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Fontes do Direito

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Ana Luiza Bittencourt 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 
Fontes do Direito 
- Fonte do direito é o lugar de onde nasce as normas jurídicas. Este estudo pretende prescrutar 
a origem das prescrições juridicamente válidas. 
- A fonte pode ser originária ou derivada. É o instrumento estatal que limita a liberdade 
individual. 
- Dada a complexidade de um sistema normativo, o poder soberano não tem condições de 
satisfazer a grande necessidade de regramento social, então recorre a dois expedientes de 
derivação da fonte: a recepção e a delegação. Veja: 
- Originária: lei > fonte primária 
- Derivada: pode ser de duas formas > recepção ou delegação. 
- A recepção (fonte reconhecida): o ordenamento aceita normas já produzidas por outros 
ordenamentos precedentes e diversos. Ex.: CF88 (receptou normas compatíveis anteriores para 
compor seu ordenamento) e Decreto-lei 2848/1940. 
- A delegação (fonte delegada): possibilidade de passar o poder de legislar para outro > passa 
para poderes ou órgãos inferiores a possibilidade de produção de normas jurídicas. Ex. 1: muitas 
leis abordam as regras de determinada norma em um decreto. Ex. 2: a lei de droga afirma que 
é o Ministério da Saúde responsável por instituir o que é droga. Ex. 3: Decreto presidencial nº 
9580/2018 e Lei 9250/1995, ambos sobre imposto de renda. 
- A fonte direta aceita a coexistência de fontes indiretas: as fontes reconhecidas e as fontes 
delegadas. 
- Outra fonte de normas de um ordenamento jurídico vem do poder atribuído aos particulares 
de regular, mediante atos voluntários, os próprios interesses: trata-se do poder de negociação 
(criamos normas para nós mesmos). O poder de negociação é uma fonte derivada, mas por 
recepção ou delegação? 
• Se for colocada em destaque a autonomia privada, entendida como capacidade dos 
particulares de dar normas a si próprios numa certa esfera de interesses, e se 
considerarmos os particulares como constituintes de um ordenamento jurídico 
absorvido pelo ordenamento estatal, essa fonte é concebida como produtora de regras 
que são aceitas pelo Estado > o que o Estado faz é só reconhecer a sua 
liberdade/autonomia, uma vez que temos a capacidade natural de negociar (tudo é 
permitido, exceto aquilo que é proibido) > RECEPÇÃO 
• Se, ao contrário, colocamos o poder de negociação como poder delegado pelo Estado 
aos particulares para regular os próprios interesses num campo estranho ao interesse 
público, a mesma fonte aparece como delegada > a sociedade que deixa algumas esferas 
aptas às pessoas fazerem negociação, então as normas vêm do Estado que te permite 
algo (tudo é proibido, exceto o que é permitido) > DELEGAÇÃO 
 
