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M2 - T01 - Direito Tributário (1)

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Prévia do material em texto

Curso de Graduação a Distância 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Direito 
Tributário 
(4 créditos – 80 horas) 
 
 
 
 
 
Autor: 
Guilherme Frederico Figueiredo Castro 
 
 
 
 
 
Universidade Católica Dom Bosco Virtual 
www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 
 
 
 
 
 
 
 
2 
www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 
Missão Salesiana de Mato Grosso 
Universidade Católica Dom Bosco 
Instituição Salesiana de Educação Superior 
 
 
Chanceler: Pe. Ricardo Carlos 
Reitor: Pe. José Marinoni 
Pró-Reitora de Graduação e Extensão: Profª. Rúbia Renata Marques 
Diretor da UCDB Virtual: Prof. Jeferson Pistori 
Coordenadora Pedagógica: Profª. Blanca Martín Salvago 
 
 
Direitos desta edição reservados à Editora UCDB 
Diretoria de Educação a Distância: (67) 3312-3335 
www.virtual.ucdb.br 
UCDB -Universidade Católica Dom Bosco 
Av. Tamandaré, 6000 Jardim Seminário 
Fone: (67) 3312-3800 Fax: (67) 3312-3302 
CEP 79117-900 Campo Grande – MS 
 
 
CASTRO, Guilherme Frederico Figueiredo 
 
Direito Tributário / Guilherme Frederico Figueiredo Castro. 
Campo Grande: UCDB, 2013. 66 p. 
 
Palavras-chave: 1. Estrutura do Direito 2. Direito Tributário 3. 
Obrigação Tributária 4. Crédito Tributário 
 
 
 
0221 
 
 
3 
www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO 
 
Este material foi elaborado pelo professor conteudista sob a orientação da equipe 
multidisciplinar da UCDB Virtual, com o objetivo de lhe fornecer um subsídio didático que 
norteie os conteúdos trabalhados nesta disciplina e que compõe o Projeto Pedagógico do 
seu curso. 
 
Elementos que integram o material 
Critérios de avaliação: são as informações referentes aos critérios adotados para 
a avaliação (formativa e somativa) e composição da média da disciplina. 
Quadro de Controle de Atividades: trata-se de um quadro para você organizar a 
realização e envio das atividades virtuais. Você pode fazer seu ritmo de estudo, sem ul-
trapassar o prazo máximo indicado pelo professor. 
Conteúdo Desenvolvido: é o conteúdo da disciplina, com a explanação do pro-
fessor sobre os diferentes temas objeto de estudo. 
Indicações de Leituras de Aprofundamento: são sugestões para que você 
possa aprofundar no conteúdo. A maioria das leituras sugeridas são links da Internet para 
facilitar seu acesso aos materiais. 
Atividades Virtuais: atividades propostas que marcarão um ritmo no seu estudo. 
As datas de envio encontram-se no calendário do Ambiente Virtual de Aprendizagem. 
 
Como tirar o máximo de proveito 
Este material didático é mais um subsídio para seus estudos. Consulte outros 
conteúdos e interaja com os outros participantes. Portanto, não se esqueça de: 
· Interagir com frequência com os colegas e com o professor, usando as ferramentas 
de comunicação e informação do Ambiente Virtual de Aprendizagem – AVA; 
· Usar, além do material em mãos, os outros recursos disponíveis no AVA: aulas 
audiovisuais, vídeo-aulas, fórum de discussão, fórum permanente de cada unidade, etc.; 
· Recorrer à equipe de tutoria sempre que precisar orientação sobre dúvidas quanto 
a calendário, atividades, ferramentas do AVA, e outros; 
· Ter uma rotina que lhe permita estabelecer o ritmo de estudo adequado a suas 
necessidades como estudante, organize o seu tempo; 
· Ter consciência de que você deve ser sujeito ativo no processo de sua aprendiza-
gem, contando com a ajuda e colaboração de todos. 
 
 
 
4 
www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 
Objetivo Geral 
Favorecer ao aluno a mediação entre o conhecimento científico e a identidade 
católica da universidade com vistas aos valores de base e sua atuação cidadã e comunitária. 
Sumário 
 
UNIDADE 1 –NOÇÕES GERAIS DO DIREITO ......................................................... 10 
1.1 Direito Positivo .......................................................................................................10 
1.2 Direito Tributário e Legislação .................................................................................13 
1.3 Conceito de Tributo ................................................................................................13 
 
UNIDADE 2 - REGIME CONSTITUCIONAL ............................................................. 17 
2.1 Princípios...............................................................................................................17 
2.2 Espécies Tributárias ...............................................................................................24 
 
UNIDADE 3 - COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA ........................................................... 35 
3.1 Competência .........................................................................................................35 
3.2 Capacidade ............................................................................................................40 
 
UNIDADE 4 - OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA ............................................................... 42 
4.1 Sujeito Ativo ..........................................................................................................43 
4.2 Sujeito Passivo .......................................................................................................43 
4.3 Fato Gerador .........................................................................................................45 
4.4 Base de Cálculo .....................................................................................................45 
4.5 Alíquota ................................................................................................................46 
 
UNIDADE 5 - CRÉDITO TRIBUTÁRIO .................................................................... 48 
5.1 Lançamento ...........................................................................................................48 
5.2 Suspensão da Exigibilidade .....................................................................................51 
5.3 Extinção ................................................................................................................54 
5.4 Exclusão ................................................................................................................59 
 
REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 62 
EXERCÍCIOS E ATIVIDADES ................................................................................ 63 
 
 
 
5 
www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 
Avaliação 
 
 
A UCDB Virtual acredita que avaliar é sinônimo de melhorar, isto é, a finalidade da 
avaliação é propiciar oportunidades de ação-reflexão que façam com que você possa 
aprofundar, refletir criticamente, relacionar ideias, etc. 
A UCDB Virtual adota um sistema de avaliação continuada: além das provas no final 
de cada módulo (avaliação somativa), será considerado também o desempenho do aluno ao 
longo de cada disciplina (avaliação formativa), mediante a realização das atividades. Todo o 
processo será avaliado, pois a aprendizagem é processual. 
Para que se possa atingir o objetivo da avaliação formativa, é necessário que as 
atividades sejam realizadas criteriosamente, atendendo ao que se pede e tentando sempre 
exemplificar e argumentar, procurando relacionar a teoria estudada com a prática. 
As atividades devem ser enviadas dentro do prazo estabelecido no calendário de 
cada disciplina. 
 
Critérios para composição da Média Semestral: 
 
Para compor a Média Semestral da disciplina, leva-se em conta o desempenho 
atingido na avaliação formativa e na avaliação somativa, isto é, as notas alcançadas nas 
diferentes atividades virtuais e na(s) prova(s), da seguinte forma: Somatória das notas 
recebidas nas atividades virtuais, somada à nota da prova, dividido por 2. Caso a disciplina 
possua mais de uma prova, será considerada a média entre as provas. 
Média Semestral: Somatória (Atividades Virtuais) + Média (Provas) / 2Assim, se um aluno tirar 7 nas atividades e 5 na prova: MS = 7 + 5 / 2 = 6 
Antes do lançamento desta nota final, será divulgada a média de cada aluno, dando 
a oportunidade de que os alunos que não tenham atingido média igual ou superior a 7,0 
possam fazer a Recuperação das Atividades Virtuais. 
Se a Média Semestral for igual ou superior a 4,0 e inferior a 7,0, o aluno ainda 
poderá fazer o Exame Final. A média entre a nota do Exame Final e a Média Semestral 
deverá ser igual ou superior a 5,0 para considerar o aluno aprovado na disciplina. 
Assim, se um aluno tirar 6 na Média Semestral e tiver 5 no Exame Final: MF = 6 + 5 
/ 2 = 5,5 (Aprovado). 
 
 
 
 
 
6 
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FAÇA O ACOMPANHAMENTO DE SUAS ATIVIDADES 
 
O quadro abaixo visa ajudá-lo a se organizar na realização das atividades. Faça seu 
cronograma e tenha um controle de suas atividades: 
 
 
AVALIAÇÃO PRAZO * DATA DE ENVIO ** 
Atividade 1.1 
Ferramenta: Tarefa 
 
Atividade 2.1 
Ferramenta: Tarefa 
 
Atividade 3.1 
Ferramenta: Tarefa 
 
Atividade 4.1 
Ferramenta: Tarefa 
 
* Coloque na segunda coluna o prazo em que deve ser enviada a atividade 
(consulte o calendário disponível no ambiente virtual de aprendizagem). 
** Coloque na terceira coluna o dia em que você enviou a atividade. 
 
 
7 
www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 
BOAS VINDAS 
 
CARRISSÍMO (A) ALUNO (A) 
 
Iniciamos nosso estudo a partir de agora, por meio desse material que foi pensado e 
feito para você. 
O conteúdo apresentado neste trabalho tem por escopo lhe proporcionar o 
conhecimento necessário ao desenvolvimento de suas atividades, dentro da sua área de 
interesse; tratando a matéria de modo claro e objetivo, possibilitando a formação do seu 
conhecimento. 
Este material não pretende esgotar o assunto abordado. Os vídeos à disposição no 
Ambiente Virtual de Aprendizagem, assim como as discussões tecidas nos fóruns das 
unidades e as leituras recomendadas, devem ser utilizados junto com este material para 
que sua formação seja o mais completa possível. Lembre-se de que o material didático da 
disciplina não se limita a este subsídio. 
Sucesso na caminhada que agora começa! 
 
