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Prévia do material em texto

Disciplina 
Avaliação do processo ensino-
aprendizagem 
 
 
Coordenador da Disciplina 
Prof.ª Maria Isabel Filgueiras Lima Ciasca 
 
 
3ª Edição
 
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados desta edição ao Instituto UFC Virtual. Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, 
transmitida e gravada por qualquer meio eletrônico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, dos autores. 
 
Créditos desta disciplina 
 
Realização 
 
 
Autor 
 
Prof.ª Alanna Oliveira Pereira Carvalho
 
 
 
Sumário 
 
Aula 01: O processo de Ensino e de Aprendizagem: Conceitos e perspectivas atuais........................ 01 
 Tópico 00: Apresentação ........................................................................................................................ 01 
 Tópico 01: Contextualizando a avaliação de aprendizagem. ................................................................. 03 
 Tópico 02: Os conceitos de ensino e de aprendizagem. ........................................................................ 05 
 
Aula 02: A avaliação da aprendizagem e suas características .............................................................. 11 
 Tópico 01: Por que avaliar? Quem avaliar? ........................................................................................... 11 
 Tópico 02: Princípios gerais da avaliação. ............................................................................................. 15 
 
Aula 03: Tipos e instrumentos de avaliação da aprendizagem ............................................................. 23 
 Tópico 01: Os tipos de avaliação da aprendizagem? ............................................................................. 23 
 Tópico 02: Pensando nos instrumentos de avaliação da aprendizagem. ................................................ 28 
 
 
 
 
 
