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Apostila CRESS-RO

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Prévia do material em texto

Conselho Regional de Serviço 
Social da 23ª Região (Rondônia) 
CRESS-RO 
 
Agente Administrativo 
 
 
Língua Portuguesa 
1 Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados. ................................................................................. 1 
2 Reconhecimento de tipos e gêneros textuais. ............................................................................................................. 6 
3 Domínio da ortografia oficial. ...................................................................................................................................... 16 
4 Domínio dos mecanismos de coesão textual. 4.1 Emprego de elementos de referenciação, substituição e 
repetição, de conectores e de outros elementos de sequenciação textual. ............................................................ 24 
4.2 Emprego de tempos e modos verbais. .................................................................................................................... 32 
5 Domínio da estrutura morfossintática do período. ................................................................................................. 32 
5.1 Emprego das classes de palavras. ........................................................................................................................... 34 
5.2 Relações de coordenação entre orações e entre termos da oração. 5.3 Relações de subordinação entre 
orações e entre termos da oração. ................................................................................................................................ 59 
5.4 Emprego dos sinais de pontuação. ......................................................................................................................... 67 
5.5 Concordância verbal e nominal. .............................................................................................................................. 71 
5.6 Regência verbal e nominal. ...................................................................................................................................... 74 
5.7 Emprego do sinal indicativo de crase. ..................................................................................................................... 78 
5.8 Colocação dos pronomes átonos. ............................................................................................................................. 81 
6 Reescrita de frases e parágrafos do texto. ................................................................................................................. 82 
6.1 Significação das palavras. ......................................................................................................................................... 87 
6.2 Substituição de palavras ou de trechos de texto. 6.3 Reorganização da estrutura de orações e de períodos 
do texto. 6.4 Reescrita de textos de diferentes gêneros e níveis de formalidade. ................................................ 93 
7 Correspondência oficial (conforme Manual de Redação da Presidência da República). 7.1 Aspectos gerais da 
redação oficial. 7.2 Finalidade dos expedientes oficiais. 7.3 Adequação da linguagem ao tipo de documento. 7.4 
Adequação do formato do texto ao gênero. .................................................................................................................. 97 
 
 
Noções de Informática 
1 Conceitos básicos e modos de utilização de tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimentos de 
informática: tipos de computadores, conceitos de hardware e de software, instalação de periféricos. .............. 1 
2 Edição de textos, planilhas e apresentações (ambiente Microsoft Office, versões 2010, 2013 e 365). ......... 15 
3 Noções de sistema operacional (ambiente Windows, versões 7, 8 e 10)............................................................. 41 
4 Redes de computadores: conceitos básicos, ferramentas, aplicativos e procedimentos de Internet e intranet.
 .............................................................................................................................................................................................. 77 
5 Programas de navegação: Mozilla Firefox e Google Chrome. ................................................................................. 86 
6 Programa de correio eletrônico: MS Outlook............................................................................................................ 97 
7 Sítios de busca e pesquisa na Internet. ...................................................................................................................... 99 
8 Conceitos de organização e de gerenciamento de informações, arquivos, pastas e programas. ................... 103 
9 Segurança da informação: procedimentos de segurança. 10 Noções de vírus, worms e pragas virtuais. 11 
Aplicativos para segurança (antivírus, firewall, antispyware etc.). ...................................................................... 111 
12 Procedimentos de backup ........................................................................................................................................ 128 
 
 
Raciocínio Lógico e Matemático 
1 Operações, propriedades e aplicações (soma, subtração, multiplicação, divisão, potenciação e radiciação). . 1 
2 Princípios de contagem e probabilidade. 3 Arranjos e permutações. 4 Combinações. ........................................ 1 
5 Conjuntos numéricos (números naturais, inteiros, racionais e reais) e operações com conjuntos. .................. 5 
6 Razões e proporções (grandezas diretamente proporcionais, grandezas inversamente proporcionais, 
porcentagem, regras de três simples e compostas). ................................................................................................... 16 
7. Equações e inequações. ................................................................................................................................................ 24 
8 Sistemas de medidas. .................................................................................................................................................... 35 
9 Volumes. .......................................................................................................................................................................... 38 
10 Compreensão de estruturas lógicas. ........................................................................................................................ 42 
11 Lógica de argumentação (analogias, inferências, deduções e conclusões). ...................................................... 50 
12 Diagramas lógicos. ....................................................................................................................................................... 56 
 
 
Conhecimentos Específicos 
Noções de Administração Pública: 1 Princípios fundamentais que regem a Administração Federal: enumeração 
e descrição. ............................................................................................................................................................................ 1 
2 Administração Federal: administração direta e indireta, estruturação, características e descrição dos órgãos 
e entidades públicos. ........................................................................................................................................................... 5 
3 Os Ministérios e respectivas áreas de competência. ................................................................................................ 18 
4 Os poderes e deveres do administrador público. ..................................................................................................... 25 
Noções de Arquivologia: 1 Conceitos fundamentais de arquivologia. ..................................................................... 31 
2 Gerenciamento da informação e a gestão de documentos. 2.1 Diagnósticos. 2.2 Arquivos correntes e 
intermediário.2.3 Protocolos. 2.4 Avaliação de documentos. 2.5 Arquivos permanentes. ................................ 36 
3 Tipologias documentais e suportes físicos. 3.1 Microfilmagem. 3.2 Automação. 3.3 Preservação, conservação 
e restauração de documentos. ........................................................................................................................................ 46 
4 Documentos eletrônicos (digitais): conceitos e definições. .................................................................................. 50 
Organização: 1 Conceito e tipos de estrutura organizacional. ................................................................................. 54 
2 Relações humanas, desempenho profissional, desenvolvimento de equipes de trabalho. .............................. 61 
3 Noções de cidadania e relações públicas. ................................................................................................................. 76 
4 Comunicação. ................................................................................................................................................................. 80 
5 Redação oficial de documentos oficiais. Protocolo: recepção, classificação, registro e distribuição de 
documentos. Expedição de correspondência: registro e encaminhamento. ......................................................... 85 
Legislação e Ética na Administração Pública: 1 Regimento interno do CRESS-RO. ............................................ 101 
2 Estatuto do Conjunto CFESS/CRESS. ........................................................................................................................ 106 
3 Lei nº 8.662/1993. ...................................................................................................................................................... 119 
4 Acesso à Informação: Lei nº 12.527/2011; Decreto nº 7.724/2011. ................................................................ 125 
5 Resolução CFESS nº 582/2010. ................................................................................................................................ 141 
6 Ética e função pública. ................................................................................................................................................. 151 
7 Ética no setor público. ................................................................................................................................................. 152 
8 Lei nº 8.429/1992 e suas alterações. ....................................................................................................................... 157 
9 Lei nº 9.784/1999 e suas alterações (Processo administrativo) ........................................................................ 162 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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LÍNGUA PORTUGUESA 
 
 
APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 1 
 
 
 
 
COMPREENSÃO DO TEXTO 
 
Há duas operações diferentes no entendimento de um 
texto. A primeira é a apreensão, que é a captação das relações 
que cada parte mantém com as outras no interior do texto. No 
entanto, ela não é suficiente para entender o sentido integral. 
Uma pessoa que conhecesse todas as palavras do texto, mas 
não conhecesse o universo dos discursos, não entenderia o 
significado do mesmo. Por isso, é preciso colocar o texto 
dentro do universo discursivo a que ele pertence e no interior 
do qual ganha sentido. Alguns teóricos chamam o universo 
discursivo de “conhecimento de mundo”, mas chamaremos essa 
operação de compreensão. 
E assim teremos: 
 
Apreensão + Compreensão = Entendimento do texto 
 
Para ler e entender um texto é preciso atingir dois níveis 
de leitura, sendo a primeira a informativa e a segunda à de 
reconhecimento. 
A primeira deve ser feita cuidadosamente por ser o 
primeiro contato com o texto, extraindo-se informações e se 
preparando para a leitura interpretativa. Durante a 
interpretação grife palavras-chave, passagens importantes; 
tente ligar uma palavra à ideia central de cada parágrafo. 
A última fase de interpretação concentra-se nas perguntas 
e opções de respostas. Marque palavras como não, exceto, 
respectivamente, etc., pois fazem diferença na escolha 
adequada. 
Retorne ao texto mesmo que pareça ser perda de tempo. 
Leia a frase anterior e posterior para ter ideia do sentido global 
proposto pelo autor. 
Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias 
seletas e organizadas, através dos parágrafos que é composto 
pela ideia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a 
conclusão do texto. 
A alusão histórica serve para dividir o texto em pontos 
menores, tendo em vista os diversos enfoques. 
Convencionalmente, o parágrafo é indicado através da 
mudança de linha e um espaçamento da margem esquerda. 
Uma das partes bem distintas do parágrafo é o tópico 
frasal, ou seja, a ideia central extraída de maneira clara e 
resumida. 
Atentando-se para a ideia principal de cada parágrafo, 
asseguramos um caminho que nos levará à compreensão do 
texto. 
Produzir um texto é semelhante à arte de produzir um 
tecido, o fio deve ser trabalhado com muito cuidado para que 
o trabalho não se perca. Por isso se faz necessária a 
compressão da coesão e coerência. 
 
Coesão 
 
É a amarração entre as várias partes do texto. Os principais 
elementos de coesão são os conectivos e vocábulos 
gramaticais, que estabelecem conexão entre palavras ou 
partes de uma frase. O texto deve ser organizado por nexos 
adequados, com sequência de ideias encadeadas logicamente, 
evitando frases e períodos desconexos. Para perceber a falta 
de coesão, a melhor atitude é ler atentamente o seu texto, 
procurando estabelecer as possíveis relações entre palavras 
que formam a oração e as orações que formam o período e, 
finalmente, entre os vários períodos que formam o texto. Um 
texto bem trabalhado sintática e semanticamente resulta num 
texto coeso. 
 
