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A Judicialização da Gestão da Segurança do Trabalho

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Disciplina: Gestão da segurança do trabalho
Aula 9: A judicialização da gestão da segurança do trabalho –
objeto, atores legitimados e seus papéis no acesso à Justiça
Apresentação
Abordaremos o tema do acesso à Justiça do Trabalho no Brasil com foco na segurança e saúde do trabalhador, dando
atenção especial àqueles que podem cobrar tais direitos em juízo, preventiva e reativamente, tais como os próprios
trabalhadores, o Ministério Público do Trabalho, órgãos de classe e associações diversas. Trataremos também da atuação
dos Auditores-Fiscais do Trabalho no âmbito administrativo, preventivo e reativo.
Objetivos
Identi�car o acesso à Justiça do Trabalho no Brasil nos casos de violações de direitos de segurança e saúde do
trabalhador, individuais ou coletivos;
Reconhecer os atores que podem pleitear a defesa de tais direitos ameaçados ou violados perante a Administração
Pública e a Justiça do Trabalho;
Examinar as consequências jurídicas de condenações judiciais em ações preventivas ou reativas em prol da defesa
da segurança e saúde dos trabalhadores.
O acesso à Justiça
 Fonte: pixabay
E chegamos ao momento de pensar em como agir, preventiva e reativamente, quando o mundo do dever ser no campo do
trabalho não está funcionando, isto é, quando empregadores, empregados e poder público �scalizador não conseguem
dar conta de prover um ambiente de trabalho seguro e saudável. E as causas podem ser muitas, assim como as
responsabilidades e possíveis soluções.
O Brasil possui um sistema aberto de acesso aos órgãos jurisdicionais constitucionalmente determinados a realizar a
chamada Justiça, nos termos do art. 5o, LXXXV CRFB 88 (Princípio da Inafastabilidade do Poder Judiciário). Em
simpli�cado discurso, o Poder Judiciário é acionado toda vez que as pessoas naturais e jurídicas (direito público e privado)
sentem-se ameaçadas ou já afetadas por atos de outras pessoas naturais ou jurídicas (direito público ou privado). De
acordo com o art. 92 e seguintes da CRFB 88, existem órgãos especí�cos (Justiça Especial) para determinados assuntos,
e outros mais genéricos (Justiça Comum).
Considerando o histórico que já vimos da CLT, a Justiça do Trabalho hoje está inserida como um órgão da Justiça
Federal Especializada, ao lado da Justiça Eleitoral e da Justiça Militar. Assim, caso as pessoas tenham temas sobre
a relação de trabalho, salvo alguma situação legal restritiva, deverão levar suas causas à Justiça do Trabalho, nos
termos dos arts. 92; 111 a 116 da CRFB.
Assim como existe em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário, para o correto funcionamento do sistema,
há, além de juízes e servidores, as chamadas “Funções essenciais à Justiça”, em que destacamos o papel da
advocacia privada, pública e do Ministério Público, inclusive no ramo do direito do trabalho. O Ministério Público do
Trabalho, previsto inicialmente no art. 128, I b CRFB 88, tem grande papel na defesa dos direitos difusos e coletivos
da sociedade.
 Fonte: https://andreiarg02.jusbrasil.com.br/noticias/511781666/camara-avalia-extincao-da-justica-do-trabalho
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En�m, já sabemos que a Justiça pode receber reclamações trabalhistas de trabalhadores, ou mesmo do Ministério Público
e outros legitimados, para propor Ação Civil Pública, em face de interesses coletivos, quando houver ameaça ou efetiva
lesão de direitos, nos termos do art. 5º da Lei 7347/1985 (a chamada Lei da Ação Civil Pública).
Atenção
Ou seja, todos os direitos e obrigações vistos na presente disciplina, e ainda outros, indiretamente associados, podem ser
cobrados judicialmente. Estamos falando de violações da CLT, CRFB 88, Normas Regulamentadoras, Lei 8213/1991 e outras
normas jurídicas mais especí�cas que, de algum modo, afetam as relações e respectivas condições do trabalho em termos
de sua segurança e, respectivamente, à integral manutenção da saúde dos trabalhadores e de todos que de algum modo
transitam pelo ambiente laboral.
Vamos então resumir os temas que podem ser levados à Justiça por razões preventivas e reativas e, depois, tratá-los
individualmente:
Obrigações dos empregadores/empregados no tema de segurança e saúde do trabalho;
Fiscalizações ou aplicação de medidas preventivas e reativas;
Acidentes propriamente ditos e doenças originadas pela atividade laboral ou seu ambiente, inclusive quanto à
possível reparação de danos extrapatrimoniais.
Direitos e obrigações
Trata-se de um conteúdo extenso e bastante importante,
pois, quando o direito é preventivamente respeitado, os
números de acidentes e doenças acabam por diminuir
estatisticamente, livrando empregadores, empregado e o
País como um todo de perdas materiais que poderiam ser
direcionadas para demandas mais nobres.
 Fonte: pixabay
Como já vimos, as principais obrigações dos empregadores são as seguintes:
Prover um ambiente de trabalho seguro e saudável,
Realizar treinamentos e instruções visando à preparação de seus empregados no manuseio de maquinário e
instalações,
Fornecer o EPI- equipamento de proteção individual e velar pelo seu uso,
Criar e dar condições de funcionamento à CIPA conforme legislação em vigor,
Comunicar as ocorrências de acidentes e doenças do trabalho etc.
Por outro lado, o empregado deve ter participação nos treinamentos, instruções e certi�cações proporcionadas pelo
empregador, zelar pelo cumprimento das regras de uso do EPI – Equipamento de Proteção Individual, comunicar
ocorrência de acidentes e doenças do trabalho etc.
Atenção
Em tese, qualquer um dos temas acima pode ser judicializado, e gestores do presente e do futuro que conseguirem
minimizar tais casos, ou mesmo reduzir a zero as ocorrências, terão um resultado de operação mais positivo, considerando
que, normalmente, os custos com advogados, despesas processuais, eventuais perícias e, principalmente, as condenações