Tipos de fonte e formação histórica do ordenamento 
- Em cada ordenamento, há o poder originário de onde partem todos os poderes inferiores. O 
poder originário é a fonte das fontes. 
- O poder originário tem um limite externo. Quando nasce, já existe uma sociedade com 
estruturas sociais preexistentes que limitam a atuação do poder originário. 
- O poder originário tem um limite interno. Ao ditar suas normas, cria novas centrais de 
produção jurídica como: os regulamentos são editados pelo Poder Executivo; as necessidades 
locais são atendidas pelo poder normativo local; os negócios jurídicos entre privados são 
acordados pelo poder de negociação > ele coloca limite pra ele mesmo, seja pela recepção ou 
delegação). 
- Esse duplo processo (limite interno e externo) é refletido fielmente nas duas principais 
concepções com as quais se explicou a passagem do estado natural ao estado civil. Segundo 
esses pensamentos, o poder civil originário se formou a partir de um estado de natureza por um 
contrato social: 
• Para Hobbes, o contrato renuncia completamente a todos os direitos do estado natural 
e o poder civil nasce sem limites: qualquer limitação futura será uma autolimitação 
(limite interno) > esse contrato joga fora/renuncia tudo anterior. 
• Para Locke, o poder civil é fundado com o objetivo de assegurar melhor o gozo dos 
direitos naturais (como a vida, a propriedade, a liberdade) e, portanto, nasce 
originalmente limitado por um direito preexistente > limite externo > poder civil. 
- Normas de comportamento = se dirige a regular/limitar o comportamento das pessoas. 
- Normas de estrutura = se destinam à produção de normas de comportamento. As leis 
processuais são exemplos que oferecem aos juízes instruções sobre o modo de produzir normas 
individuais. 
Dimitri Dimoulis 
1 – Fontes materiais: são fatos que, de alguma forma, fazem nascer uma norma. 
- Toda lei tem uma causa, um motivo (um conjunto de fatos, uma característica social que fez 
nascer ela). Entendemos por fontes materiais os fatores que criam o direito, dando origem aos 
dispositivos (ordens) válidos. 
2 – Fontes formais: são as leis em sentido amplo (na verdade, em sentido amplíssimo) > dever 
ser. 
- Fontes escritas. 
• Lei em sentido amplo = escritas; emanadas por autoridade estatal; são abstratas (erga 
omnes). 
• Lei em sentido estrito = são 3: lei ordinária, lei complementar, lei delegada. 
- Lei ordinária: feita pelo Poder Legislativo com votação nas duas casas (Câmara e 
Senado); sanção pela Presidência da República. Para aprovação, o projeto deve receber 
a maioria simples (metade mais um) dos votos em cada casa. Se a constituição não fala 
sobre um tema específico a ser tratado por lei complementar, então pode ser tratado 
por ordinária ou complementar. 
- Lei complementar: feita pelo Poder Legislativo com votação nas duas casas (Câmara e 
Senado); sanção pela Presidência da República. Para aprovação, o projeto deve receber 
a maioria absoluta dos votos em cada casa. A constituição diz que alguns temas são 
exclusivos de lei complementar. 
- Lei delegada: tem um procedimento diferente. A Presidência da República pede ao 
Congresso Nacional autorização para legislar sobre determinado tema. O Legislativo 
delega ao Executivo a função de legislar. 
• Demais espécies normativas (leis em sentido amplo) 
- Medida provisória: tem a mesma forma hierárquica de uma lei, mas é produzida 
unilateralmente pela Presidência da República, que imediatamente a envia para o Poder 
Legislativo apreciar (aprovar ou revogar) em 60 dias prorrogáveis uma única vez > 
sentido amplo (abstrato), porém não é uma lei. 
- Decreto Legislativo: feito pelo CN em sessão unicameral e regulamenta os atos de sua 
competência exclusiva. Ex.: o tratado internacional se internaliza por meio de um 
decreto legislativo. 
- Resolução: é o ato normativo utilizado em assuntos de competência exclusiva da 
Câmara dos Deputados, do Senado Federal, como eleição dos membros, regimento 
interno etc. 
- Decretos e regulamentos: são permitidos pelo Poder Executivo, com o objetivo de 
concretizar as leis em sentido estrito. 
- Instruções Normativas: atos administrativos que visam disciplinar a execução de 
determinada atividade a ser desempenhada pelo Poder Público. Têm por finalidade 
detalhar com maior precisão o conteúdo de determinada lei. 
- Portarias: um ato normativo em que se ordena algo > instrumento de ordem 
- Súmulas vinculantes: emitidas pelo STF, tem o poder de vincular as decisões dos juízes 
de instâncias inferiores. 
• Decisões judiciais/jurisprudência 
- Decisão isolada: tem natureza impositiva com efeitos apenas entre os litigantes (intra 
partes) 
- Jurisprudência assentada (súmula): é a decisão judicial que virou pacífica, ou seja, 
todos entendem da mesma forma. Ela não vincula e o juiz de primeira instância que 
entender diferente pode decidir de acordo com suas próprias convicções motivadas. 
• Doutrina = pode ser definida como o conjunto da produção intelectual dos juristas que 
se empenham no conhecimento teórico do direito. Trata-se dos ensinamentos e 
entendimentos de pessoas que possuem formação jurídica e dedicam-se à análise de 
problemas de interpretação do direito. 
*A CF88 não permite Decreto-Lei.- Fontes não escritas 
• Costumes. 
• Princípios gerais do direito. Constituem uma fonte subsidiária do direito, sendo 
aplicáveis só em caso de falta de normas escritas. 
• O poder negocial (a vontade dos particulares): os contratos privados criam normas entre 
as partes, que negociam livremente no uso da autonomia privada.

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