 
TÓPICO 00: APRESENTAÇÃO
MENSAGEM DE BOAS VINDAS À DISCIPLINA
Olá querido aluno! Estamos iniciando mais uma disciplina de Avaliação 
do Processo de Ensino Aprendizagem com a certeza de que colheremos bons 
frutos e cultivaremos outros tantos! A disciplina está dividia em três aulas:
Aula 1 – O processo de ensino e de aprendizagem: conceitos e 
perspectivas atuais, 
Aula 2 – A avaliação da aprendizagem e suas características e 
Aula 3 - Tipos e instrumentos de avaliação da aprendizagem. 
Organizamos desta forma para que os conteúdos das aulas auxiliem você 
nesta caminhada da formação docente, pontuando especificamente a 
avaliação do processo de ensino e de aprendizagem no âmbito da prática 
educativa. 
Os autores e textos utilizados estão ao final de cada aula, esperamos que 
busquem aprofundar-se nas aulas e almejem uma avaliação da aprendizagem 
mais justa e humana! Ansiamos que gostem das aulas e se divirtam, afinal, o 
caminho da aprendizagem é permeado de muito entusiasmo, descoberta e 
alegria! Bons estudos!
O PROCESSO DE ENSINO E DE APRENDIZAGEM: CONCEITOS E
PERSPECTIVAS ATUAIS
Caro aluno, pensar avaliação não é somente pensar em provas ou testes, 
deve ser mais que isso, deve ser pensar em processos educativos! Muitas 
situações durante a nossa vida escolar deixaram marcas em nossa maneira 
de pensar e ver o mundo, na grande maioria essas situações perpassaram 
pelos momentos pontuais de provas e exames a que fomos submetidos. 
OLHANDO DE PERTO
Entender o fenômeno da avaliação e as suas implicações no cenário 
educativo é fundamental na formação docente. Apesar das experiências 
enquanto alunos, os professores em formação precisam estabelecer 
reflexões e questionamentos sobre os processos que constituem o seu 
trabalho. O ensino, processo específico do trabalho docente, está atrelado 
à aprendizagem. Ambos mantêm uma relação de interdependência que 
assegura a característica da prática educativa. E a avaliação nesse processo 
interage regulando e embasando estes processos, ora ao professor, ora ao 
aluno. 
É responsabilidade e trabalho docente entender como a avaliação se 
projeta nesses processos de ensino e de aprendizagem, e de que forma, o 
AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM
AULA 01: O PROCESSO DE ENSINO E DE APRENDIZAGEM: CONCEITOS E PERSPECTIVAS ATUAIS
1
professor o principal ator no “saber fazer” dessa avaliação, a constituirá 
enquanto instrumento e mecanismo colaborativo nesses processos. 
Portanto, a primeira aula desta disciplina visa atentar para os olhares 
que precisamos ter diante da avaliação, não somente como momento 
pontual, mas como processo e fenômeno que envolve o ensino e a 
aprendizagem. Bons estudos! 
FONTES DAS IMAGENS
1. http://www.denso-wave.com/en/
Responsável: Professora Maria Isabel Filgueiras Lima Ciasca
Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual
2
TÓPICO 01: CONTEXTUALIZANDO A AVALIAÇÃO DE APRENDIZAGEM
VERSÃO TEXTUAL
A avaliação é um conceito próprio do ser humano quando a utiliza 
para fazer um julgamento de valor a um determinado objeto, ou 
mesmo de outro ser humano. Antes mesmo de projetarmos as provas e 
testes na escola, a ação de avaliar já se fazia presente na seleção de 
bons guerreiros no Império Chinês há três mil anos e de professores 
gregos e romanos como nos trazem algumas passagens bíblicas. 
É fato que o ato de avaliar é inerente a ação humana, no entanto, 
quando se projeta a um sistema ou objetivos/resultados claros e concisos que 
se deseja atingir, a avaliação se torna um instrumento formal de tomada de 
decisões. Desde os testes formais do Renascimento para entrada na 
universidade até as avaliações enquanto testes de rendimento e verificação 
da aprendizagem, a avaliação passa por pesquisas e explorações quanto a sua 
função, conceito, características, forma e instrumentos.
A avaliação do processo de ensino-aprendizagem não pode ser 
confundida com avaliações de programas de políticas públicas ou processos 
seletivos, há que se atentar para a sua função e característica básica do 
panorama nacional educacional.
[...] a verificação do rendimento escolar 
observará os seguintes critérios: a) avaliação contínua 
e cumulativa do desempenho do aluno, com 
prevalência dos aspectos qualitativos sobre os 
quantitativos e dos resultados ao longo do período 
sobre os de eventuais provas finais [...] (BRASIL, Lei 
9.394/1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional, Art. 24, Inciso V).
Nesse sentido, ao pensarmos avaliação escolar e mais especificamente 
do ensino-aprendizagem, devemos considerar outros fatores que não apenas 
aqueles que envolvem o instrumento da avaliação em si. Primeiro você deve 
se perguntar a que tipo de ensino e de aprendizagem essa avaliação está a 
serviço. Veja bem, ao falarmos em avaliação do ensino-aprendizagem supõe-
se um modelo de ensino e de aprendizagem previamente elencados como 
possíveis e necessários àquela realidade.
Ao pensarmos nessa avaliação do ensino-aprendizagem na escola, 
delimitamos ainda mais esse campo, especificando o seu objetivo 
sistematizado e contextualizado com a realidade, nível e modalidade de 
ensino a que se refere. Há, pois dois conceitos aí integrados: o ensino e a 
aprendizagem. 
AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM
AULA 01: O PROCESSO DE ENSINO E DE APRENDIZAGEM: CONCEITOS E PERSPECTIVAS ATUAIS
3
Leia a tirinha abaixo. 
Fonte [2]
Vamos pensar um pouco sobre isso...
Na tirinha, o menino questiona o conceito atribuído ao seu desempenho 
escolar pela professora. Ele admite que é frequente, então não entende o 
porquê de receber um conceito abaixo da “média”, já que está na escola todos 
os dias e “consome” dos produtos que ela oferece como um freguês, 
concorda? E o que mais podemos pensar a partir dessa tirinha?
REFLEXÃO
O que o conceito péssimo significa? Quais critérios foram utilizados 
pela professora na atribuição deste conceito? Como a criança percebe este 
conceito com relação ao seu desempenho escolar? E com relação aos seus 
colegas? Isso significa que a criança não aprendeu?De que forma o ensino 
aconteceu para que pudesse sanar as dificuldades de aprendizagem da 
criança? 
Ao pensarmos numa avaliação escolar precisamos estabelecer algumas 
características vinculadas a esse contexto em específico, que garantem o 
ensino e a aprendizagem. Saul (1994) revela que a avaliação está se tornando 
o centro das atenções em sala de aula, ocupando o lugar que deveria ser dos 
processos de construção do conhecimento, ou de ensino e aprendizagem, 
envolvidos pelas pesquisas e/ou pelas relações entre professores e alunos.
Portanto é preciso perceber que no contexto educacional escolar, a 
avaliação é uma parte que contribui e é contribuída pelo todo. Os processos 
de ensino e de aprendizagem garantem a manifestação da avaliação a partir 
dos seus objetivos e formas de entendimento. Por isso, faz-se necessário 
pensar um pouco sobre ensino e aprendizagem antes de pensar a avaliação.
FONTES DAS IMAGENS
1. http://www.adobe.com/go/getflashplayer
2. http://2.bp.blogspot.com/-IUMc19sArHs/UAjKKrcPwhI/AAAAAAAAM
Ro/EVvXDClrxTU/s1600/+tirinha+mafalda.+escola.jpg
3. http://www.denso-wave.com/en/
Responsável: Professora Maria Isabel Filgueiras Lima Ciasca
Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual
4
TÓPICO 02: OS CONCEITOS DE ENSINO E DE APRENDIZAGEM
Os processos de ensino e de aprendizagem estão interligados a uma 
prática educativa, que por sua vez atende a uma proposta de educação 
escolar. De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº 
9.394/1996, art. 1º “a educação abrange os processos formativos que se 
desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas 
instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da 
sociedade civil e nas manifestações culturais.” Além disso, a LDB/1996 
afirma que a educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à 
prática social. 
Portanto, a prática social evidencia o ponto de partida para a prática do 
ensino, ou seja, as relações sociais como um todo interferem e serão 
interferidas pela prática do ensino a partir da sua inserção no mundo da 
construção do conhecimento pelo aluno sob a mediação do professor. 
VERSÃO TEXTUAL
Nessa perspectiva, ensinar movimenta elementos da didática – 
objetivos, conteúdos e unidade ensino-aprendizagem, numa situação 
concreta, de contexto sociocultural da escola e alunos, da ação 
docente, dos recursos disponíveis, dos conhecimentos e experiências 
do professor e aluno. 
O ensino é a ação de mediação, de prover condições e meios para os 
alunos se tornarem ativos no processo de apropriação do saber sistematizado 
(LOPES, 1996). Diante disso, podemos pensar que o ensino não deve está 
pautado apenas sob o enfoque do livro didático ou dos conteúdos que são 
apresentados nas avaliações de larga escala. Os objetivos do ensino indicarão 
o caminho metodológico proposto para a sua sistematização e prática. Os 
princípios e fins da educação nacional, ressaltam a educação inspirada na 
liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tendo por finalidade o pleno 
desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e 
sua qualificação para o trabalho. 
ESCALA
As avaliações em larga escala na área educacional são geralmente 
propostas pelas Políticas Públicas e pelos órgãos gerenciadores como o 
Ministério da Educação, Secretarias de Educação Estadual ou 
Municipal. São exemplos as avaliações do SAEB, SPAECE, ENEM, 
ENADE, dentre outras.