 
 
 
8 
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Pré-teste 
 
A finalidade deste pré-teste é fazer um diagnóstico quanto aos 
conhecimentos prévios que você já tem sobre os assuntos que serão 
desenvolvidos nesta disciplina. Não fique preocupado com a nota, pois não será 
avaliado. 
 
1. O tributo que não tem vinculação a nenhuma atividade estatal é denominado: 
a) taxa. 
b) imposto. 
c) contribuição de melhoria. 
d) contribuição social. 
 
2. Os serviços públicos que justificam a cobrança de taxa apresentam como 
característica: 
a) divisível, aleatório e de utilização efetiva. 
b) indivisível, compulsório e específico. 
c) divisível, facultativo e específico. 
d) sempre divisível e específico. 
 
3. Segundo o art. 145 da Constituição Federal, são espécies de tributos: 
a) impostos, taxas e contribuições de melhoria. 
b) impostos, taxas e contribuições sociais. 
c) taxas, contribuições de melhoria e contribuições sociais. 
d) contribuições sociais, empréstimos compulsórios e taxa judiciária. 
 
4. Considera-se sujeito passivo da obrigação tributária: 
a) somente a pessoa jurídica regularmente constituída. 
b) a pessoa física, desde que no exercício de atividade profissional. 
c) qualquer pessoa natural independentemente de sua capacidade civil. 
d) somente os maiores de 18 anos de idade. 
 
5. São modalidades de extinção do crédito tributário, EXCETO: 
a) novação. 
b) transação. 
c) compensação. 
d) pagamento. 
 
Submeta o pré-teste por meio da ferramenta Questionário. 
 
 
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INTRODUÇÃO 
 
Falar em Direito Tributário nos leva, ainda que inconscientemente, à ideia de 
pagamento de impostos, o que de tudo não está completamente equivocado, todavia, o 
Direito Tributário não se restringe somente a isso. 
O estudo do Direito Tributário, na realidade, consiste no aprendizado de um ramo da 
Ciência do Direito, voltada a questões de ordem pública e diretamente relacionadas com 
todas as modalidades de obrigações tributárias, sejam elas principais ou acessórias. 
Durante o decorrer desse material nos deteremos ao conhecimento geral dessa 
disciplina jurídica, a qual tem influência direta na vida de todas as pessoas, inclusive as 
jurídicas, já que estas também configuram sujeitos passivos de obrigações de natureza 
tributária. 
Nesse sentir, vamos analisar a situação da matéria dentro da Ciência do Direito, 
passando então ao conhecimento das normas legais aplicáveis ao caso, seguindo pela 
definição de tributo, os princípios aplicáveis ao sistema, as espécies tributárias, bem como a 
situação da competência e da capacidade tributária com todos os seus consectários. 
Em seguida, conheceremos todos os aspectos informadores da obrigação tributária e 
para finalizarmos o estudo, vamos apreender o sentido do crédito tributário, seus efeitos 
jurídicos e os meios capazes de afetá-lo. 
Assim, ao encerrar o estudo, temos que a convivência com as exigências tributárias 
tornar-se-ão mais harmônicas, já que o conhecimento delas permitirá debatê-las quando 
injustas e conformar-se com aquelas efetivamente devidas. 
 
 
 
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UNIDADE 1 
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO 
 
OBJETIVO DA UNIDADE: Compreender a estrutura básica do Direito como forma de 
situar o estudo do Direito Tributário. 
 
1.1 Direito Positivo 
 
Para iniciarmos o estudo do nosso tema específico, preliminarmente é necessário 
conhecer e entender a estrutura organizacional do Direito, pois essa é a base dos estudos 
relacionados com o direito. 
Mas, afinal, o que é o direito? Este termo é 
normalmente confundido com a palavra justiça, 
sendo usado, muitas vezes, como sinônimos. 
Todavia isso não é verdade. O direito regula as 
condutas dos seres humanos em sociedade, mas 
nem sempre alcança a esperada justiça. 
Fonte: http://migre.me/bdnae 
Essa afirmação pode ser vista, pela impossibilidade de utilizarmos nos dias atuais a 
conhecida Lei de Talião, a qual previa a famigerada regra do “olho por olho e dente por 
dente”. À sua época, talvez a lei de Talião fosse justa para alguns, mas certamente para 
outros assim não era considerada. 
Atualmente, vários são os textos legislativos, e estes tratam dos mais variados 
conteúdos, e pela sua leitura é possível perceber que suas normas são entendidas por 
muitos como sendo justas, e por outros como injustas, já que tal conceito não é uniforme 
para todas as pessoas. 
Podemos ver assim que o conceito de direito não está relacionado com o de justiça, 
apesar de ser concebido com o escopo de buscar a pacificação social, com pulso firme. 
Todavia, vemos que nem sempre suas regulamentações são dotadas de bom senso ou 
razoabilidade. 
Mas algo interessante deve ser sublinhado. As condutas reguladas pelo direito são 
somente aquelas que envolvem dois ou mais cidadãos, por isso denominada de 
intersubjetiva. Queremos dizer com isso, que para o direito são irrelevantes as condutas 
praticadas pelo cidadão consigo mesmo (intrasubjetividade). 
 
 
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Melhor falando, o direito regula os atos sociais praticados por uma pessoa que possa 
vir a afetar outra. Exemplificando, a Constituição Federal diz que é inerente ao cidadão o 
direito à vida, sendo que qualquer um que violá-la estará sujeito às penalidades previstas 
no Código Penal. Por outro lado, observe que o direito não regulamenta o suicídio, pois não 
há como punir a pessoa que cometeu atentado contra a própria vida. Da mesma forma, a 
pessoa que se açoita não está sujeita a nenhuma sanção legislativa, porém, se machucar 
outrem, responderá por lesão corporal. 
Logo, o direito deve ser entendido como um objeto cultural. É uma ciência baseadanas necessidades sociais, para tanto, leva em conta a evolução histórica da sociedade, 
comparando-a com a conjectura atual e projeta-as para o futuro. 
Não podemos esquecer, ainda, que o direito brasileiro é em sua plenitude construído 
a partir de linguagem escrita e todas as suas normatizações são precedidas de formalidades 
específicas. 
Cumpre observar, também, que apesar de o direito ser considerado uno, ele é 
dividido em várias matérias para melhor estudo e compreensão, a seguir elencadas: 
 
Quadro 1 – Estrutura do Direito 
DIREITO 
POSITIVO 
Direito Público 
Interno 
Direito Constitucional 
Direito Administrativo 
Direito Processual 
Direito Penal 
Direito Eleitoral 
Direito Militar 
Externo Direito Internacional Público 
Direito Privado Interno 
Direito Civil 
Direito Empresarial 
Direito Difuso 
Interno 
Direito do Trabalho 
Direito Previdenciário 
Direito Econômico 
Direito do Consumidor 
Direito Ambiental 
Externo Direito Internacional Privado 
Fonte: Elaboração própria 
 
 
O que vimos até agora revela-nos a amplitude do direito, como objeto de estudo de 
uma ciência denominada de Ciência do Direito que deve ser entendida como o meio pelo 
 
 
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qual os estudiosos do direito observam, estudam, interpretam e descrevem as normas 
jurídicas. Portanto, a Ciência do Direito corresponde ao modo de ver, ao raciocínio 
desenvolvido a respeito das normas jurídicas, ou seja, a linguagem descritiva desenvolvida 
em razão do direito positivo. 
Desta forma, o direito positivo é o objeto de estudo da ciência do direito e, para 
tanto, deve ser aprofundado para melhor compreensão. 
O direito positivo, nada mais é que o conjunto de todas as normas jurídicas válidas 
dentro de um determinado território. Dá para notar que o direito positivo diz respeito às 
previsões legais existentes no ordenamento jurídico. 
O ordenamento jurídico revela a estruturação de todas as leis válidas dentro do 
referido território. No Brasil, elas se organizam segundo a chamada “pirâmide jurídica”, que 
aloja a Constituição Federal em seu ápice e as demais legislações abaixo dela, senão 
vejamos: 
 
 
 
Figura 1 – Pirâmide “jurídica” 
Fonte: Adaptado de Nunes (1999, p.75) 
 
 
Dentro da definição de direito positivo não estão somente as leis produzidas pelo 
Poder Legislativo, mas todas as normas jurídicas produzidas por autoridade competente, 
desde que haja respeito à hierarquia representada pela pirâmide acima. 
Importante dizer que as normas jurídicas possuem uma linguagem prescritiva. Isto 
quer dizer que impõem ao cidadão uma obrigação, uma permissão ou uma proibição. O 
cidadão está vinculado à previsão legislativa não restando alternativa outra senão cumpri-la, 
sob pena de incorrer em penalidade. 
 