Coerência 
 
A coerência está diretamente ligada à possibilidade de 
estabelecer um sentido para o texto, ou seja, ela é que faz com 
que o texto tenha sentido para quem lê. Na avaliação da 
coerência será levado em conta o tipo de texto. Em um texto 
dissertativo, será avaliada a capacidade de relacionar os 
argumentos e de organizá-los de forma a extrairdeles 
conclusões apropriadas; num texto narrativo, será avaliada 
sua capacidade de construir personagens e de relacionar ações 
e motivações. 
 
Tipos de Composição 
 
Descrição: é representar verbalmente um objeto, uma 
pessoa, um lugar, mediante a indicação de aspectos 
característicos, de pormenores individualizantes. Requer 
observação cuidadosa, para tornar aquilo que vai ser descrito 
um modelo inconfundível. Não se trata de enumerar uma série 
de elementos, mas de captar os traços capazes de transmitir 
uma impressão autêntica. Descrever é mais que apontar, é 
muito mais que fotografar. É pintar, é criar. Por isso, impõe-se 
o uso de palavras específicas, exatas. 
 
Narração: é um relato organizado de acontecimentos reais 
ou imaginários. São seus elementos constitutivos: 
personagens, circunstâncias, ação; o seu núcleo é o incidente, 
o episódio, e o que a distingue da descrição é a presença de 
personagens atuantes, que estão quase sempre em conflito. A 
narração envolve: 
- Quem? Personagem; 
- Quê? Fatos, enredo; 
- Quando? A época em que ocorreram os acontecimentos; 
- Onde? O lugar da ocorrência; 
- Como? O modo como se desenvolveram os 
acontecimentos; 
- Por quê? A causa dos acontecimentos; 
 
Dissertação: é apresentar ideias, analisá-las, é estabelecer 
um ponto de vista baseado em argumentos lógicos; é 
estabelecer relações de causa e efeito. Aqui não basta expor, 
narrar ou descrever, é necessário explanar e explicar. O 
raciocínio é que deve imperar neste tipo de composição, e 
quanto maior a fundamentação argumentativa, mais brilhante 
será o desempenho. 
 
Sentidos Próprio e Figurado 
 
Comumente afirma-se que certas ocorrências de discurso 
têm sentido próprio e sentido figurado. Geralmente os 
exemplos de tais ocorrências são metáforas. Assim, em “Maria 
é uma flor” diz-se que “flor” tem um sentido próprio e um 
sentido figurado. O sentido próprio é o mesmo do enunciado: 
“parte do vegetal que gera a semente”. O sentido figurado é o 
mesmo de “Maria, mulher bela, etc.” O sentido próprio, na 
acepção tradicional não é próprio ao contexto, mas ao termo. 
O sentido tradicionalmente dito próprio sempre 
corresponde ao que definimos aqui como sentido imediato do 
enunciado. Além disso, alguns autores o julgam como sendo o 
sentido preferencial, o que comumente ocorre. 
1 Compreensão e 
interpretação de textos de 
gêneros variados 
APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 2 
O sentido dito figurado é o do enunciado que substitui a 
metáfora, e que em leitura imediata leva à mesma mensagem 
que se obtém pela decifração da metáfora. 
O conceito de sentido próprio nasce do mito da existência 
da leitura ingênua, que ocorre esporadicamente, é verdade, 
mas nunca mais que esporadicamente. 
Não há muito que criticar na adoção dos conceitos de 
sentido próprio e sentido figurado, pois ela abre um caminho 
de abordagem do fenômeno da metáfora. O que é passível de 
crítica é a atribuição de status diferenciado para cada uma das 
categorias. Tradicionalmente o sentido próprio carrega uma 
conotação de sentido “natural”, sentido “primeiro”. 
Invertendo a perspectiva, com os mesmos argumentos, 
poderíamos afirmar que “natural”, “primeiro” é o sentido 
figurado, afinal, é o sentido figurado que possibilita a correta 
interpretação do enunciado e não o sentido próprio. Se o 
sentido figurado é o “verdadeiro” para o enunciado, por que 
não chamá-lo de “natural”, “primeiro”? 
Pela lógica da Retórica tradicional, essa inversão de 
perspectiva não é possível, pois o sentido figurado está 
impregnado de uma conotação desfavorável. O sentido 
figurado é visto como anormal e o sentido próprio, não. Ele 
carrega uma conotação positiva, logo, é natural, primeiro. 
A Retórica tradicional é impregnada de moralismo e 
estetização e até a geração de categorias se ressente disso. 
Essa tendência para atribuir status às categorias é uma 
constante do pensamento antigo, cuja índole era 
hierarquizante, sempre buscando uma estrutura piramidal 
para o conhecimento, o que se estende até hoje em algumas 
teorias modernas. 
Ainda hoje, apesar da imparcialidade típica e necessária ao 
conhecimento científico, vemos conotações de valor sendo 
atribuídas a categorias retóricas a partir de considerações 
totalmente externas a ela. Um exemplo: o retórico que tenha 
para si a convicção de que a qualidade de qualquer discurso se 
fundamenta na sua novidade, originalidade, imprevisibilidade, 
tenderá a descrever os recursos retóricos como “desvios da 
normalidade”, pois o que lhe interessa é pôr esses recursos 
retóricos a serviço de sua concepção estética. 
 
Sentido Imediato 
 
Sentido imediato é o que resulta de uma leitura imediata 
que, com certa reserva, poderia ser chamada de leitura 
ingênua ou leitura de máquina de ler. 
Uma leitura imediata é aquela em que se supõe a existência 
de uma série de premissas que restringem a decodificação tais 
como: 
- As frases seguem modelos completos de oração da língua. 
- O discurso é lógico. 
- Se a forma usada no discurso é a mesma usada para 
estabelecer identidades lógicas ou atribuições, então, tem-se, 
respectivamente, identidade lógica e atribuição. 
- Os significados são os encontrados no dicionário. 
- Existe concordância entre termos sintáticos. 
- Abstrai-se a conotação. 
- Supõe-se que não há anomalias linguísticas. 
- Abstrai-se o gestual, o entoativo e editorial enquanto 
modificadores do código linguístico. 
- Supõe-se pertinência ao contexto. 
- Abstrai-se iconias. 
- Abstrai-se alegorias, ironias, paráfrases, trocadilhos, etc. 
- Não se concebe a existência de locuções e frases feitas. 
- Supõe-se que o uso do discurso é comunicativo. Abstrai-
se o uso expressivo, cerimonial. 
 
Admitindo essas premissas, o discurso será indecifrável, 
ininteligível ou compreendido parcialmente toda vez que nele 
surgirem elipses, metáforas, metonímias, oximoros, ironias, 
alegorias, anomalias, etc. Também passam despercebidas as 
conotações, as iconias, os modificadores gestuais, entoativos, 
editoriais, etc. 
Na verdade, não existe o leitor absolutamente ingênuo, que 
se comporte como uma máquina de ler, o que faz do conceito 
de leitura imediata apenas um pressuposto metodológico. O 
que existe são ocorrências eventuais que se aproximam de 
uma leitura imediata, como quando alguém toma o sentido 
literal pelo figurado, quando não capta uma ironia ou fica 
perplexo diante de um oximoro. 
Há quem chame o discurso que admite leitura imediata de 
grau zero da escritura, identificando-a como uma forma mais 
primitiva de expressão. Esse grau zero não tem realidade, é 
apenas um pressuposto. Os recursos de Retórica são 
anteriores a ele. 
 
Sentido Preferencial 
Para compreender o sentido preferencial é preciso 
conceber o enunciado descontextualizado ou em contexto de 
dicionário. Quando um enunciado é realizado em contexto 
muito rarefeito, como é o contexto em que se encontra uma 
palavra no dicionário, dizemos que ela está 
descontextualizada. Nesta situação, o sentido preferencial é o 
que, na média, primeiro se impõe para o enunciado. Óbvio, o 
sentido que primeiro se impõe para um receptor pode não ser 
o mesmo para outro. Por isso a definição tem de considerar o 
resultado médio, o que não impede que pela necessidade 
momentânea consideremos o significado preferencial para 
dado indivíduo. 
Algumas regularidades podem ser observadas nos 
significados preferenciais. Por exemplo: o sentido preferencial 
da palavra porco costuma ser: “animal criado em granja para 
abate”, e nunca o de “indivíduo sem higiene”. Em outras 
palavras, geralmente o sentido que admite leitura imediata se 
impõe sobre o que teve origem em processos metafóricos, 
alegóricos, metonímicos. Mas esta regra não é geral. Vejamos 
o seguinte exemplo: “Um caminhão de cimento”. O sentido 
preferencial para a frase dada é o mesmo de “caminhão 
carregado com cimento” e não o de “caminhão construído com 
cimento”. Neste caso o sentido preferencial é o metonímico,o 
que contrapõe a tese que diz que o sentido “figurado” não é o 
“primeiro significado da palavra”. Também é comum o sentido 
mais usado se impor sobre o menos usado. 
Para certos termos é difícil estabelecer o sentido 
preferencial. Um exemplo: Qual o sentido preferencial de 
manga? O de fruto ou de uma parte da roupa? 
 
Questões 
 
01. (SEDS/PE - Sargento Polícia Militar - 
MS/CONCURSOS) O preenchimento adequado da manchete: 
“Pelé afirma que a seleção está bem, ______Portugal e Espanha 
também estão bem preparadas.” faz parte de um recurso de: 
 
(A) Adequação vocabular. 
(B) Falta de coesão. 
(C) Incoerência. 
(D) Coesão. 
(E) Coerência. 
 