Nesse sentido, Coll (2007) apresenta vários princípios que devem ser 
vistos no processo de ensino a fim de vislumbrar um agrupamento das 
capacidades do indivíduo, cognitivas ou intelectuais, motoras, de equilíbrio e 
autonomia pessoal (afetivas), de relação interpessoal e de inserção e atuação 
AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM
AULA 01: O PROCESSO DE ENSINO E DE APRENDIZAGEM: CONCEITOS E PERSPECTIVAS ATUAIS
5
social, desde compreender o processo de crescimento do indivíduo a partir 
das suas experiências até a concretização de uma proposta construtivista de 
intervenção pedagógica, quando são criadas condições para que os esquemas 
de conhecimento do indivíduo sejam construídos no decorrer das suas 
experiências, tendo o professor aí como mediador desse processo. 
Essas capacidades, trazidas por Coll (2007), também vão incidir sob 
uma perspectiva de visão sobre o aprender e o processo de aprendizagem. As 
teorias de aprendizagem, ou seja, construções humanas acerca das 
interpretações sobre o conceito aprendizagem trazem algumas características 
próprias de cada construção e desenvolvimento constituídos à época desse 
conceito. Nesse sentido, com vistas a tratar sob os conceitos atuais de ensino 
e de aprendizagem, trazemos autores que mais contextualizam esses 
conceitos no quadro a seguir.
A TEORIA DE ENSINO DE JEROME BRUNNER (1915 – ATUAL)
Considera que é possível ensinar qualquer assunto de maneira honesta 
a qualquer criança em estágio de desenvolvimento, considerando as 
especificidades do estágio em que a mesma se encontra. Considera que o 
ensino é um processo de descoberta, com exploração de alternativas e do 
currículo em espiral – ver o mesmo tópico em níveis de profundidade e 
complexidade. Para Brunner, uma questão básica do desenvolvimento é a 
representação, desse modo, o indivíduo passa por três modos de 
representação do mundo:
• representação ativa – compreende o período da aquisição da linguagem e a 
época em que a criança começa a aprender a manipular símbolos, o trabalho 
mental da criança se dá nas relações entre experiência e ação.
• representação icônica – compreende o estágio em que a criança já está na escola 
e opera na manipulação direta de objetos, ou interna, quando mentalmente; ação 
se difere do estágio anterior porque agora pode ser interiorizado – efetuar a 
resolução de um problema em sua mente, e reversível – uma operação pode ser 
compensada por outra inversa.
• representação simbólica – capacidade da criança em operar sob proposições 
hipotéticas, sem restringir-se ao que já experimentou ou ao que tem diante de si, 
a criança utiliza símbolos nas suas operações intelectuais.
Nesse sentido, o ensino em Brunner deve apontar experiências mais 
efetivas para implantar a predisposição do indivíduo a aprendizagem, 
especificar como deve ser estruturado o conjunto de conhecimentos para a 
melhor forma de aprendizagem do aprendente, além disso, desse 
especificar uma sequencia eficiente na aprendizagem desses 
conhecimentos, e por fim, deter-se na aplicação de prêmios e punições no 
processo de aprendizagem e ensino – que parte de uma perspectiva 
extrínseca, como elogios do professor à intrínseca, inerente à solução de 
um problema complexo.
6
Fonte [2]
A TEORIA DO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO DE JEAN PIAGET (1896 – 1980) 
As propostas da teoria de Piaget configuram uma teoria construtivista 
do desenvolvimento cognitivo humano, os períodos de desenvolvimento 
mental e os conceitos assimilação, acomodação e equilibração são a chave 
da sua teorização. São quatro os períodos do desenvolvimento cognitivo: 
• sensório-motor – vai do nascimento aos dois anos de idade, nesse estágio a 
criança não diferencia o eu dela do meio que a rodeia, ela é o centro e os objetos 
existem em função dela;
• pré-operacional – vai dos dois aos seis ou sete anos, o pensamento começa a ser 
organizado pelo uso da linguagem, dos símbolos e imagens mentais, continua 
numa perspectiva egocêntrica vendo como a realidade a afeta;
• operacional-concreto – vai de sete a oito anos e vai até os onze ou doze anos, 
nesse estágio há uma descentração da perspectiva egocêntrica que até então 
existia, o pensamento mais organizado possui operações lógicas reversíveis, é 
capaz de pensar no todo e nas partes simultaneamente;
• operacional-formal – vai dos onze ou doze anos até a idade adulta, há nesse 
estágio a capacidade de raciocinar com hipóteses verbais e não apenas objetosconcretos, desenvolve o pensamento proposocional, manipula proposições 
racionalmente.
Além disso, Piaget acredita que o crescimento cognitivo da criança se 
dá por meio da assimilação e acomodação. A assimilação traz a relação 
mental do indivíduo a partir da sua interação com o meio, não há 
modificação mental sob esse esquema de assimilação. A acomodação é a 
reestruturação da assimilação, o equilíbrio entre as duas é a adaptação à 
situação, portanto experiências acomodadas dão origem a novos esquemas 
de assimilação e um novo estágio de equilíbrio é atingido. Nesse sentido, o 
ensino deverá provocar o desequilíbrio no organismo (mente) da criança 
para que ela procurando o reequilíbrio se reestruture cognitivamente e 
aprenda.
Clique na imagem abaixo para ampliar.
7
Fonte
A TEORIA DA MEDIAÇÃO DE LEV SEMENOVITCH VYGOTSKY (1896 – 1934) 
Parte do desenvolvimento dos processos mentais superiores 
(pensamento, linguagem, comportamento volitivo) incorporados à 
referência ao contexto social e cultural que eles ocorrem, além disso, faz-se 
necessário entender os instrumentos – algo que pode ser usado para fazer 
alguma coisa, e signos – algo que significa outra coisa, que podem ser 
indicadores (tem relação de causa e efeito com aquilo que significam), 
icônicos (imagens ou desenho daquilo que significam) e simbólicos (tem 
uma relação abstrata com o que significam) como características que 
mediam esses processos. É com a interiorização dos instrumentos e 
sistemas de signos, produzidos culturalmente, que se dá o processo 
cognitivo do indivíduo. A zona de desenvolvimento proximal é uma 
característica da teoria de Vygotsky, ela aponta a distância entre o nível de 
desenvolvimento cognitivo real do indivíduo – sua capacidade de resolver 
problemas independentemente, e o nível de desenvolvimento potencial – 
medido pela solução de problemas sob orientação ou em colaboração de 
companheiros mais capazes. 
Em Vygotsky, a função do professor será a de mediação na aquisição 
de significados contextualmente aceitos pelo aluno no que diz respeito a 
zona de desenvolvimento proximal do aprendiz. A linguagem é 
instrumento fundamental nesse processo de aprendizagem.
Clique na imagem abaixo para ampliar.
Fonte [3]
A TEORIA DA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA DE DAVID AUSUBEL (1918 – 2008) 
Definem-se três tipos gerais de aprendizagem – cognitiva, afetiva e 
psicomotora. No entanto, Ausubel enfocará o ponto de vista cognitivista – 
relaciona-se ao armazenamento organizado de informações na mente do 
ser que aprende, e esse complexo organizado é chamado de estrutura 
cognitiva. Na teoria de Ausubel o que mais influencia a aprendizagem da 
criança na escola é aquele conhecimento que ela já sabe, é tarefa do 
professor identificar e ensinar a partir disso. Há um processo de interação 
8
onde conceitos mais relevantes e inclusos interagem com o novo material a 
ser aprendido, funcionando ancoradouro – ao mesmo tempo que abrange e 
integra, modifica-o. A aprendizagem significativa, em Ausubel, ocorre 
quando a nova informação ancora-se em conceitos ou proposições 
relevantes, preexistentes na estrutura cognitiva do aprendiz, o que se 
contrapõe a aprendizagem mecânica que seria a aprendizagem de novas 
informações com pouca ou nenhuma interação com conceitos relevantes 
existentes na estrutura cognitiva – informação armazenada de maneira 
arbitrária.
Há três aprendizagens significativas: aprendizagem representacional – 
tipo mais básico que envolve atribuição de significados a determinados 
símbolos (tipicamente palavras), ou seja, identificação, em significado, de 
símbolos com seus referentes (objetos, eventos, conceitos); aprendizagem 
de conceitos – é uma aprendizagem representacional, no entanto, os 
conceitos representados por símbolos particulares são genéricos e 
categóricos, representam abstrações dos atributos essenciais dos 
referentes; aprendizagem proposicional – aprender o significado de ideais 
em forma de proposição, ao contrário da aprendizagem representacional, 
há que se ressaltar o significado das ideias expressas verbalmente por meio 
desses conceitos sob forma de uma proposição.
Nesse sentido, a teoria de Ausubel focaliza a aprendizagem verbal 
significativa receptiva, verbal – tendo na linguagem (propriedade 
representacional da palavra) principal facilitador da aprendizagem 
significativa; receptiva – mecanismo humano por excelência para adquiria 
e armazenar vasta quantidade de ideias e informações de qualquer campo 
de conhecimentos; no entanto, receptiva não é sinônimo de passiva, pois a 
aprendizagem significativa prediz um processo cognitivo dinâmico.
Clique na imagem abaixo para ampliar.
Fonte
Fonte: MOREIRA, 1999.
Com base nos conceitos até agora evidenciados sobre ensino e 
aprendizagem, podemos pensar e refletir melhor sobre o papel da avaliação a 
partir desses processos, da forma como vemos e conceituamo-los. A prática 
educativa é permeada dos conceitos e representações que o docente traz 