 
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1.2 Direito Tributário e Legislação 
 
Em razão da aplicação da pirâmide jurídica, é inequívoca a afirmação de que todas 
as matérias que regem a vida das pessoas em sociedade necessariamente são reguladas, 
ainda que de modo bastante amplo e genérico pela Constituição Federal. 
Isso não é diferente com a disciplina tributária. No âmbito do nosso estudo, a 
normatização constitucional é muito importante, pois estabelece inúmeros aspectos 
indispensáveis ao sistema tributário, tanto que determinou um Título específico para tratar 
somente da questão tributária, qual seja, de n. VI, denominado de Tributação e Orçamento 
(Arts. 145 a 169 da CF). 
Além do disciplinamento constitucional, o ordenamento jurídico brasileiro, em sede 
de tributação é regido pelo Código Tributário Nacional, implementado pela Lei nº. 5.172 de 
25 de outubro de 1966, o qual estabelece as normas gerais em matéria tributária. 
Ao lado dessas normas jurídicas, há também, com relação aos tributos, leis das mais 
variadas espécies, isto é, existem leis complementares, leis ordinárias, medidas provisórias, 
decretos e outras modalidades normativas que especificam situações de direito tributário, 
contudo, todas devem obediência, precipuamente, à Constituição Federal. 
De outra sorte, vale observar que as leis que regulam os tributos não têm 
necessariamente que ser expedidas pela União Federal, mas também são produzidas pelos 
Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, tendo em vista a repartição de 
competências determinada pela Constituição Federal, a qual será detidamente analisada nos 
próximos tópicos. 
 
1.3 Conceito de Tributo 
 
O primeiro aspecto efetivamente tributário a ser estudado diz respeito ao conceito 
de tributo. Não existe na Constituição Federal uma expressa definição do que venha a ser 
tributo. Na verdade, a Constituição preceitua algumas características que permitem a 
formulação de um conceito de tributo. Apesar do constituinte não ter dito a definição de 
tributo, esta tarefa foi realizada pelo legislador quando da edição do Código Tributário 
Nacional (Lei nº. 5.712/1996), senão vejamos: 
 
Art. 3º - Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou 
cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, 
instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente 
vinculada. 
 
 
14 
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Como se denota da previsão legal, o conceito de tributo envolve alguns aspectos 
essenciais: 
 tributo é uma prestação pecuniária expressa em moeda ou valor que nela se 
possa exprimir; 
 o tributo tem natureza compulsória; 
 tributo não se confunde com sanção por ato ilícito; 
 o tributo tem origem em lei; 
 o tributo tem natureza vinculada. 
Para melhor compreender a definição legal de tributo, passaremos então a analisar 
cada um dos aspectos que o compõe. 
Iniciaremos pela expressão “prestação pecuniária, em moeda ou cujo valor nela 
se possa exprimir”. Esse primeiro aspecto da 
definição legal deve ser entendido como 
redundante. Pecúnia, moeda ou cujo valor nela se 
possa exprimir resulta numa única conclusão: 
pagamento em dinheiro. O legislador foi confuso 
para uma situação que deveria ser simples. Isto é, 
apenas deveria ter mencionado que é uma 
prestação paga em dinheiro. 
 Fonte: http://migre.me/bdqva 
O segundo aspecto formador da definição legal de tributo determina que esta 
modalidade de cobrança estatal constitui uma prestação compulsória, ou seja, o 
contribuinte não tem a faculdade de pagar o tributo. Uma vez instituída por meio de lei uma 
carga tributária e ocorrendo o seu fato gerador, o cidadão simplesmente deverá pagar, haja 
vista que se trata de uma obrigação. Veja, então, que a lei trata o termo ‘compulsório’ como 
sinônimo de ‘obrigatório’. Imagine se não houvesse obrigatoriedade no pagamento do 
tributo. Você acha que alguém pagaria? Talvez nem todas as pessoas. 
A obrigatoriedade como característica do tributo decorre da necessidade de sua 
instituição por meio de lei, como se verá adiante, mas vale observar que o tributo é assim 
configurado, pois como regra, a pessoa que tem que pagá-lo não o faz voluntariamente, 
mas o faz porque a lei assim determina. 
É fácil verificar a situação da compulsoriedade quando efetuamos o pagamento do 
nosso IPTU, já que pelo simples fato de sermos proprietários de um determinado imóvel 
urbano temos o dever de pagar o referido imposto, sob pena de aplicação de multas e 
outras penalidades legais. 
http://www.google.com.br/imgres?um=1&hl=pt-BR&biw=1366&bih=641&tbm=isch&tbnid=0jtGousGhzD5rM:&imgrefurl=http://www.mcais.com.br/index.php?pagina=news&id=14&docid=4RJBcXvbp_99RM&imgurl=http://www.mcais.com.br/loads/noticia/14/tributos.jpg&w=374&h=299&ei=YGKAUMyPL6nE0AGlmIHQDw&zoom=1&iact=hc&vpx=810&vpy=150&dur=45&hovh=201&hovw=251&tx=118&ty=115&sig=101275333925405802777&page=1&tbnh=127&tbnw=172&start=0&ndsp=19&ved=1t:429,r:3,s:0,i:89
 
 
15 
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O terceiro aspecto previsto no artigo 3°, do CTN, é que a prestaçãoexigida pelo 
poder público não se constitua em sanção por ato ilícito. Primeiramente cabe entender o 
que é ato ilícito. Considera-se ilícito tudo aquilo que é contrário à lei, portanto, todo ato 
praticado sem observância do que prescrevem as normas jurídicas é considerado ilícito. 
Tendo em vista a situação contrária às prescrições normativas, é comum a aplicação 
de uma penalidade, e nesse sentido é usado o termo “sanção” pelo legislador tributário. 
Assim, toda conduta praticada por uma pessoa que não se submeta ao ordenamento 
jurídico é considerada ilícita e, portanto, passível de uma sanção. 
Um exemplo fácil desse requisito dos tributos é a situação das multas de trânsito 
que são aplicadas ao condutor que deixa de observar o sinal do semáforo, ultrapassando no 
sinal vermelho. A pessoa que age assim será multada e essa cobrança efetivada pelo ente 
público não constitui tributo, pois decorre da imposição de uma pena aplicada ao condutor 
que deixou de observar a lei que determina que o sinal vermelho implica no dever de parar 
o veículo. 
Nesse sentido, podemos dizer que as sanções aplicadas diante da ocorrência de um 
ato ilícito não têm por fim precípuo a arrecadação de dinheiro para o Estado, mas visa coibir 
a feitura do ato indevido novamente. Ao contrário, o tributo tem como finalidade essencial 
angariar fundos para os cofres públicos. Por isso é que se fala, também, que as 
penalidades não se confundem com os tributos. 
O outro aspecto fundamental ao estudo e à compreensão da definição de tributo 
versa sobre a necessidade de que a sua imposição se faça por meio de lei. Desse modo, 
será válida a cobrança de tributo se, e somente se, houver lei anterior que estabeleça os 
casos em que o Estado poderá cobrar o tributo. 
Portanto, a condição de legalidade da cobrança é a própria lei que determina que 
em dada hipótese a administração pública poderá cobrar um valor certo a título de tributo, 
já que, como dissemos linhas acima, somente a lei pode impor a alguém o dever de fazer 
alguma coisa. 
Para finalizarmos a total apreensão da definição de tributo, é importante entender o 
que significa dizer que os tributos constituem “atividade administrativa plenamente 
vinculada”. Essa última condição configuradora do tributo decorre da necessidade de que a 
cobrança efetivada pelo Estado decorra de uma lei anterior que a estabeleça e, ainda da 
obrigatoriedade de seu cumprimento pelo agente público. 
No estudo do direito público notamos que o ato administrativo pode ser: 
discricionário ou vinculado. O ato discricionário é aquele que apesar de haver previsão na lei 
de como o agente público deve se comportar e agir, ainda assim, existe um certo grau de 
 
 
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liberdade na escolha do que será feito e como será feito. Isto é, a própria lei autoriza uma 
liberdade de escolha pelo agente público. Ao contrário, os atos plenamente vinculados, no 
caso os tributos, não dão qualquer margem de subjetividade ao agente público. Neste caso 
a lei deve ser rigorosamente cumprida indistintamente. 
Em razão dessa circunstância, o agente público quando está diante de uma hipótese 
que se configura como tributável não pode deixar de querer fazer a cobrança. Isto se 
configuraria como ato atentatório à administração pública e esse agente certamente 
responderia por sua displicência. O tributo, por decorrer de uma atividade administrativa 
plenamente vinculada, tem que ser cobrado. 
Resumindo tudo o que foi dito até aqui, podemos dizer que: 
 
Tributo é a prestação imposta pela lei que obriga os membros da sociedade a pagar 
em dinheiro determinado valor ao Estado, ou à pessoa por ele indicada; desde que não 
constitua penalidade e nem permita discricionariedade na cobrança. 
 
Nesse sentido, segundo Amaro, “tributo é a prestação pecuniária não sancionatória 
de ato ilícito, instituída em lei e devida ao Estado ou a entidades não estatais com fins de 
interesse público” (2008, p. 25). 
 
 
 
 
 
 
 
Antes de continuar seu estudo, realize a Atividade 1.1. 
 
 
 
 
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UNIDADE 2 
REGIME CONSTITUCIONAL 
 
OBJETIVO DA UNIDADE: apreender o significado dos princípios para o Direito, 
conhecer aqueles que se aplicam à disciplina objeto de estudo e distinguir as modalidades 
tributárias. 
 