02. (SEDUC/PI - Professor - NUCEP) O sentido da frase: 
Equivale dizer, ainda, que nós somos sujeitos de nossa história 
e de nossa realidade, considerando-se a palavra destacada, 
continuará inalterado, em: 
 
(A) Equivale dizer, talvez, que nós somos sujeitos de nossa 
história e de nossa realidade. 
(B) Equivale dizer, por outro lado, que nós somos sujeitos 
de nossa história e de nossa realidade. 
(C) Equivale dizer, preferencialmente, que nós somos 
sujeitos de nossa história e de nossa realidade. 
APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 3 
(D) Equivale dizer, novamente, que nós somos sujeitos de 
nossa história e de nossa realidade. 
(E) Equivale dizer, também, que nós somos sujeitos de 
nossa história e de nossa realidade. 
 
03. (TJ/SP - Agente de Fiscalização Judiciária - 
VUNESP) 
 
No fim da década de 90, atormentado pelos chás de cadeira 
que enfrentou no Brasil, Levine resolveu fazer um 
levantamento em grandes cidades de 31 países para descobrir 
como diferentes culturas lidam com a questão do tempo. A 
conclusão foi que os brasileiros estão entre os povos mais 
atrasados - do ponto de vista temporal, bem entendido - do 
mundo. Foram analisadas a velocidade com que as pessoas 
percorrem determinada distância a pé no centro da cidade, o 
número de relógios corretamente ajustados e a eficiência dos 
correios. Os brasileiros pontuaram muito mal nos dois 
primeiros quesitos. No ranking geral, os suíços ocupam o 
primeiro lugar. O país dos relógios é, portanto, o que tem o 
povo mais pontual. Já as oito últimas posições no ranking são 
ocupadas por países pobres. 
O estudo de Robert Levine associa a administração do 
tempo aos traços culturais de um país. "Nos Estados Unidos, 
por exemplo, a ideia de que tempo é dinheiro tem um alto valor 
cultural. Os brasileiros, em comparação, dão mais importância 
às relações sociais e são mais dispostos a perdoar atrasos", diz 
o psicólogo. Uma série de entrevistas com cariocas, por 
exemplo, revelou que a maioria considera aceitável que um 
convidado chegue mais de duas horas depois do combinado a 
uma festa de aniversário. Pode-se argumentar que os 
brasileiros são obrigados a ser mais flexíveis com os horários 
porque a infraestrutura não ajuda. Como ser pontual se o 
trânsito é um pesadelo e não se pode confiar no transporte 
público? 
(Veja, 2009.) 
Há emprego do sentido figurado das palavras em: 
(A) ... os brasileiros estão entre os povos mais atrasados... 
(B) No ranking geral, os suíços ocupam o primeiro lugar. 
(C) Os brasileiros ... dão mais importância às relações 
sociais... 
(D) Como ser pontual se o trânsito é um pesadelo... 
(E) ... não se pode confiar no serviço público? 
 
04. (UNESP - Assistente Administrativo - 
VUNESP/2016) 
 
O gavião 
 
Gente olhando para o céu: não é mais disco voador. Disco 
voador perdeu o cartaz com tanto satélite beirando o sol e a 
lua. Olhamos todos para o céu em busca de algo mais 
sensacional e comovente – o gavião malvado, que mata 
pombas. 
O centro da cidade do Rio de Janeiro retorna assim à 
contemplação de um drama bem antigo, e há o partido das 
pombas e o partido do gavião. Os pombistas ou pombeiros 
(qualquer palavra é melhor que “columbófilo”) querem matar 
o gavião. Os amigos deste dizem que ele não é malvado tal; na 
verdade come a sua pombinha com a mesma inocência com 
que a pomba come seu grão de milho. 
Não tomarei partido; admiro a túrgida inocência das 
pombas e também o lance magnífico em que o gavião se 
despenca sobre uma delas. Comer pombas é, como diria Saint-
Exupéry, “a verdade do gavião”, mas matar um gavião no ar 
com um belo tiro pode também ser a verdade do caçador. 
Que o gavião mate a pomba e o homem mate alegremente 
o gavião; ao homem, se não houver outro bicho que o mate, 
pode lhe suceder que ele encontre seu gavião em outro 
homem. 
 (Rubem Braga. Ai de ti, Copacabana, 1999) 
O termo gavião, destacado em sua última ocorrência no 
texto – … pode lhe suceder que ele encontre seu gavião em 
outro homem. –, é empregado com sentido: 
 
(A) próprio, equivalendo a inspiração. 
(B) próprio, equivalendo a conquistador. 
(C) figurado, equivalendo a ave de rapina. 
(D) figurado, equivalendo a alimento. 
(E) figurado, equivalendo a predador. 
 
Gabarito 
01. D / 02. E / 03. D / 04. E 
 
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 
 
A leitura é o meio mais importante para chegarmos ao 
conhecimento, portanto, precisamos aprender a ler e não 
apenas “passar os olhos sobre algum texto”. Ler, na verdade, é 
dar sentido à vida e ao mundo, é dominar a riqueza de 
qualquer texto, seja literário, informativo, persuasivo, 
narrativo, possibilidades que se misturam e as tornam 
infinitas. É preciso, para uma boa leitura, exercitar-se na arte 
de pensar, de captar ideias, de investigar as palavras… Para 
isso, devemos entender, primeiro, algumas definições 
importantes: 
 
Texto 
O texto (do latim textum: tecido) é uma unidade básica de 
organização e transmissão de ideias, conceitos e informações 
de modo geral. Em sentido amplo, uma escultura, um quadro, 
um símbolo, um sinal de trânsito, uma foto, um filme, uma 
novela de televisão também são formas textuais. 
 
Interlocutor 
É a pessoa a quem o texto se dirige. 
 
Texto-modelo 
“Não é preciso muito para sentir ciúme. Bastam três – você, 
uma pessoa amada e uma intrusa. Por isso todo mundo sente. 
Se sua amiga disser que não, está mentindo ou se enganando. 
Quem agüenta ver o namorado conversando todo animado 
com outra menina sem sentir uma pontinha de não-sei-o-quê? 
(…) 
É normal você querer o máximo de atenção do seu 
namorado, das suas amigas, dos seus pais. Eles são a parte 
mais importante da sua vida.” 
(Revista Capricho) 
 
Modelo de Perguntas 
1) Considerando o texto-modelo, é possível identificar 
quem é o seu interlocutor preferencial? 
Um leitor jovem. 
 
2) Quais são as informações (explícitas ou não) que 
permitem a você identificar o interlocutor preferencial do 
texto? 
Do contexto podemos extrair indícios do interlocutor 
preferencial do texto: uma jovem adolescente, que pode ser 
acometida pelo ciúme. Observa-se ainda , que a revista 
Capricho tem como público-alvo preferencial: meninas 
adolescentes. 
A linguagem informal típica dos adolescentes. 
 
09 DICAS PARA MELHORAR A INTERPRETAÇÃO DE 
TEXTOS 
01) Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do 
assunto; 
02) Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa 
a leitura; 
APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 4 
03) Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto 
pelo menos duas vezes; 
04) Inferir; 
05) Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar; 
06) Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do 
autor; 
07) Fragmentar o texto (parágrafos, partes) para melhor 
compreensão; 
08) Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada 
questão; 
09) O autor defende ideias e você deve percebê-las; 
Fonte: http://portuguesemfoco.com/09-dicas-para-
melhorar-a-interpretacao-de-textos-em-provas/ 
 
Não saber interpretar corretamente um texto pode gerar 
inúmeros problemas, afetando não só o desenvolvimento 
profissional, mas também o desenvolvimento pessoal. O 
mundo moderno cobra de nós inúmeras competências, uma 
delas é a proficiência na língua, e isso não se refere apenas a 
uma boa comunicação verbal, mas também à capacidade de 
entender aquilo queestá sendo lido. O analfabetismo funcional 
está relacionado com a dificuldade de decifrar as entrelinhas 
do código, pois a leitura mecânica é bem diferente da leitura 
interpretativa, aquela que fazemos ao estabelecer analogias e 
criar inferências. Para que você não sofra mais com a análise 
de textos, elaboramos algumas dicas para você seguir e tirar 
suas dúvidas. 
Uma interpretação de texto competente depende de 
inúmeros fatores, mas nem por isso deixaremos de contemplar 
alguns que se fazem essenciais para esse exercício. Muitas 
vezes, apressados, descuidamo-nos das minúcias presentes 
em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz 
suficiente, o que não é verdade. Interpretar demanda paciência 
e, por isso, sempre releia, pois uma segunda leitura pode 
apresentar aspectos surpreendentes que não foram 
observados anteriormente. Para auxiliar na busca de sentidos 
do texto, você pode também retirar dele os tópicos frasais 
presentes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na 
apreensão do conteúdo exposto. Lembre-se de que os 
parágrafos não estão organizados, pelo menos em um bom 
texto, de maneira aleatória, se estão no lugar que estão, é 
porque ali se fazem necessários, estabelecendo uma relação 
hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias 
supracitadas ou apresentando novos conceitos. 
Para finalizar, concentre-se nas ideias que de fato foram 
explicitadas pelo autor: os textos argumentativos não 
costumam conceder espaço para divagações ou hipóteses, 
supostamente contidas nas entrelinhas. Devemos nos ater às 
ideias do autor, isso não quer dizer que você precise ficar preso 
na superfície do texto, mas é fundamental que não criemos, à 
revelia do autor, suposições vagas e inespecíficas. Quem lê com 
cuidado certamente incorre menos no risco de tornar-se um 
analfabeto funcional e ler com atenção é um exercício que deve 
ser praticado à exaustão, assim como uma técnica, que fará de 
nós leitores proficientes e sagazes. Agora que você já conhece 
nossas dicas, desejamos a você uma boa leitura e bons estudos! 
Fonte: http://portugues.uol.com.br/redacao/dicas-para-uma-boa-
interpretacao-texto.html 
 
