecimento de lesões e áreas de 
necrose. 
- Aterosclerose: Fenômeno em que 
ocorre o acúmulo de placas de 
ateroma na parece dos vasos 
sanguíneos. Consequência clinica da 
aterosclerose: angina – infarto do 
miocárdio – hipertrofia VE – 
insuficiência cardíaca – AVC – 
insuficiência renal – doença vascular 
periférica. 
- 10 a 25% na população acima de 
55 anos 
- 70 a 80% dos pacientes são 
assintomáticos 
- mais frequente em homens 
- os membros inferiores são a 
localização mais comum arterial 
obstrutiva em questão. 
 
 
 
 
 
 Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 
 
 
 
Caso clínico II 
ID: L.G.F, 40 anos, feminino, casada, 1 filha, 
espirita, comerciante 
QP: dor e inchaço na perna esquerda há 02 
dias 
HDA: paciente refere que há 02 dias iniciou 
quadro de dor e edema assimétrico em 
membro inferior esquerdo, a dor piora com 
a mobilização do membro e alivia no 
repouso. Refere mal-estar inespecífico. A 
paciente realizou cirurgia plástica 
(lipoaspiração) há 02 semanas e que está a 
maior parte do tempo acamada e sem 
realizar esforço. 
Antecedentes ginecológicos: faz uso de 
ACO há 10 anos 
Diagnóstico sindrômico: Síndrome da 
insuficiência venosa por causa da trombose 
venosa profunda 
Trombose venosa profunda: coagulação 
intravenosa do sangue com obstrução 
parcial ou total do lúmen de uma veia 
Os fatores mais importantes para o 
desenvolvimento são: aumento da 
coagulabilidade sanguínea, diminuição do 
fluxo sanguíneo e lesão do endotélio 
vascular. (tríade de virchow) 
 
. 
Quadro clínico: 3 tipos clínico (conforme a 
localização da trombose) Tipo indeterminado: 
- ausência de qualquer sintoma 
característico, devendo-se pensar 
nesta enfermidade em pacientes 
acamados por doença debilitante ou 
por cirurgia que apresentem 
febrícula, taquicardia, taquipneia e 
mal-estar geral. 
 Tipo localizado: sintomas gerais + 
local da trombose ou no território 
drenado pela veia comprometida 
- dor é de intensidade variável, 
podendo, quando intensa, levar à 
impotência funcional. Geralmente seu 
 Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 
 
inicio é súbito, piora com a 
movimentação e melhora com 
repouso e elevação do membro 
comprometido. 
- edema é o sinal mais característico. 
Localiza-se na região imediatamente 
abaixo da trombose e quando esta 
acomete ambas as leias ilíacas ou a 
VCI, o edema chega ao períneo, à 
região glútea e aos membros 
inferiores. 
- diminuição da temperatura da pele 
(vasoespasmo reflexo) – aumento da 
temperatura no membro ou no local 
comprometido. 
- palidez no membro afetado. A 
alteração de cor mais frequente é a 
cianose, em razão da estase venosa. 
- quando ocorre trombose em veias 
profundas, o retorno venoso passa a 
ser feito pelas veias superficiais, as 
quais ficam muito ingurgitadas. 
 
 Tipo tromboembólico: fragmentos do 
trombo se desprendem e se alojam 
no pulmão 
- êmbolos pequenos localizam-se nas 
artérias pulmonares mais periféricas, 
provocando dor do tipo pleurítica, 
dispneia e tosse, se houver infarto 
pulmonar, aparece escarro hemptoico 
- em decorrência do 
comprometimento da pleura, é 
possível ouvir atrito pleural 
- êmbolos maiores causam 
importante comprometimento da 
circulação pulmonar, surgindo então 
dor na região precordial ou 
diafragmática, de caráter constritivo, 
semelhante a dor anginosa, 
taquicardia, taquipneia, cianose, 
agitação, sudorese, choque e 
insuficiência ventricular direita aguda 
- quadros mais graves ou morte 
súbita são provocados por grandes 
êmbolos capazes de ocasionar 
oclusão total ou subtotal do tronco 
da artéria pulmonar. 
 
Trombose venosa profunda: 
Phlegmasia cerulea dolens é um 
quadro de trombose venosa 
profunda e superficial com bloqueio 
quase total do retorno venoso, que 
se manifesta por edema intenso a 
partir da raiz da coxa, cianose 
intensa, diminuição da temperatura, 
flictenas e áreas de necrose que 
podem acometer todo o membro. 
 Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 
 
Phlegmasia alba dolens: é um 
quadro de trombose venosa da veia 
ilíaca e/ou femoral caracterizado por 
edema desde a raixa da coxa, dor, 
colaração esbranquiçada da pele e 
aumento da temperatura no membro 
afetado. 
 
TVP 
Sinal de Homans: Dorsiflexão forçada 
do pé em paciente com suspeita de 
trombose venosa profunda, se a 
manobra provocar dor intensa na 
panturrilha ele é positivo indicando 
possibilidade de TVP. 
Sinal da bandeira: menor mobilidade 
da panturrilha acometida, que se 
encontra empastada, quando 
comparada ao membro contra-lateral 
Sinal de bancroft: dor à palpação da 
musculatura da panturrilha 
acometida, 
 
Caso clínico III 
 
ID: F.O.S, 54 anos, masculino, viúvo 
sem filhos, sem religião, padeiro 
QP: dor no peito de inicio há 01 hora 
 
HDA: paciente vem ao PA com 
queixa de dor torácica retroesternal 
de forte intensidade (10/10) de inicio 
há 01 hora. Refere uma “faca enfiada 
no peito”. Associado a dor, apresenta 
sudorese e tontura. 
 
- apresenta palpitação, tabagista (25 
maços/ano), sedentário. 
- sopro holossitolico (4/6+) audível 
em foco aórtico 
- redução da amplitude do pulso 
radial e braquial, perfusão periférica 
reduzida, palidez excessiva e redução 
da temperatura no membro. 
 
Diagnóstico sindrômico: Síndrome 
aórtica aguda, etiológico: dissecção 
da aorta. 
- Inicio após lesão da camada intima 
da aorta com exposição da camada 
media e formação de uma falsa luz. 
 
 
 
Classificação: 
- aguda < de 2 semanas 
- quanto ao local da aorta envolvido 
no processo de dissecção 
 Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 
 
- classificação de stanford é a mais 
utilizada e divide as dissecções 
agudas de aorta em 2 grupos 
Tipo A: quando há envolvimento da 
aorta ascendente no processo de 
dissecção (tipo I e II de Bakey) 
Tipo B: quando a dissecção não 
envolve a aorta ascentende (tipo III 
de Bakey) 
- dor súbita de forte intensidade 
desde o inicio. A qualidade da dor é 
descrita como “rasgando” ou como 
se “enfiassem uma faca no meu 
tórax”. 
- Tipo A: dor se localiza no tórax, 
mandíbula e pescoço 
- Tipo B: a dor é dorsal e abdominal 
- Associado a sudorese e hipertensão 
- outras apresentações menos 
comuns são: sintomas de 
insuficiência cardíaca congestiva, 
sincope, AVC, isquemia arterial 
periférica e paraplegia.

Outros materiais

Perguntas Recentes