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APOSTILA DIREITO CIVIL I

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AULA 01 – 11082020 – 1900 AS 2200
1- Código Civil Brasileiro
I- Noções introdutórias:
Não tem como passarmos pela vida sem ter uma relação com o direito civil, diferentemente de outros ramos do direito, pois o direito civil rege nossas vidas antes mesmo de nascermos e continuará tendo correlação com nossa existência após nossa morte. É este direito que dirá quando podemos praticar atos da vida civil, quando teremos a maior idade, como regular o casamento, como contratar, como ser proprietário etc.
II- Conceitos Importantes
II.I- Direito Natural x Direito Positivo.
A) Direito natural: É aquele que antecede a norma e tem um caráter universal, pois não precisa estar escrito em uma lei, vez que este decorre da própria natureza humana. Ex: Direito a vida. 
Atenção! O direito natural foi um dos fundamentos para condenar a Alemanha no Tribunal de Nuremberg (Tribunal de Exceção – tribunal criado após o fato), foi criado no final da Segunda Guerra Mundial pelos Estados Unidos da América, Reino Unido, França e União Soviética (vencedores do conflito) com o objetivo de julgar e punir 24 dos mais graúdos líderes do regime nazista, que governou a Alemanha entre 1933 a 1945, acusados de crimes contra a paz, crimes de guerra, crimes contra a humanidade e crime de conspiração para o cometimento desses crimes.
Neste tribunal, os acusados alegavam que matavam os judeus porque os seus superiores assim ordenavam, de forma que este deviam cumprir a norma sob pena de crime de desobediência e descumprimento da norma Alemã. Tais argumentos não prosperaram pois não se pode cumprir uma norma que fere um direito preexistente, atingindo um direito natural e universal, qual seja, o direito a vida.
B) Direito Positivo: É o direito legislado, ou seja, trata-se da lei.
Atenção! O direito positivo se subdivide em Direito Objetivo (Lei em si. Ex: art. 1228, CC- Proprietário tem a faculdade de uso, gozo e disposição do bem) e Direito Subjetivo (um direito concreto/concretizado de um determinado sujeito. Ex: quando o proprietário faz uso, gozo e disposição de seu patrimônio).
Atenção! O que é Direito potestativo?
É o direito que não admite contestação. Ex¹: direito a divórcio. Ex²: direito do empregado pedir Demissão
II.II- DIREITO PÚBLICO x DIREITO PRIVADO
A) DIREITO PÚBLICO: Nesse ramo do direito existe uma relação vertical entre o Estado e o indivíduo, ou seja, há uma hierarquia na qual o Estado é superior ao indivíduo porque representa os interesses da coletividade contra interesses individuais. Nesse caso, o Estado possui esse status superior porque está velando pelos direitos de todos, já que representa os interesses do povo, e os interesses coletivos sempre pesam mais que os individuais. Exemplo: Direito Tributário; Direito Administrativo; Direito Penal; Direito Financeiro.
B) DIREITO PRIVADO: o direito privado ajuda a organizar as relações e interesses entre partes em suas vidas privadas. Nesse caso, ambas as partes envolvidas estão em condições de igualdade, uma não é superior à outra. No direito privado existe certa liberdade para personalizar a aplicação do direito porque se tratam de normas dispositivas e não obrigatórias. Ex: Direito Civil; Direito Empresarial; Direito do Trabalho; Direito do Consumidor. 
ATENÇÃO! No Direito Privado o Estado garante que o lado mais frágil não fique em uma situação vulnerável. Ex: O empregador e o empregado podem discutir sobre qual será o salário do empregado. Porém, o pagamento não poderá ser menor que o salário mínimo e o empregado não poderá trabalhar mais de 44 horas semanais. Essas normas existem como mecanismos para fomentar a igualdade entre partes, colocar o funcionário em pé de igualdade com a empresa e garantir que não exista um abuso de poder.
III- DIREITO CIVIL 
III.I- Conceito:
Para Silvio Rodrigues (2007) “o direito civil é uma ciência social que regula a vida do homem na sociedade, e não seria possível essa convivência social harmônica, sem regras que regulem tal comportamento”. Direito Civil é assim o principal ramo do Direito Privado e tem por fim regular as relações humanas.