Questões 
 
O uso da bicicleta no Brasil 
 
A utilização da bicicleta como meio de locomoção no Brasil 
ainda conta com poucos adeptos, em comparação com países 
como Holanda e Inglaterra, por exemplo, nos quais a bicicleta 
é um dos principais veículos nas ruas. Apesar disso, cada vez 
mais pessoas começam a acreditar que a bicicleta é, numa 
comparação entre todos os meios de transporte, um dos que 
oferecem mais vantagens. 
A bicicleta já pode ser comparada a carros, motocicletas e 
a outros veículos que, por lei, devem andar na via e jamais na 
calçada. Bicicletas, triciclos e outras variações são todos 
considerados veículos, com direito de circulação pelas ruas e 
prioridade sobre os automotores. 
Alguns dos motivos pelos quais as pessoas aderem à 
bicicleta no dia a dia são: a valorização da sustentabilidade, 
pois as bikes não emitem gases nocivos ao ambiente, não 
consomem petróleo e produzem muito menos sucata de 
metais, plásticos e borracha; a diminuição dos 
congestionamentos por excesso de veículos motorizados, que 
atingem principalmente as grandes cidades; o favorecimento 
da saúde, pois pedalar é um exercício físico muito bom; e a 
economia no combustível, na manutenção, no seguro e, claro, 
nos impostos. 
No Brasil, está sendo implantado o sistema de 
compartilhamento de bicicletas. Em Porto Alegre, por 
exemplo, o BikePOA é um projeto de sustentabilidade da 
Prefeitura, em parceria com o sistema de Bicicletas SAMBA, 
com quase um ano de operação. Depois de Rio de Janeiro, São 
Paulo, Santos, Sorocaba e outras cidades espalhadas pelo país 
aderirem a esse sistema, mais duas capitais já estão com o 
projeto pronto em 2013: Recife e Goiânia. A ideia do 
compartilhamento é semelhante em todas as cidades. Em 
Porto Alegre, os usuários devem fazer um cadastro pelo site. O 
valor do passe mensal é R$ 10 e o do passe diário, R$ 5, 
podendo-se utilizar o sistema durante todo o dia, das 6h às 
22h, nas duas modalidades. Em todas as cidades que já 
aderiram ao projeto, as bicicletas estão espalhadas em pontos 
estratégicos. 
A cultura do uso da bicicleta como meio de locomoção não 
está consolidada em nossa sociedade. Muitos ainda não sabem 
que a bicicleta já é considerada um meio de transporte, ou 
desconhecem as leis que abrangem a bike. Na confusão de um 
trânsito caótico numa cidade grande, carros, motocicletas, 
ônibus e, agora, bicicletas, misturam-se, causando, muitas 
vezes, discussões e acidentes que poderiam ser evitados. 
Ainda são comuns os acidentes que atingem ciclistas. A 
verdade é que, quando expostos nas vias públicas, eles estão 
totalmente vulneráveis em cima de suas bicicletas. Por isso é 
tão importante usar capacete e outros itens de segurança. A 
maior parte dos motoristas de carros, ônibus, motocicletas e 
caminhões desconhece as leis que abrangem os direitos dos 
ciclistas. Mas muitos ciclistas também ignoram seus direitos e 
deveres. Alguém que resolve integrar a bike ao seu estilo de 
vida e usá-la como meio de locomoção precisa compreender 
que deverá gastar com alguns apetrechos necessários para 
poder trafegar. De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, 
as bicicletas devem, obrigatoriamente, ser equipadas com 
campainha, sinalização noturna dianteira, traseira, lateral e 
nos pedais, além de espelho retrovisor do lado esquerdo. 
(Bárbara Moreira, http://www.eusoufamecos.net. Adaptado) 
 
01. De acordo com o texto, o uso da bicicleta como meio de 
locomoção nas metrópoles brasileiras 
(A) decresce em comparação com Holanda e Inglaterra 
devido à falta de regulamentação. 
(B) vem se intensificando paulatinamente e tem sido 
incentivado em várias cidades. 
(C) tornou-se, rapidamente, um hábito cultivado pela 
maioria dos moradores. 
(D) é uma alternativa dispendiosa em comparação com os 
demais meios de transporte. 
(E) tem sido rejeitado por consistir em uma atividade 
arriscada e pouco salutar. 
 
02. A partir da leitura, é correto concluir que um dos 
objetivos centrais do texto é 
(A) informar o leitor sobre alguns direitos e deveres do 
ciclista. 
APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 5 
(B) convencer o leitor de que circular em uma bicicleta é 
mais seguro do que dirigir um carro. 
(C) mostrar que não há legislação acerca do uso da bicicleta 
no Brasil. 
(D) explicar de que maneira o uso da bicicleta como meio 
de locomoção se consolidou no Brasil. 
(E) defender que, quando circular na calçada, o ciclista 
deve dar prioridade ao pedestre. 
 
03. Considere o cartum de Evandro Alves. 
 
Afogado no Trânsito 
 
(http://iiiconcursodecartumuniversitario.blogspot.com.br) 
 
Considerando a relação entre o título e a imagem, é correto 
concluir que um dos temas diretamente explorados no cartum 
é 
(A) o aumento da circulação de ciclistas nas vias públicas. 
(B) a má qualidade da pavimentação em algumas ruas. 
(C) a arbitrariedade na definição dos valores das multas. 
(D) o número excessivo de automóveis nas ruas. 
(E) o uso de novas tecnologias no transporte público. 
 
04. Considere o cartum de Douglas Vieira. 
 
Televisão 
 
(http://iiiconcursodecartumuniversitario.blogspot.com.br. Adaptado) 
 
É correto concluir que, de acordo com o cartum , 
(A) os tipos de entretenimento disponibilizados pelo livro 
ou pela TV são equivalentes. 
(B) o livro, em comparação com a TV, leva a uma 
imaginação mais ativa. 
(C) o indivíduo que prefere ler a assistir televisão é alguém 
que não sabe se distrair. 
(D) a leitura de um bom livro é tão instrutiva quanto 
assistir a um programa de televisão. 
(E) a televisão e o livro estimulam a imaginação de modo 
idêntico, embora ler seja mais prazeroso. 
 
 
 
 
 
 
Leia o texto para responder às questões: 
 
Propensão à ira de trânsito 
 
Dirigir um carro é estressante, além de inerentemente 
perigoso. Mesmo que o indivíduo seja o motorista mais segurodo mundo, existem muitas variáveis de risco no trânsito, como 
clima, acidentes de trânsito e obras nas ruas. 
E com relação a todas as outras pessoas nas ruas? Algumas 
não são apenas maus motoristas, sem condições de dirigir, mas 
também se engajam num comportamento de risco – algumas 
até agem especificamente para irritar o outro motorista ou 
impedir que este chegue onde precisa. 
Essa é a evolução de pensamento que alguém poderá ter 
antes de passar para a ira de trânsito de fato, levando um 
motorista a tomar decisões irracionais. 
Dirigir pode ser uma experiência arriscada e emocionante. 
Para muitos de nós, os carros são a extensão de nossa 
personalidade e podem ser o bem mais valioso que possuímos. 
Dirigir pode ser a expressão de liberdade para alguns, mas 
também é uma atividade que tende a aumentar os níveis de 
estresse, mesmo que não tenhamos consciência disso no 
momento. 
Dirigir é também uma atividade comunitária. Uma vez que 
entra no trânsito, você se junta a uma comunidade de outros 
motoristas, todos com seus objetivos, medos e habilidades ao 
volante. Os psicólogos Leon James e Diane Nahl dizem que um 
dos fatores da ira de trânsito é a tendência de nos 
concentrarmos em nós mesmos, descartando o aspecto 
comunitário do ato de dirigir. 
Como perito do Congresso em Psicologia do Trânsito, o Dr. 
James acredita que a causa principal da ira de trânsito não são 
os congestionamentos ou mais motoristas nas ruas, e sim 
como nossa cultura visualiza a direção agressiva. As crianças 
aprendem que as regras normais em relação ao 
comportamento e à civilidade não se aplicam quando 
dirigimos um carro. Elas podem ver seus pais envolvidos em 
comportamentos de disputa ao volante, mudando de faixa 
continuamente ou dirigindo em alta velocidade, sempre com 
pressa para chegar ao destino. 
Para complicar as coisas, por vários anos psicólogos 
sugeriam que o melhor meio para aliviar a raiva era 
descarregar a frustração. Estudos mostram, no entanto, que a 
descarga de frustrações não ajuda a aliviar a raiva. Em uma 
situação de ira de trânsito, a descarga de frustrações pode 
transformar um incidente em uma violenta briga. 
Com isso em mente, não é surpresa que brigas violentas 
aconteçam algumas vezes. A maioria das pessoas está 
predisposta a apresentar um comportamento irracional 
quando dirige. Dr. James vai ainda além e afirma que a maior 
parte das pessoas fica emocionalmente incapacitada quando 
dirige. O que deve ser feito, dizem os psicólogos, é estar ciente 
de seu estado emocional e fazer as escolhas corretas, mesmo 
quando estiver tentado a agir só com a emoção. 
(Jonathan Strickland. Disponível em: http://carros.hsw.uol.com.br/furia-no-
transito1 .htm. Acesso em: 01.08.2013. Adaptado) 
 
05. Tomando por base as informações contidas no texto, é 
correto afirmar que 
(A) os comportamentos de disputa ao volante acontecem à 
medida que os motoristas se envolvem em decisões 
conscientes. 
(B) segundo psicólogos, as brigas no trânsito são causadas 
pela constante preocupação dos motoristas com o aspecto 
comunitário do ato de dirigir. 
(C) para Dr. James, o grande número de carros nas ruas é o 
principal motivo que provoca, nos motoristas, uma direção 
agressiva. 
(D) o ato de dirigir um carro envolve uma série de 
experiências e atividades não só individuais como também 
sociais. 
APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 6 
(E) dirigir mal pode estar associado à falta de controle das 
emoções positivas por parte dos motoristas. 
 
