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Protozoários que parasitam as hemácias e estão frequentemente associados a quadros de anemia. Os carrapatos são os hospedeiros definitivos da doença e os animais são os hospedeiros intermediários. A babesiose pode acometer diversos animais, como os cães, felinos, bovinos e equinos. • Cães: Babesia canis • Felinos: Babesia canis, B. herpailuri. B. felis Sua transmissão se faz principalmente através da picada do carrapato. Em gatos a doença é crônica, e por vezes os sinais clínicos não são aparentes até um estágio mais avançado da doença! CICLO DE VIDA Transmissão: Babesia em gato Picada de carrapatos Transfusões Babesia canis vogeli é transmitido pelo carrapato Rhipicephalus sanguineus. B. canis canis é transmitido pelo R. sanguineus e Dermacentor reticulatus (carrapato de bovinos). B. canis Rossi é transmitido pelo Haemaphysalis elliptica (carrapato-amarelo-do-cão). Penetração na corrente sanguínea e endocitose pelos eritrócitos. Diferenciação em merozoíto Transformação em trofozoíto e reprodução por divisão binária e merogonia Rompimento da célula, infectando outros eritrócitos Ingestão dos eritrócitos contaminados pelo carrapato Ocorre a liberação dos esperozoítos através das glândulas salivares durante alimentação do carrapato Perfurações com agulhas contaminadas Via transplacentária Se protegem através de um vacúolo parasitóforo O período de incubação gira em torno de 1 a 4 semanas! PATOGENIA Determinada principalmente pela espécie e cepa envolvida, pela idade do hospedeiro e a resposta imunológica desencadeada. A Babesia canis Rossi e Babesia canis canis são as subespécies mais virulentas. Anemia A coagulação intravascular disseminada é uma complicação das formas mais graves de babesiose causada pelo B. canis Rossi (forma mais patogênica). Os eritrócitos contaminados incorporam os antígenos da babesia na sua superfície, induzindo a produção de anticorpos de opsonização do hospedeiro, levando a lise eritrocitária pelo sistema mononuclear fagocitário. Alguns antígenos solúveis podem se aderir a superfície de alguns eritrócitos não infectados e plaquetas, levando a sua destruição, causando anemia hemolítica e trombocitopenia. A parasitemia resulta em eritrócitos osmoticamente frágeis, com a hemólise e anemia subsequente. Rompimento de hemácia: Multiplicação da babésia e liberação de toxinas que se aderem a membrana, liberando hemoglobina, se depositando nos vasos sang., fígado e rim. O corpo responde com anemia regenerativa, aumentando os reticulócitos, que não consegue oxigenar os tecidos. A liberação de babésia dentro do vaso, gera liberação de pirógenos de babesia, causando febre no animal. O excesso vai ser captado para o fígado, onde ocorrerá uma exacerbada produção de bile, gerando a distensão da vesícula biliar. Ocorrerá icterícia, em resultado do aumento de bilirrubina na circulação e deposição nos tecidos. No fígado, por conta das células de kupffer e do aumento do seu trabalho, vai gerar hipertrofia do órgão, resultando congestão hepática pelo excesso de hemoglobina. No baço, vai ocorrer hemocaterese exacerbada (sequestro de 7 a 10x de hemácias), causando hipertrofia esplênica. Hipóxia Resp. inflamatória O acometimento cerebral ocorre mais em Babesia canis, visto que são grandes babésias. Causam congestão cerebral e provoca sintomatologia neurológica semelhante com a raiva, em decorrência da inflamação da parede vascular pela morte das hemácias. Gatos SINAIS CLÍNICOS Vai depender do estado imunológico do animal, da virulência da cepa e da carga parasitária. Período crítico para babesia é de 7 a 10 dias. Por conta da anemia, ocorre baixa oxigenação dos tecidos, além de uma resposta da medula para reposição eritrocitária (anemia regenerativa), produzindo muito reticulócito, que não tem a capacidade de transportar oxigênio, causando hipóxia. Devido a hipóxia tecidual, ocorre a respiração anaeróbica nos músculos, causando a produção de ácido lático, gerando acidose metabólica. Além disso, ocorre alcalose respiratória, na tentativa de compensar a acidose metabólica. Babesia canis pode desenvolver uma resposta inflamatória sistêmica, gerada pela lesão tecidual resultante da liberação de citocinas pela infecção, sustentando a inflamação disseminada e a lesão adicional de múltiplos órgãos. A complicação da síndrome de resposta inflamatória sistêmica incluem insuficiência renal aguda, glomerulonefrite membranoproliferativa, hepatopatia, hemólise imunomediada, edema pulmonar, rabdomiólise e disfunção cerebral. Nos gatos, essa doença ocorre de forma mais branda e manifesta sinais clínicos em menor intensidade que nos cães. Nos rins, esse excesso de hemoglobina vão virar cilindros de hemoglobina, ocorrendo a sua deposição no lúmen dos túbulos renais. Esses cilindros causam inflamação, alterando o trabalho renal, e gerando acúmulo de ferro nos rins e anóxia renal. Causa nefropatias. Ocorre a liberação de hemoglobina na urina (hemoglobinúria), eliminando uma urina escura. Gatos Anemia pode ser grave Letargia Anorexia Fraqueza Taquinéia e taquicardia Pelagem áspera Diarréia Febre e icterícia são menos comuns Em gatos, a febre e a icterícia não está necessariamente presente em casos de babesiose. Cães Vai depender da espécie no qual foi contaminado. Comuns Anorexia Letargia Fraqueza Febre Perda de peso Outros sintomas atípicos podem ocorrer, como: Ascite Edema Constipação intestinal Diarréia Estomatite ulcerativa Hemorragia Congestão das mucosas Policitemia Secreções ocular e nasal Angústia respiratória Miosite mastigatória Dor na articulação temporomandivular Dor lombar Sinais do SNC DIAGNÓSTICO NÃO TEM TESTE RÁPIDO PARA BABESIA! Sorológico (anticorpos): Teste de anticorpo fluorescente indireto é o teste mais comumente utilizado para detecção de anticorpos anti-babesia. ELISA PCR Identificação em lâmina Hiperagudo Hipotermia, choque, coma, coagulação disseminada sistêmica, acidose metabólica, morte. Agudo Anemia hemolítica, icterícia, esplenomegalia, linfadenopatia, vômitos. Crônico Pirexia intermitente, anorexia parcial, perda do condicionamento corporal, linfadenomegalia, esplenomegalia, assintomático. Parasitemia é baixa (0,001%), apresentando sensibilidade relativamente fraca. Risco de falso negativos B. canis é grande e piriforme, que costuma ocorrer isoladamente ou em ares. Microrganismos isolados de menor tamanho é provavelmente B. gibsoni. Trombocitopenia (é uma característica da babesiose canina, com ou sem anemia), hematócrito abaixo do normal para espécie - anemia normocítica normocrômica (primeiros dias) e macrocítica, hipocrômica e regenerativa ao longo da doença. Anemia em gatos causada por Babesia felis é normalmente macrocícita hipocrômica e regenerativa. Trombocitopenia é um achado inconsistente. Além disso, apresentam elevações na atividade enzimática da aminotransferase hepática sérica. Hiperbilirrubinemia, bilirrubinúria, hemobloninúria, acidose metabólica, azotemia e cidocilindros renais. Reticulocitose – proporcional a anemia. Leucocitose, neutrofilia, neutropenia, linfocitose, eosinofilia ou leucopenia. TRATAMENTO Doxiciclina (serve tanto pra erliquiose quanto pra babésia) Em casos que a trombocitopenia e a anemia não melhorarem, associar com dipropionato de imidocarb (imizol). Sintomático. PREVENÇÃO Minimizar a contaminação pelo carrapato. Uso de acaricidas – spray, pipeta, comprimidos e repelentes. Separação dos animaisdoentes e tratamento.
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