Como visto, o Direito Tributário é um ramo do Direito que tem suas raízes legais, 
parte descritas pela Constituição Federal e parte por legislação infraconstitucional, a qual 
tem suas diretrizes comuns estabelecidas pelo Código Tributário Nacional que é a Lei nº. 
5.172 de 25 de outubro de 1966. 
Iniciaremos o estudo desse ramo jurídico, através da análise das diretrizes instituídas 
pela Constituição Federal, que configuram as normas mais importantes e amplas a reger o 
sistema tributário dentro do território brasileiro. 
 
2.1 Princípios 
 
Como aspecto preliminar de qualquer estudo dentro do ordenamento de direito, 
temos que conhecer os princípios, que correspondem aos valores fundamentais, ou seja, 
são as bases que estruturam o Direito Positivo, podendo ou não ter características mais 
específicas a determinado ramo jurídico. 
Nesse sentido, cumpre transcrever o conceito utilizado por Silva (2004): 
 
Princípios revelam o conjunto de regras ou preceitos, que se fixam para 
servir de norma a toda espécie de ação jurídica, traçando, assim, a conduta 
a ser tida em qualquer operação jurídica. Desse modo, exprimem sentido 
mais relevante que a própria norma ou regra jurídica. Mostram-se a própria 
razão fundamental de ser das coisas jurídicas, convertendo-se em perfeitos 
axiomas. Princípios jurídicos, sem dúvida, significam os pontos básicos, que 
servem de ponto de partida ou de elementos vitais do próprio Direito. 
Indicam o alicerce do Direito(SILVA, 2004, p.1095). 
 
Como se vê, os princípios são elementos indispensáveis à formação do próprio 
direito, pois configuram normas dotadas de valores (axiomas) capazes de reger todo o 
sistema positivo vigente, ainda que de forma implícita, ou seja, ainda que não expressos em 
lei ou no próprio texto constitucional. 
 
 
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Assim, podemos dizer que os princípios são normas supremas a serem observadas 
diante de qualquer situação, pois são implementadores das bases necessárias à 
conservação e existência do próprio Direito. 
Devemos entender que os princípios são as diretrizes de todo o sistema, por isso, 
toda e qualquer análise jurídica deve partir, sempre, do conhecimento e das bases 
estabelecidas pelos princípios e depois é que se passará à apreciação dos textos de lei 
destinados ao caso concreto colocado à frente do aplicador do direito. 
Diante de toda essa importância dada aos princípios, somos instados a conhecer 
esses valores maiores antes de nos aprofundarmos no estudo específico dos tributos. 
 
2.1.1 Legalidade 
 
O princípio da legalidade está expressamente previsto no art. 5º, inciso II da 
Constituição Federal, onde estabelece que: “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de 
fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. 
Sendo assim, fica evidenciado que somente a lei pode obrigar as pessoas, sejam 
brasileiras ou não, residentes ou não no território nacional, a fazer ou deixar de fazer algo, 
que para o nosso estudo corresponde ao dever de pagar um tributo, já que este configura, 
como já mencionado, uma prestação pecuniária compulsória. 
Por outro lado, o princípio da legalidade ganha novos contornos (reforço) quando 
analisado sob a ótica tributária, pois assim determina o art. 150, I, da Carta Suprema: “Sem 
prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao 
Distrito Federal e aos Municípios: exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça”. 
Segundo determina o texto constitucional, nenhuma pessoa jurídica de direito 
público interno (União, Estados, Distrito Federale Municípios), ou seja, nenhum ente 
federativo com competência tributária, matéria que será tratada a seguir, poderá 
estabelecer ou aumentar um tributo sem a observância de um requisito formal, a saber, a 
feitura de uma lei que o estabeleça. 
Nesse sentido, a doutrina nacional defende que a vertente tributária do princípio da 
legalidade recebe o nome de princípio da estrita legalidade, exatamente por prever que 
os tributos somente poderão ser criados por meio da expedição de uma lei, outrossim, 
somente por meio de lei os tributos poderão ter o seu valor aumentado ou diminuído e, em 
decorrência da lei é que os tributos podem ser cobrados pelas pessoas jurídicas de direito 
público interno. 
 
 
 
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2.1.2 Isonomia 
O princípio da isonomia, também conhecido como princípio da igualdade prevê o 
tratamento igual das pessoas que se encontrem dentro da mesma realidade, portanto, 
iguais e, determina, ainda, que os desiguais sejam desigualmente tratados, observada a 
medida de sua desigualdade. 
Assim, tratar pessoas que se encontram na mesma realidade de modo diferente é 
afrontar o princípio da isonomia, assim como tratar pessoas que são diferentes de forma 
equânime. 
Nesse sentir, célebre é a frase de Rui Barbosa, no livro Oração aos Moços, quando 
diz: 
A regra da igualdade não consiste senão em quinhoar desigualmente aos 
desiguais, na medida em que se desigualam. Nesta desigualdade social, 
proporcionada à desigualdade natural, é que se acha a verdadeira lei da 
igualdade. O mais são desvarios da inveja, do orgulho, ou da loucura. 
Tratar com desigualdade a iguais, ou a desiguais com igualdade, seria 
desigualdade flagrante e não igualdade real (ALEXANDRE, 2011, p. 123). 
 
Portanto, a igualdade pode ser enquadrada em duas vertentes distintas, mas 
diretamente complementares. Do ponto de vista vertical fala-se que há isonomia quando as 
pessoas se encontram na mesma situação jurídica ou social, gerando assim o dever de 
serem tratadas de modo semelhante. 
Por outro lado, quando se analisa a igualdade, somos instados a conhecer as 
posições diferenciadas dos seres humanos, cabendo a alguns uma posição superior e a 
outros inferior, tendo em conta, por exemplo, os valores dos rendimentos mensais de cada 
um. Nesse sentido, há aqueles que possuem rentabilidade maior que outros, por isso, 
enquadrados em posições financeiras diferentes, revelando, desta maneira, suas 
desigualdades, e consequentemente, demandando tratamento também diferenciado para a 
cobrança da carga tributária. 
Diante disso, a Constituição da República instituiu a vertente tributária deste 
princípio ao explicitar no art. 150, a seguinte redação: 
 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias, é vedado à União, aos Estados, 
ao Distrito Federal e aos Municípios: 
(...) 
II – instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em 
situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão da ocupação 
profissional ou da função por eles exercida, independentemente da 
denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos. 
 
Por isso, se fala que a Carta Política de 1988 não proíbe, ao contrário, exige o 
tratamento desigual para aqueles que apresentam desigualdade relevante (Ex.: hoje no 
 
 
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Brasil temos faixas de percentuais que incidem sobre a renda que auferimos em decorrência 
do nosso trabalho. Existem pessoas que são totalmente isentas do imposto de renda em 
razão do salário que ganham. Outras pessoas pagam uma alíquota que pode variar de 7,5% 
a 27,5%, de acordo com o valor auferido). 
 
2.1.3 Capacidade Contributiva 
 
Esse princípio está diretamente relacionado com o princípio da isonomia, pois é 
através da capacidade contributiva que se efetiva uma das modalidades de diferenciação 
entre as pessoas. 
A capacidade contributiva tem por escopo estabelecer a real possibilidade de cada 
contribuinte em pagar mais ou menos tributos. Assim, quem aufere mais riquezas é 
responsável pelo pagamento de maiores valores a título de tributo, observada sua realidade 
e possibilidade. 
Nesse sentido é a prescrição constitucional, senão vejamos: 
 
Art. 145 (...) 
§ 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão 
graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, 
facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade 
a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos 
termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do 
contribuinte. 
 
Resta claro que a capacidade contributiva permite ao Fisco conhecer as situações de 
cada um dos contribuintes, para que possa verificar qual a possibilidade que este possui de 
pagar tributos e, por isso, deve criar lei que dê efetividade a esta diferença, como acontece 
com o imposto de renda que possui faixas diversas de alíquotas para atender as mais 
variadas faixas remuneratórias dos contribuintes. 
 
2.1.4 Irretroatividade 
 
O princípio da irretroatividade decorre da previsão constitucional veiculada pelo art. 
150, que assim disciplina: 
Art. 150 - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é 
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
(...) 
III – cobrar tributos: 
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei 
que os houver instituído ou aumentado. 
 
 
 
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Falar-se em irretroatividade, portanto, significa dizer que quando o legislador 
implementa lei que determine a cobrança de um tributo ou aumente a incidência de tributo 
já existente, somente será válida a partir da sua efetiva entrada em vigor, portanto, 
somente se aplica a fatos que ocorram depois que a lei já esteja valendo. 
 