normalmente voltam para o respectivo centro de custo que origina a demanda.
É preciso rati�car a possibilidade de empregadores serem �scalizados administrativamente pelo poder público, em
especial, por Auditores-Fiscais do trabalho, o que pode acarretar mais gastos com defesas administrativas, multas e
outras possíveis consequências, como até mesmo a interdição do espaço laboral, no todo ou em parte.
Esfera administrativa e judicial
O Brasil tem uma esfera administrativa que pode te �scalizar e gerar sanções administrativas e ou judiciais. E nada disso
impede, como regra, que as pessoas legitimadas possam também demandar perante a Justiça do Trabalho.
Vamos ver alguns casos de atuação em face do não cumprimento de obrigações do empregador em matéria de direitos
de segurança e saúde do trabalhador:
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Leitura
Alguns casos
É possível perceber que, em cada caso, a ação ou mesmo a omissão do empregador gera consequências jurídicas graves,
seja no campo pecuniário, seja no campo da vida e saúde dos trabalhadores, além de expor a imagem da empresa em
situação desagradável perante o mercado e a opinião pública como um todo.
O tema das �scalizações que chegam na esfera administrativa e/ou judicial também merece atenção, considerando o
impacto que podem ter, não só no campo dos empregados, mas do próprio funcionamento do estabelecimento como um
todo.
Saiba mais
Vejamos um caso marcante que mistura a atuação de Auditores-Fiscais do Trabalho e o Poder Judiciário. Leia o texto:
TST decide interditar máquina que causava mutilações em empregados
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Seja no campo preventivo ou reativo, acidentes propriamente ditos e doenças originadas pela atividade laboral ou seu
ambiente continuam a ocorrer dia após dia, ora com a possibilidade de evitar ou minimizar danos, ora apenas com
possibilidade de reparação de danos patrimoniais e extrapatrimoniais.
Existem casos emblemáticos que às vezes di�cultam a atuação individual de trabalhadores, com ou sem advogado.
Nesses casos, o Ministério Público do Trabalho ou mesmo associações, ou órgãos sindicais, podem fazer a diferença,
considerandosua força instrumental no sistema judiciário.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Saiba mais
Leia o texto:
MPF apresenta ADI contra lei que impede de�ciente de trabalhar embarcado
O caso revela uma situação inusitada e às avessas, mas que só rati�ca o papel que o Ministério Público do Trabalho tem
na defesa dos direitos de todos os trabalhadores, em uma ação que visa permitir que trabalhadores com certo grau de
de�ciência possam continuar a ser contratados em ambientes laborais marítimos de embarcados.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Atividade
1. Sobre o acesso à Justiça para defesa de direitos trabalhistas de segurança e saúde do ambiente de trabalho no Brasil,
marque a opção correta:
a) As ações devem ser promovidas pelo Ministério Público e vir acompanhadas de laudos periciais completos.
b) As ações podem ser propostas individualmente, ou mesmo pelo Ministério Público do Trabalho.
c) As ações devem ser precedidas de tentativa de negociação com o empregador.
d) As ações devem ser precedidas de processos administrativos.
e) As ações devem ser propostas na Justiça Comum, após a Reforma Administrativa.
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2. O Poder Judiciário que tutela os direitos dos trabalhadores no Brasil:
a) É a Justiça Comum, considerando que a Reforma Trabalhista retirou da competência da Justiça do Trabalho as ações de acidentes
do trabalho.
b) SÉ a Justiça do Trabalho, justiça especializada já prevista desde a época da CLT.
c) É a Justiça do Trabalho, justiça especializada criada com a CRFB 88.
d) É a Justiça do Trabalho apenas para empregados e empregadores privados.
e) É a Justiça Comum para servidores públicos, salvo no âmbito federal.
3. O Ministério Público do Trabalho pode:
a) Propor ação civil pública apenas quando o caso não estiver com Auditores-Fiscais na esfera Administrativa.
b) Apenas atuar como assistente de acusação, mas nunca atuar sozinho como advogado do trabalhador.
c) Promover ações de tutela de direitos e interesses coletivos, como são os direitos dos trabalhadores no tema da saúde.
d) Apenas atuar como consultor e fiscalizador, mas não propor ação judicial, pois estaria fora da esfera criminal.
e) Promover ações de tutela de direitos e interesses do coletivos, mas apenas com solicitação formal do trabalhador ou sindicato.
4. Sobre as consequências jurídicas do descumprimento de medidas de segurança do trabalho perante a Justiça, marque a
opção correta:
a) O empregador pode ser multado administrativamente, mas nunca em juízo.
b) O empregado não poder sofrer sanção, mesmo que não tenha usado EPI.
c) O Ministério Público não pode sugerir medidas específicas para prevenir ou reparar danos à saúde e segurança dos trabalhadores.
d) Não é mais possível inspeção de estabelecimentos empresariais, considerando a revogação da NR 2.
e) É possível inspeção de estabelecimentos empresariais, mesmo com a revogação da NR2, desde que fundamentada a decisão
judicial em outro fato ou ato que traga risco à segurança e saúde do trabalhador.
5. As decisões judiciais, em matéria de danos decorrentes de acidentes de trabalho, podem:
a) Apenas envolver danos materiais de acidentes comprovados, mas não danos morais.
b) Envolver danos materiais e extrapatrimoniais.
c) Apenas reconhecer a culpa ou dolo, devendo a reparação ser acertada entre as partes.
d)Apenas reconhecer a ocorrência do acidente de trabalho, devendo o INSS decidir o valor do dano material e ou moral, limitado ao
teto legal.
e) Envolver apenas danos extrapatrimoniais, pois os patrimoniais ficam a cargo do INSS.
Notas
Referências
ATLAS, Equipe. Segurança e Medicina do Trabalho. 78. ed. São Paulo: Atlas S.A, 2019.
 
