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Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 Aula teórica 16/09: Cardiovascular I Sintomatologia Anamnese No raciocínio diagnóstico são importantes todos os elementos: - Identificação, antecedentes pessoas e familiares, hábitos de vida, condições socioeconômicas e culturais do paciente, idade. - Crianças e jovens, predominam as anomalias congênitas e os episódios iniciais da moléstia reumática. - De 20 aos 50 anos de idade a doença de chagas e hipertensão arterial - Acima da quinta década de vida, a doença arterial coronariana: angina de peito e infarto agudo do miocárdio. Sexo As lesões mitrais, especialmente a estenose e o prolapso da valva mitral, ocorrem mais em mulheres jovens, enquanto a aterosclerose coronária predomina no sexo masculino até os 45 anos de idade. Fator racial A hipertensão arterial, além de ser mais frequente nos negros, aparece em faixas etárias mais baixas e apresenta evolução mais grave nestes indivíduos. Profissão Esforço físico intenso relação com insuficiência cardíaca. Estresse emocional ou que o provocam constituem um fator importante no aparecimento de hipertensão arterial e cardiopatia isquêmica, Naturalidade/local de residência Relacionam-se com as doenças endêmicas, salientando-se em determinadas regiões a alta incidência da doença de chagas. Antecedentes familiares Hipertensão arterial essencial e na cardiopatia isquêmica. Hábitos de vida Tabagismo, alcoolismo e o sedentarismo, relacionados com o aparecimento de aterosclerose e hipertensão arterial. Condições socioeconômicas e culturais Classe B-C nas doenças reumáticas Classe D-E endemia chagásica Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 Miocardiopatia chagásica 45 anos, dispneia progressiva, astenia, distensão abdominal (pois pode ter o megacolon e megaesôfago chagásico). Sinais e sintomas Variados sinais e sintomas, alguns originados no próprio coração, outros em diferentes órgãos nos quais repercutem com mais intensidade as alterações do funcionamento cardíaco. - Dor cardíaca - palpitações - dispneia - tosse - chieira - hemoptise - desmaio (lipotimia: alteração súbita da consciência e síncope: perda da consciência) - alterações do sono - edema - astenia - posição de cócoras Observação: dor precordial (dor no peito entre o 4 e 5 EI) não é sinônimo de dor cardíaca Isquemia miocárdica Ocorre quando o fluxo de sangue para o coração é reduzido, evitando que ele receba oxigênio. - dor na isquemia miocárdica Substâncias que estimulam as terminações nervosas: ácido lático, Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 potássio, cininas, prostaglandinas e os nucleotídeos. Infarto agudo do miocárdio por aterosclerose coronária, assumindo características especiais na angina de peito. Dor precordial, caraterísticas importantes: - localização: retroesternal, podendo ser sentida à esquerda ou, mais raramente, à direita da linha esternal. Observação: a dor perimamilar ou por debaixo do mamilo quase nunca é de causa cardíaca, podendo ser de origem emocional ou provocada por osteoartitre, distensão do estômago ou do ângulo esplênico. Observação: dor nas articulações condroesternais que piora à palpação caracteriza a osteocondrite (síndrome de tietze) - irradiação: típica: pescoço, poupa o mamilo, e irradia para parte ulnar do braço esquerdo Mas pode irradiar também: pavilhões auriculares, maxilar inferior, nuca, região cervical, membros superiores, ombros, região epigástrica e região interescapulovertebral. - caráter: a dor anginosa é quase sempre do tipo constritiva (aperto) Observação: outros tipos de dor são: queimação ou ardência no precórdio, formigamento ou facada. - intensidade: dor leve: paciente sente, mas não se fixa nela (sensação de peso/desconforto); dor moderado: incomoda bastante e agrava-se com exercícios físicos; dor intensa: grande sofrimento, obrigando o paciente a ficar o mais quieto possível (acompanha-se de sudorese, palidez, angústia e sensação de morte). - duração: a dor da angina de peito tem duração curta, em geral de 2 a 3 min, raramente ultrapassando 10min: hipóxia miocárdica, sem alteração necrótica (dor relacionada a esforços, repouso atenua a dor) angina instável: a dor é mais prolongada chegando a durar 20min (já há alterações histológicas). Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 (passou de grandes esforços para pequenos esforços). No infarto agudo do miocárdio: ocorrem alterações necróticas, a dor dura mais de 20min podendo chegar a algumas horas. - frequência: - fatores desencadeantes/agravantes: Dor da angina: ocorre quase invariavelmente após esforço físico No IAM: a dor costuma ter inicio com o paciente em repouso -fatores atenuantes: exercício físico Observação: A dor torácica, em consequência das mudanças de decúbito ou de movimentos do pescoço, origina-se na coluna cervical/dorsal; A dor retroesternal e epigástrica durante a deglutição é causada por espasmo esofágico ou esofagite; a dor de que agrava com a tosse pode ocorrer em virtude de pericardite, pleurite, ou compressão de uma raiz nervosa. Sinal de Levine: paciente leva a mão ao peito como se tivesse apertando - sintomas concomitantes: precordalgia intensa, acompanhada de náuseas, vômitos e sudorese fria, sugere infarto agudo do miocárdio; dor precordial durante crise de palpitações pode decorrer de isquemia provocada por taquiarritmia. Dor de origem pericárdica É mais aguda que a da angina, na região retroesternal junto do rebordo esternal esquerdo e irradia-se para o pescoço e as costas. Podem ser do tipo “constritivo”, “peso”, “opressão”, “queimação” e apresentar grande intensidade. Costuma ser continua (o que diferencia da angina) – durante várias horas -, não se relaciona com os exercícios, agrava-se com a respiração, com o decúbito dorsal, com movimentos na cama, deglutição e movimentação do tronco. Alivio quando inclina o tórax para frente ou ao se colocar na posição genupeitoral. Mecanismo de dor: atrito entre as membranas do pericárdio. Dor de origem aórtica Os aneurismas da aorta geralmente não provocam dor, mas a dissecção aguda da aorta (camada intima rasga) determina quadro doloroso Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 importante, com inicio súbito, muito intenso, do tipo lancinante, de localização retroesternal ou face anterior do tórax, com irradiação para o pescoço, região interescapular e ombros. Observação: após um eletrocardiograma não vê sinal de isquemia Dor de origem psicogênica Indivíduos com ansiedade/ e ou depressão= neurose cardíaca Localização na ponta do coração Tipo surda. Persistindo por horas ou semanas Acentuando-se quando o paciente sofre contrariedades ou emoções desagradáveis Não está relacionada com exercícios e pode ser acompanhada de hipersensibilidade do precórdio A dor alivia-se parcialmente com repouso, analgésicos, tranquilizantes e placebos. Palpitações São contrações cardíacas mais fortes e mais intensas, lentas ou rápidas, rítmicas ou arrítmicas, decorrentes de transtornosdo ritmo ou da frequência cardíaca. Percepção incômoda dos batimentos cardíacos: “batimentos mais fortes”, “falhas”, “arrancos”, “paradas”, “tremor no coração”, “coração deixando de bater”, “coração aos pulos”. Há três tipos principais de palpitações: - as palpitações ao esforço - as que traduzem alterações do ritmo cardíaco - as que acompanham os transtornos emocionais Dispneia Preciso diferenciar da astenia e da fatigabilidade, o que se consegue ao perguntar aos pacientes as características de sua queixa. Dispneia é a sensação consciente e desagradável do ato de respirar. Designação de cansaço, canseira, Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 falta de ar, fôlego curto, fadiga ou respiração difícil. Semiologicamente, apresenta-se de 2 maneiras: Subjetiva: dificuldade respiratória sentida pelo paciente. Objetiva: se evidencia pela aceleração dos movimentos respiratórios (taquipneia). - Os dados que possibilitam reconhecer os seguintes tipos de dispneia: dispneia de esforço, dispneia de decúbito dorsal (ortopneia), dispneia ao decúbito lateral (trepopneia), dispneia paroxística noturna e dispneia periódica ou de Cheyne-Stokes. Tosse e expectoração No edema pulmonar agudo, a tosse acompanha-se de expectoração espumosa de cor rósea. Ruptura de vasos endobronquiais dilatados, na estenose mitral, e necrose hemorrágica dos alvéolos, nos casos de infarto pulmonar. Nos aneurismas da aorta, pericardite e grande dilatação do átrio esquerdo, podem ocorrer acessos de tosse por compressão brônquica, irritação do vago ou do ramo concorrente. Sibilância/chiado Ruído pela passagem de ar, alta velocidade, através de vias respiratórias estreitadas. À ausculta, é possível encontrar expiração prolongada e sibilos O sibilo é um som musical, continuo prolongado, predominantemente expiratório, e pode ocorrer também durante a inspiração. Dispneia paroxística noturna na asma cardíaca, quando a congestão pulmonar se acompanha de broncoespasmo por edema da mucosa brônquica pela bronco constrição reflexa. Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 Asma cardíaca: costuma surgir na posição deitada e melhora quando o paciente senta-se ou fica em pé, sendo acompanhado por taquicardia, ritmo de galope e estertores finos nas bases pulmonares. Asma brônquica: a dispneia não é aliviada pela mudança de posição, os sibilos são disseminados e predominam sobre os estertores. Radiografia simples do tórax evidenciará congestão pulmonar de asma cardíaca, enquanto, na asma brônquica, encontra-se hiperinflação pulmonar. Hemoptise É a expectoração ou eliminação de sangue pelas vias respiratórias, procedente da traqueia, dos brônquios ou pulmões. - estenose mitral pode causar hemoptise - considera-se hemoptise a eliminação de mais de 2ml de sangue, podendo, em certas situações, ser grande o volume de sangue, chegando a ser fatal em alguns casos - diferencia hematêmese e epistaxe Síncope e lipotimia Lipotimia é a perda súbita e transitória da consciência e do tônus muscular postural (síncope). Causas de redução da irrigação cerebral: - Transtornos do ritmo cardíaco; condução do estímulo; débito cardíaco; redução do retorno venoso; hipovolemia; desordens metabólicas; síndrome do seio carotídeo. Cianose Coloração azulada da pele e das mucosas, como consequência do aumento da Hb reduzida= 5g/100ml. Exame físico cardiovascular I 23/09 Noções anatomia e fisiologia O coração é envolvido por uma membrana chamada de pericárdio É constituído por um músculo chamado de miocárdio É dividido em dois lados pelo septo Formado por dois átrios: direito – recebe sangue da VCS e VCI e o esquerdo pelas veias pulmonares Formado por dois ventrículos: direito – por onde o sangue sai pela artéria pulmonar e esquerdo – por onde o sangue sai pela aorta Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 Artérias: aorta – sai do VE para todo o corpo e artéria pulmonar – sai do VD para o pulmão. Sistema de condução Geração espontânea de um potencial de ação no nó sinusal, que se propaga pelos átrios, nó AV, feixe de his, e fibras de purkinjie. - Primeira bulha: fechamento da valva mitral e tricúspide - Segunda bulha: fechamento da valva aórtica e pulmonar Inspeção Observar a atitude do paciente: Identificando alguns sinais, por exemplo: Sinal de Levine: dor precordial Posição genopeitoral: derrame pericárdico Ortopneia: ICC congestiva Deformidades torácicas Exame direto do tórax Médico se posiciona à direita e aos pés do paciente (que está em decúbito dorsal) e observa o tórax frontal e tangencialmente, buscando impulsos (ictus cordis – pulso apical do coração). - Pode variar com biótipo, normalmente no quinto espaço intercostal esquerdo (mediolineo) entre a linha paraesternal e intermamilar, ou seja linha hemiclavicular. (nem sempre é visível). Brevelíneo: no 4º espaço intercostal e 2cm para fora da linha hemiclavicular Longilíneo: no 6º espaço intercostal e 1-2cm para dentro da linha hemiclavicular. Abaulamento precordial Cardiomegalia, derrame pericárdico, aneurisma de aorta, deformidade torácica. Batimento fúrcula esternal Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 Pessoas normais (pulsação crossa da aorta). Aneurisma da crossa da aorta, HAS, alongamento da aorta em idosos. Pulsações epigástricas Pulsação da aorta Palpação Confirmar a localização do ictus cordis (médico com a mão espalmada) - extensão normal: 2 polpas digitais - mobilidade: varia com posição do paciente (vai observar o ictus em posições diferentes). O normal é o ictus se mover, algumas patologias podem impedir essa mobilidade. - intensidade e impulso: palpação com a palma das mãos ou com dois dedos - frequência e ritmo: através da ausculta Observação: O ictus cordis pode ser não palpável em 50% dos pacientes (não patológico). Situações que dificultam a palpação: DPOC, obesidade, músculo desenvolvidos, mamas. Deslocamento ICTUS= estenose aórtica, insuficiência aórtica ou mitral, HAS, cardiomiopatia! Bulhas cardíacas Podem ser palpadas como choque valvar (nos focos da ausculta). Utilizar região palmar das cabeças dos ossos metacarpais. Indivíduos magros, sem aumento do diâmetro anteroposterior do tórax (condição normal). Em condições patológicas essa palpação é facilitada. B1: fechamento das valvas atrioventriculares marca o início da sístole, ápice cardíaco. Patológico: estenose valvar (por calcificação ou fibrose). B2: fechamento semilunar, marca a diástole, base cardíaca. Timbre mais Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 agudo e seco – TA. Patológico: aumento da pressão sistólica. Frêmito cardiovascular - É a sensação tátil determinada por vibrações produzidas no coração ou grandes vasos. - Ao encontrar frêmito caracterizar: localização (áreas da ausculta), situação no ciclo cardíaco (sistólico, diastólico, sistodiastólico) e intensidade (+ a ++++) - os frêmitos correspondem ao sopro cardíaco Se o paciente possui frêmitona base cardíaca (ou seja, nos focos pulmonar e aórtico)... Na diástole: insuficiência valvar Na sístole: estenose valvar Se o paciente possui frêmito no ápice cardíaco (focos tricúspide e mitral)... Na sístole: insuficiência valvar Na diástole: estenose valvar Ausculta cardíaca - A posição do paciente para a realização do exame cardiovascular: decúbito dorsal com a cabeceira elevada a 30° - Sentado com inclinação leve para frente= base do coração (focos aórtico e pulmonar) - decúbito lateral esquerdo= auscultar fenômenos na área mitral Estetoscópio Diafragma: ruídos de alta frequência Campânula: sons de menor frequência Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 Foco aórtico: 2º espaço intercostal