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Relações de trabalho, direito e segurança desde o século XIX

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Gestão da Segurança do Trabalho
Aula 1: Relações de trabalho, direito e segurança a partir do
século XIX
Apresentação
A presente aula tratará das relações de trabalho, direito e segurança a partir do século XIX, considerando as grandes
movimentações sociais, políticas e jurídicas que marcaram o desfecho da Idade Média e o início da Modernidade.
Os grandes movimentos do período impactaram não só a geopolítica, afetando diretamente o cotidiano de milhões de
pessoas, em especial com o direito de acesso e exercício do trabalho remunerado por membros de uma mesma família,
grupos etc.
O Brasil foi diretamente impactado por tal realidade social e global com a Lei Áurea de 1888. O papel destinado aos
homens e mulheres no ambiente do trabalho jamais seria o mesmo a partir de então.
Objetivos
Reconhecer o momento histórico dos câmbios nas relações de trabalho no mundo após as grandes revoluções do
século XIX;
Revisar o impacto dos câmbios na realidade de trabalho, direito e segurança no Brasil no �nal do século XIX e início
do século XX;
Identi�car as condições favoráveis ao desenvolvimento de novas regras das relações de trabalho, incluindo
segurança e saúde do trabalhador no século XX.
O trabalho e seus signi�cados: um pouco de história
O Brasil do século XIX era um País elevado à categoria de Reino Unido de Portugal. Posteriormente independente, foi, ao longo
das décadas seguintes, buscando uma identidade que o transformaria no Brasil atual. Era algo previsível, considerando a
herança lusitana desde os primórdios do século XVI.
Não podemos esquecer que Portugal enviava para as terras brasileiras e outras colônias, além de desbravadores, amigos da
Coroa Portuguesa e presos, que vinham cumprir penas no Brasil. Durante esse período, e ainda quase um século à frente, a
noção de trabalho não foi necessariamente associada à ideia de recebimento ou remuneração. Tampouco foi relacionada à
ideia de segurança ou saúde e, muito menos, a um Direito de quem majoritariamente laborava em nossa economia.
Pensar em trabalho nas terras
brasileiras antes da Independência de
1822 é pensar pelo olhar do
proprietário de escravos, pensar em
extrativismo, mineração, agricultura e
criação de animais. A exceção �cava
por conta de pequenos mercadores
locais, artesãos e o�cinas, bem como
algumas funções destinadas a
poucos na Corte, além de atividades
portuárias.
E, ainda assim, após 1822, não se
pode necessariamente a�rmar que o
cenário se modi�cou intensamente,
considerando o per�l de nossa
condução política e realidade
socioeconômica.
 Carregadores de água. Gravura de Johann Moritz Rugendas, 1830s. (Fonte: Biblioteca Digital Luso Brasileira)
Sem muito avançar, acredita-se que, por volta de meados do século XVIII, aproximadamente metade da população da cidade do
Rio de Janeiro era composta de negros escravos.
Já imaginou o que o trabalho signi�cava para eles, e
como seriam suas relações?
É algo não necessariamente compreensível para a ideia que se legitima nacional e internacionalmente no século XX, com a
amplitude dos Direitos Humanos no mundo, através de importantes manifestos e declarações.
Saiba mais
Para além do modelo escravocrata, base sustentadora de
nossa economia colonial e imperial até a chegada na
República dos Estados Unidos do Brazil, a expressão
trabalho era designada para identi�car parcerias de
produção, atividades de artesãos e trabalhadores ligados à
importação e exportação, além de atividades mais
intelectualizadas, ligadas à escrituração contábil, Direito e
Medicina, uma dimensão in�nitamente menor do que a
massa de operação escrava.
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Segurança e saúde de quem “trabalhava”: a quem importava?
Já com relação à questão da saúde e segurança de atividades de trabalho (durante e depois da escravidão), é possível
encontrar muita preocupação por parte de quem, de algum modo, era “proprietário” dos meios de produção predominantes até
o �nal do século XIX.
A propriedade de um escravo ou escrava era um “Direito assegurado” por leis portuguesas e, posteriormente, brasileiras.
O fato de um escravo �car doente ou se machucar, considerando
aspectos direta ou indiretamente relacionados com seu ambiente de
atividades forçadas, condições de higiene e moradia, era algo que
importava ao seu dono ou responsável, pois afetava seus resultados
de produção.
