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AULA - 01 - DPC IV

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AULA 01
PROCESSO CIVIL IV
❑TUTELAS PROVISÓRIAS
❑TUTELAS DE URGÊNCIA
Prof. Ulisses Juliano
AULA 01 – DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV
1. TUTELAS PROVISÓRIAS
Tutelas provisórias são tutelas jurisdicionais não definitivas, fundadas em cognição sumária (isto é, fundadas em
um exame menos profundo da causa, capaz de levar à prolação de decisões baseadas em juízo de probabilidade e
não de certeza). Podem fundar-se em urgência ou em evidência (daí por que se falar em tutela de urgência e em
tutela da evidência).
Uma vez deferida a tutela provisória, ela conserva sua eficácia durante toda a pendência do processo (art. 296),
ainda que este se encontre suspenso (e salvo decisão expressa em sentido contrário, nos termos do art. 296,
parágrafo único).
A modificação ou revogação da tutela provisória poderá ocorrer por conta do possível surgimento de novos
elementos, não considerados no momento da decisão que a deferiu, o que se revela possível dado o fato de que a
cognição a ser exercida pelo juiz ao longo do processo tende a aprofundar-se, tornando-se exauriente (isto é, uma
cognição capaz de permitir a formação de decisões fundadas em juízos de certeza).
A decisão que defere tutela provisória, a qual será substancialmente fundamentada (art. 298), será efetivada
aplicando-se, no que couber , as normas referentes ao cumprimento provisório de sentença (art. 297, parágrafo
único), cabendo ao juízo determinar a adoção das medidas executivas (sub-rogatórias ou coercitivas) necessárias
para assegurar sua efetivação (art. 297).
AULA 01 – DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV
1.1. Tutela de Urgência
A tutela de urgência pode ser cautelar ou satisfativa (esta também conhecida como tutela antecipada de urgência),
nos termos do que dispõe o art. 294, parágrafo único.
A tutela provisória de urgência pode ser requerida em caráter antecedente ou incidente (art. 294, parágrafo único)
a. Cautelar
Chama-se tutela cautelar à tutela de urgência do processo, isto é, à tutela provisória urgente destinada a assegurar o
futuro resultado útil do processo, nos casos em que uma situação de perigo ponha em risco sua efetividade.
A tutela provisória cautelar é uma tutela de urgência não satisfativa, destinada a proteger a capacidade do
processo de produzir resultados úteis.
Pense-se, por exemplo, no caso de um devedor que, antes de vencida sua dívida, tente desfazer-se de todos os
bens penhoráveis. Não obstante a alienação desses bens não comprometa a existência do direito de crédito, certo é
que o futuro processo de execução não será capaz de realizar na prática o direito substancial do credor se não
houver no patrimônio do devedor bens suficientes para a realização do crédito.
AULA 01 – DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV
b. Antecipada (satisfativa)
A tutela de urgência satisfativa (tutela antecipada de urgência) se destina a permitir a imediata realização prática
do direito alegado pelo demandante, revelando-se adequada em casos nos quais se afigure presente uma situação
de perigo iminente para o próprio direito substancial (perigo de morosidade).
Pense-se, por exemplo, no caso de alguém postular a fixação de uma prestação alimentícia, em caso no qual a 
demora do processo pode acarretar grave dano à própria subsistência do demandante
1.1.1. Requisitos
Art. 300, segundo o qual “[a] tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo”.
Ambas as modalidades de tutela de urgência, portanto, têm como requisito essencial de concessão a existência de
uma situação de perigo de dano iminente, resultante da demora do processo (periculum in mora). Este perigo pode ter
por alvo a própria existência do direito material (caso em que será adequada a tutela de urgência satisfativa) ou a
efetividade do processo (hipótese na qual adequada será a tutela cautelar).
Obs 1: Para a concessão de tutela de urgência. Esta, por se fundar em cognição sumária, exige também a
probabilidade de existência do direito (conhecida como fumus boni iuris)
Obs 2: a tutela de urgência satisfativa exige mais um requisito para ser concedida. Trata-se de um requisito negativo:
não se admite tutela de urgência satisfativa que seja capaz de produzir efeitos irreversíveis (art. 300, § 3o).
AULA 01 – DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV
É que não se revela compatível com uma decisão baseada em cognição sumária (e que, por isso mesmo, é
provisória) a produção de resultados definitivos, irreversíveis. Pense-se, por exemplo, em uma decisão concessiva de
tutela provisória que determinasse a demolição de um edifício ou a destruição de um documento. Pois em casos
assim é, a princípio, vedada a concessão da medida.
Casos há, porém, em que se estará diante da situação conhecida como de irreversibilidade recíproca. Consiste isso
na hipótese em que o juiz verifica que a concessão da medida produziria efeitos irreversíveis, mas sua denegação
também teria efeitos irreversíveis. É o que se dá, por exemplo, no caso da fixação de alimentos provisórios. Neste
caso, a concessão da medida produz efeitos irreversíveis (uma vez que se posteriormente se vier a constatar que não
eram devidos alimentos, aqueles que tenham sido pagos não serão devolvidos, por força da incidência da regra da
irrepetibilidade do indébito alimentar).