direito, justaesternal. Foco pulmonar: localiza-se no 2º espaço intercostal esquerdo, junto ao esterno (foco que tem as condições ideais para a análise da 2º bulha pulmonar). Foco tricúspide: corresponde à base do apêndice xifoide (ligeiramente para esquerda). Foco mitral: situa-se no 5º espaço intercostal esquerdo na linha hemiclavicular (ictus cordis/ponta do coração). Foco aórtico acessório: 3º espaço intercostal entre os focos pulmonar e tricúspide Observação: A ausculta cardíaca deverá ser realizada em outras áreas - regiões laterais do pescoço (sopro de estenose aórtica) - região axilar E (sofro insuficiência mitral) Primeira Bulha (B1): Timbre mais grave e duração pouco maior que a 2º - TUM. Hiperfonese B1: estenose valvar Hipofonese B1: obesidade, tórax em tonel, tórax musculoso, miocardiopatias/IAM. Segunda Bulha (B2): Timbre mais agudo e seco – TA. (desdobramento fisiológico é comum nas crianças: TRA ou TLA). Hiperfonese de componente realizada durante desdobramento e não pelo foco da ausculta Hiperfonese: A2= HAS; P2= HP Hipofonese: estenose aórtico, hipotensão arterial Desdobramento fisiológico (mais fácil de reconhecer no foco pulmaro): quando ocorre a inspiração profunda ocorre um aumento do retorno venoso e causa um atraso do fechamento da valva pulmonar por isso a valva aórtica se fecha antes que a pulmonar. Ritmo cardíaco e frequência cardíaca - Regular (bulhas ocorrem em intervalos fixos): Ritmo cardíaco em dois tempos - Irregular: Regularmente irregular (irregularidade repetida de forma não aleatória): extrassístole Irregularmente irregular (Ritmo completamente aleatório) Avaliar frequência cardíaca em precordio e evitar pulso. - Frequência normal: 60-100 bpm Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 - Ritmos tríplices (presença de B3 ou B4): pode ser fisiológico ou patológico. Terceira bulha (B3): Ruído protodiastólico de baixa frequência (ocorre no inicio a diástole e é melhor audível pela campânula no foco mitral). São vibrações da parece ventricular distendida pela corrente sanguínea que penetra na cavidade durante enchimento ventricular rápido. Quarta bulha (B4): Ruído telediastólico ou pré sístole. - ritmos de galope: geralmente associado à patologia: presença de B3 – ventricular; presença de B4 – atrial; presença de soma: B3 + B4. Pulsos - pulso radial: entre apófise estiloide do rádio e tendão dos flexores; usar polpas dos dedos indicador e médio; comparar com artéria homóloga. - pulso venoso: Pulso jugular é o reflexo da função e anatomia das cavidades direitas do coração Cabaceira elevada (30-45) Estimar pressão venosa centrar (pressão de enchimento do átrio direito) Avaliar se há frêmito e sofro Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 Aula 24/09: Alterações do exame físico cardiovascular Pulso radial A artéria radial situa-se entre a apófise estiloide do rádio e o tendão dos flexores Polpas do indicador e médio. O examinador usa a mão direita para examinar o pulso esquerdo do paciente, e vice-versa. Pulso carotídeo As pulsações das artérias carótidas podem ser visíveis, principalmente Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 após exercício, emoções e em patologias, como a hipertensão e hipertireoidismo. A gente tem um triângulo no nosso pescoço que é composto pelo esternocleiodomastóideo, traqueia e o ramo da mandíbula, e nesse triangulo que a artéria carótida está. Ocorrência de frêmito, que pode ter origem na própria carótida (estenose ou oclusão) ou ser irradiado de uma lesão estenótica da valva aórtica. Tanto a palpação como a ausculta deve ser feita ao longo das 2 artérias carótidas, desde a fossa supraclavicular até o ângulo da mandíbula. Pulso capilar É um rubor intermitente e sincrônico com o pulso radial que se observa em certas regiões principalmente nas unhas. Não é palpável na maioria das pessoas, só em condições patológicas. Semiotécnica - Compressão sobre a borda ungueal até a aparição pulsátil que marca a transição da cor róseo-clara. - Situações patológicas como anemia e hipertireoidismo: nítida pulsação Ingurgitamento e pulsação das veias jugulares Pulso venoso reflete a dinâmica do coração direito Fluxo retrógrado Varia com a respiração: Cai na inspiração e aumenta na expiração Aumenta com a compressão abdominal Mais visível do que palpável – baixa tensão Refluxo hepatojugular Visto na ICC; tamponamento cardíaco, pericardite constritiva e regurgitação tricúspide. O médico comprime a região hepática, no rebordo costal direito (com o paciente em decúbito dorsal em cabeceira elava 45°), na palpação aumenta o ingurgitamento. Ausculta Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 Alterações da ausculta cardíaca Ritmo de galope (3º bulha patológica) Quase sempre associado à taquicardia Ritmo de galope atrial (B4 em ritmo de galope) Pode ocorrer com ou sem descompensação cardíaca Indicativo de insuficiência ventricular