Em um sistema pautado no trabalho predominantemente escravo, zelar pela saúde e segurança era, na verdade, cuidar do
patrimônio, do que mais tarde poderíamos chamar de “máquinas de produção”. Imaginem então as escravas grávidas, que
muitos frutos renderiam aos seus respectivos senhores, podendo procriar e gerar mais escravos.
Eram “muito bem tratadas e preservadas”, mas não pelo que hoje chamamos de Direitos Humanos ou Dignidade da Pessoa
Humana, mas por preservação e valorização dos negócios.
Os escravos integravam o patrimônio de uma fazenda, de
um senhor de engenho. Eram listados em processos de
inventários e partilhados como outros bens jurídicos,
móveis ou imóveis.
Em outras palavras, a gestão da segurança e saúde dos
“trabalhadores” (escravos) restava a cargo de um
personagem bastante conhecido de nossa História,
valorizado na literatura e telenovelas de época: o Capitão
do Mato.
As atividades exercidas pelo Capitão do Mato e seus
homens, em cada fazenda ou campo de atividade
econômica com escravos eram, guardadas as devidas
proporções, correspondentes ao que se espera hoje de
gestores de pessoas, recursos humanos etc., conforme a
denominação que a organização contemporânea utiliza.
 Capitão do Mato. Ilustração de Johann Moritz Rugendas em Viagem ao Rio de
Janeiro, 1823.
Atenção
É certo que nos dias atuais não temos mais a chibata, pelourinho e outros meios de intimidação, mas é muito importante
registrarmos o passado recente de nossa História para não incorrermos em atos que possam lembrar nossa outrora triste
realidade.
Segurança
Naquela época era focada na preservação da
saúde física dos escravos, uma vez que
fugas, brigas na senzala ou mesmo no
trabalho poderiam afetar a produção. Veja
como os critérios de segurança hoje são
bem mais complexos, ainda que se possa
a�rmar que exista, sim, uma preocupação
em produtividade, metas etc.

Saúde
Então tratada era também voltada para o
mesmo �m. Alimentos, descanso, condições
de reprodução feminina, transferência para a
Casa Grande de certos escravos e escravas,
tudo era pensado para o melhor rendimento
das atividades presentes e futuras, não
necessariamente focadas no ser ali
escravizado.
Atenção
Importante também registrar que as a�rmações acima não têm um caráter descritivo e absoluto. Não se nega a existência de
ilhas de comunidades de senhores de engenho, barões de café e outros que mantinham para com seus escravos outras
relações mais próximas do que se pode imaginar de “dignas”, mas com as ressalvas próprias da época.
Ao mesmo tempo em que não se pode simplesmente julgar o passado pelo presente, não se pode desconsiderar os processos
de modi�cação social, cultural, política, econômica e, por �m, jurídica, que no caso re�etem quase meio século de
abolicionismo que tivemos até a chegada da Lei Aurea.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Até aqui é possível reconhecer que:
 
Sua regulação (inclusive dos escravos)
era pautada por documentos jurídicos
de compra e venda, contratação de
prestação de serviços, transporte etc.
O “trabalho” era predominantemente
visto como consequência do direito de
posse ou propriedade de escravos, e do
direito contratual de outras poucas
pro�ssões.
Comentário
Não se pode a�rmar que existia um direito ao trabalho!

Saúde boa de escravos ou pequenos
contratados era garantia de boa
produção e resultados.

Ambiente de trabalho seguro evitava
perdas, paralisações e,
consequentemente, necessidade de
substituir escravos, animais de tração
ou outras ferramentas.
Comentário
A gestão da segurança do trabalho até �nais do século XIX e início do século XX não era uma prática pautada pordireitos
humanos!
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Revolução Francesa e Revolução Industrial: impactos na produção
econômica do Brasil e do mundo
Revolução Francesa Revolução Industrial
Você deve estar se perguntando o que as revoluções acima têm a ver com o estudo atual, no século XXI, da gestão em prol de
um ambiente de trabalho mais seguro e saudável. Pois é. É algo muito comum, especialmente em tempos mais voláteis, em
que dados estão à disposição para consultas rápidas em dispositivos diversos.
Vamos apresentar aqui algumas justi�cativas, pois não é raro na História o ser humano querer “inventar a roda”, no sentido de
propor ideias que já foram adotadas no passado e querer justi�cá-las segundo a “modernidade” de seu próprio tempo.
Podemos dividir a abordagem dos impactos das revoluções acima da seguinte forma:
Clique nos botões para ver as informações.