acerca dos elementos que a compõem, nesse sentido não podemos enxergar a 
avaliação sob um prisma solitário, de forma apenas instrumental. 
Precisamos conhecer e perceber a avaliação do processo ensino-
9
aprendizagem a partir do que acreditamos e praticamos como ensino e 
aprendizagem.
RESUMINDO...
A forma de avaliar revela o conceito que o docente tem acerca do que 
seja ensinar e aprender. Não somente acerca daquilo que o aprendiz tem de 
assimilar, mas também acerca do modo como o professor pode ajudá-lo a 
fazê-lo (GUERRA, 2007, p.119). 
FÓRUM
A partir da temática desenvolvida nesta aula, discuta no Fórum da 
Aula 1: quais são as concepções de ensino e de aprendizagem nos dias 
atuais?
ATIVIDADE DE PORTFÓLIO
Com base na temática da Aula 1 e na leitura do texto Prática 
Educativa: processo versus produto - Luckesi (2006) (Visite a aula online 
para realizar download deste arquivo.), apresente uma situação em que a 
avaliação atenda a uma prática educativa enquanto um processo, e uma 
prática educativa enquanto produto. Essa atividade deverá ser realizada 
em grupos de no máximo quatro alunos. Não se esqueça de estabelecer 
relação com o conceito de ensino e de aprendizagem que os dois modelos 
de avaliação ressaltam.
REFERÊNCIAS
COLL, César. PSICOLOGIA E CURRÍCULO. Uma aproximação 
psicopedagógica à elaboração do currículo escolar. Tradução: Cláudia 
Schilling. 5. ed. São Paulo: Ática, 2007. (Série Fundamentos).
LOPES, Antonia Ozima. Relação de Interdependência entre ensino e 
aprendizagem. In: VEIGA, I. P. A. DIDÁTICA: o ensino e suas relações. 
Campinas, SP: Papirus, 1996.
MOREIRA, Marco Antonio. TEORIAS DE APRENDIZAGEM. São Paulo: 
EPU, 1999.
FONTES DAS IMAGENS
1. http://www.adobe.com/go/getflashplayer
2. http://dialogandocomelo.blogspot.com/2013_05_01_archive.html 
3. http://pt.slideshare.net/snvanessa/vygotsky-5317104
4. http://www.denso-wave.com/en/
Responsável: Professora Maria Isabel Filgueiras Lima Ciasca
Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual
10
TÓPICO 01: POR QUE AVALIAR? QUEM AVALIAR?
Na aula anterior pudemos perceber que a avaliação da aprendizagem 
está relacionada aos conceitos de ensino e de aprendizagem, pois está a 
serviço destes. E mais que isso, nas discussões percebemos os vários 
conceitos e contextos da prática educativa, e a avaliação atrelada a estes. 
Nesta aula, pontuaremos especificamente o que é a avaliação e quais são os 
princípios que a regem enquanto fenômeno do processo de aprendizagem em 
dois módulos. 
REFLEXÃO
Pensamos nestas perguntas norteadoras: As características da ação 
docente trazem subsídios para entendermos a prática avaliativa a partir do 
processo de ensino, e quanto ao processo de aprendizagem? Como 
podemos pensar ou ver as características do processo da aprendizagem 
mediante o educando e o seu papel?
Aproveite esta aula para pensar, refletir e questionar o papel e 
importância da avaliaçãosob as diferentes perspectivas da prática 
educativa, em específico, o processo de ensino e de aprendizagem, 
cenários da mediação do professor e participação ativa do aluno. Bons 
estudos!
POR QUE AVALIAR? QUEM AVALIAR?
Quantos de nós não sofremos com a data da prova ou do teste? Com 
estudos tediosos acerca dos conteúdos que “cairiam” na prova? Com 
atividades que exercitavam a escrita ou a fixação dos conteúdos para o tão 
esperado dia? Quanto nervosismo, ansiedade, dor de barriga! E tudo não 
passa de um momento pontual, que depois dali és livre para pensar e 
aprender o que quiser, admitindo a nota mínima da escala para não ficar 
reprovado. 
Será que a avaliação precisa mesmo ser assim? Sob a égide do medo? O 
professor precisa utilizá-la para ameaçar os alunos pelo mau comportamento 
em sala de aula? Há uma função de instrumento disciplinador envolto da 
avaliação que partilha do medo do aluno e do autoritarismo do professor? 
AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM
AULA 02: A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM E SUAS CARACTERÍSTICAS
11
Essa imagem é atual? É própria do cotidiano escolar? Pensemos sobre 
ela: que sentimentos essas falas da imagem acima nos trazem quando 
somos educandos? Quando somos os avaliados? São sentimentos bons ou 
ruins?
A avaliação deve concentrar-se no processo de ensino, processo este que 
ampara a aprendizagem do educando, dentro de um contexto e 
intencionalidade educativos. A prática avaliativa que atende aos processos de 
ensino e de aprendizagem nos dias atuais deve se voltar a uma perspectiva 
diagnóstica e de inclusão. 
Para distinguir essas duas condutas – examinar 
ou avaliar na escola, basta relembrar sucintamente 
que o ato de examinar se caracteriza, especialmente 
(ainda que tenha outras características) pela 
classificação e seletividade do educando, enquanto 
que o ato de avaliar se caracteriza pelo seu diagnóstico 
e pela inclusão (LUKCESI, 2011, p.29).
A avaliação em sua função diagnóstica desempenha um papel 
fundamental nos processos de ensino e da aprendizagem. Tanto para se 
conhecer o nível e contexto dos alunos quanto para intervir de maneira mais 
eficaz no seu desenvolvimento. A avaliação com fins de diagnóstico deve 
contribuir para a regulação das aprendizagens em curso no sentido dos 
domínios visados, conforme defende Perrenoud (1999). E em sua função 
inclusiva demonstra auxílio ao educando naquilo que ele pode aprender, na 
relação dialógica entre professor e aluno, partindo das suas aprendizagens 
para vislumbrar outras e novas (Luckesi, 2011).
Durante algum tempo a prática avaliativa se limitou ao simples processo 
de atribuição de conceitos ou notas a um teste ou exame respondido pelo 
educando – prática do exame. De certo, essa prática permitiu um 
entendimento sobre o processo de ensino a partir das perspectivas de 
aprendizagem que se desenvolviam. Modelos tradicionais de ensino com foco 
na memorização e no comportamento do indivíduo vinculado ao ato de 
aprender. 
12
ENSINO
Pedagogia Tradicional e Tecnicista são duas tendências 
pedagógicas reconhecidas em Libâneo (1990), Saviani (1983), dentre 
outros autores que expressam o ensino a partir do preciosismo do 
método – conteúdo clássico e enciclopédico a ser ensinado e a 
racionalização do sistema de ensino a partir da lógica e seguimento 
empresarial – objetivos e conteúdos instrucionais para eficiência e 
eficácia, respectivamente.
VERSÃO TEXTUAL
Nos dias atuais vemos que o processo de ensino não pode mais ser 
o mesmo de uma tendência tradicional/tecnicista do ensino, com uma 
prática exacerbada de exames e testes, com foco numa metodologia de 
ensino baseada na exposição dos conteúdos pelo professor e numa 
concepção de aprendizagem de assimilação passiva destes, com vistas 
à ocupação futura desse indivíduo no meio social ou no mercado de 
trabalho. 
Viana (2000) assevera que o boom da avaliação se iniciou com os 
estudos e pesquisas de Ralph W. Tyler (1902 – 1994) que sugeria nos anos de 
1930, no contexto norte-americano, uma avaliação que se voltasse para os 
pressupostos e objetivos do currículo. Encarando a mudança de 
comportamento do educando como principal requisito para análise 
avaliativa dos objetivos pré-estabelecidos e daqueles atingidos de fato, 
considerando uma releitura do próprio currículo e suas características. Essa 
proposta foi importada ao Brasil preocupada apenas com a classificação e 
desempenho do educando, desmerecendo a análise de currículo, 
metodologias e características da escola – indicadores que influenciavam 
também esse estudo avaliativo.
Com isso, tivemos uma crescente expansão de objetivos, técnicas, 
instrumentos e análises dos testes escolares que geravam conceitos ou 
desempenhos mais bem elaborados atrelados ao tão somente ao rendimento 
do educando. Essa perspectiva de avaliação classificatória e seletiva propõe 
também um modelo de ensino, de escola, de sociedade – ou na verdade, está 
a serviço destes últimos. Ao pensarmos numa outra forma de avaliar 
precisamos entender estes conceitos para que relacionemos a avaliação à sua 
função primordial: de regulação do processo de ensino e de aprendizagem.
Precisamos cuidar de um ensino que responda às demandas sociais e 
reais do indivíduo, partindo deste enquanto prática social e retornando a ela. 
O objetivo do ensino deve ser privilegiar a aquisição do saber, e de um saber 
vinculado às realidades sociais, promovendo métodos que favoreçam a 
correspondência dos conteúdos com os interesses dos alunos. E que os 
alunos possam reconhecer nos conteúdos o auxílio ao seu esforço de 
compreensão da realidade (prática social) (LIBANEO, 1990). 
OLHANDO DE PERTO
13
A avaliação deve ser entendida não apenas como comprovação de 
uma aprendizagem, mas como um processo que fundamenta, organiza e se 
relaciona à aprendizagem, como um fenômeno que a destina. A regulação 
no processo de ensino e de aprendizagem confere não apenas 
conhecimentos sobre as aprendizagens dos educandos, mas também dos 
métodos e técnicas utilizados pelos professores no ensino. A avaliação 
alimenta uma perspectiva de subsídio à própria reflexão do professor 
sobre a sua prática. Além de se relacionar enquanto auxílio que na 
construção do currículo e nas práticas próprias da escola em detrimento a 
aprendizagem dos educandos, bem como, da aprendizagem daqueles que 
fazem parte deste trabalho educativo que significa uma prática social em 
constante análise, reflexão e mudança. O que participa no 
desenvolvimento dos objetivos e princípios desenvolvidos na escola, 