iminente Ritmo de galope de soma Fusa de B3 e B4 pela elevação da Fc Ritmo em quatro tempos Cliques e estalidos Estalidos diastólicos - podem ocorrer nas estenoses das valvas mitral e tricúspide - ruído seco, agudo e de curta duração. - “TEP” - 3º ou 4º EIC e no foco mitral Cliques sistólicos Sãos ruídos de ejeção, de alta frequência, agudos e intensos, produzidos na artéria pulmonar e na aorta. O clique protossistólico pulmonar - presenta na estenose pulmonar, hipertensão pulmonar grave. - mais audível no foco pulmonar e na borda esternal esquerda, diferenciando-se de B1 pelo timbre mais agudo. O clique protossistólico aórtico - presente na dilatação ou aneurismas de aorta, tetralogia de Fallot - mais audível no 4º EIC esquerdo, borda esternal até a área mitral. Atrito pericárdico - origina-se do roçar de folhetos pericárdicos Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 - em geral é um ruído perceptível na sístole e na diástole, sem relação constante e fixa com as bulhas cardíacas. - é mais audível entre o ictus ea borda esternal esquerda Sopros Produzidos por vibrações decorrentes de alterações do fluxo sanguíneo, que em condições patológicas adota um caráter turbilhonar, deixando de ser laminar, surgindo ruídos denominados sopros. O sopro pode surgir dos seguintes mecanismos Aumento da velocidade da corrente sanguínea (exercício físico, hipertireoidismo, febre). Diminuição da viscosidade sanguínea (anemia) Passagem do sangue por uma passagem estreita (estenoses). Passagem do sangue por zona dilata (aneurisma) Os seguintes aspectos do sopro devem ser avaliados: 1. Situação do sopro no ciclo cardíaco: sistólico, diastólico, sistodiastólico ou contínuos. 2. Duração: proto, meso, tele, holo 3. Frequência: alta, média, baixa. 4. Configuração: crescente, decrescente, platô, variável. 5. Localização: qual foto de ausculta o sopro é mais audível 6. Irradiação: deslocar o estetoscópio em varias direções para identificar irradiação 7. Intensidade: avaliação subjetiva, feita em graduação (+ a ++++) 8. Resposta às manobras: com o ciclo respiratório, posição do paciente. 9. Timbre e tonalidade: “qualidade do sopro”; pode ser suave, rude, musical, em jato, piante, ruflar Tipos de sopro Sistólicos (coincide com o pulso): Mesossitólicos (estenose aórtica), Telessistólico (começa no final da sístole e termina em B2); Holossistólicos (insuficiência mitral). Diastólicos (sempre patológicos): protodiastólico (insuficiência aórtica); mesodiastólicos (começa um pouco depois da B2); telediastólico (estenose mitral). Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 Patologias Estenose aórtica O sopro da estenose aórtica é tipicamente sistólico, mais intenso na base do coração e em formato de diamante, ou crescendo- decrescendo. Tem como característica se encerrar antes da segunda bulha, o que a diferenciar do sopro sistólico regurgitativo da insuficiência mitral. Insuficiência aórtica O sopro da insuficiência aórtica é um sopro diastólico, de alta frequência e que se inicia logo após ao componente A2 da segunda bulha. É aspirativo e em decrescendo, estando a gravidade mais correlacionada à duração do sopro do que a intensidade do mesmo. Estenose mitral A estenose mitral, classicamente causa um sopro diastólico tipo ruflar, que, na presença de ritmo sinusal vem acompanhado de reforço pré-sistolico (pelo aumento do fluxo transmitral durante a contração atrial). Em valvas doentes, mas não tão calcificadas, é possível ouvir, antes do sopro, um estalido de abertura. Insuficiência mitral O sopro é tipicamente holossistólico regurgitativo, ou seja, de intensidade contínua do início ao fim. Ocorre borramento da segunda bulha e esse fato ajuda a diferenciar do sopro da estenose aórtica que é em diamante e deixa a segunda bulha bem, nítida na ausculta. Insuficiência tricúspide O sopro da insuficiência tricúspide é sistólico e com maior intensidade na borda inferior esquerda do esterno (foco tricúspide). Como na IM, também é um sopro contínuo e leva a um borramento da B2, mas tem variação da intensidade de acordo com o ciclo respiratório. Ao inspirar profundamente o sopro aumenta de intensidade, ocorrendo o contrário na expiração (manobra de river-carballo). Sopros – manobras Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 Arritmias Arritmias e alterações da condução são causadas por anormalidades na geração ou na condução desses impulsos elétricos ou ambas. Qualquer doença cardíaca, incluindo alterações congênitas estruturais ou funcionais, pode alterar o ritmo. Síndromes cardiovasculares I Aula 16/10 DOR TORÁCICA Caso clínico HDA: Paciente refere, há quatro semanas, dor retroesternal, graduada em 5 (cinco) na escala analógica de dor, descrita como em aperto, sem irradiação ou relação com a respiração, duração aproximada de 10 minutos, sempre desencadeada por esforço físico e aliviada após 5 minutos de repouso. Há 1 semana vem notando que os episódios de dor vêm aumento de frequência e intensidade, surgindo episódio com irradiação para o braço esquerdo e região dorsal do tórax, com duração de 15- 20 minutos, associada a sudorese profusa e dispneia. Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 Angina típica, atípica e dor não anginosa Características: 1. Desconforto retroesternal de qualidade (em aperto) e duração característico (20 – 30min). 2. Desencadeada por esforço físico ou estresse emocional 3. Aliviada com repouso ou nitratos - Antiga típica: apresentam os três itens acima. Na angina típica vários são os adjetivos utilizados pelos pacientes na descrição: sufocamento, queimação, opressão e peso. Usualmente incide sobre a região retroesternal tendo irradiação para o pescoço, mandíbula, epigástrico ou membros superiores. Desencadeada ou agravada com o esforço físico ou estresse emocional A duração da dor anginosa é breve, não mais do que dez minutos na maioria dos casos, de início gradual e progressivo. - Angina atípica: dois dos três critérios - não anginosa: preenche apenas um ou nenhum dos critérios acima - dissecção aórtica: o incomodo decorrente da dissecção aórtica, costuma ter inicio súbito, grande intensidade, do tipo lancinante, localização retroesternal ou face anterior do tórax, podendo irradiar para pescoço, região interescapular e ombros. - dor pericárdica: “constritivas”, “peso”, “opressão”, “queimação”, costuma ser contínua, durando várias horas, agrava-se com a respiração, em busca de alívio o paciente inclina o tórax para frente ou adota a posição genupeitoral. Logo, para definir o diagnóstico diferencial, é imprescindível ser avaliado na história da doença atual, pelo menos, a intensidade, duração, início, sintomas associados, qualidade e irradiação do desconforto. CARACTERIZAÇÃO DA DOR Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 Escala verbal numérica (0 a 10) - dor fraca: até 3 - dor moderada: de 4 a 6 - dor intensa: de 7 a 10 (possíveis causa de dor intensa: dissecção de aorta, IAM, perfuração esofágica) Duração - 2-3 min: angina estável - até 20 min: angina instável - várias horas: IAM Inicio - súbito: TEP (trombo embolismo pulmonar); dissecção de aorta; dissecção de aorta; perfuração esofágica. - gradual/progressivo: dor anginosa Fatores precipitantes ou de piora - esforço físico/frio/estresse emocial: dor anginosa - alimentação copiosa: DRGE - Inspiração (ventilatória dependente): TEP; fratura de costela; pneumonia; pneumotórax. - posição supina: pericardite Fatores de alivio: - Repouso e o uso de nitratos: dor anginosa - posição inclinada pra frente: pericardite Sintomas associados - dispneia: dor anginosa; TEP; pneumotórax - diaforese (transpiração excessiva): dor anginosa - dor epigástrica: dor anginosa e DRGE - vômitos: IAM; doenças gastrointestinais e ruptura esofágica. Qualidade: - aperto ou opressão ou constrição: dor anginosa e pericardite - queimação: DRGE - lancinante/dilacerante: dissecção aorta Irradiação - braço esquerdo / pescoço / mandíbula: dor anginosa - dorso / abdome: dissecção de aorta Achados do exame físico - Diferença marcante de pulso ou pressão arterialentre os dois braços sugere dissecção de aorta - Erupção cutânea local remete a herpes zoster - Isquemia pode resultar em um sopro de insuficiência mitral, ou em sons acessórios, como B4 ou B3 Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 EDEMA Caso clínico Mulher, 65 anos QP: falta de ar há um ano HDA: Relata que há 1 ano vem apresentando dispneia aos grandes esforços (quando andava a pé 5 quarteirões), mas que há cerca de 1 mês passou a sentir o mesmo sintoma aos médios esforços (atividades diárias de casa). O quadro piora com a posição em decúbito dorsal e melhora ao dormir com dois travesseiros. Relata 2 episódios de dispneia paroxística noturna. Ainda, refere edema em membros inferiores, que surgiu também há 1 anos. Menciona piora do inchaço ao final do dia, quando termina os afazeres de casa, e melhora com a elevação dos membros. Nega sinais flogísticos no local. Exame físico: Sinais vitais: FC: 80 bpm; FR: 18ipm; T° axilar: 36,5°; PA: 150 x 100mmHg Geral: BEG, orientado e cooperativo, eupneico, hidratado, normocorado, anictérico, acianótico e afebril ao toque. Cardiopulmonar: RCR, 3T (presença de B3 que pode ser causado por hipertrofia do ventrículo esquerdo), BNF e sem sopros. MVU presentes e simétricos, com estertores crepitantes em bases (relacionado a edema pulmonar). Abdome: Ausência de cicatrizes e deformidades; Flácido. Hepatomegalia dolorosa. Extremidades: pulsos periféricos palpáveis e simétricos. Sinal do cacifo + em região pré- tibial (++/++++) . CARACTERIZAÇÃO DO EDEMA Localização: - localizado x generalizado - ortostase x decúbito (pior sentado ou deitado ou em pé) - facial x MMII Intensidade: Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 - utiliza-se