BRASIL. Planalto. Portaria nº915, de 30 de julho de 2019. Brasília: Casa Civil da Presidência da República, 2019. Disponível em:
//www.in.gov.br/web/dou/-/portaria-n-915-de-30-de-julho-de-2019-207941374. Acesso em 04 ago. 2019.
 
BRASIL. Planalto. Lei nº 8213, de 24 de julho de 1991. Brasília: Presidência da República, 2019. Disponível em:
//www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8213cons.htm. Acesso em 22 jun. 2019.
 
BRASIL. Planalto. Lei 10593, de 6 de dezembro de 2002. Brasília: Presidência da República, 2019. Disponível em:
//www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10593.htm. Acesso em 29 jul. 2019.
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BRASIL. Planalto. Decreto nº 1313, de 17 de janeiro de 1981. Brasília: Presidência da República, 2019. Disponível em:
//legis.senado.leg.br/norma/392104. Acesso em: 22 jun. 2019.
BRASIL. Planalto. Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil, de 24 de fevereiro de 1891. Brasília: Presidência
da República, 2019. Disponível em: //www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao91.htm. Acesso em 22 jun. 2019.
BRASIL. Câmara dos Deputados. Decreto 19433, de 26 de novembro de 1930. Brasília. Congresso Nacional, 2019. Disponível
em https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1930-1939/decreto-19433-26-novembro-1930-517354-publicacaooriginal-1-
pe.html. Acesso em: 22 jun. 2019.
BRASIL. Câmara dos Deputados. Decreto nº21417-a, de 17 de maio de 1932. Brasília. Congresso Nacional, 2019. Disponível
em https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1930-1939/decreto-21417-a-17-maio-1932-526754-publicacaooriginal-1-
pe.html. Acesso em: 22 jun. 2019.
BRASIL. Câmara dos Deputados. Decreto nº 22.042, de 3 de novembro de 1932. Brasília. Congresso Nacional, 2019.
Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1930-1939/decreto-22042-3-novembro-1932-499365-
publicacaooriginal-1-pe.html. Acesso em: 22 jun. 2019.
BRASIL. Câmara dos Deputados. Decreto nº3714, de 15 de janeiro de1919. Brasília. Congresso Nacional, 2019. Disponível em:
https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1910-1919/decreto-3714-15-janeiro-1919-570985-publicacaooriginal-94081-
pl.html. Acesso em 22 jun. 2019.
CAMISASSA, Mara Queiroga. Segurança e saúde no trabalho: NRs 1 a 36 comentadas e descomplicadas. 5 ed. São Paulo:
Método, 2018.
 
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Reforma Trabalhista de 2017.
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