A concessão de tutela de urgência – em qualquer de suas modalidades – exigirá a prestação de uma caução de
contracautela, que pode ser real ou fidejussória, a fim de proteger a parte contrária contra o risco de que venha a
sofrer danos indevidos (art. 300, § 1o). Tratase de medida destinada a acautelar contra o assim chamado periculum in
mora inverso, isto é, o perigo de que o demandado sofra, em razão da demora do processo, um dano de difícil ou
impossível reparação (que só será identificado quando se verificar que, não obstante provável, o direito do
demandante na verdade não existia). Deve-se, porém, dispensar a caução de contracautela nos casos em que o
demandante, por ser economicamente hipossuficiente, não puder oferecê-la (art. 300, § 1o, parte final).
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1.1.3. Diferenças
O que distingue os casos de cabimento da tutela de urgência cautelar daqueles em que cabível a tutela de urgência
satisfativa é o tipo de situação de perigo existente: havendo risco de que a demora do processo produza dano ao
direito material, será cabível a tutela de urgência satisfativa; existindo risco de que da demora do processo resulte
dano para sua efetividade, caberá tutela de urgência cautelar.
1.1.4. Procedimentos e Efeitos
A tutela de urgência pode ser deferida antes da oitiva da parte contrária (inaudita altera parte), liminarmente ou após a
realização de uma audiência de justificação prévia (em que se permita ao demandante produzir prova oral destinada a
demonstrar a presença dos requisitos de sua concessão). Trata-se de, uma exceção ao princípio do contraditório, que
exige debate prévio acerca do conteúdo das decisões capazes de afetar a esfera jurídica das pessoas, e que resulta
do modelo constitucional de processo (art. 5o, LV, da Constituição da República) e constitui uma das normas
fundamentais do CPC (arts. 9o e 10).
As medidas cautelares são deferidas com base em um poder cautelar geral do juiz, não havendo no CPC a previsão
de medidas cautelares específicas mas, tão somente, do poder genericamente atribuído ao magistrado de deferir
medidas cautelares. É o que se verifica pela interpretação do art. 301, segundo o qual “[a] tutela de urgência de
natureza cautelar pode ser efetivada mediante [qualquer medida] idônea para asseguração do direito” (rectius, da
efetividade do processo)
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Por ser baseada em cognição sumária (e, por esta razão, ser provisória), a decisão concessiva de tutela de urgência
pode gerar para a parte contrária dano indevido. Assim, e independentemente da responsabilidade por dano
processual (resultante, por exemplo,da configuração da litigância de má-fé), responde o requerente pela lesão que
indevidamente o demandado tenha sofrido em razão da efetivação da tutela de urgência em alguns casos
expressamente previstos em lei (art. 302).
A indenização a ser paga ao demandado será liquidada nos mesmos autos em que a medida de urgência tiver sido
concedida (art. 302, parágrafo único).
Quando requerida em caráter incidental, a medida (seja ela cautelar ou antecipada) terá lugar dentro do processo em
curso, sem autuação apartada e independentemente do pagamento de custas (art. 295).
Quando o pedido for formulado em caráter antecedente, isso implicará obviamente a constituição de um processo.
Todavia, subsequentemente, o eventual pedido principal será formulado nessa mesma relação processual (arts. 303,
§ 1º, I, e 308).
1.1.5. Estabilização da Tutela Antecipada
Na hipótese de tutela antecipada antecedente, o ônus do autor de formular pedido principal deve ainda ser conjugado
com outra imposição normativa. Se o réu não recorrer da decisão concessiva da tutela antecipada, o processo, uma
vez efetivada integralmente a medida, será extinto. Todavia, a providência urgente ali concedida manterá sua eficácia
por tempo indeterminado (art. 304).
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Vale dizer, a tutela antecipada antecedente estabilizar-se-á. Ela continuará produzindo os seus efeitos enquanto não
for revista, reformada ou invalidada mediante ação própria em um novo processo (art. 304, § 3.º), a ser iniciado por
qualquer das partes (art. 304, § 2.º). Não há coisa julgada material (art. 304, § 6º). Mas o direito de rever, reformar ou
invalidar a decisão concessiva da tutela antecipada estabilizada submete-se a prazo decadencial de dois anos (art.
304, § 5º).
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REFERÊNCIAS – BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
BUENO, Cássio Scarpinella. Curso Sistematizado de Direito Processual Civil. – 8ª ed. – vol. 3. São
Paulo: Saraiva, 2019.
CÂMARA, Alexandre Freitas. O novo processo civil brasileiro. – 2ª ed. – São Paulo: Atlas, 2016.
DIDIER JR., Fredie. Curso de direito processual civil: teoria da prova, direito probatório, decisão, precedente, coisa
julgada e tutela provisória. – 21ª ed. – Salvador: Jus Podvm, 2019.
LENZA, Pedro [et al.]. OAB primeira fase: volume único. – 2ª ed. – São Paulo: Saraiva, 2017.
TEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – Teoria geral do direito processual civil, processo
de conhecimento e procedimento comum – vol. III – 47ª ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2016.
WAMBIER, Luiz Rodrigues; TALAMINI, Eduardo. Curso avançado de processo civil: cognição jurisdicional – 18ª ed. -
São Paulo: Revista dos Tribunais, 2019.

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