III.II- CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO CIVIL (neoconstitucionalismo)
O Código Civil de 1916, foi fruto do Código Napoleônico e das codificações do século XIX, consubstanciado no ato de reunir todas as leis que regem dado assunto num único Código (exemplo: O primeiro código Brasileiro foi o Código Criminal de 1830, seguido do Código de Processo Criminal de 1832). Ocorre que com a independência do Brasil, o governo imperial promulgou uma lei que mantinha em vigor no território brasileiro as Ordenações Filipinas e toda a legislação portuguesa anterior, que possuía falhas e contradições, sendo assim a constituição de 1824, no seu art.179, determinou que se organizasse o quanto antes um código civil, pois se fazia necessário a modernização haja vista que uma vez independente o Estado Brasileiro, o Direito também tinha que tomar rumo próprio, de acordo com as necessidades de seu povo.
 Nesse momento histórico, a relação entre indivíduo e propriedade era o centro do universo do direito privado. Além disso, cumpria um papel de estatuto único e monopolizador das relações privadas, não sofrendo ingerência do Poder Público e a ele contrapondo-se. Essa relevância preponderante do individualismo fez com que fosse dado extremo valor à garantia do livre desenvolvimento da atividade econômica privada e também ao conceito de propriedade. Em certo sentido, por tudo isso, pode-se dizer que o Direito Civil Brasileiro ficou impopular, pois distante do cidadão comum.
De outro giro, a Constituição brasileira de outubro de 1988 foi influenciada decisivamente pela busca da democracia, pela constitucionalização de temas que, a rigor, não seriam por assim dizer constitucionais, mas que tal tratamento tiveram em razão dos ares de liberdade que sopravam na sociedade brasileira recém-saída de um regime autoritário que perdurou 21 anos (Ditadura militar: 01 de abril de 1964 – 15 de março de 1985).
Neste contexto, a constitucionalização do direito civil, também chamado de neoconstitucionalismo do direito civil, trata-se da harmonização entre os pontos de ligação/convergência do Direito público e o direito privado, adequando institutos que são, em sua essência, elementos de direito privado, mas que estão na constituição, sobretudo em razão das mudanças sociais do último século e das transformações das sociedades ocidentais. 
Destarte, podemos comparar o direito privado ao sistema solar de forma que o sol é a Constituição Federal. O planeta principal é a codificação material privada; no nosso caso, o primeiro planeta é o Código Civil de 2002. Os outros planetas são os outros códigos, que exercem papel central nos diversos ramos jurídicos: o Código de Processo Civil, o Código Tributário Nacional, o Código Penal, a Consolidação das Leis do Trabalho (que apesar de não ser um Código na melhor acepção do termo, acaba cumprindo essa função) e assim sucessivamente. Ao lado desses planetas estão em órbita satélites ou luas, os microssistemas jurídicos ou estatutos, igualmente vitais para o ordenamento, como é o caso do Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/1990), da Lei de Locação (Lei 8.245/1991), da Lei do Bem de Família (Lei 8.009/1990), do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/1990), entre outros, que giram em torno do planeta Código Civil.
O desenho a seguir faz a demonstração da realidade do Direito Privado Contemporâneo: 
A ilustração ao norte retrata muito bem o que vem ser a constitucionalização do Direito Civil, de forma que tal imagem deve estar na mente do civilista contemporâneo, o qual deve ter acompreensão de um sistema unitário, sendo comuns os diálogos interdisciplinares dentro do direito (diálogo das fontes). Conforme vimos, O aplicador do Direito é o astronauta, que deve encontrar as soluções jurídicas dentro da imensidão do sistema solar.
Neste diapasão, com a constitucionalização do direito civil, o operador do direito civil deixa utilizar unicamente a lei civil codificada, bem como os classicosexemplos de “Tício, Caio e Mévio”, e passar a usar o Direito Civil alinhado com a Contituição Brasileira, fazendo, desta feita, o acompanhamento da evolução social, adequando estas normas a união homoafetiva, o aborto do anencefálico, a adoção homoafetiva, a negativa de transfusão sanguínea por convicções religiosas, a negativa à realização do exame de DNA, a parentalidade socioafetiva (geradora dos filhos de criação), o direito ao sigilo e à imagem em conflito com o direito à informação e à liberdade de imprensa, os danos coletivos e sociais, os contratos eletrônicos ou digitais, o direito de propriedade nas favelas, os direitos da personalidade do morto, o uso de células-tronco embrionárias para fins terapêuticos, as técnicas de reprodução assistida, a herança digital, a utilização de novas tecnologias e as questões contratuais e dominiais que delas podem surgir, o chamado testamento biológico, entre outros. 
DIREITO CIVIL 
PARTE GERAL
SUJEITOS
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PARTE ESPECIAL 
OBRIGAÇÃO
RELAÇÃO JURÍDICA
CONTRATOS
RESPONSABILIDADES CIVIL 
PROPRIEDADE (REAIS/ DIREITO DAS COISAS) 
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