Gabarito 
 
1. B / 2. A / 3. D / 4. B / 5. D 
 
 
 
TIPOS TEXTUAIS 
 
É a forma como um texto se apresenta. É importante que 
não se confunda tipo textual com gênero textual. 
Existe uma variedade enorme de entendimentos sobre a 
forma correta de definir os tipos de texto. Embora haja uma 
discordância entre várias fontes sobre a quantidade exata de 
tipos textuais, vamos trabalhar aqui com 5 tipos essenciais: 
- Texto Descritivo; 
- Texto Narrativo; 
- Texto Dissertativo; 
- Texto Injuntivo; 
- Texto Expositivo. 
 
Texto Descritivo 
 
É a representação com palavras de um objeto, lugar, 
situação ou coisa, onde procuramos mostrar os traços mais 
particulares ou individuais do que se descreve. É qualquer 
elemento que seja apreendido pelos sentidos e transformado, 
com palavras, em imagens. 
Não é, por norma, um tipo de texto autônomo, 
encontrando-se presente em outros textos, como o texto 
narrativo. Passagens descritivas ocorrem no meio da narração 
quando há uma pausa no desenrolar dos acontecimentos para 
caracterizar pormenorizadamente um objeto, um lugar ou 
uma pessoa, sendo um recurso útil e importante para capturar 
a atenção do leitor. 
 
Exemplo: 
Chamava-se Raimundo este pequeno, e era mole, aplicado, 
inteligência tarda. Raimundo gastava duas horas em reter 
aquilo que a outros levava apenas trinta ou cinquenta minutos; 
vencia com o tempo o que não podia fazer logo com o cérebro. 
Reunia a isso grande medo ao pai. Era uma criança fina, pálida, 
cara doente; raramente estava alegre. Entrava na escola depois 
do pai e retirava-se antes. O mestre era mais severo com ele do 
que conosco. 
(Machado de Assis. "Conto de escola". Contos. 3ed. São Paulo, Ática, 1974) 
 
Esse texto traça o perfil de Raimundo, o filho do professor 
da escola que o escritor frequentava. 
Deve-se notar: 
- que todas as frases expõem ocorrências simultâneas (ao 
mesmo tempo que gastava duas horas para reter aquilo que os 
outros levavam trinta ou cinquenta minutos, Raimundo tinha 
grande medo ao pai); 
- por isso, não existe uma ocorrência que possa ser 
considerada cronologicamente anterior a outra do ponto de 
vista do relato (no nível dos acontecimentos, entrar na escola 
é cronologicamente anterior a retirar-se dela; no nível do 
relato, porém, a ordem dessas duas ocorrências é indiferente: 
o que o escritor quer é explicitar uma característica do menino, 
e não traçar a cronologia de suas ações); 
- ainda que se fale de ações (como entrava, retirava-se), 
todas elas estão no pretérito imperfeito, que indica 
concomitância em relação a um marco temporal instalado no 
texto (no caso, o ano de 1840, em que o escritor frequentava a 
escola da Rua da Costa) e, portanto, não denota nenhuma 
transformação de estado; 
- se invertêssemos a sequência dos enunciados, não 
correríamos o risco de alterar nenhuma relação 
cronológica - poderíamos mesmo colocar o último período em 
primeiro lugar e ler o texto do fim para o começo: O mestre era 
mais severo com ele do que conosco. Entrava na escola depois 
do pai e retirava-se antes... 
 
Estrutura 
 
Introdução: Primeiramente é feita a identificação do ser 
ou objeto que será descrito, de modo a que o leitor foque sua 
atenção nesse ser ou objeto. 
Desenvolvimento: Ocorre então a descrição do objeto ou 
ser em foco, apresentando seus aspectos mais gerais e mais 
pormenorizados, havendo caracterizações mais objetivas e 
outras mais subjetivas. 
Conclusão: A descrição está concluída quando a 
caracterização do objeto ou ser estiver terminada. 
 
Características 
 
O texto descritivo não se encontra limitado por noções 
temporais ou relações espaciais, visto descrever algo estático, 
sem ordem fixa para a realização da descrição. Há uma notória 
predominância de substantivos, adjetivos e locuções adjetivas, 
em detrimento de verbos, sendo maioritariamente necessária 
a utilização de verbos de estado, como ser, estar, parecer, 
permanecer, ficar, continuar, tornar-se, andar... 
O uso de uma linguagem clara e dinâmica, com vocabulário 
rico e variado, bem como o uso de enumerações e 
comparações, ou outras figuras de linguagem, servem para 
melhor apresentar o objeto ou ser em descrição, enriquecendo 
o texto e tornando-o mais interessante para o leitor. 
A descrição pode ser mais objetiva, focalizando aspectos 
físicos, ou mais subjetiva, focalizando aspectos emocionais e 
psicológicos. Nas melhores descrições, há um equilíbrio entre 
os dois tipos de descrição, sendo o objeto ou serdescrito 
apresentado nas suas diversas vertentes. 
Na descrição de pessoas, há a descrição de aspectos físicos, 
ou seja, aquilo que pode ser observado e a descrição de 
aspectos psicológicos e comportamentais, como o caráter, 
personalidade, humor…, apreendidos pelo convívio com a 
pessoa e pela observação de suas atitudes. Na descrição de 
lugares ocorre tanto a descrição de aspectos físicos, como a 
descrição do ambiente social, econômico, político... Na 
descrição de objetos, embora predomine a descrição de 
aspectos físicos, pode ocorrer uma descrição sensorial, que 
estimule os sentidos do leitor. 
 
A descrição, ao contrário da narrativa, não supõe ação. É 
uma estrutura pictórica, em que os aspectos sensoriais 
predominam. Porque toda técnica descritiva implica 
contemplação e apreensão de algo objetivo ou subjetivo, o 
redator, ao descrever, precisa possuir certo grau de 
sensibilidade. Assim como o pintor capta o mundo exterior ou 
interior em suas telas, o autor de uma descrição focaliza cenas 
ou imagens, conforme o permita sua sensibilidade. 
 
Texto Narrativo 
 
O texto narrativo é caracterizado por narrar uma história, 
ou seja, contar uma história através de uma sequência de 
várias ações reais ou imaginárias. Essa sucessão de 
2 Reconhecimento de tipos 
e gêneros textuais 
APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 7 
acontecimentos é contada por um narrador e está estruturada 
em introdução, desenvolvimento e conclusão.1 
Ao longo dessa estrutura narrativa são apresentados os 
principais elementos da narração: espaço, tempo, 
personagem, enredo e narrador. 
Todas as vezes que uma história é contada (é narrada), o 
narrador acaba sempre contando onde, quando, como e com 
quem ocorreu o episódio. É por isso que numa narração 
predomina a ação: o texto narrativo é um conjunto de ações; 
assim sendo, a maioria dos verbos que compõem esse tipo de 
texto são os verbos de ação. O conjunto de ações que compõem 
o texto narrativo, ou seja, a história que é contada nesse tipo 
de texto recebe o nome de enredo. 
As ações contidas no texto narrativo são praticadas pelas 
personagens, que são justamente as pessoas envolvidas no 
episódio que está sendo contado. As personagens são 
identificadas (nomeadas) no texto narrativo pelos 
substantivos próprios. 
Quando o narrador conta um episódio, às vezes (mesmo 
sem querer) ele acaba contando "onde" (em que lugar) as 
ações do enredo foram realizadas pelas personagens. O lugar 
onde ocorre uma ação ou ações é chamado de espaço, 
representado no texto pelos advérbios de lugar. 
Além de contar onde, o narrador também pode esclarecer 
"quando" ocorreram as ações da história. Esse elemento da 
narrativa é o tempo, representado no texto narrativo através 
dos tempos verbais, mas principalmente pelos advérbios de 
tempo. É o tempo que ordena as ações no texto narrativo: é ele 
que indica ao leitor "como" o fato narrado aconteceu. 
A história contada, por isso, passa por uma introdução 
(parte inicial da história, também chamada de prólogo), pelo 
desenvolvimento do enredo (é a história propriamente dita, 
o meio, o "miolo" da narrativa, também chamada de trama) e 
termina com a conclusão da história (é o final ou epílogo). 
Aquele que conta a história é o narrador, que pode ser 
pessoal (narra em 1ª pessoa: Eu) ou impessoal (narra em 3ª 
pessoa: Ele). 
Assim, o texto narrativo é sempre estruturado por verbos 
de ação, por advérbios de tempo, por advérbios de lugar e 
pelos substantivos que nomeiam as personagens, que são os 
agentes do texto, ou seja, aquelas pessoas que fazem as ações 
expressas pelos verbos, formando uma rede: a própria história 
contada. 
Tudo na narrativa depende do narrador, da voz que conta 
a história. 
 
Principais elementos da narrativa 
Os principais elementos da narrativa, também chamados 
de elementos da narração, são: 
Espaço: O espaço se refere ao local onde se desenrola a 
ação. Pode ser físico (no colégio, no Brasil, na praça,…), social 
(características do ambiente social) e psicológico (vivências, 
pensamento e sentimentos do sujeito,…). 
Tempo: O tempo se refere à duração da ação e ao 
desenrolar dos acontecimentos. O tempo cronológico indica a 
sucessão cronológica dos fatos, pelas horas, dias, anos,… O 
tempo psicológico se refere às lembranças e vivências das 
personagens, sendo subjetivo e influenciado pelo estado de 
espírito das personagens em cada momento. 
Personagens: São caracterizadas através de qualidades 
físicas e psicológicas, podendo essa caracterização ser feita de 
modo direto (explicitada pelo narrador ou por outras 
personagens, através de autocaracterização ou 
heterocaracterização) ou de modo indireto (feita com base nas 
atitudes e comportamento das personagens). 
 