Introduz conceitos teóricos e abre as portas para a prática do tratamento mais igualitário, livre e fraterno nas relações
humanas entre si e dos Estados e Governos para com seu povo. É a partir das ideias de Igualdade e Liberdade que o
Direito vai aos poucos trazendo a noção de que as partes podem estabelecer contratos, acordos e que estariam em
igualdade de condições, não mais sujeitas às linhagens hereditárias, questões étnicas e raciais. Rompe, por exemplo, com
a vassalagem e servidões históricas, ajudando a remodelar também a governança das terras europeias. Berço dos
acontecimentos históricos envolvendo seu território, povo e governantes, a França é o referencial maior do lema
Liberdade, Igualdade e Fraternidade que se espalhou mundo afora, inclusive nas colônias da América e da África.
Revolução Francesa 
Incluindo aqui as principais invenções e produções a partir do vapor e sua funcionalidade na produção em série, permite
que aqueles, agora “livres e iguais”, ao menos formalmente, possam produzir e receber pelo seu trabalho com outras
métricas, não necessariamente as melhores do mundo, mas com um grau de autonomia e liberdade até então jamais
vistos na Europa. Na sequência, a produção quantitativamente maior gera sobras, fazendo com que novos mercados
consumidores fossem buscados, como, por exemplo, em colônias diversas em outros continentes (América e África).
Quem melhor desempenhou tal papel de liderança foi a Inglaterra, repleta de capital acumulado, e que despontou como
grande produtora de bens em busca de novos mercados. O desenvolvimento tecnológico, as relações de trabalho e capital
e as políticas externas fariam da Inglaterra a primeira grande vitoriosa desse novo mundo de trabalhos e hábitos novos.
Revolução Industrial 
O Brasil Imperial, já um País formalmente dissociado de Portugal, mas altamente dependente da Inglaterra e de outros países
em razão de investimentos, balança comercial e empréstimos destinados à criação e ampliação de nossa infraestrutura, é
demandado para impedir o trá�co negreiro e a própria escravidão em si, pois, como pessoas “livres e iguais” (Rev. Francesa), os
trabalhadores do Brasil poderiam se juntar ao mercado consumidor de bens manufaturados da Inglaterra e, assim, ajudar a
consolidar ainda mais o modelo do Capital que estava já assentado.
Importante registrar que o mundo ocidental crescia com essa
realidade, não sendo algo exclusivo do Brasil.
E após quase ¾ de século (XIX) de movimentos políticos e leis jurídicas, conhecidas como as leis abolicionistas, o Brasil fecha
seu ciclo formal da escravidão de negros com a Lei Áurea, instantes antes da própria implosão do Império sob marcha de
“autoridades de fato”, não mais alimentadores da Corte, que impedia interesses de crescimento para todos, fazendo com que
políticos, comerciantes e outras lideranças perdessem oportunidades no novo mundo.
A abolição da escravidão abre então
espaço propício e oportuno para a
“legalização” da contratação do
trabalho de modo mais livre, como
um produto, serviço ou coisa,
antecipando em poucas décadas
outro problema a ser discutido pela lei
dos homens: limites de tempo e
condições de trabalho, o que afetaria
diretamente a segurança e a saúde
do trabalhador.
O �nal do século XIX e as décadas iniciais do século XX foram marcados pela excessiva liberdade e liberalidade das
negociações , fazendo com que milhões de pessoas fossem submetidas a condições ruins de trabalho, causando acidentes,
mortes (inclusive suicídios) e doenças do corpo e da mente.
O século XIX termina com grandes modi�cações nas relações de trabalho, em especial, o �m da escravidão no Brasil. No início
do século XX, assistiremos à concentração e ao abuso de poder daqueles que detinham o capital em contrapartida à luta dos
trabalhadores, homens e mulheres, por maior regulação estatal, proteção às pessoas econômica e socialmente mais fracas e
mínimas condições de segurança A liberdade da prisão da senzala veio desregulada de limites e acabou por aprisionar ou
amedrontar aqueles que não conseguiam negociar bons contratos de trabalho, sujeitando-se a condições prejudiciais à
segurança e saúde dos trabalhadores.
Atenção
Cabe registrar que, no início do século XX, o Brasil (e outros países americanos) recebia levas de imigrantes europeus e do
Oriente, que fugiam de con�itos armados, perseguições étnicas e da fome em seus países.