 
Vigência de lei 
A vigência da lei inicia-se após a publicação oficial (ato de tornar de conhecimento 
público através da apresentação em jornal oficial ou de grande circulação) do texto da lei, 
todavia, esse pode não ser o único requisito necessário ao vigor da lei. Em alguns casos, o 
legislador pode condicionar a efetiva entrada em vigor da lei a um determinado lapso de 
tempo, assim, mesmo havendo a publicação da norma jurídica, esta somente estará 
vigorando após alguns dias. 
Essa estipulação de prazo para a entrada em vigor de uma lei ganha o nome jurídico 
de vacatio legis e como regra, será de 45 (quarenta e cinco) dias após a publicação efetiva 
da norma, podendo, é claro, o legislador estabelecer outro prazo, menor ou maior que este, 
segundo sua vontade. 
A vigência de uma lei pode ser temporária ou indeterminada. Será temporária 
quando a lei somente tiver valia por um tempo determinado pelo legislador dentro do corpo 
da própria lei. Por outro lado, a lei será indeterminada quando não houver previsão 
expressa de tempo para sua regência, hipótese em que somente perderá a característica de 
vigência através do instituto da revogação. 
A revogação é o meio utilizado para retirar a vigência de uma norma jurídica, ela 
pode ser determinada de modo expresso em uma outra lei posterior ou ainda de forma 
tácita, que ocorrerá sempre que uma lei nova tratar da mesma matéria só que de outro 
jeito, o qual é incompatível com o anterior. 
Ainda, a revogação de uma lei pode ser total ou parcial. No primeiro caso 
denominado de ab-rogação. No segundo caso de derrogação. 
 
 
Nesse sentido, sábias são as palavras de Alexandre (2011, p.135), para quem a 
irretroatividade deve ser entendida como o meio de “impedir a tributação de fatos que, no 
momento da sua ocorrência não estavam sujeitos à incidência tributária; e garantir que a 
tributação já verificada é definitiva, não podendo ser objeto de majoração por legislação 
posterior”. 
Assim, podemos dizer que a irretroatividade visa impedir surpresas desagradáveis ao 
contribuinte, lhe garante o direito de somente ter seu patrimônioatingido por meio de 
tributos quando estes já estejam previstos na lei quando da ocorrência do fato previsto na 
lei como tributado, bem como que o fato tributado tenha seu valor estabelecido no 
momento de sua ocorrência e, não em momento seguinte, com a expedição de uma nova 
lei que determina um montante maior. Nesse caso, o tributo anterior não poderá ser 
aumentado, somente nos fatos seguintes é que incidirá a diferença maior do tributo. 
 
 
 
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2.1.5 Anterioridade 
 
Além da irretroatividade, a Magna Carta estabelece como garantia ao contribuinte o 
princípio da anterioridade. 
Essa garantia proíbe que os entes federados, ao criar tributo por meio de lei, 
efetivem sua cobrança no mesmo exercício financeiro da instituição do tributo, ou seja, se 
um tributo é criado ou aumentado no ano de 2012 somente poderá ser cobrado a partir de 
2013. 
Por outro lado, a anterioridade somente incidirá sobre modificações legislativas 
capazes de influir positivamente sobre a carga tributária, isto é, o princípio da anterioridade 
se aplica, tão só, quando a lei nova criar ou aumentar o tributo, pois as normas jurídicas 
que determinarem a redução do valor do tributo poderão ser desde logo aplicadas, já que 
mais benéficas ao contribuinte. 
Assim, podemos dizer que a anterioridade também está vinculada a não surpresa do 
contribuinte com instituição ou com majorações tributárias, não sendo aplicada quando 
houver algum benefício ao contribuinte. 
 
2.1.6 Noventena ou Nonagesimal 
 
O princípio da anterioridade nonagesimal ou também denominada de noventena foi 
acrescido no texto constitucional pela Emenda Constitucional nº. 42 de 19 de dezembro de 
2003, que determinou nova redação ao art. 150, nos seguintes termos: 
 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é 
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
(...) 
III – cobrar tributos: 
(...) 
b) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a 
lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b. 
 
Como se vê, a regra da nonagesimal é complementar ao princípio da anterioridade, 
assim, toda e qualquer lei que crie ou aumente um tributo somente passará a ter 
aplicabilidade no ano seguinte ao de sua publicação e desde que entre a data da publicação 
e sua efetiva entrada em vigência decorra prazo superior a 90 (noventa) dias. 
Para melhor entender essa garantia constitucional dos contribuintes, é importante 
conhecer a doutrina de Alexandre (2011), que diz: 
 
 
 
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Controvérsias à parte, em termos práticos, o relevante é entender que, a 
partir do advento da EC 42/2003, em homenagem ao princípio da não 
surpresa, anterioridade (anual ou “do exercício”) e noventena 
(anterioridade nonagesimal) passaram a ser, em regra, 
cumulativamente exigíveis. 
Dessa forma, se um tributo vier a ser majorado ou instituído por lei 
publicada após o dia 3 de outubro (quando faltam 90 dias para o término 
do exercício financeiro), a cobrança não mais pode ser feita a partir de 1º 
de janeiro seguinte, sob pena de infringir a noventena (publicada a lei “em 
meados de outubro”, a cobrança deve se verificar “em meados de janeiro”). 
Já se a publicação da lei instituidora ou majorada ocorrer no início do ano, 
a cobrança não pode ser feita imediatamente após o transcorrer de noventa 
dias, pois o princípio da anterioridade do exercício exige que se espere o 
início do ano subsequente (ALEXANDRE, 2011, p.149). 
 
2.1.7 Não Confisco 
 
O último princípio significativo para o Direito Tributário é o da vedação ao confisco, o 
que significa que as exações tributárias não podem constituir punição ao contribuinte, e não 
podem ter valor excessivamente oneroso ao contribuinte. 
Esse princípio está previsto no art. 150, IV, da CF, e a jurisprudência nacional tem 
estabelecido critérios limitadores para a identificação do efeito confiscatório, tendo em vista 
a subjetividade natural desse conceito, pois se sabe que o que é excessivo para uns pode 
não ser para outros, nesse sentir, vejamos: 
 
A identificação do efeito confiscatório deve ser feita em função da 
totalidade da carga tributária, mediante verificação da capacidade de que 
dispõe o contribuinte considerado o montante de sua riqueza (renda e 
capital) – para suportar e sofrer a incidência de todos os tributos que ele 
deverá pagar, dentro de determinado período, à mesma pessoa política que 
os houver instituído (a União Federal, no caso), condicionando-se, ainda, a 
aferição do grau de insuportabilidade econômico-financeira, à observância, 
pelo legislador, de padrões de razoabilidade destinados a neutralizar 
excessos de ordem fiscal eventualmente praticados pelo Poder Público. 
Resulta configurado o caráter confiscatório de determinado tributo, sempre 
que o efeito cumulativo – resultante das múltiplas incidências tributárias 
estabelecidas pela mesma entidade estatal – afetar, substancialmente, de 
maneira irrazoável, o patrimônio e/ou rendimentos do contribuinte (STF, 
Tribunal Pleno, ADC-MS 8/DF, Rel. Min. Celso de Mello, j. 13.10.1999, DJ 
04.04.2003, p.38) 
 
Fica evidente que a verificação do efeito confiscatório ou não de um tributo não 
deve levar em conta tão somente uma única cobrança, mas depende também da apuração 
de todos os demais tributos pagos pelo contribuinte, de modo a sopesar a razoabilidade e a 
real incidência da cobrança estatal dentro do patrimônio e das rendas auferidas pelo 
contribuinte. 
 
 
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Por isso, ao se falar em confisco, devemos ter em 
mente que é um conceito subjetivo, tendo em vista sua 
relação com a ideia de excesso de onerosidade, que é um 
termo que ganha contornos diferentes para cada pessoa, 
mas mesmo assim, devemos sempre lembrar que todo e 
qualquer tributo não pode ter valor tão alto que possa ser 
considerado uma punição. 
 Fonte: http://migre.me/bdsSh 
 
2.2 Espécies Tributárias 
 
Passemos agora à análise das modalidades específicas de tributos existentes em 
nosso ordenamento jurídico, mas antes, é importante relembrar o conceito de tributo 
estudado na unidade 1. 
Como visto, os tributos correspondem a prestações pecuniárias legalmente 
estabelecidas pelo Poder Público (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), a todos que 
se enquadrem na hipótese descrita pela lei, sempre que não se configure em sanção pela 
feitura de ato ilícito. 
Temos, por isso, que todo e qualquer tributo decorre de previsão legal e se 
caracteriza como uma atividade vinculada do Poder Público, ou seja, a cobrança do tributo é 
obrigatória e não demanda, por parte dos agentes públicos, qualquer análise subjetiva 
quanto à sua cobrança ou não. Portanto, os servidores públicos ao verificarem a ocorrência 
do fato gerador do tributo têm a obrigação de cobrá-lo da pessoa responsável. 
Todavia, há uma outra importante questão referente aos tributos, qual seja, a 
necessidade de determinar qual a natureza jurídica de cada uma das prestações pagas pelo 
cidadão. 
Para se alcançar essa classificação dos tributos, diante de sua natureza jurídica, é 
indispensável conhecer qual é o fato descrito pela lei que dá origem à obrigação tributária, 
pois desta descrição é feita a divisão dos tributos em vinculados e não vinculados. 
Vale observar que apesar da expressão ‘vinculado’ ser a mesma utilizada no conceito 
de tributo, com esta não se confunde. Como já sabemos todos os tributos são 
necessariamente vinculados no que tange à sua cobrança, pois esta atividade demanda tão 
somente a observância dos termos estabelecidos pela lei que cria o tributo. 
No entanto, quanto à determinação da natureza jurídica, isto é, do fato gerador do 
tributo, este pode ser ou não vinculado. Nesse sentido, serão considerados vinculados os 
 
 
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www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335tributos que a validade de sua cobrança demanda a realização, por parte do Poder Público, 
de atividades específicas destinadas ao contribuinte. É necessário que haja uma destinação 
específica do dinheiro arrecadado, como também, uma contrapartida para o cidadão. 
Os tributos não vinculados, em razão do fato gerador, serão aqueles devidos 
independentemente de qualquer atuação do ente estatal. 
Por isso, diz-se que: 
 
Todos os impostos são não vinculados. Se alguém obtém rendimentos 
passa a dever imposto de renda; se presta serviços deve ISS; se é 
proprietário de veículo automotor, deve IPVA. Repare-se, que, em nenhum 
desses casos, o Estado tem de realizar qualquer atividade referida ao 
contribuinte. Daí a assertiva correta e muito comum em doutrina, de que o 
imposto é um tributo que não goza de referibilidade. Aliás, justamente 
pelo fato de ser um tributo não vinculado a qualquer atividade, deixa de ser 
argumento juridicamente relevante (apesar de politicamente sê-lo) afirmar 
que ‘não se deve pagar IPTU, caso as avenidas da cidade estejam 
esburacadas’. (ALEXANDRE, 2011, p. 53-54). 
 