almejando uma aprendizagem pautada em perspectivas relacionadas a 
essa prática social que se torna o ensino.
Dessa forma, percebemos que a avaliação está relacionada não somente 
com o educando, mas com o docente, a gestão escolar, os profissionais da 
educação, a comunidade escolar, todos de forma geral. Não falamos aqui do 
instrumento prova esse não deve ser confundido com a avaliação, pois esta 
se faz num terreno mais amplo e fecundo do que o instrumento que nos 
permite identificá-la. O que falaremos na próxima aula.
A partir disso, faz-se necessário pensarmos os princípios e 
características que regem esse ato de avaliar a aprendizagem e os sujeitos 
que o compõem trazendo de forma mais concreta o desenho que podemos 
criar da nossa prática avaliativa enquanto educando, professores e gestores.
FONTES DAS IMAGENS
1. http://www.adobe.com/go/getflashplayer
2. http://www.denso-wave.com/en/
Responsável: Professora Maria Isabel Filgueiras Lima Ciasca
Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual
14
TÓPICO 02: PRINCÍPIOS GERAIS DA AVALIAÇÃO
Ao pensarmos a avaliação precisamos esclarecer alguns princípios e 
características que nos permitem evidenciá-la como tal. Para isso, Miguel 
Guerra (2007) traz em seu livro Uma flecha no alvo: a avaliação como 
aprendizagem alguns princípios gerais da avaliação que poderão nortearo 
nosso trabalho enquanto educandos, educadores e gestores. 
PRINCÍPIOS GERAIS DA AVALIAÇÃO
1º PRINCÍPIO
A AVALIAÇÃO É UM FENÔMENO MORAL, NÃO MERAMENTE TÉCNICO
A avaliação, além de ser um processo técnico, é um fenômeno moral. É 
muito importante saber a que valores ela serve e a que pessoas beneficia. É 
muito importante avaliar bem, mas é mais importante saber a que causas 
serve a avaliação. É perigoso (e contraditório com o verdadeiro sentido da 
avaliação formativa) instalar no sistema de formação mecanismos que 
geram submissão, temor, injustiça, discriminação, arbitrariedade, 
desigualdade, etc. A avaliação não é um fenômeno neutro, que se possa 
realizar sem indagar pelos valores, pelo respeito às pessoas, pelo sentido da 
injustiça. A avaliação é também um fenômeno moral porque tem 
repercussões importantes para as pessoas, para as instituições e para a 
sociedade. Na avaliação há poder (que se deve se colocar a serviço das 
pessoas) e deve haver ética (House, 1994). 
Os fins da avaliação, as funções que cumpre são múltiplos. De uma 
perspectiva ética, devem ser potencializadas as funções que enriquecem o 
profissional e a instituição: dialogar, compreender, aprender, 
aperfeiçoar,estimular, orientar etc. As funções mais pobres não deveriam 
ter nenhum peso na pratica: classificar, discriminar, hierarquizar, 
competir, controlar etc.
A avaliação tem um conteúdo social, já que ratifica – dentro de certos 
limites, é claro – que aqueles que exercem a profissão dominam os 
conhecimentos, possuem as habilidades e dispõem das atitudes que 
permitem assegurar que o exercício da prática será bem realizado no marco 
de uma instituição.
Como o processo da avaliação se desenvolve num contexto amplo, é 
preciso respeitar as regras do jogo para que não sejam prejudicados os que 
se atêm a elas de forma fiel e coerente.
2º PRINCÍPIO
A AVALIAÇÃO TEM DE SER UM PROCESSO E NÃO UM ATO ISOLADO
A avaliação não deve se converter num ato concreto que se realiza uma 
vez que a formação tenha terminado. Deve ser um processo que 
acompanha a aprendizagem. Se a avaliação é convertida num ato isolado, 
corre o risco de não ser rigorosa, já que as variáveis que condicionam esse 
AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM
AULA 02: A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM E SUAS CARACTERÍSTICAS
15
momento são tantas e tão poderosas que não se pode garantir sua validade. 
Ademais, um ato isolado não pode atuar em condições de normalidade 
para aquele que está sendo avaliado. É fácil que a artificialidade do 
comportamento leve ao erro ou ao engano.
A avaliação tem de estar contextualizada e deve levar em consideração 
as condições em que se produz a formação. Ela não é um fenômeno alheio, 
sobreposto, acrescentado e descontextualizado.
A avaliação tem de ser contínua e deve ser realizada pelos agentes que 
compartilham sua prática com os avaliados, já que assim se pode garantir 
que o aprendizado será assimilado de maneira significativa. Este princípio 
exige que a avaliação vá se realizando conforme o avanço da formação, e no 
mesmo terreno em que esta ocorre. 
3º PRINCÍPIO
É PRECISO QUE A AVALIAÇÃO SEJA UM PROCESSO PARTICIPATIVO
A participação no processo de avaliação tem múltiplas dimensões. Se 
os avaliadores participarem na elaboração do processo, será mais fácil que 
o ponham em pratica de maneira rigorosa e entusiástica. Pelo contrário, se 
é fruto de decisões hierárquicas procedentes de lógicas que não assumem 
como suas, a avaliação se tornará facilmente uma atividade meramente 
burocrática.
Por outro lado, quanto maior a participação dos avaliados no processo 
de avaliação, mais potencialidades formativas ela terá. A participação, além 
disso, reduz a artificialidade do comportamento.
Os avaliados devem tomar parte na decisão sobre o sentido e o 
desenvolvimento do processo, devem discutir seus critérios, sua aplicação e 
o resultado dela. Trata-se, pois, de uma participação real, e não meramente 
nominal, de uma participação que afeta as partes substanciais da avaliação 
e não as questões marginais ou irrelevantes dela.
Isso exige um diálogo sincero e aberto, não meramente formal, e 
menos ainda ardiloso. Não é aceitável pedir a opinião quando não se tem a 
intenção de levá-la em consideração. A avaliação deverá ser um processo 
de diálogo (entre avaliados e avaliadores, entre os avaliados, entre 
responsáveis e avaliador/avaliadores etc.). Dessa maneira, tornar-se-á 
possível compreender a natureza da formação e, por meio dessa 
compreensão, melhorá-la (Santos Guerra, 1993, 1998).
4º PRINCÍPIO
A AVALIAÇÃO TEM UM COMPONENTE CORROBORATIVO E UM
PRINCÍPIO ATRIBUITIVO
A avaliação comprova o aprendizado efetuado, mas também pode 
explicar por que ele não ocorreu. Essa explicação costuma atribuir a causa 
da ausência de aprendizagem exclusivamente ao avaliado: não se esforçou 
suficientemente, não é inteligente, não tem base, não presta atenção, não 
está motivado etc. É claro que existem causas atribuíveis ao avaliado. 
Porém, seriam todas as causas atribuíveis a ele? Não há nenhuma 
16
responsabilidade imputável à instituição, ao diretor, aos governantes que 
geram as normas e concedem os meios, à maneira de aplicar a avaliação?
Nem tudo aquilo que o avaliado deixou de aprender é de sua 
responsabilidade. É por essa razão que a avaliação tem de ser holística. Se a 
avaliação só leva em conta a atitude, o esforço e o rendimento do avaliado, 
corre o risco de se transformar numa força domesticadora e falsificadora 
da realidade.
5º PRINCÍPIO
A LINGUAGEM SOBRE A AVALIAÇÃO NOS FAZ ENTENDER E TAMBÉM
NOS CONFUNDE
Uma coisa é a avaliação, e outra coisa, muito distinta, é a qualificação. 
Uma coisa é a medição e outra é a avaliação. Os ingleses utilizam diversos 
termos para fenômenos distintos que aqui incluímos no termo avaliação. 
utilizando um único termo, incluímos nele processos de assesstment, de 
accountability e de appraisal, de inspection, de self evaluation... É 
indispensável que respondamos previamente a esta questão: o que 
denominamos avaliação? Quais são seu sentido e sua finalidade? Trata-se 
fundamentalmente de saber quem é apto e quem não é apto para exercer 
uma tarefa ou para desenvolver processos de competitividade com a 
desculpa de que isso serve de estímulo para a formação? O mais 
importante é fazer uma classificação, seja qual for o procedimento e a 
qualquer custo?
Quando não atribuímos às palavras o mesmo conteúdo semântico, 
estamos dizendo coisas diferentes com os mesmos termos. Quando duas 
pessoas dizem que é preciso melhorar a avaliação, podem estar se referindo 
a mudanças diametralmente opostas. Uma quer mais quantificação, 
aplicação de critérios mecanizados etc. A outra se refere à maior 
participação do avaliado na tomada de decisões a respeito da avaliação. 
Com a mesma sentença, essas pessoas estão se referindo a concepções e 
propostas diferentes e até mesmo opostas.
6º PRINCÍPIO
PARA QUE A AVALIAÇÃO TENHA RIGOR, TEM DE UTILIZAR
INSTRUMENTOS DIVERSOS
Não se pode inserir em fichários simples uma realidade muito 
complexa. Não é possível reduzir com rigor a um simples número o 
trabalho realizado por uma pessoa.
Para que haja rigor, requer-se a utilização de métodos diversos. A 
observação pode resultar enganosa se não dispomos da explicação do 
interessado. A entrevista pode ser pouco valida se não contrastamos o que 
o entrevistado diz com aquilo que de fato faz. 
Seria desejável que houvesse a intervenção de avaliadores diversos, já 
que no processo de avaliação há muitos fatores subjetivos condicionantes. 
Duas pessoas podem atribuir valorações bem diferentes ao mesmo fato, ao 
mesmo trabalho, à mesma frase. O contraste de opinião favorece o rigor.
7º PRINCÍPIO
17
A AVALIAÇÃO É UM CATALISADOR DE TODO O PROCESSO DE ENSINO E
DE APRENDIZAGEM
A avaliação permite que se ponham em discussão todas as nossas 
concepções sobre a sociedade, sobre a formação.Poderíamos dizer a 
alguém: “Dize-me como fazes a avaliação e te direi que tipo de profissional 
(e até que tipo de pessoa) és”.
A avaliação condiciona o processo de aprendizagem, embora seja feita 