Essa nova onda de imigração, desta vez de pessoas e não de países colonizadores, contribuiu para o crescimento e
enriquecimento industrial de nosso País, além de aumentar a oferta de mão de obra disponível aos grandes contratantes, que
acabavam por deter melhores condições de negociação de carga e condições de trabalho.
Pode-se a�rmar que as três décadas iniciais do século XX no Brasil e no mundo foram determinantes para, que de um modo ou
de outro, governos, representantes dos trabalhadores e empregadores construíssem uma realidade normativa mais protetiva,
gerando formalmente Direitos que podemos enunciar como trabalhistas. É justamente em meio ao surgimento de uma
legislação mais especí�ca do trabalho (variável de país para país) que abrem-se as portas para que, após muita luta, se pense
em segurança e, mais tarde, em saúde física e mental, inclusive com ênfase na prevenção.
Comentário
Mas por que não se fez tudo de uma vez? Qual a razão de não haver desde sempre medidas protetivas dos trabalhadores e
respectivas leis?
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
 (Fonte: Stacey Newman / Shutterstock)
A Revolução Industrial é um processo contínuo, mutante em seu mérito, mas que permanece até os dias de hoje impactando
nossas vidas com o incremento de um número sem �m de tecnologias, produtos e serviços.
O Direito como criação humana tem seu tempo e espaço, re�etindo com muita �delidade “o tempo do seu tempo”.
Principalmente no intervalo de 1850 a 1950, o incremento cientí�co, e seus re�exos nos processos produtivos, contempla uma
projeção crescente e que efetivamente vai sendo acompanhada pelas demais áreas.
Conclusão
Na continuidade de nossas aulas, tal realidade �cará mais clara quando examinarmos as várias regulações da produção
econômica brasileira, da legislação trabalhista e, já na segunda metade do século XX, das Normas Regulamentadoras,
legislação mais especí�ca e preparada, com caráter preventivo e reativo, de acordo com as características de cada setor da
economia.
Esperamos que você, quando for atuar como gestor de pessoas, em especial com relação à proteção da saúde e segurança
dos trabalhadores, perceba que não há mais legalidade em agir como “Capitão do Mato”, que também nos parques industriais
não se deve agir como os chefes de “Tempos Modernos”, de Chaplin. É preciso conhecer de modo detalhado, de acordo com
suas atividades e �ns, as regras jurídicas e técnicas que visam a proteção dos trabalhadores.
Pessoas protegidas podem exercer seu direito constitucional, fundamental e humano de trabalhar, exatamente como estamos
fazendo agora, como professor, advogado, engenheiro, gestor de RH, coordenador, soldador, vigilante patrimonial,policial,
motorista de aplicativo etc.
Resumindo, o gestor de pessoas que trabalham em sua organização pequena,
média ou grande, pública ou privada, com ou sem �ns lucrativos, deverá ter
formação para conhecer as normas mínimas e necessárias à segurança e saúde
dos trabalhadores em sua área de atuação. O foco hoje, ao menos no campo das
normas jurídicas, é o ser humano e, a partir de seus direitos, o exercício ao trabalho,
à produção, vendas, negócios, lucros, pagamentos etc. Ninguém é trabalhador,
empresário, subordinado ou chefe antes de ser humano.
Atividade
1. O Brasil Império tinha relações de trabalho:
a) Única e exclusivamente no regime de escravidão, pois era proibido o trabalho remunerado.
b) Sem qualquer preocupação com a segurança dos escravos, pois, se fugissem, não afetariam os negócios, considerando-se não haver
pagamento.
c) Pautadas predominantemente no trabalho escravo; após a Revolução Industrial, passou a sofrer grandes pressões externas para mudar
tal realidade.
d) Livres, considerando que a escravidão foi sendo cada vez menos utilizada após as Revoluções Francesa e Industrial.
e) Predominantemente livres, ainda com escravos nas lavouras, mas não nas cidades portuárias em razão da proibição dos ingleses.