Por outro lado, os tributos vinculados importam, necessariamente, que o ente 
federado destine ao contribuinte alguma espécie de atuação, por isso, tem-se que as taxas 
são tributos vinculados, pois sua cobrança depende necessariamente de uma atividade 
produzida pelo Estado voltada ao contribuinte. O dinheiro arrecadado com as taxas deve ser 
revertido para o custeio do serviço que foi prestado a favor do cidadão. 
Diante disso, podemos dizer que tributo é gênero, para o qual temos algumas 
espécies que serão vistas em seguida, que podem ser vinculados ou não vinculados, 
dependendo da destinação ou não do produto da arrecadação e da contrapartida ou não 
para o contribuinte. 
 
2.2.1 Impostos 
 
Os impostos são espécies tributárias instituídas pelos entes federativos que não 
demandam a execução de qualquer atividade estatal capaz de gerar sua cobrança, por isso, 
diz-se que os impostos são tributos vinculados quanto à sua criação, logo devem decorrer 
necessariamente de lei anterior que a preveja, porém não vinculados no que se refere à sua 
cobrança, ou seja, podem ser cobrados ainda que o Poder Público não realize qualquer 
atividade específica para o contribuinte que o paga. 
Os impostos são aqueles valores pagos em dinheiro compulsoriamente incidentes 
sobre manifestações de riqueza do cidadão, incidindo, como regra, sobre as rendas 
auferidas pelo contribuinte. Os impostos também incidem sobre o patrimônio, a circulação 
de mercadorias, importação, exportação, operações financeiras, enfim. 
 
 
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Segundo prevê a Carta Política Brasileira, 
Art. 145 
§ 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão 
graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à 
administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses 
objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, 
o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte 
(BRASIL, 1988). 
 
Assim, podemos falar que os impostos apesar de independerem da atuação das 
pessoas jurídicas de direito público interno (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), 
como regra, terão origem em uma manifestação de riqueza das pessoas, seja pela aquisição 
de bens ou mesmo pelos rendimentos de seu trabalho. 
De outro modo, vale destacar que a Constituição Brasileira entendeu por bem 
disciplinar a cobrança dos impostos de modo que estes não fossem utilizados 
indistintamente pelo Poder Público, mas somente pudessem ser criados nos termos e 
condições estabelecidos pela norma constitucional. 
Em razão disso, fala-se que a Lei Maior do Brasil efetivou uma repartição de 
competências tributárias, determinando a cada um de seus entes qual a reserva de 
competência legislativa para instituir os impostos. 
Além disso, a Constituição Federal enumerou taxativamente quais são os impostos 
que poderão ser criados, quem terá direito de fazê-lo e de que modo. 
Ficou estabelecido, então, que a União tem 03 (três) tipos de competência para a 
criação de impostos: competência ordinária, competência extraordinária e competência 
residual. 
A competência ordinária é privativa e enumerada, isto significa que parte da 
competência da União é semelhante àquela atribuída às demais pessoas federativas, além 
disso, os impostos que são destinados à União não podem ser criados por outras pessoas 
políticas e estão expressamente previstos no texto constitucional. 
São impostos dessa modalidade de competência da União: o imposto de importação 
(II); imposto de exportação (IE); imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza 
(IR); imposto sobre produtos industrializados (IPI); imposto sobre operações de crédito, 
câmbio e seguro ou relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF), imposto sobre a 
propriedade rural (ITR) e imposto sobre grandes fortunas (IGF). 
Diante dessa previsão constitucional, contida no art. 153, os impostos acima 
descritos, e somente estes, são de competência privativa da União, logo, constituem um rol 
de impostos que somente poderão ser criados por lei advinda da atuação deste ente 
federativo. 
 
 
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Vale destacar que o imposto sobre grandes fortunas, também chamado de IGF, até 
os dias de hoje ainda não foi implementado pela União Federal, podendo o ser a qualquer 
momento, a partir do instante em que o legislador federal emitir lei complementar que 
regule o mencionado imposto. 
Além dos impostos exaustivamente relacionados, pode a União Federal, no uso de 
sua competência extraordinária, segundo prescreve o art. 154, inciso II, da CF; estabelecer 
o denominado imposto de guerra, sempre que houver perigo ou efetivamente ocorrer 
guerra externa. 
Esse imposto especial só será criado quando houver guerra externa declarada ou na 
iminência de ocorrer; poderá ter como fato originador da cobrança qualquer hipótese que o 
legislador entender possível, ainda que já exista imposto sobre a mesma situação fática. 
Sua cobrança não é permanente, mas deve ser gradualmente retirada, quando cessar a 
guerra que lhe deu origem. Outrossim, a União é o único ente capaz de criar este imposto, 
sendo, portanto, uma hipótese de competência tributária exclusiva. 
A última forma de competência pertencente à União é aquela chamada de residual, 
determinada pelo art. 154, I da CF, que permite a referida pessoa política a criar outros 
impostos, desde que estes sejam diferentes dos já previstos na Carta Magna Brasileira, ou 
seja, é possível que a União, por meio de lei complementar, estabeleça a cobrança de um 
novo imposto, ainda não existente. 
Além da competência da União, a Constituição da República estabelece a 
competência dos Estados, Distrito Federal e Municípios. 
Nesse sentido, determinou-se aos Estados o poder de criar os impostos 
determinados pelo art. 155: o imposto sobre transmissão causa mortis e doação, de 
qualquer bem ou direito (ITCMD); o imposto sobre operações relativas à circulação de 
mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e 
de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior (ICMS) e o 
imposto sobre propriedade de veículos automotores (IPVA). 
Para os Municípios ficou determinado, segundo o art. 156, da Magna Carta, a 
competência de criar os impostos sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU), 
sobre a transmissão “intervivos”, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por 
natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem 
como cessão de direitos à sua aquisição (ITBI) e sobre os serviços de qualquer natureza 
(ISS). 
Já no que tange ao Distrito Federal, por ser esta pessoa política detentora de uma 
natureza especial, coubea ela a competência legislativa para criar todos os impostos 
 
 
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destinados aos Estados e aos Municípios, o que se convencionou denominar, pela doutrina, 
de competência cumulativa. 
Por fim, vale observar que os Estados e os Municípios são detentores de 
competência legislativa ordinária privativa, nesse sentir, os impostos pertencentes a cada 
uma dessas pessoas somente poderão ser criados por elas, dentro dos moldes estabelecidos 
pela carta maior. 
 
2.2.2 Taxas 
As taxas, diferentemente dos impostos, são espécies tributárias necessariamente 
vinculadas a uma atuação estatal, por isso, são duplamente vinculadas, ou seja, dependem 
de lei que crie a exação, bem como necessitam de uma atividade realizada pelo Estado que 
se destine ao cidadão contribuinte da prestação pecuniária compulsória. 
Ademais, essa modalidade tributária pode ser instituída por qualquer ente público, 
isto é, pode ser criada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios. 
Vale destacar que em razão da vinculação das taxas a uma atuação estatal, a 
doutrina nacional passou a explicar as taxas como uma espécie de tributo retributiva ou 
contraprestacional, já que não podem ser exigidas se não houver o exercício da atividade do 
Estado. 
Os fatos ensejadores da cobrança de taxas são de duas ordens, claramente 
determinadas pelo texto constitucional, no art. 145, inciso II, a saber: (a) prestação de 
poder de polícia ou (b) utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e 
divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição. 
As taxas que se originem do exercício regular do poder de polícia são aquelas que 
decorrem de uma: 
atividade da Administração que, limitando ou disciplinando direito, interesse 
ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de 
interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos 
costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de 
atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder 
Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos 
individuais ou coletivos” (art. 78 do Código Tributário Nacional). 
 