As personagens possuem diferentes importâncias na 
narração, havendo personagens principais e personagens 
 
1 https://www.normaculta.com.br/texto-narrativo/ 
secundárias. As personagens principais desempenham papéis 
essenciais no enredo, podendo ser protagonistas (que deseja, 
tenta, consegue) ou antagonistas (que dificulta, atrapalha, 
impede). As personagens secundárias desempenham papéis 
menores e podem ser coadjuvantes (ajudam as personagens 
principais em ações secundárias) ou figurantes (ajudam na 
caracterização de um espaço social). 
Podem ser dinâmicas, apresentando diferentes 
comportamentos ao longo da narração (personagem 
modelada ou redonda), bem como estáticas, não se 
modificando no decorrer da ação (personagem plana). Há 
ainda personagens que representam um grupo específico 
(personagem-tipo). 
 
Enredo: Também chamado de intriga, trama ou ação, o 
enredo é composto pelos acontecimentos que ocorrem num 
determinado tempo e espaço e são vivenciados pelas 
personagens. As ações seguem-se umas às outras por 
encadeamento, encaixe e alternância. 
 
Existem ações principais e ações secundárias, mediante a 
importância que apresentam na narração. Além disso, o 
enredo pode estar fechado, estando definido e conhecido o 
final da história, ou aberto, não havendo um final definitivo e 
conhecido para a narrativa. 
 
Narrador: O narrador é o responsável pela narração, ou 
seja, é quem conta a história. Existem vários tipos de narrador: 
Narrador onisciente e onipresente: Conhece 
intimamente as personagens e a totalidade do enredo, de 
forma pormenorizada. Utiliza maioritariamente a narração na 
3.ª pessoa, mas pode narrar na 1.ª pessoa, em discurso indireto 
livre, tendo sua voz confundida com a voz das personagens, tal 
é o seu conhecimento e intimidade com a narrativa. 
Narrador personagem, participante ou presente: Conta 
a história na 1.ª pessoa, do ponto de vista da personagem que 
é. Apenas conhece seus próprios pensamentos e as ações que 
se vão desenrolando, nas quais também participa. Tem 
conhecimentos limitados sobre as restantes personagens e 
sobre a totalidade do enredo. Este tipo de narração é mais 
subjetivo, transmitindo o ponto de vista e as emoções do 
narrador. 
Narrador observador, não participante ou ausente: 
Limita-se a contar a história, sem se envolver nela. Embora 
tenha conhecimento das ações, não conhece o íntimo das 
personagens, mantendo uma narrativa imparcial e objetiva. 
Utiliza a narração na 3.ª pessoa. 
Nos textos narrativos, é através da voz do narrador que 
conhecemos o desenrolar da história e as ações das 
personagens, mas é através da voz das personagens que 
conhecemos as suas ideias, opiniões e sentimentos. A forma 
como a voz das personagens é introduzida na voz do narrador 
é chamada de discurso. 
 
Através de uma correta utilização dos tipos de discurso, a 
narrativa poderá assumir um caráter mais ou menos dinâmico, 
mais ou menos natural, mais ou menos interessante, mais ou 
menos objetivo,… Existem três tipos de discurso, ou seja, três 
formas de introdução das falas das personagens na narrativa: 
- O discurso direto é caracterizado por ser uma 
transcrição exata da fala das personagens, sem participação do 
narrador. 
- O discursoindireto é caracterizado por ser uma 
intervenção do narrador no discurso ao utilizar as suas 
próprias palavras para reproduzir as falas das personagens. 
- O discurso indireto livre é caracterizado por permitir 
que os acontecimentos sejam narrados em simultâneo, 
APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 8 
estando as falas das personagens direta e integralmente 
inseridas dentro do discurso do narrador. 
 
Exemplo - Personagens 
 
"Aboletado na varanda, lendo Graciliano Ramos, O Dr. 
Amâncio não viu a mulher chegar. 
- Não quer que se carpa o quintal, moço? 
Estava um caco: mal vestida, cheirando a fumaça, a face 
escalavrada. Mas os olhos... (sempre guardam alguma coisa do 
passado, os olhos)." 
(Kiefer, Charles. A dentadura postiça. Porto Alegre: 
Mercado Aberto) 
 
Exemplo - Espaço 
 
Considerarei longamente meu pequeno deserto, a 
redondeza escura e uniforme dos seixos. Seria o leito seco de 
algum rio. Não havia, em todo o caso, como negar-lhe a 
insipidez." 
(Linda, Ieda. As amazonas segundo tio Hermann. Porto 
Alegre: Movimento, 1981) 
 
Exemplo - Tempo 
 
“Sete da manhã. Honorato Madeira acorda e lembra-se: a 
mulher lhe pediu que a chamasse cedo." 
(Veríssimo, Érico. Caminhos Cruzados) 
 
Estrutura: 
- Apresentação: é a parte do texto em que são 
apresentados alguns personagens e expostas algumas 
circunstâncias da história, como o momento e o lugar onde a 
ação se desenvolverá. 
- Complicação: é a parte do texto em que se inicia 
propriamente a ação. Encadeados, os episódios se sucedem, 
conduzindo ao clímax. 
- Clímax: é o ponto da narrativa em que a ação atinge seu 
momento crítico, tornando o desfecho inevitável. 
- Desfecho: é a solução do conflito produzido pelas ações 
dos personagens. 
 
Tipos de Personagens: 
Os personagens têm muita importância na construção de 
um texto narrativo, são elementos vitais. Podem ser 
principais ou secundários, conforme o papel que 
desempenham no enredo, podem ser apresentados direta ou 
indiretamente. 
A apresentação direta acontece quando o personagem 
aparece de forma clara no texto, retratando suas 
características físicas e/ou psicológicas, já a apresentação 
indireta se dá quando os personagens aparecem aos poucos e 
o leitor vai construindo a sua imagem com o desenrolar do 
enredo, ou seja, a partir de suas ações, do que ela vai fazendo e 
do modo como vai fazendo. 
 
- Em 1ª pessoa: 
 
Personagem Principal: há um “eu” participante que conta 
a história e é o protagonista. Exemplo: 
 
“Parei na varanda, ia tonto, atordoado, as pernas bambas, o 
coração parecendo querer sair-me pela boca fora. Não me 
atrevia a descer à chácara, e passar ao quintal vizinho. Comecei 
a andar de um lado para outro, estacando para amparar-me, e 
andava outra vez e estacava.” 
(Machado de Assis. Dom Casmurro) 
 
Observador: é como se dissesse: É verdade, pode 
acreditar, eu estava lá e vi. Exemplo: 
 “Batia nos noventa anos o corpo magro, mas sempre teso do 
Jango Jorge, um que foi capitão duma maloca de contrabandista 
que fez cancha nos banhados do Brocai. 
Esse gaúcho desamotinado levou a existência inteira a 
cruzar os campos da fronteira; à luz do Sol, no desmaiado da 
Lua, na escuridão das noites, na cerração das madrugadas...; 
ainda que chovesse reiúnos acolherados ou que ventasse como 
por alma de padre, nunca errou vau, nunca perdeu atalho, nunca 
desandou cruzada! ... 
(...) 
Aqui há poucos - coitado! - pousei no arranchamento dele. 
Casado ou doutro jeito, afamilhado. Não nos víamos desde muito 
tempo. (...) 
Fiquei verdeando, à espera, e fui dando um ajutório na 
matança dos leitões e no tiramento dos assados com couro.” 
(J. Simões Lopes Neto – Contrabandista) 
 
- Em 3ª pessoa: 
 
Onisciente: não há um eu que conta; é uma terceira 
pessoa. Exemplo: 
 
“Devia andar lá pelos cinco anos e meio quando a 
fantasiaram de borboleta. Por isso não pôde defender-se. E saiu 
à rua com ar menos carnavalesco deste mundo, morrendo de 
vergonha da malha de cetim, das asas e das antenas e, mais 
ainda, da cara à mostra, sem máscara piedosa para disfarçar o 
sentimento impreciso de ridículo.” 
(Ilka Laurito. Sal do Lírico) 
 
Narrador Objetivo: não se envolve, conta a história como 
sendo vista por uma câmara ou filmadora. 
 
Sequência Narrativa 
Uma narrativa não tem uma única mudança, mas várias: 
uma coordena-se a outra, uma implica a outra, uma 
subordina-se a outra. A narrativa típica tem quatro mudanças 
de situação: 
- uma em que uma personagem passa a ter um querer ou 
um dever (um desejo ou uma necessidade de fazer algo); 
- uma em que ela adquire um saber ou um poder (uma 
competência para fazer algo); 
- uma em que a personagem executa aquilo que queria ou 
devia fazer (é a mudança principal da narrativa); 
- uma em que se constata que uma transformação se deu e 
em que se podem atribuir prêmios ou castigos às personagens 
(geralmente os prêmios são para os bons, e os castigos, para os 
maus). 
 
Toda narrativa tem essas quatro mudanças, pois elas se 
pressupõem logicamente. Com efeito, quando se constata a 
realização de uma mudança é porque ela se verificou, e ela 
efetua-se porque quem a realiza pode, sabe, quer ou deve 
fazê-la. 
Tomemos, por exemplo, o ato de comprar um 
apartamento: quando se assina a escritura, realiza-se o ato de 
compra; para isso, é necessário poder (ter dinheiro) e querer 
ou dever comprar (respectivamente, querer deixar de pagar 
aluguel ou ter necessidade de mudar, por ter sido despejado, 
por exemplo). 
Algumas mudanças são necessárias para que outras se 
deem. Assim, para apanhar uma fruta, é necessário apanhar 
um bambu ou outro instrumento para derrubá-la. Para ter um 
carro, é preciso antes conseguir o dinheiro. 
 