2. O período compreendido entre 1850 e 1950 é rico em avanços cientí�cos e tecnológicos diretamente aplicados no
desenvolvimento industrial no mundo, gerando milhões de empregos diretos e indiretos para homens e mulheres de todas as
idades. A respeito da a�rmação acima e das relações de trabalho no Brasil no início do século XX, marque a opção correta:
a) O Brasil não foi muito afetado pois estava recém liberto da escravidão, não havendo ainda demanda por empregos ou processos de
industrialização.
b) O Brasil foi diretamente afetado, ocorrendo um grande êxodo de trabalhadores brasileiros para a América do Norte e Europa em busca
de trabalhos em fábricas, principalmente.
c) O Brasil foi um dos lugares do mundo que recebeu um fluxo de imigrantes significativo, principalmente da Europa, que acabava por
concorrer também com a população produtiva local.
d) Os avanços científicos e tecnológicos somente chegariam ao Brasil na segunda metade do século XX, não havendo impacto nas
décadas iniciais.
e) A República dos Estados Unidos do Brazil conseguiu evitar que a população de escravos recém libertos fosse afetada pela concorrência
de mão de obra estrangeira, que chegava ao Brasil no início do século XX.
3. A respeito das relações do trabalho no Brasil é correto a�rmar que:
a) Já no século XVI, a Coroa Portuguesa regulamentou as relações do trabalho indígena e de negros na colônia brasileira, sendo facultadas
à escravidão.
b) Os direitos de escravos durante nossa colonização eram resguardados pelos Jesuítas, que sempre preservaram o direito à vida, ao
trabalho e ao descanso semanal, ainda que no regime de escravidão.
c) O trabalho escravo era algo considerado mais do que normal durante nossa colonização, mas a partir da Independência, em 1822, o
Império lutou bravamente para exterminar a escravidão e gerar condições de trabalho assalariado e digno.
d) No Brasil Império houve a extinção da escravidão e imediatamente surgiram novas regras de direito ao trabalho, incluindo
preocupações com segurança e saúde.
e) Foi somente no decorrer do século XX que o Brasil passou a ter normas jurídicas garantidoras de direitos dos trabalhadores, incluindo
normas técnicas que foram surgindo no decorrer dos anos, reflexos também do crescimento tecnológico da Revolução Industrial,
principalmente entre 1850 e 1950.
4. É incorreto a�rmar que:
a) A escravidão no Brasil não retardou nosso processo de desenvolvimento industrial e de regulação das relações de trabalho, inclusive
sobre segurança e saúde.
b) A escravidão no Brasil impactou a segurança e a saúde dos trabalhadores escravos.
c) O Capitão do Mato, figura que em fazendas de café, por exemplo, gerenciava as senzalas e ajudava na captura de escravos fugidos,
exercia uma função de gestão, afetando diretamente a qualidade da segurança e saúde dos trabalhadores, a exemplo de alguns chefes de
plantas industriais no início do século XX.
d) O trabalho na indústria no início do século XX não era muito regulamentado no tema das condições de segurança e saúde do
trabalhador.
e) Havia trabalhadores braçais no início do século XX sem acesso a equipamentos de segurança em suas atividades, bem como sem
consciência do caráter nocivo dos materiais que manipulavam ou do local em que laboravam.
5. Sobre as condições de desenvolvimento da legislação especí�ca das relações de trabalho no século XX, marque a opção
correta:
a) A Revolução Industrial em nada contribuiu, pois antes já havia também normas a este respeito, desde a Revolução Francesa.
b) A Revolução Francesa foi diretamente responsável, mas a Revolução Industrial não, pois apenas trouxe tecnologia.
c) A Revolução Industrial e o desenvolvimento de milhões de postos de trabalho propiciaram a ocorrência de abusos, acidentes e diversos
outros episódios envolvendo saúde e segurança dos trabalhadores. Tais experiências favoreceram o surgimento de legislação mais
protetiva ao longo dos anos, no Brasil e no mundo.
d) Eram condições inexistentes. Somente com a Globalização no final do século XX é que tivemos leis mundiais a respeito da proteção da
segurança e saúde dos trabalhadores.
e) Eram condições excelentes, o que proporcionou uma legislação rigorosa já na primeira década do século XX.
Referências
ATLAS, Equipe. Segurança e Medicina do Trabalho. 78. ed. São Paulo: Atlas, 2019.
BRASIL. Planalto. Lei Áurea. Disponível em: http ://legislacao .planalto .gov .br /legisla /legislacao .nsf /Viw_Identi�cacao /lim
%203 .353 -1888 ?OpenDocument. Acesso em 30 abr. 2019.
CAMISASSA, Mara Queiroga. Segurança e saúde no trabalho: NRs 1 a 36 comentadas e descomplicadas. 5. ed. São Paulo:
Método, 2018.
Próxima aula
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Proteção jurídica do trabalho, segurança e saúde na sociedade industrial e pós-industrial;
Direito humano e fundamental ao trabalho no Brasil e no mundo;
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