a posteriori, já que o avaliado procura se acomodar aos critérios de 
avaliação. Este fato é tão poderoso que, às vezes, o resultado da avaliação 
torna-se mais importante que o próprio aprendizado. Daí a importância de 
conceber, elaborar e realizar uma avaliação justa e enriquecedora.
Certamente, os eixos da sociedade neoliberal introduzem perigosos 
elementos nas práticas profissionais (obsessão pela eficiência, 
individualismo, competitividade, relativismo moral, conformismo social 
etc.), razão pela qual o processo de avaliação terá que obedecer a diretrizes 
que sejam sensíveis aos valores.
8º PRINCÍPIO
O CONTEÚDO DA AVALIAÇÃO TEM DE SER COMPLETO E GLOBALIZANTE
O que é preciso avaliar? Somente os dados que o aprendiz conseguiu 
memorizar, ainda que estes dados sejam irrelevantes e estejam 
superficialmente ligados? É preciso avaliar também as habilidades, os 
procedimentos e atitudes.
A aprendizagem inclui muitas facetas, nem todas igualmente 
avaliáveis. Não é a mesma coisa avaliar a aquisição de um conceito e 
avaliar o domínio de uma habilidade. A comprovação dessas duas 
aprendizagens exige métodos diferentes.
A insistência que tem havido na avaliação de conhecimentos ocorreu 
em detrimento de outras dimensões da aprendizagem que todos nós 
consideramos teoricamente importantes. Como não valorizar a capacidade 
de comunicação de um aprendiz de professor? Como não levar em conta a 
disposição para um trabalho cooperativo? Como esquecer-se da atitude 
ética em relação à tarefa e em relação às pessoas?
9º PRINCÍPIO
PARA AVALIAR, É NECESSÁRIO TER UM CONHECIMENTO
ESPECIALIZADO DO PROCESSO DE ENSINO/APRENDIZAGEM
Existe o erro muito consolidado de julgar que, para realizar tarefas de 
formação, não são necessários saberes específicos. Como se o ensino 
causasse a aprendizagem de forma automática. Do mesmo modo, 
considera-se que a avaliação é um processo elementar que consiste em 
perguntar o que os avaliados aprenderam. Trata-se de simplificações 
perigosas, por que são simplistas e interesseiras.
18
Daí deriva a necessidade de que os professores tenham uma formação 
especifica como docentes. Como é possível avaliar as atividades se nem 
sequer se sabe em que consistem e como se desenvolvem? (Bolívar, 1995).
É preciso que a instituição acolha a docência não como um simples 
adorno ou uma atividade irrelevante, mas como uma dimensão 
fundamental da prática profissional. É imprescindível dispor de 
mecanismos que favoreçam uma formação pertinente dos profissionais. 
Essa formação não se produz por mágica, mas como consequência de 
rigorosos processos concebidos e desenvolvidos com base em pressupostos 
didáticos. 
10º PRINCÍPIO
A AVALIAÇÃO TEM DE SERVIR À APRENDIZAGEM
A avaliação não serve somente para medir e classificar, mas tem de ser 
utilizada para os objetivos de compreender e aprender.
Nas instituições das quais se avalia muito e se muda pouco, há algo 
errado. Porque, se avaliar ajuda a compreender, é inevitável que essa 
compreensão produza decisões de mudança.
Quem pode aprender por meio da avaliação? Os avaliados, os 
avaliadores e a instituição. Uma comprovação de que se esta aprendendo é 
a modificação de alguns enfoques e atividades. Se a avaliação é uma 
atividade cega, não servirá para aprender. Remeto à metáfora que dá título 
a este livro: se arremessarmos a um alvo com os olhos vendados, 
continuaremos a arremessar de maneira dificilmente aperfeiçoável. 
Contudo, se formos capazes e enxergar o ponto que nosso disparo atingiu e 
de perceber por que erramos, poderemos melhorar.
11º PRINCÍPIO
É IMPORTANTE REALIZAR UMA METAVALIAÇÃO, OU AVALIAR AS
AVALIAÇÕES
É decisivo, por ser congruente e eficaz, submeter o processo de 
avaliação a uma análise rigorosa. Pode-se cometer abusos que se enraízam 
nas instituições e, embora evidentes para todos, aos quais ninguém põe um 
fim. Em instituições que não aprendem, que repetem suas rotinas de 
maneira lamentável perpetuam-se os erros e os prejuízos.
A rigidez da instituição, a falta de diálogo entre as autoridades que 
tomam as decisões e aqueles que põem em prática as atividades de 
formação conduzem ao desalento e à inércia.
Submeter a avaliação a uma metavaliação ajudará a fazer com que 
todos compreendam e mudem as práticas. Se a mudança só for efetuada a 
partir das prescrições provenientes da hierarquia, e não em virtude da 
compreensão e das exigências dos profissionais que as praticam, haverá 
dificuldades graves para conseguir uma melhora profunda.
12º PRINCÍPIO
A AVALIAÇÃO NÃO DEVE SER UM ATO INDIVIDUALISTA, MAS
ASSOCIADO
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A avaliação não é responsabilidade isolada de um diretor, mas um fato 
social pelo qual toda a instituição é responsável. Fazer bem a avaliação 
significa o aperfeiçoamento da prática da formação.
Quando a avaliação se converte num ato individualista, existe um 
duplo perigo. O primeiro está ligado ao fato de que cada professor tem os 
seus critérios, as suas concepções e as suas atitudes, que aplica sem 
compartilhá-los com ninguém. Nem ele aprende nem os outros melhoram. 
O segundo perigo consiste em que cada aluno tem de enfrentar a avaliação 
como uma atividade individualista que depende somente dele. Com um 
agravante: quando os colegas se transformam em competidores, pode-se 
dar margem a atitudes nocivas à lealdade. O aluno pretende ser melhor que 
os outros, e não dar o melhor de si mesmo. Produz-se uma competitividade 
que bloqueia a aprendizagem compartilhada e mina o clima ético da 
instituição.
Dessa perspectiva individualista, o que ocorre com os outros tem 
pouca importância. Cada um se preocupa consigo, sem que existam 
reflexões e preocupações sociais. É um erro que empobrece a avaliação e a 
instituição em geral.
A avaliação pode (deve) se converter numa plataforma de debate que 
ajude a instituição a melhorar a formação de seus profissionais e as 
práticas que empreende. Isso supõe uma atitude questionadora que discute 
a prática e uma atitude de dialogo que conduz ao debate sobre o seu 
sentido e o seu aprimoramento. Discutir a prática, refletir sobre ela e 
compreendê-la é o caminho para o aprimoramento.
Uma vez que essa prática inclui elementos que dependem do contexto 
organizacional e da gestão, será preciso exigir dos responsáveis as 
condições necessárias para que esse aprimoramento seja possível.
A avaliação, por conseguinte, diz respeito a todos e serve a todos. Não 
deve ser uma prática que conduz ao individualismo e à competitividade.
GUERRA, Miguel Ángel Santos. UMA FLECHA NO ALVO: a avaliação como aprendizagem. 
Edições Loyola, São Paulo: 2007. pp. 17 – 24.
As nossas escolas buscam na avaliação uma regulação do seu trabalho? 
Que instrumentos avaliativos as escolas têm utilizado no processo de ensino 
e de aprendizagem? É o professor inteiramente responsável por estes 
instrumentos? Como podemos pensar uma avaliação à luz dos princípios de 
Guerra (2007)? Há várias avaliações ou modos de pensá-la? 
As percepções do autor nos trazem questionamentos, dúvidas e reflexões 
acerca do fenômeno avaliativo. Seus princípios foram pensados a partir das 
experiências e estudos que vem se fazendo sobre essa temática, no entanto, 
notamos o quanto se tem feito (pouco ou quase nada) para que estes 
princípios sejam considerados no ato de avaliar nos dias atuais.
Você já pensou no que precisamos fazer para que estes princípios sejam 
observados nas nossas salas de aula? Nas nossas escolas? Pelos nossos 
professores e alunos? 
20
FÓRUM
Leia a tirinha abaixo e reflita sobre as percepções da prática avaliativa 
atual para uma prática necessária de avaliação.
Fonte
A partir das características evidenciadas da avaliação nesta aula 2 e da 
leitura dos Princípios Geraisda Avaliação (Guerra, 2007), quais são os 
principais desafios para a projeção de uma avaliação justa e inclusiva? 
Discuta no fórum da Aula 2, com os seus colegas e tutor, os principais 
desafios para a projeção de uma avaliação justa e inclusiva, a partir dos 
princípios gerais da avaliação visto em Guerra (2007). Se desejar, 
selecione dois princípios para ilustrar a sua ideia.
ATIVIDADE DE PORTFÓLIO
Faça uma entrevista com um aluno e um professor (que não tenham 
assistido a essa aula). 
Indague sobre as seguintes questões: 
1. O que é avaliação da aprendizagem para você?
2. Quem são os atores dessa avaliação?
3. De que forma ela contribui para aprendizagem?
4. Em uma palavra descreva: a avaliação que você experiência hoje e a 
avaliação que você deseja experienciar no futuro.
Depois da entrevista faça um parágrafo de análise das questões 
evidenciando a importância e função da avaliação.
Para motivação assita ao vídeo: Avaliação: caminhos para a 
aprendizagem, entrevista com Jussara Hoffman e Cipriano Luckesi, vídeo 
01.
REFERÊNCIAS
LIBÂNEO, José Carlos. DEMOCRATIZAÇÃO DA ESCOLA PÚBLICA. 
São Paulo : Loyola, 1990.
LUCKESI, C. C. AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR. 8.ed. 
Cortez editora, São Paulo, 2011.
PERRENOUD, P. AVALIAÇÃO: da Excelência à Regulação das 
Aprendizagens – entre duas lógicas. Tradução de Patrícia Chittoni 
Ramos. Porto Alegre: Artmed Editora, 1999.
SAVIANI, Demerval. ESCOLA E DEMOCRACIA. São Paulo: Cortez 
Editora, 1983.
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FONTES DAS IMAGENS
1. http://www.denso-wave.com/en/
Responsável: Professora Maria Isabel Filgueiras Lima Ciasca
Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual
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TÓPICO 01: OS TIPOS DE AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM?
Iniciamos esta aula motivando você a pensar sobre as possibilidades de 
avaliação em sala de aula. É comum estudarmos conceitos, princípios e 
teorias e não conseguirmos relacioná-los à prática cotidiana, ao chão da sala 
de aula, não é mesmo?
Nesta aula, aprenderemos algumas especificidades do ato de avaliar a 
aprendizagem, ressaltando seus momentos, funções e instrumentos em dois 
módulos. Partindo da concepção do que é avaliação, pedimos que tenha em 
mente o objetivo que se planeja ao praticar a avaliação no processo de ensino 
e de aprendizagem. Bons estudos!
A avaliação escolar é o termômetro que permite 
avaliar o estado em que se encontram os elementos 
envolvidos no contexto. Ela tem um papel altamente 
significativo na educação, tanto que nos arriscamos a 
dizer que a avaliação é alma do processo educacional. 
[...] O que queremos é sugerir meios e modos de 
tornar a avaliação mais justa, mais digna e humana 
(SANT'ANNA, 1995, p. 7).
OS TIPOS DE AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
A avaliação do processo de ensino e de aprendizagem apresenta algumas 
funções a partir do que, quando e como se pretende avaliar. Vários autores 
nos afirmam esses momentos e funções da avaliação, Zabala (1998) 
apresenta as funções da avaliação numa perspectiva formativa que o objeto 
da avaliação é o processo de ensino e de aprendizagem e não os resultados, 
onde tanto aluno quanto professor/equipe são sujeitos nesse processo. 
Dessa perspectiva formativa, temos a avaliação: inicial, reguladora e 
final integradora. Segundo Zabala (1998), cada uma delas interage em um 
momento e processo no ensino/aprendizagem. 
VERSÃO TEXTUAL
AVALIAÇÃO INICIAL
A avaliação inicial consiste em conhecer o que cada aluno sabe, 
sabe fazer e é. Esse deve ser o ponto de partida para estabelecermos o 
tipo de atividades, relacionadas aos objetivos e conteúdos que 
devemos planejar para favorecer a aprendizagem dos alunos. Com 
isso, uma hipótese de trabalho permitirá intervir sobre determinadas 
necessidades dos alunos, bem como, conhecer outras ou readequá-las. 
AVALIAÇÃO REGULADORA
AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM
AULA 03: TIPOS E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
23
O movimento de intervenção e reflexão fará com que a avaliação 
reguladora estabeleça sua função na caracterização das novas 
necessidades e do conhecimento que cada aluno aprende ao longo do 
processo de ensino/aprendizagem. Com o passar do tempo, o conjunto 
de atividades realizado com os alunos permite evidenciar os objetivos 
atingidos ou não em determinado grau, diante dessa sistematização de 
conhecimentos, a avaliação final se apresenta. Contemplando os 
resultados obtidos e conhecimentos adquiridos pelo aluno naquela 
etapa ou conjunto de atividades. 
AVALIAÇÃO INTEGRADORA
Por conseguinte, Zabala (1998) suscita uma outra função, a 
somativa ou integradora, que permite o conhecimento e a avaliação de 
todo o percurso escolar do aluno. Entende-se nessa avaliação todo o 
processo delimitado, desde a avaliação inicial, as medidas tomadas a 
partir das intervenções e demandas dos alunos, o resultado final do 
processo até as previsões do que é necessário refazer ou continuar a 
fazer.
A seguir temos o quadro-síntese das ideias trazidas em Zabala (1998, p. 
201).
ESQUEMA DE AVALIAÇÃO FORMATIVA
Avaliação inicial, planejamento, adequação do plano (avaliação 
reguladora), avaliação final, avaliação integradora.
A partir de uma opção que contempla como finalidade fundamental do 
ensino a formação integral da pessoa, e conforme uma concepção 
construtivista, a avaliação sempre tem que ser formativa, de maneira que 
o processo avaliador, independentemente de seu objeto de estudo, tem 
que observar as diferentes fases de uma intervenção que deverá ser 
estratégica. Quer dizer, que permita conhecer qual é a situação de 
partida, em função de determinados objetivos gerais bem definidos (a 
avaliação inicial); um planejamento da intervenção fundamentado e, ao 
mesmo tempo, flexível, entendido como uma hipótese de intervenção; 
uma atuação na aula, em que as atividades e tarefas e os próprios 
conteúdos de trabalho se adequarão constantemente (avaliação 
reguladora) às necessidades que vão se apresentando para chegar a 
determinados resultados (avaliação final) e a uma compreensão e 
valoração sobre o processo seguido, que permita estabelecer novas 
propostas de intervenção (avaliação integradora).
Os tipos de avaliação em Zabala (1998) nos permitem entender e 
compreender como a função da avaliação passa a ser formativa dentro do 
processo de ensino e de aprendizagem, quando constitui elemento 
fundamental no aperfeiçoamento da prática educativa, vislumbrando o 
trabalho do educador a partir da constituição de todo o processo a partir das 
partes que o compõem. 
Clique na imagem abaixo para ampliar.
24
O planejamento é ferramenta primordial e forte aliada à avaliação, nele 
o professor poderá compreender e refletir sobre a natureza, justificativa, 
objetivos, metodologias dos conteúdos que se propõe a ensinar, bem como, 
àqueles que se fazem necessário aprender. Com isso, poderá efetivamente 
trabalhar a regulação dos processos de ensino e de aprendizagem a partir da 
avaliação formativa.
A compreensão que devemos ter é de que trabalhar com apenas uma 
dessas avaliações não me dará o resultado significativo que espero quando 
penso na integralização delas. Muitas vezes a escola trabalha apenas com a 
avaliação final o que resulta numa aprendizagem-produto, 
descontextualizada das demandas e necessidades do aluno, dos 
conhecimentos que ele já traz consigo, das potencialidades que poderiam ter 
sido mediadas caso fossem conhecidas no processo.
Faz-se necessário pensarmos em estratégias de avaliação que nos 
permitam informações significativas sobre quem é meu aluno, o que ele sabe, 
o que ele pode aprender, quais são as suas dificuldades e de que forma elas 
poderão ser mediadas no processo de ensino. E essas avaliações não são 
apenas instrumentais, elas partem da concepção inicial do professor do que é 
o ensino e a aprendizagem.
Os tipos e instrumentos avaliativos “alimentam” uma concepção docente 
que permeia esses processos, constituindo um corpus capaz de gerar 
objetivosesperados ou não desse processo. Portanto, a maneira como vemos 
a avaliação influenciará os momentos em que iremos propô-la, a quem e 
como. Zabala (1998, p. 213-215) nos chama atenção para o que a avaliação 
deve informar:
1ª LUGAR
Ao longo das diferentes etapas do ensino obrigatório temos que 
diferenciar entre o processo que cada aluno segue e os resultados ou 
competencias que vai adquirindo. [...] É evidente que dificilmente 
poderemos resumir numa indicação apenas, seja uma nota ou um conceito, 
a complexidade da informação. Por isso é imprescindível elaborar alguns 
registros completos que ajudem a entender o que está acontecendo a cada 
menino e menina, que incluam observações suficientes, com todos os 
dados que permitam conhecer em profundidade a complexidade dos 
processos que cada aluno realiza. Esquematicamente, deveríamos poder 
diferenciar entre o que se espera de cada aluno, o processo seguido, as 
dificuldades que encontrou, sua implicação na aprendizagem, os resultados 
obtidos e as medidas que é preciso tomar.
25
2ª LUGAR
Em segundo lugar, é preciso diferenciar entre o que representam os 
resultados obtidos de acordo com os objetivos previstos para cada menino 
e menina, conforme suas possibilidades, e o que estes resultados 
representam em relação aos objetivos gerais para todo o grupo. O 
conhecimento que temos sobre como se aprende nos obriga a enfocar a 
aprendizagem como um processo de crescimento individual, singular, em 
que cada aluno avança com um ritmo e um estilo diferentes [...].
3ª LUGAR
Em terceiro lugar, na análise e avaliação das aprendizagens é 
indispensável diferenciar os conteudos que são de natureza diferente e não 
situá-los num mesmo indicador. Não podemos resolver a valoração de um 
aluno numa determinada área com um único dado que se refira às 
aprendizagens de conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais ao 
mesmo tempo [...] Se nossa intenção é conhecer realmente para adotar as 
medidas educativas de que cada aluno necessita, esta informação 
dificilmente será útil se não específica os resultados ou a situação concreta 
para cada tipo de conteúdo.
4ª LUGAR
Em quarto lugar, temos que diferenciar entre as demandas da 
administração e as necessidades de avaliação que temos na escola, em 
nossa responsabilidade profissional. [...] Os critérios e as formas exigidas 
pelos processos avaliadores devem ser, pelo que estamos vendo, 
eminentemente qualitativos. Por outro lado, as administrações tendem a 
simplificar com argumentos seguidamente paternalistas: os educadores 
que temos não saberão fazê-lo, logo simplifiquemos. Além do mais, a 
quantificação ou a resposta em poucos pontos sempre é mais fácil de 
controlar e, portanto, exige um menor investimento em recursos que 
permitam desenvolver processos qualitativos. [...] 
Dessa forma, vemos que a maneira como submetemos determinado 
instrumento ou tipo de avaliação ao processo de aprendizagem, estamos 
evidenciando aí nossa concepção de educação, de sociedade, de escola. É 
preciso que a avaliação permita um novo olhar daqueles que estão 
relacionados direta ou indiretamente a ela. 