Narrativa e Narração 
Existe alguma diferença entre as duas? Sim. A 
narratividade é um componente narrativo que pode existir 
em textos que não são narrações. A narrativa é a 
transformação de situações. Por exemplo, quando se diz 
APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 9 
“Depois da abolição, incentivou-se a imigração de europeus”, 
temos um texto dissertativo, que, no entanto, apresenta um 
componente narrativo, pois contém uma mudança de situação: 
do não incentivo ao incentivo da imigração europeia. 
Se a narrativa está presente em quase todos os tipos de 
texto, o que é narração? 
A narração é um tipo de narrativa. Tem ela três 
características: 
- é um conjunto de transformações de situação; 
- é um texto figurativo, isto é, opera com personagens e 
fatos concretos; 
- as mudanças relatadas estão organizadas de maneira tal 
que, entre elas, existe sempre uma relação de anterioridade e 
posterioridade. 
 
Essa relação de anterioridade e posterioridade é sempre 
pertinente num texto narrativo, mesmo que a sequência linear 
da temporalidade apareça alterada. Assim, por exemplo, no 
romance machadiano Memórias póstumas de Brás Cubas, 
quando o narrador começa contando sua morte para em 
seguida relatar sua vida, a sequência temporal foi modificada. 
No entanto, o leitor reconstitui, ao longo da leitura, as relações 
de anterioridade e de posterioridade. 
 
Texto Dissertativo 
 
O texto dissertativo tem-se a intenção de explicar, provar, 
analisar, expor ideias e/ou discutir determinado assunto.2 
Na dissertação, o escritor geralmente defende uma tese ou 
expõe uma série de fatos e ideias que levam a uma constatação. 
O texto dissertativo é impessoal e utiliza-se de estruturas 
lógicas para se sustentar. Existem duas subdivisões na 
tipologia dissertativa: a dissertação expositiva (exposição) e a 
dissertação argumentativa (argumentação). 
 
Características 
- ao contrário do texto narrativo e do descritivo, ele é 
temático; 
- como o texto narrativo, ele mostra mudanças de situação; 
- ao contrário do texto narrativo, nele as relações de 
anterioridade e de posterioridade dos enunciados não têm 
maior importância - o que importa são suas relações lógicas: 
analogia, pertinência, causalidade, coexistência, 
correspondência, implicação,etc. 
- a estética e a gramática são comuns a todos os tipos de 
redação. Já a estrutura, o conteúdo e a estilística possuem 
características próprias a cada tipo de texto. 
 
Dissertação Expositiva e Argumentativa 
A dissertação expositiva é voltada para aqueles fatos que 
estão sendo focados e discutidos pela grande mídia. É um tipo 
de acontecimento inquestionável, mesmo porque todos os 
detalhes já foram expostos na televisão, rádio e novas mídias. 
Já o texto dissertativo argumentativo vai fazer uma 
reflexão maior sobre os temas. Os pontos de vista devem ser 
declarados em terceira pessoa, há interações entre os fatos que 
se aborda. Tais fatos precisam ser esclarecidos para que o 
leitor se sinta convencido por tal escrita. Quem escreve uma 
dissertação argumentativa deve saber persuadir a partir de 
sua crítica de determinado assunto. A linguagem jamais 
poderá deixar de ser objetiva, com fatos reais, evidências e 
concretudes. 
 
São partes da dissertação: Introdução / 
Desenvolvimento / Conclusão. 
 
 
 
 
2 https://segredosdeconcurso.com.br/tipologia-textual/ 
Introdução 
Em que se apresenta o assunto; se apresenta a ideia 
principal, sem, no entanto, antecipar seu desenvolvimento. 
Tipos: 
 
- Divisão: quando há dois ou mais termos a serem 
discutidos. Ex.: “Cada criatura humana traz duas almas 
consigo: uma que olha de dentro para fora, outra que olha de 
fora para dentro...” 
- Alusão Histórica: um fato passado que se relaciona a um 
fato presente. Ex.: “A crise econômica que teve início no 
começo dos anos 80, com os conhecidos altos índices de 
inflação que a década colecionou, agravou vários dos 
históricos problemas sociais do país. Entre eles, a violência, 
principalmente a urbana, cuja escalada tem sido facilmente 
identificada pela população brasileira.” 
- Proposição: o autor explicita seus objetivos. 
- Convite: proposta ao leitor para que participe de alguma 
coisa apresentada no texto. Ex.: Você quer estar “na sua”? Quer 
se sentir seguro, ter o sucesso pretendido? Não entre pelo 
cano! Faça parte desse time de vencedores desde a escolha 
desse momento! 
- Contestação: contestar uma ideia ou uma situação. Ex.: 
“É importante que o cidadão saiba que portar arma de fogo não 
é a solução no combate à insegurança.” 
- Características: caracterização de espaços ou aspectos. 
- Estatísticas: apresentação de dados estatísticos. Ex.: “Em 
1982, eram 15,8 milhões os domicílios brasileiros com 
televisores. Hoje, são 34 milhões (o sexto maior parque de 
aparelhos receptores instalados do mundo). Ao todo, existem 
no país 257 emissoras (aquelas capazes de gerar programas) 
e 2.624 repetidoras (que apenas retransmitem sinais 
recebidos). (...)” 
- Declaração Inicial: emitir um conceito sobre um fato. 
- Citação: opinião de alguém de destaque sobre o assunto 
do texto. Ex.: “A principal característica do déspota encontra-
se no fato de ser ele o autor único e exclusivo das normas e das 
regras que definem a vida familiar, isto é, o espaço privado. Seu 
poder, escreve Aristóteles, é arbitrário, pois decorre 
exclusivamente de sua vontade, de seu prazer e de suas 
necessidades.” 
- Definição: desenvolve-se pela explicação dos termos que 
compõem o texto. 
- Interrogação: questionamento. Ex.: “Volta e meia se faz a 
pergunta de praxe: afinal de contas, todo esse entusiasmo pelo 
futebol não é uma prova de alienação?” 
- Suspense: alguma informação que faça aumentar a 
curiosidade do leitor. 
- Comparação: social e geográfica. 
- Enumeração: enumerar as informações. Ex.: “Ação à 
distância, velocidade, comunicação, linha de montagem, 
triunfo das massas, holocausto: através das metáforas e das 
realidades que marcaram esses 100 últimos anos, aparece a 
verdadeira doença do século...” 
- Narração: narrar um fato. 
 
Deve conter a ideia principal a ser desenvolvida 
(geralmente um ou dois parágrafos). É a abertura do texto, por 
isso é fundamental. Deve ser clara e chamar a atenção para 
dois itens básicos: os objetivos do texto e o plano do 
desenvolvimento. Contém a proposição do tema, seus limites, 
ângulo de análise e a hipótese ou a tese a ser defendida. 
 
Desenvolvimento 
É a argumentação da ideia inicial, de forma organizada e 
progressiva. É a parte maior e mais importante do texto. 
Podem ser desenvolvidas de várias formas: 
APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 10 
- Trajetória Histórica: cultura geral é o que se prova com 
este tipo de abordagem. 
- Definição: não basta citar, mas é preciso desdobrar a 
ideia principal ao máximo, esclarecendo o conceito ou a 
definição. 
- Comparação: estabelecer analogias, confrontar situações 
distintas. 
- Bilateralidade: quando o tema proposto apresenta 
pontos favoráveis e desfavoráveis. 
- Ilustração Narrativa ou Descritiva: narrar um fato ou 
descrever uma cena. 
- Cifras e Dados Estatísticos: citar cifras e dados 
estatísticos. 
- Hipótese: antecipa uma previsão, apontando para 
prováveis resultados. 
- Interrogação: toda sucessão de interrogações deve 
apresentar questionamento e reflexão. 
- Refutação: questiona-se praticamente tudo: conceitos, 
valores, juízos. 
- Causa e Consequência: estruturar o texto através dos 
porquês de uma determinada situação. 
- Oposição: abordar um assunto de forma dialética. 
- Exemplificação: dar exemplos. 
 
Exposição de elementos que vão fundamentar a ideia 
principal que pode vir especificada através da argumentação, 
de pormenores, da ilustração, da causa e da consequência, das 
definições, dos dados estatísticos, da ordenação cronológica, 
da interrogação e da citação. No desenvolvimento são usados 
tantos parágrafos quantos forem necessários para a completa 
exposição da ideia. 
 
Conclusão 
É uma avaliação final do assunto, um fechamento 
integrado de tudo que se argumentou. Para ela convergem 
todas as ideias anteriormente desenvolvidas. 
 
- Conclusão Fechada: recupera a ideia da tese. 
 
- Conclusão Aberta: levanta uma hipótese, projeta um 
pensamento ou faz uma proposta, incentivando a reflexão de 
quem lê. 
 
É a retomada da ideia principal, que agora deve aparecer 
de forma muito mais convincente, uma vez que já foi 
fundamentada durante o desenvolvimento da dissertação (um 
parágrafo). Deve, pois, conter de forma sintética, o objetivo 
proposto na instrução, a confirmação da hipótese ou da tese, 
acrescida da argumentação básica empregada no 
desenvolvimento. 
 