Por outro lado, o poder de polícia originário da taxa, deve ser exercido de modo 
regular, ou seja, “desempenhado pelo órgão competente, nos limites da lei aplicável, com 
observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como 
discricionária, sem abuso ou desvio de poder” (parágrafo único do art. 78 do CTN). 
Assim, podemos falar que a taxa fundada em exercício de poder polícia é devida 
quando o contribuinte se utilizar efetivamente da máquina administrativa para obter 
 
 
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manifestação regular e legal da administração pública que garanta a atuação privada à 
observância do interesse público. 
Dessa maneira, será devida a cobrança da taxa se, e somente se, houver efetiva 
atuação estatal controladora da atividade privada. Nesse sentido, é legítima a cobrança de 
taxa municipal de licença sanitária quando o Município efetiva a verificação, por qualquer 
meio, ainda que não seja físico, da regularidade da atividade que se pretende instalar. 
A outra modalidade de cobrança de taxa é aquela que decorre da utilização efetiva 
ou potencial ou da disponibilização de serviços públicos (taxa de serviço). 
Para os estudiosos do tema, a taxa de serviço só será considerada regular quando o 
serviço público disponibilizado puder ser caracterizado como divisível e específico. 
Entende-se por específico o serviço que pode ser separado em unidades autônomas, 
ou seja, é aquele serviço que permite a identificação, pelo usuário, da atividade prestada, 
ou nos dizeres de Alexandre, o serviço é específico “quando o contribuinte sabe por qual 
serviço está pagando, o que não acontece, por exemplo, com a taxa de serviços 
diversos, cobrada por alguns municípios”. (ALEXANDRE, 2011, p. 63). 
A característica da divisibilidade do serviço se verifica através da possibilidade de se 
determinar quem é, e qual a porção tomada pelo usuário do serviço. 
Para explicitar essa situação, é importante destacar a súmula vinculante editada pelo 
Supremo Tribunal de Justiça, para quem: 
 
Súmula vinculante n. 19 – A taxa cobrada exclusivamente em razão dos 
serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou 
resíduos provenientes de imóveis, não viola o artigo 145, II, da Constituição 
Federal. 
 
Segundo essa posição da mais alta corte de justiça do Brasil, se o lixo é proveniente 
dos imóveis é possível se identificar os usuários do serviço, quais sejam, os proprietários 
dos imóveis. Agora o serviço de limpeza dos logradouros públicos ou mesmo o de segurança 
pública não são dotados de divisibilidade, pois é impossível se identificar quem são as 
pessoas efetivamente beneficiadas com a prestação do serviço, já que toda a coletividade o 
é, ainda que indiretamente. 
Nesse sentido, estar-se-á diante de um serviço público passível de tributação por 
meio de taxa, quando for possível ao Poder Público e ao tomador do serviço distinguir qual 
o serviço executado e quem se utilizou do mesmo. 
Uma importante distinção há de ser feita: na taxa decorrente do poder de polícia a 
atividade estatal deve ser efetivamente prestada, já na taxa de serviço, esta será devida a 
partir da disponibilização do serviço específico e divisível.Assim, a taxa de serviço pode ser 
 
 
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cobrada ainda que o contribuinte não esteja utilizando-se efetivamente do serviço, desde 
que a utilização deste seja compulsória, como é o caso do esgoto ou da coleta domiciliar de 
lixo, por isso, que o constituinte usa os termos, “utilização, efetiva ou potencial” e 
“prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição”. 
Assim, na hipótese de taxa de serviço, quando o legislador ao criar a exação 
determinar que o serviço posto à disposição é de interesse público, ou seja, transcende a 
vida particular das pessoas abrangendo toda a coletividade indistintamente, o serviço será 
declarado em lei de utilização compulsória e, nesse caso, será dever do contribuinte 
recolher a taxa mesmo que não use efetivamente o serviço, isto é, ainda que utilize 
potencialmente o serviço posto à sua disposição. 
 
2.2.3 Contribuições de Melhoria 
 
O legislador constituinte de 1988 determinou no art. 145, III, que todos os entes da 
federação brasileira poderão instituir contribuições de melhoria dos proprietários de imóveis 
que sejam beneficiados por obras públicas. 
Nesse sentido, é possível afirmar que a cobrança de contribuições de melhoria 
decorre, essencialmente, da feitura de uma obra pública que tenha como consequência a 
valorização dos imóveis circundantes ou vizinhos. 
Logo, a realização da obra não acarreta, por si só, a permissão de instituição dessa 
modalidade tributária, sua instituição depende também de que haja uma valorização 
imobiliária na região decorrente da efetivação da obra pública. 
Dessa maneira, a contribuição de melhoria se revela um tributo vinculado, pois 
depende de uma atuação do Poder Público, todavia esta é específica, sendo a realização de 
uma obra pública. 
Por outro lado, vale destacar, como dito linhas acima, que a feitura da obra pública 
não é a única condição de validade das contribuições de melhoria, a qual necessita 
inequivocamente da comprovação de que este ato administrativo foi responsável pela 
valorização dos imóveis circundantes. 
É nesse ponto que a contribuição de melhoria se diferencia das taxas. Enquanto 
estas dependem somente da disponibilização de um serviço público ou da realização de um 
poder de polícia, as contribuições de melhoria demandam dois requisitos complementares: 
de um lado a realização da obra pública e de outro o nexo de causalidade existente entre 
esta e a valorização imobiliáriagerada. 
 
 
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Em razão desse segundo requisito do tributo, incidem sobre a exação duas 
limitações valorativas: 
 não é possível que a cobrança das prestações a título de contribuição de 
melhoria exceda o montante integral da obra pública realizada, pois a função 
da obrigação tributária é restituir o valor da obra e não enriquecer o Poder 
Público. 
 tem destinação individual, no sentido de que não se pode cobrar de cada 
contribuinte quantia superior ao acréscimo gerado pelo ato da administração, 
assim, a prestação deve dizer respeito, no máximo, à valorização 
experimentada pelo contribuinte, jamais, montante superior sob pena de 
ocasionar frontal descumprimento ao princípio da capacidade contributiva. 
Sendo assim, é correto afirmar que a contribuição de melhoria apresenta dois 
limites: (i) que corresponde a importância total da obra e (ii) individual que se equipara ao 
acréscimo valorativo do imóvel (Artigo 81, do CTN). 
 
2.2.4 Empréstimos Compulsórios 
 
Os empréstimos compulsórios, estatuídos pelo art. 148 da Lei Maior, são 
empréstimos forçados ou coativos, determinados pela União, mediante lei complementar, 
posteriormente restituíveis pelo Poder Público. 
Tendo em vista sua disciplina constitucional, que estabeleceu que somente a União 
tem competência para criá-los, os empréstimos compulsórios são declarados como tributos 
de competência exclusiva. 
No que tange à forma de sua vinculação, depende necessariamente de lei 
complementar, fala-se, também, que os empréstimos compulsórios são tributos que devem 
obedecer à reserva de lei. 
Outrossim, os empréstimos compulsórios demandam a apresentação de dois 
requisitos indispensáveis, quais sejam, a urgência e a relevância da situação, o que lhes 
permite serem criadas e cobradas desde logo, sem observância dos princípios da 
anterioridade e da noventena. 
Além disso, os empréstimos compulsórios só poderão ser criados em caso de 
despesa extraordinária decorrente de calamidade pública ou guerra externa, esta ainda que 
eminente, ou seja, próxima de acontecer. Outra situação que admite a criação de 
empréstimos compulsórios é o caso de investimento público de caráter urgente e de 
relevante interesse nacional. 
 
 
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Em qualquer caso, os recursos provenientes dos empréstimos compulsórios possuem 
vinculação, ou seja, todo o dinheiro arrecadado deve ser destinado a cobrir as despesas que 
fundamentaram sua criação. Nesse sentido, fala-se que os empréstimos compulsórios são 
tributos vinculados quanto à sua arrecadação. 
Por fim, vale destacar que a lei instituidora dos empréstimos compulsórios deve 
estabelecer o prazo e as condições de resgate dos valores, sob pena de ilegalidade da 
exação. O contribuinte tem o direito de reaver a quantia paga a título de empréstimo 
compulsório, tudo devidamente corrigido monetariamente, conforme deverá ser disposto na 
lei que o cria. 
 
2.2.5 Contribuições Especiais 
 
As contribuições são exações tributárias fixadas no texto constitucional, no art. 149, 
o qual determina serem espécies de tributos a serem instituídas pela União. 
A norma constitucional estabelece, ainda, que as contribuições podem ser de três 
ordens: 
 contribuições sociais, estas subdivididas em: 
-genéricas (voltadas aos diversos setores compreendidos no conjunto da 
ordem social, como educação, habitação, e outros – art. 149, caput – 
exemplo: salário-educação e contribuições para os Serviços Sociais 
Autônomos, como o SESI, SENAC e outros) e 
-destinadas ao custeio da seguridade social, ou seja, com a 
previdência e assistência social – art. 149, caput e § 1º conjugados com o 
art. 195; 
 contribuições de intervenção no domínio econômico (CIDE ou 
interventivas); 
 contribuições de interesse de categorias profissionais ou 
econômicas (coorporativas); 
 contribuições para o custeio de serviço de iluminação pública. 
 
Impende destacar que as contribuições sociais destinadas à seguridade social 
constituem exceção à regra da competência exclusiva da União, para sua instituição, pois os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios podem criar essa modalidade de tributação para 
beneficiar seus servidores públicos com uma seguridade local, nos termos do § 1º do art. 
149. 
 