a técnica de digito pressão que corresponde ao sinal do cacifo ou godet Consistência: - mole x endurado Elasticidade - elástico x inelástico Alterações da pele adjacente: - temperatura, sensibilidade, colocação, textura e espessura. ETIOLOGIAS Edema generalizado: cardíaca, renal e hepática - edema cardíaco: um dos sinais cardiais da insuficiência cardíaca; o edema é caraterístico da IC direita, enquanto que na IC esquerda predomina a dispneia. - Na maioria dos casos ele é generalizado, acumulando-se inicialmente nos membros inferiores, ascendente, gravitacional e progressivo, podendo evoluir para anasarca, com ascite e derrame pleural bilateral. - Presença de turgência jugular, hepatomegalia, taquicardia, terceira bulha, e estertores crepitantes nos casos de IC esquerda associada. - características: intensidade variável, consistência mole, inelástico, temperatura normal, indolor, pele lisa e brilhante. Edema localizado: - as principais etiologias que cursam com edema localizado são a vascular, a alérgica e o linfedema. Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 Síndromes cardiovasculares II Caso clínico I ID: L.M.V, sexo masculino, 65anos, pardo, casado 3 filhos, católico, aposentado QP: escurecimento, inchaço e dor no dedo do pé direito e “batata da perna” direita há 15 dias. HDA: Paciente procurou assistência médica devido escurecimento, dor e edema no hálux direito, além de hiperemia em dorso do pé e face anterior do terço distal da perna direta há 15 dias, com piora progressiva. Paciente refere que apresenta dificuldade para caminhar devido a dor no pé e panturrilha, que a dor é pior ao movimento e tem alívio com o repouso. Paciente refere que apresenta dificuldade de cicatrização e que com frequência apresenta lesões nos membros inferiores com redução da sensibilidade nesses membros. Diagnóstico sindrômico: Síndrome da insuficiência arterial periférica (etiológico: doença arterial obstrutiva periférica crônica: aterosclerose e pé diabético); síndrome infecciosa (pé diabético). Oclusão arterial aguda - Etiologia embólica – foco emboligênico conhecido (fibrilação atrial, IAM) - inicio súbito (paciente relata o momento exato do inicio dos sintomas) - dor, alteração da cor e da temperatura da pele, contratura muscular, bolhas e ausência de pulsos periféricos, distalmente à oclusão arterial (contratura isquêmica de Volkmann), - ausência de claudicação - pulsos contralaterais normais Sintomas: Arteriais: ausência de pulsação à palpação das artérias tibial posterior, pediosa e/ou artéria femoral; sopro na artéria femoral; baixa temperatura da pele Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 do membro; palidez ou cianose do membro. Neurológicos: dor aguda e intensa no membro afetado (não melhora com repouso), mesmo em repouso, que pode ser precedida por: distúrbios sensoriais da perna, fraqueza da perna/pé, comprometimento do sistema nervoso periférico provocando perda da sensibilidade térmica, tátil, dolorosa e dos movimentos. Doença arterial obstrutiva crônica - Principal característica: claudicação intermitente (dor no pé, panturrilha e piora a movimentação, melhora no repouso). - outros sinais e sintomas que podem aparecer ao longo da historia da doença são: menor pressão arterial, escassez de pelos nas pernas ou pés, palpação dos pulsos diminuídos ou ausentes das artérias no membro acometido, musculas da panturrilha hipotrofiado, úlceras dolorosas nos pés ou dedos dos pés, palidez da pele ou cianose, unhas dos dedos dos pés quebradiças. - Nos casos mais avançados: disfunção erétil, dor em repouso, redução da temperatura das pernas, parestesia e eventualmente aparecimento de lesões e áreas de necrose. - Aterosclerose: Fenômeno em que ocorre o acúmulo de placas de ateroma na parece dos vasos sanguíneos. Consequência clinica da aterosclerose: angina – infarto do miocárdio – hipertrofia VE – insuficiência cardíaca – AVC – insuficiência renal – doença vascular periférica. - 10 a 25% na população acima de 55 anos - 70 a 80% dos pacientes são assintomáticos - mais frequente em homens - os membros inferiores são a localização mais comum arterial obstrutiva em questão. Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 Caso clínico II ID: L.G.F, 40 anos, feminino, casada, 1 filha, espirita, comerciante QP: dor e inchaço na perna esquerda há 02 dias HDA: paciente refere que há 02 dias iniciou quadro de dor e edema assimétrico em membro inferior esquerdo, a dor piora com a mobilização do membro e alivia no repouso. Refere mal-estar inespecífico. A paciente realizou cirurgia plástica (lipoaspiração) há 02 semanas e que está a maior parte do tempo acamada e sem realizar esforço. Antecedentes ginecológicos: faz uso de ACO há 10 anos Diagnóstico sindrômico: Síndrome da insuficiência venosa por causa da trombose venosa profunda Trombose venosa profunda: coagulação intravenosa do sangue com obstrução parcial ou total do lúmen de uma veia Os fatores mais importantes para o desenvolvimento são: aumento da coagulabilidade sanguínea, diminuição do fluxo sanguíneo e lesão do endotélio vascular. (tríade de virchow) . Quadro clínico: 3 tipos clínico (conforme a localização da trombose) Tipo indeterminado: - ausência de qualquer sintoma característico, devendo-se pensar nesta enfermidade em pacientes acamados por doença debilitante ou por cirurgia que apresentem febrícula, taquicardia, taquipneia e mal-estar geral. Tipo localizado: sintomas gerais + local da trombose ou no território drenado pela veia comprometida - dor é de intensidade variável, podendo, quando intensa, levar à impotência funcional. Geralmente seu Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 inicio é súbito, piora com a movimentação e melhora com repouso e elevação do membro comprometido. - edema é o sinal mais característico. Localiza-se na região imediatamente abaixo da trombose e quando esta acomete ambas as leias ilíacas ou a VCI, o edema chega ao períneo, à região glútea e aos membros inferiores. - diminuição da temperatura da pele (vasoespasmo reflexo) – aumento da temperatura no membro ou no local comprometido. - palidez no membro afetado. A alteração de cor mais frequente é a cianose, em razão da estase venosa. - quando ocorre trombose em veias profundas, o retorno venoso passa a ser feito pelas veias superficiais, as quais ficam muito ingurgitadas. Tipo tromboembólico: fragmentos do trombo se desprendem e se alojam no pulmão - êmbolos pequenos localizam-se nas artérias pulmonares mais periféricas, provocando dor do tipo pleurítica, dispneia e tosse, se houver infarto pulmonar, aparece escarro hemptoico - em decorrência do comprometimento da pleura, é possível ouvir atrito pleural - êmbolos maiores causam importante comprometimento da circulação pulmonar, surgindo então dor na região precordial ou diafragmática, de caráter constritivo, semelhante a dor anginosa, taquicardia, taquipneia, cianose, agitação, sudorese, choque e insuficiência ventricular direita aguda - quadros mais graves ou morte súbita são provocados por grandes êmbolos capazes de ocasionar oclusão total ou subtotal do tronco da artéria pulmonar. Trombose venosa profunda: Phlegmasia cerulea dolens é um quadro de trombose venosa profunda e superficial com bloqueio quase total do retorno venoso, que se manifesta por edema intenso a partir da raiz da coxa, cianose intensa, diminuição da temperatura, flictenas e áreas de necrose que podem acometer todo o membro. Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 Phlegmasia alba dolens: é um quadro de trombose venosa da veia ilíaca e/ou femoral caracterizado por edema desde a raixa da coxa, dor, colaração esbranquiçada da pele e aumento da temperatura no membro afetado. TVP Sinal de Homans: Dorsiflexão forçada do pé em paciente com suspeita de trombose venosa profunda, se a manobra provocar dor intensa na panturrilha ele é positivo indicando possibilidade de TVP. Sinal da bandeira: menor mobilidade da panturrilha acometida, que se encontra empastada, quando comparada ao membro contra-lateral Sinal de bancroft: dor à palpação da musculatura da panturrilha acometida, Caso clínico III ID: F.O.S, 54 anos, masculino, viúvo sem filhos, sem religião, padeiro QP: dor no peito de inicio há 01 hora HDA: paciente vem ao PA com queixa de dor torácica retroesternal de forte intensidade (10/10) de inicio há 01 hora. Refere uma “faca enfiada no peito”. Associado a dor, apresenta sudorese e tontura. - apresenta palpitação, tabagista (25 maços/ano), sedentário. - sopro holossitolico (4/6+) audível em foco aórtico - redução da amplitude do pulso radial e braquial, perfusão periférica reduzida, palidez excessiva e redução da temperatura no membro. Diagnóstico sindrômico: Síndrome aórtica aguda, etiológico: dissecção da aorta. - Inicio após lesão da camada intima da aorta com exposição da camada media e formação de uma falsa luz. Classificação: - aguda < de 2 semanas - quanto ao local da aorta envolvido no processo de dissecção Ana Cecília Menezes |Semiologia cardíaca 2020.2 - classificação de stanford é a mais utilizada e divide as dissecções agudas de aorta em 2 grupos Tipo A: quando há envolvimento da aorta ascendente no processo de dissecção (tipo I e II de Bakey) Tipo B: quando a dissecção não envolve a aorta ascentende (tipo III de Bakey) - dor súbita de forte intensidade desde o inicio. A qualidade da dor é descrita como “rasgando” ou como se “enfiassem uma faca no meu tórax”. - Tipo A: dor se localiza no tórax, mandíbula e pescoço - Tipo B: a dor é dorsal e abdominal - Associado a sudorese e hipertensão - outras apresentações menos comuns são: sintomas de insuficiência cardíaca congestiva, sincope, AVC, isquemia arterial periférica e paraplegia.
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