Exemplo: 
 
Redução da maioridade penal, grande falácia 
 
O advogado criminalista Dalio Zippin Filho explica por que 
é contrário à mudança na maioridade penal. 
Diuturnamente o Brasil é abalado com a notícia de que um 
crime bárbaro foi praticado por um adolescente, penalmente 
irresponsável nos termos do que dispõe os artigos 27 do CP, 
104 do ECA e 228 da CF. A sociedade clama por maior 
segurança. Pede pela redução da maioridade penal, mas logo 
descobrirá que a criminalidade continuará a existir, e haverá 
mais discussão, para reduzir para 14 ou 12 anos. Analisando a 
legislação de 57 países, constatou-se que apenas 17% adotam 
idade menor de 18 anos como definição legal de adulto. 
Se aceitarmos punir os adolescentes da mesma forma 
como fazemos com os adultos, estamos admitindo que eles 
devem pagar pela ineficácia do Estado, que não cumpriu a lei e 
não lhes deu a proteção constitucional que é seu direito. A 
prisão é hipócrita, afirmando que retira o indivíduo infrator da 
sociedade com a intenção de ressocializá-lo, segregando-o, 
para depois reintegrá-lo. Com a redução da menoridade penal, 
o nosso sistema penitenciário entrará em colapso. 
Cerca de 85% dos menores em conflito com a lei praticam 
delitos contra o patrimônio ou por atuarem no tráfico de 
drogas, e somente 15% estão internados por atentarem contra 
a vida. Afirmar que os adolescentes não são punidos ou 
responsabilizados é permitir que a mentira, tantas vezes dita, 
transforme-se em verdade, pois não é o ECA que provoca a 
impunidade, mas a falta de ação do Estado. Ao contrário do que 
muitospensam, hoje em dia os adolescentes infratores são 
punidos com muito mais rigor do que os adultos. 
Apresentar propostas legislativas visando à redução da 
menoridade penal com a modificação do disposto no artigo 
228 da Constituição Federal constitui uma grande falácia, pois 
o artigo 60, § 4º, inciso IV de nossa Carta Magna não admite 
que sejam objeto de deliberação de emenda à Constituição os 
direitos e garantias individuais, pois se trata de cláusula 
pétrea. 
A prevenção à criminalidade está diretamente associada à 
existência de políticas sociais básicas e não à repressão, pois 
não é a severidade da pena que previne a criminalidade, mas 
sim a certeza de sua aplicação e sua capacidade de inclusão 
social. 
Dalio Zippin Filho é advogado criminalista. 10/06/2013 
Texto publicado na edição impressa de 10 de junho de 2013 
 
É bom lembrarmos que é praticamente impossível opinar 
sobre o que não se conhece. A leitura de bons textos é um dos 
recursos que permite uma segurança maior no momento de 
dissertar sobre algum assunto. Debater e pesquisar são 
atitudes que favorecem o senso crítico, essencial no 
desenvolvimento de um texto dissertativo. 
 
Ainda temos: 
 
Tema: compreende o assunto proposto para discussão, o 
assunto que vai ser abordado. 
Título: palavra ou expressão que sintetiza o conteúdo 
discutido. 
Argumentação: é um conjunto de procedimentos 
linguísticos com os quais a pessoa que escreve sustenta suas 
opiniões, de forma a torná-las aceitáveis pelo leitor. É fornecer 
argumentos, ou seja, razões a favor ou contra uma 
determinada tese. 
 
Pontos Essenciais 
- toda dissertação é uma demonstração, daí a necessidade 
de pleno domínio do assunto e habilidade de argumentação; 
- em consequência disso, impõem-se à fidelidade ao tema; 
- a coerência é tida como regra de ouro da dissertação; 
- impõem-se sempre o raciocínio lógico; 
- a linguagem deve ser objetiva, denotativa; qualquer 
ambiguidade pode ser um ponto vulnerável na demonstração 
do que se quer expor. Deve ser clara, precisa, natural, original, 
nobre, correta gramaticalmente. O discurso deve ser 
impessoal (evitar-se o uso da primeira pessoa). 
 
Texto Injuntivo 
 
Os textos injuntivos estão presentes em nossa vida nas 
mais variadas situações, como por exemplo quando 
adquirimos um aparelho eletrônico e temos que verificar 
manual de instruções para o funcionamento, ou quando vamos 
fazer um bolo utilizando uma receita, ou ainda quando lemos 
a bula de um remédio ou a receita médica que nos foi prescrita. 
APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 11 
Os textos injuntivos são aqueles textos que nos orientam, nos 
ditam normas, nos instruem.3 
4Os textos explicativos podem ser injuntivos ou 
prescritivos. Os textos explicativos injuntivos possibilitam 
alguma liberdade de atuação ao leitor, enquanto os textos 
explicativos prescritivos exigem que o leitor proceda de uma 
determinada forma. 
 
Regras gramaticais para este tipo de texto (Injunção): 
Como são textos que expressão ordem, normas, instruções 
tem como característica principal a utilização de verbos no 
imperativo. Pode ser classificado de duas formas: 
 
-Instrucional: O texto apresenta apenas um conselho, uma 
indicação e não uma ordem. 
 
-Prescrição: O texto apresenta uma ordem, a orientação 
dada no texto é uma imposição. 
 
Exemplos: 
 
Manual de instruções de um computador 
 
“[...] Não instale nem use o computador em locais muito 
quentes, frios, empoeirados, úmidos ou que estejam sujeitos a 
vibrações. Não exponha o computador a choques, pancadas ou 
vibrações, e evite que ele caia, para não prejudicar as peças 
internas [...]”. 
 
Exemplos de texto explicativo prescritivo 
- leis; 
- cláusulas contratuais; 
- edital de concursos públicos. 
 
Texto Expositivo 
 
Aqueles textos que nos levam a uma explicação sobre 
determinado assunto, informa e esclarece sem a emissão de 
qualquer opinião a respeito, é um texto expositivo. 
 
Regras gramaticas para este tipo textual (Exposição) 
 
Neste tipo de texto são apresentadas informações sobre: 
- Assuntos e fatos específicos; 
- Expõe ideias; 
- Explica; 
- Avalia; 
- Reflete. 
 
Tudo isso sem que haja interferência do autor, sem que 
haja sua opinião a respeito. Faz uso de linguagem clara, 
objetiva e impessoal. A maioria dos verbos está no presente do 
indicativo. 
 
Exemplos: Notícias Jornalísticas. 
 
Texto Dialogal 
 
5Uma das especificidades do texto dialogal é o fato de ser 
um texto cogerido. Sua produção acontece por, ao menos, dois 
locutores: o que um locutor diz, tem a ver com aquilo que o 
outro disse; nesse diálogo, os interlocutores podem concordar, 
discordar, concluir, exemplificar, etc. 
Esse tipo de texto parece muito em entrevistas, debates, 
reuniões de trabalho, etc. Uma narrativa, por exemplo, pode 
ser composta por sequências narrativas e por sequências 
dialogais. 
 
3 http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/portugues/tipologia-
textual 
4 https://bit.ly/313UjEP. 
Outra característica do texto dialogal é a integração de 
turnos de índole fática (turnos de abertura e de fechamento). 
Ex.: 
 
Abertura 
— Olá! 
— Então, tudo bem? 
— Boa tarde. 
— Por favor. 
 
Fechamento 
— Adeus, porta-te bem. 
— Até à próxima. 
— Obrigado. Passe bem. 
 
Sequência Dialogal 
Trata-se da mais comum das sequências textuais, pois se 
constitui como a “espinha dorsal” de diversos gêneros orais do 
dia a dia, como a entrevista, a conversa informal e o debate. 
Também aparece na forma escrita, em contos, romances, 
piadas, etc. 
A sequência dialogal possui uma estrutura. Em sua forma 
completa, há três partes: 
- sequência fática inicial; 
- sequência transacional; 
- sequência fática final. 
 
6O diálogo é o elemento presente em toda sequência 
dialogal, sendo assim, supõe-se que, antes de iniciá-lo, os 
interlocutores abram o canal de comunicação por meio de um 
cumprimento, aí eles passam a tratar do assunto devido e, ao 
final, se cumprimentam de novo. 
No início e final, as expressões fáticas típicas aparecem. No 
início, por exemplo, como “olá”, “oi”, “bom dia”; no final, como 
“tchau”, “boa noite”, até mais”. Entre essas saudações iniciais e 
finais, os interlocutores trocam falas. 
 
Ex: 
 
Quando se pretende escrever uma sequência dialogal, é 
preciso conhecer e saber utilizar os sinais de pontuação, como 
reticências, pontos de interrogação e exclamação (que dão 
vida ao diálogo), e o travessão (que demarca as mudanças de 
fala de interlocutor, além de separar a voz do narrador das dos 
personagens). 
5 https://bit.ly/2OzHq2I. 
6 OLIVEIRA, F. C. de. Texto teórico 2: sequência dialoga. IFRN, 2012. 
APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 12 
É difícil encontrar uma sequência dialogal completa em 
forma escrita. As sequências fáticas são comumente omitidas, 
ou somente uma delas aparece. Ademais, é comum encontrar 
a sequência dialogal subordinada à sequência narrativa. 
 
Questões 
 
01. (IF Sertão/PE - Técnico em Laboratório de 
Informática - IF Sertão/PE/2016) 
 
Texto V 
A borboleta e a chama 
 
Uma borboleta multicor voava na escuridão da noite 
quando viu, ao longe, uma luz. Imediatamente voou naquela 
direção e ao se aproximar da chama pôs-se a rodeá-la, 
olhando-a maravilhada. Como era bonita! 
Não satisfeita em admirá-la, a borboleta resolveu 
aproximar-se mais da chama. Afastou-se e em seguida voou em 
direção à chama passando rente a ela. Viu-se subitamente 
caída, estonteada pela luz e muito surpresa por verificar que 
as pontas de suas asas estavam chamuscadas. 
— Que aconteceu comigo? - pensou ela. Mas não conseguiu 
entender. Era impossível crer que uma coisa tão bonita quanto 
à chama pudesse causar-lhe algum mal. E assim, depois de 
juntar um pouco de forças, sacudiu as asas e levantou voo 
novamente. 
Rodou em círculo e mais uma vez dirigiu-se para a chama, 
pretendendo pousar sobre ela. E imediatamente caiu 
queimada, no óleo que alimentava a brilhante e pequenina 
chama. 
— Maldita luz - murmurou a borboleta agonizante

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