 
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No que tange às contribuições sociais e às contribuições de intervenção no domínio 
econômico, estas poderão gravar importações de produtos e serviços, mas não poderão 
incidir sobre as exportações. 
Outrossim, as contribuições sociais, como regra, não se submetem à reserva de lei, 
ou seja, podem ser implementadas no ordenamento jurídico brasileiro por meio de lei 
ordinária ou outras espécies normativas, exceto quando a lei crie hipótese de incidência 
para a contribuição social diferente das já estabelecidas pela constituição, caso em que a lei 
deverá ser complementar, portanto, aí sim há reserva de lei. 
As contribuições de intervenção no domínio econômico também não dependem de 
lei específica, logo não se submetem à reserva de lei, podendo ser implementada por 
qualquer meio legal. 
Por outro lado, as contribuições de intervenção no domínio econômico são tributos 
extrafiscais, o que representa dizer que a finalidade essencial não é a arrecadação de 
recursos para o Estado, mas servem para regular a atuação privada na ordem econômica ou 
social. 
Para melhor compreensão desse tributo vale lembrar situações em que o poder 
público injeta dinheiro em determinada atividade econômica visando aumentar sua 
competitividade, como por exemplo, a Lei nº. 10.168/2000 que instituiu o Programa de 
estímulo à Interação Universidade-Empresa visando estimular o desenvolvimento 
tecnológico brasileiro através de programas de pesquisa científica e tecnológica cooperativa 
entre universidades, centros de pesquisa e o setor produtivo, nesse sentido, foram criados 
tributos para a importação de tecnologia e destinados recursos para o desenvolvimento da 
tecnologia no País. 
Por sua vez as contribuições coorporativas têm natureza parafiscal, ou seja, 
destinam-se à obtenção de recursos para o financiamento de atividades de interesse de 
instituições representativas ou fiscalizatórias de categorias profissionais ou econômicas (ex.: 
contribuição paga pelos advogados para a OAB e as contribuições sindicais). 
Para finalizar, as contribuições para o custeio dos serviços de iluminação pública 
foram implementadas pela Emenda Constitucional nº. 39 de 2002, após o Supremo Tribunal 
Federal ter proferido Súmula declarando inconstitucionais as cobranças de taxas para 
remunerar os serviços de iluminação pública, já que tal espécie de serviço não é divisível 
nem específico. 
Passou-se então a estabelecer no art. 149-A o poder dos Municípios e do Distrito 
Federal instituírem contribuição para o custeio desse serviço, desde que emitissem leis 
 
 
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próprias, a qual tem por escopo definir qual a hipótese originadora do tributo, bem como o 
modo de sua cobrança. 
Vale destacar que essa última modalidade de contribuição tem arrecadação 
vinculada, assim, todos os recursos advindos da contribuição devem destinar-se 
exclusivamente ao custeio da iluminação pública, não sendo possível a ampliação, a 
manutenção ou a melhora do serviço através desses recursos, sob pena de ilegalidade na 
cobrança. 
 
 
 
 
 
 
Antes de continuar seu estudo, realize o Exercício 1 e a 
Atividade 2.1. 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 3 
COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA 
 
OBJETIVO DA UNIDADE: conhecer e diferenciar os institutos da competência e da 
capacidade, além de apreender os institutos decorrentes destes, especialmente a 
imunidade e a isenção. 
 
3.1 Competência 
Entender o sentido da palavra competência é de extrema importância dentro do 
estudo do DireitoTributário, por isso, primeiramente cabe a nós traçar o conceito de 
competência. 
Devemos ter em mente que competência corresponde a uma atribuição concedida 
por meio de lei, ou um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes de que alguém 
deve se revestir. Desta feita, temos que competência é a delimitação de poderes e/ou 
deveres outorgados a uma ou mais pessoas para o exercício de atividade específica. 
No caso do Direito Tributário, fala-se em competência tributária quando se está 
diante de normas jurídicas que destinem a pessoas determinadas o poder de instituir leis 
que criem tributos, ou seja, “a competência tributária, em síntese, é uma das parcelas entre 
as prerrogativas legiferantes de que são portadoras as pessoas políticas, consubstanciadas 
na possibilidade de legislar para a produção de normas jurídicas sobre tributos” 
(CARVALHO, 2008, p. 270). 
O sistema jurídico brasileiro disciplinou a competência tributária dentro da 
Constituição Federal, onde o legislador constituinte especificou claramente a competência 
tributária, destinando a cada ente político (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) 
atribuições próprias, porém dotadas de uma característica marcante: a indelegabilidade. 
A indelegabilidade (não delegável) veda a transferência da competência tributária de 
uma pessoa política para outra. Os entes federativos não podem criar tributos em 
desrespeito às competências delimitadas pela Constituição Federal. Ou seja, um Estado não 
pode editar lei para criar um tributo municipal e vice-versa. 
É importante entender que a competência tributária é fixada constitucionalmente, 
por isso, vale conhecer a redação que a determina, in verbis: 
 
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: 
I - importação de produtos estrangeiros; 
II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados; 
III - renda e proventos de qualquer natureza; 
 
 
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IV - produtos industrializados; 
V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores 
mobiliários; 
VI - propriedade territorial rural; 
VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar. 
(...) 
Art. 154. A União poderá instituir: 
I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, 
desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de 
cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição; 
II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, 
compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão 
suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação. 
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos 
sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) 
I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) 
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de 
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, 
ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior;(Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) 
III - propriedade de veículos automotores. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 3, de 1993) 
(...) 
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: 
I - propriedade predial e territorial urbana; 
II - transmissão "intervivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens 
imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, 
exceto os de garantia, bem como cessão de direitos à sua aquisição; 
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, 
definidos em lei complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 3, de 1993) 
 
Nesse versar, coube à União, nos termos do art. 153, editar leis com o escopo de 
criar os impostos arrolados no texto constitucional, a saber, o imposto de importação (II), o 
imposto de exportação (IE), o imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza 
(IR), o imposto sobre produtos industrializados (IPI), o imposto sobre operações financeiras 
(IOF), o imposto sobre a propriedade territorial rural (ITR) e o imposto sobre grandes 
fortunas (IGF). 
Ainda, segundo o art. 154, I, ficou a União autorizada a instituir outros tributos, 
desde que estas novas exações não possam ser confundidas com as obrigações tributárias 
já existentes, assim é possível que a União crie um imposto sobre a utilização de 
elevadores, por exemplo, mas não poderá criar tributos que recaiam sobre a propriedade de 
veículos ou sobre a transmissão de bens, pois estas últimas hipóteses já são tributadas 
através do IPVA (imposto estadual) e pelo ITCMD (imposto estadual) e pelo ITBI (imposto 
municipal). 
Além disso, a União também tem o poder de criar os conhecidos impostos 
extraordinários (art. 154, II) que são exações tributárias estipuladas para atender 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art155
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art155
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art155
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art155
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art155
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art155
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art156iii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art156iii
 
 
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necessidade excepcional, decorrente de guerra externa ou sua iminência, durante o tempo 
que esta durar. 
Diante dessa demonstração de competência da União, os estudiosos falam que 
coube a esta pessoa jurídica de direito público uma competência privativa quanto ao rol do 
art. 153 e 154, II; ambos da CF, no sentido de que somente a União poderá legislar sobre 
esses tributos comuns ou especiais. Ademais, é dada à União uma competência residual 
(art. 154, II) de tal sorte que este ente federado possui competência para criar todo e 
qualquer tributo que não esteja expressamente vinculado às demais pessoas públicas. 
Por outro lado, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, a Carta Magna 
determinou uma repartição de competência tributária expressa e taxativa, de modo que 
todos os Estados poderão editar normas jurídicas que criem os tributos expressamente 
autorizados pelo texto constitucional, assim como os Municípios poderão fazê-lo em relação 
àquelas previsões que lhe foram destinadas. 
Assim, os Estados e os Municípios são detentores de competência privativa, isto é, 
são detentores de um feixe de atribuições específicas que somente se destinam a eles. 
No que tange ao Distrito Federal, há uma importante ressalva a ser feita, qual seja, 
o Distrito Federal diante de sua situação peculiar dentro da Federação Brasileira tem o 
poder de criar todos os impostos destinados aos Estados e aos Municípios, pois sua figura 
dentro do quadro federativo é de uma pessoa jurídica de direito público interno com status 
de estado federado, impassível de ser dividido em municípios, mas com as mesmas 
atribuições desta pessoa pública. 
Por isso, o Distrito Federal tem competência cumulativa, podendo legislar sobre os 
tributos destinados aos Estados e Municípios, nos moldes estabelecidos pelo art. 147 do 
texto constitucional. 
Diante da repartição de competências outorgada pela redação constitucional, cabe a 
nós, estudantes da matéria tributária, conhecer os institutos consectários da fixação 
constitucional da competência tributária. 
 
3.1.1 Incompetência 
 
Falar em competência, como fizemos até aqui, implica necessariamente em sua 
antítese, ou seja, tratar das situações de incompetência. 
A incompetência, nesse sentir, é a situação jurídica que impossibilita o legislador 
infraconstitucional

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