Por isso, a função da avaliação, muitas vezes, depende da função que a 
escola exerce como formadora social. “Quando a formação integral é a 
finalidade principal do ensino e, portanto, seu objetivo é o desenvolvimento 
de todas as capacidades da pessoa e não apenas as cognitivas, muitos dos 
pressupostos da avaliação mudam.” (ZABALA, 1998, p.197). Acrescentam-se 
aí outros conteúdos além daqueles selecionados ao preparo do caminho à 
universidade, são os conteúdos que participam da formação integral do 
indivíduo que iremos ressaltar no próximo tópico. 
REFLEXÃO
Para refletir...
26
O que pensar sobre uma prática avaliativa que não considera a 
diversidade e a singularidade do aluno? Já pensou como as crianças se 
sentem diante dessa “homogeneização” da prática educativa?
Fonte [2]
FÓRUM
Com base no textoA avaliação em sala de aula – Bernadete Gatti 
(2009) (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.) discuta 
com seus colegas e tutor quais são os principais elementos de uma 
avaliação da aprendizagem. 
FONTES DAS IMAGENS
1. http://www.adobe.com/go/getflashplayer
2. http://educacaovsavaliacao.blogspot.com.br/
3. http://www.denso-wave.com/en/
Responsável: Professora Maria Isabel Filgueiras Lima Ciasca
Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual
27
TÓPICO 02: PENSANDO NOS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
Diante de todo o aporte teórico desenvolvido nas aulas anteriores, 
chegou o momento mais esperado! Vamos pensar numa lógica de avaliação 
que nos permita estabelecer instrumentos capazes de nos ajudar nesta 
regulação do processo de ensino e de aprendizagem, correto?
Vários são os instrumentos que podemos utilizar enquanto subsídios à 
prática avaliativa, desde fichas, formulários, portfólios, entrevistas, até as 
provas com questões dissertativas ou objetivas. Os instrumentos devem ser 
escolhidos com base nos conteúdos e objetivos que se desejam avaliar, bem 
como, nas características e subjetividades da turma. Os instrumentos 
avaliativos poderão se dar de forma individual, duplas, grupos, dentre 
outros.
De acordo com Zabala (1998), a escola age exclusivamente, em sua 
maioria com conteúdos conceituais, factuais, de conhecimento 
enciclopédico, o que limita os instrumentos avaliativos às provas e exames. 
No entanto, mesmo escolhendo as provas escritas, podemos estabelecer 
outras relações com o conhecimento que não apenas as factuais. Como 
podemos constatar no texto Instrumentos de Avaliação da profa. Carmensita 
Passos. 
Com base em Zabala (1998), estimamos a natureza, aprendizagem e 
avaliação dos conteúdos conceituais, factuais, procedimentais e atitudinais 
para entendermos como se estabelecem as relações dos conteúdos, objetivos 
e avaliação na prática educativa.
CLIQUE AQUI PARA VER A TABELA
AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM
AULA 03: TIPOS E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
28
Fonte: Zabala, 1998.
Anastasiou (2007, p. 13) também traz alguns tipos de instrumentos 
avaliativos para se utilizar no que tange aos aspectos cognitivo, psicomotor e 
afetivo. 
INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO 
Aspecto 
Cognitivo
Aspecto 
Psicomotor
Aspecto Afetivo
✓ Provas, com 
questões objetivas 
ou dissertativas, ou 
predominantemente 
teóricas ou práticas. 
✓ Protocolo, com 
roteiro básico de 
etapas e ações a serem 
efetivadas e 
acompanhadas.
✓ Memorial: utilizado 
com sucesso para 
processos de 
autoconhecimento e 
descrição pessoal e 
29
✓ Trabalhos de 
sínteses, aplicações, 
artísticos, etc.
✓ Relatórios. 
Resumos. Resenhas. 
✓ Seminários e 
trabalhos grupais.
✓ Portfólios.
✓ Analise de textos e 
vídeos. 
✓ Mapas 
conceituais.
✓ Fichas de 
observação, ou fichas 
registros para 
supervisão da prática, 
da clinica ou atividades 
com manequins, e 
outras; manobras e 
aprendizagens a partir 
de modelos.
✓ Roteiros para 
atividades de campo: 
construídos a partir 
dos objetivos e das 
condições concretas de 
efetivação das 
atividades. 
processual.
✓ Relatório.
✓ Observação, com 
fichas de incidentes.
✓ Anedotário para 
registro de atitudes fora 
do habitual. 
✓ Entrevista.
✓ Portfólio.
✓ Aconselhamento. 
A elaboração de instrumentos avaliativos está relacionada ao 
planejamento escolar, aos objetivos designados para aquele conteúdo, de 
acordo com a sua tipologia. Para isso, faz-se necessário pensarmos em 
estratégias que nos auxiliem no trabalho docente, no cotidiano escolar. 
Gatti (2009, p. 69) nos traz algumas informações importantes sobre os 
fatores que podem intervir na qualidade de uma prova elaborada pelo 
professor, aspectos estes que envolvem a concepção de avaliação do próprio 
professor, vejamos:
1º ASPECTO
A qualidade das questões ou itens – estes devem ser formulados de 
tal forma que os alunos entendam exatamente oque é pedido, ou seja, não 
devem se prestar a dúbias interpretações (cuidados com a linguagem 
utilizada);
2º ASPECTO
A extensão da prova deve ser cuidada – em geral, quanto maior o 
número de questões maior as possibilidades para os alunos expressarem 
seus conhecimentos, dado que, com um maior número de questões, pode 
ser realmente abrangida a maior parte dos conteúdos e objetivos visados 
com esses conteúdos e, os variados tipos de aprendizagem possíveis. 
Porém, a extensão deve ser calibrada pela avaliação do cansaço que a prova 
pode provocar, e, do tempo disponível para a realização da mesma;
3º ASPECTO
O nível de dificuldade da prova – se esta é muito fácil todos os 
alunos responderão a tudo, ou a grande parte; se ela é muito difícil as notas 
tenderão todas a ser muito baixas. Dizemos, num caso e noutro, que a 
prova não discriminou os conhecimentos diferenciados dos alunos; a prova 
deve ser equilibrada em seu grau de dificuldade;
4º ASPECTO
A forma de atribuir os pontos às questões – é preciso que a 
atribuição de pontos seja consistente, equivalente de aluno para aluno. Um 
30
padrão de correção deve ser estabelecido cuidadosamente antes da 
aplicação de qualquer prova e discutido após com os alunos;
5º ASPECTO
O ambiente onde a prova é realizada – a classe deve estar livre o 
mais possível de barulhos, ruídos incômodos ou movimentos que possam 
perturbar os alunos a ponto de atrapalhar sua concentração ou dedicação à 
tarefa;
6º ASPECTO
O estado emocional dos alunos – a ansiedade, a angústia ou a 
excitação que muitos alunos experimentam em situação de prova tende a 
perturbar sua realização; os professores devem organizar suas provas de tal 
forma que consigam diminuir estas influências emocionais ao mínimo, 
como já apontamos em outra parte deste texto.
Dessa forma, estabelecemos com o educando uma relação harmoniosa 
para o momento pontual da avaliação (não se esquecendo dos demais 
momentos de observações sistemáticas), remetendo a esse momento 
pontual, critérios concernentes à capacidade e conhecimento do próprio 
educando, o que faz da avaliação ser mais justa. 
Além disso, precisamos trazer ao momento da avaliação maior 
transparência durante todas as suas etapas, antes, durante e depois. Elencar 
antecipadamente ao educando os conteúdos conceituais e factuais que serão 
exigidos numa avaliação é fundamental, pois não se pode promover um 
momento de avaliação sem fazer conhecer ao avaliando o que é, onde é e 
como ele será avaliado. Durante a avaliação a posição do professor deve ser 
de mediador, tanto na interpretação de perguntas que não estejam claras o 
suficiente até na compreensão prévia que o educando faz e deseja confirmar 
junto ao avaliador aquilo que pensou antes sobre uma questão. E no 
momento a posterior, o instrumento de avaliação deve promover um diálogo 
entre as partes, professor e aluno, estabelecendo características daquela 
avaliação de forma individual e coletiva, promovendo maior apropriação 
deste recurso enquanto regulador do processo de aprendizagem do e para o 
próprio aluno.
PARADA OBRIGATÓRIA
NÃO PODEMOS ESQUECER! 
Na avaliação da aprendizagem o professor deverá: coletar, analisar e 
sintetizar as manifestações de conduta (cognitiva, afetiva, psicomotor) do 
educando, atribuir uma qualidade a essa configuração da aprendizagem a 
partir de um padrão pré-estabelecido e válido (estabelecido no 
planejamento do ensino, sob uma teoria do ensino), e a partir dessa 
qualificação tomar uma decisão sobre as condutas docentes e discentes, 
com vistas à reorientação ou subsequência do processo de ensino e de 
aprendizagem (LUCKESI, 2011).
REFERÊNCIAS
31
ANASTASIOU, Léa das Graças Camargo. AVALIAÇÃO, ENSINO E
APRENDIZAGEM: anotações para um começo de conversa... Santa 
Catarina: Texto de apostila, 2007. 
GATTI, Bernadete A. A AVALIAÇÃO EM SALA DE AULA. In: Revista 
Brasileira de Docência, Ensino e Pesquisa em Turismo. Vol. 1, n. 1, p. 
61-77, Maio/2009.
PASSOS, Carmensita Matos Braga. INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO. 
Notas de Aula. Universidade Federal do Ceará. 
SANT'ANNA, Ilza Martins. POR QUE AVALIAR? COMO AVALIAR?: 
Critérios e Instrumentos. Petrópolis: Vozes, 1995.
ZABALA, A. A PRÁTICA EDUCATIVA: como ensinar. Tradução: Ernani 
F. da F. Rosa. Porto Alegre: Artmed, 1998.
FONTES DAS IMAGENS
1. http://www.denso-wave.com/en/
Responsável: Professora Maria Isabel Filgueiras Lima Ciasca
Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual
32
 
 
 
 
	LPED Capa_Creditos_Sumario.pdf
	impresso_parcial.pdf
	01.pdf
	02.pdf
	03.pdf
	01.pdf
	02.pdf
	01.pdf
	02.pdf
	LPED Contracapa.pdf

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