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BPPM3 - Políticas de Atenção ao Idoso no Brasil

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Histórico das Políticas de Atenção ao 
Idoso no Brasil 
 
• Antes da Constituição de 1988, a Seguridade 
Social não era direito de todos os cidadãos, 
uma vez que o acesso à saúde era limitado 
apenas às pessoas que trabalhavam. Os 
indivíduos desempregados, por sua vez, não 
contribuíam e, portanto, só tinham acesso à 
saúde por meio de instituições de caridade; 
 
• A partir da Constituição Federal de 1988, a 
Seguridade Social passou a ser garantida 
para todos os cidadãos do país. Outro ponto 
importante é que a Seguridade Social não 
engloba apenas a saúde, mas também a 
assistência e a Previdência Social, ou seja, 
esses três componentes passaram a ser uma 
garantia/um dever do Estado. Ademais, no 
artigo 230 da Constituição Federal de 1988, 
há uma menção aos idosos que diz que a 
família, a sociedade e o Estado têm o dever 
de amparar as pessoas idosas. Essa 
proteção deve acontecer preferencialmente 
no lar. Além disso, a Constituição também 
garante que os idosos com 65 anos ou mais 
têm direito ao transporte público urbano 
gratuito; 
 
• Em 1990 foi assinada a Lei nº 8080 que 
dispõe sobre as condições para a promoção, 
proteção e recuperação da saúde, a 
organização e o funcionamento dos serviços 
correspondentes, instituindo o Sistema Único 
de Saúde (SUS); 
 
• Em 1993, houve a promulgação da Lei 
Orgânica da Assistência Social (LOAS), n° 
8742, que regulamenta esse aspecto do tripé 
da Seguridade Social da Constituição e 
estabelece normas e critérios para 
organização da assistência social, que é um 
direito, e este exige definição de leis, normas 
e critérios objetivos. Essa lei garante 1 salário 
mínimo aos deficientes e aos idosos (65 anos 
ou mais) que não conseguirem prover a 
própria manutenção ou tê-la provida pela 
família (ele tem o direito de receber se a 
renda for menor que ¼ do salário mínimo por 
pessoa da casa). Para isso, esse idoso não 
precisa necessariamente ter contribuído com 
o INSS. Um exemplo disso é que existem 
vários idosos institucionalizados que não 
trabalharam a vida toda e foram abandonados 
pela família que recebem o benefício de 
prestação continuada (BPC), pois, ao chegar 
na instituição, os advogados entram com 
recurso para que eles possam receber esses 
benefícios. Quando a pessoa é 
Políticas de Atenção à 
Pessoa Idosa 
 
 
institucionalizada, até 70% desse salário pode 
ficar com a instituição e pelo menos 30% 
deve ficar com o idoso. O pagamento do 
benefício cessa no momento em que forem 
superadas as condições referidas, ou em 
caso de morte do beneficiário. Além disso, 
quem recebe o BPC/Loas não terá direito ao 
13° do INSS (Instituto Nacional do Seguro 
Social) e nem à pensão por morte; 
 
• Em 1994 é promulgada a Lei 8842, ou seja, a 
Política Nacional do Idoso (PNI) que 
representou um marco importante para todos 
aqueles que trabalham com a chamada 
terceira idade, ao ampliar a concepção de 
velhice e do processo de envelhecimento. A 
PNI sinaliza a necessidade do envolvimento 
da sociedade como um todo para que se 
possa enfrentar o desafio de assistir à uma 
população que nas últimas décadas tem 
apresentado um crescimento acentuado em 
nosso país. A PNI foi a primeira Lei específica 
para assegurar os direitos dos idosos, sendo 
resultado de reivindicações dos idosos, 
entretanto, eles não participaram da sua 
elaboração (ou seja, não foi uma lei muito 
inclusiva, já que, por mais que os idosos 
estavam reivindicando o seu direito, eles não 
ajudaram a construir o que eles gostariam de 
ter como direito). Essa lei considera idosa a 
pessoa com 60 anos ou mais; 
 
• Alguns pontos interessantes da PNI são: 
 
a) Inclui a geriatria como especialidade 
clínica, para efeito de concursos públicos 
federais, estaduais, do DF e municipais 
(ou seja, antes disso a geriatria não era 
uma especialidade de concursos); 
b) Institui os Conselhos do Idoso (nacional, 
estaduais e municipais), como 
permanentes, paritários e deliberativos; 
para fiscalizar a PNI; 
c) Traz as competências dos órgãos 
públicos nas áreas de Promoção e 
Assistência social, Saúde, Educação, 
Trabalho e previdência social, Habitação e 
urbanismo, Justiça e Cultura, esporte e 
lazer. Ou seja, não é uma política voltada 
apenas para saúde, ela abrange, também, 
outras áreas. 
• Em 1999, por meio de uma Portaria do 
Ministério da Saúde, foi publicada a primeira 
política voltada mais para saúde do idoso, 
que é a Política Nacional de Saúde do Idoso 
(PNSI). O foco é na manutenção da 
capacidade funcional (independência) e 
autonomia; 
 
• Após 6 anos de tramitação no Congresso, 
houveram vários movimentos sociais 
organizados por idosos de todas as regiões 
do Brasil com o objetivo de criar uma Lei que 
fosse mais consistente, para proteger e 
garantir o direito dos idosos, ou seja, a 
intenção da próxima Lei que foi criada, que é 
o Estatuto do Idoso, era juntar a legislação 
que já existia e agregar novos elementos que 
os idosos consideravam importantes de 
serem garantidos; 
 
• Em 2003 foi promulgada a Lei 10741, que é o 
Estatuto do Idoso. Este é a principal 
legislação relacionada aos idosos do país. 
Este Estatuto traz as disposições 
preliminares, os direitos fundamentais dos 
idosos, as medidas de proteção, a política de 
atendimento ao idoso, o acesso à justiça, 
além de trazer, também, a questão dos 
crimes (isso foi uma grande conquista para 
esse grupo, pois, a partir de agora, é possível 
responsabilizar uma pessoa que comete, por 
exemplo, violência contra um idoso); 
 
• Em 2006 foi publicado, pelo Ministério da 
Saúde, o Pacto pela Saúde, o qual abrande 3 
“subpactos”: 
 
a) Pacto de gestão 
b) Pacto pela vida: nesse pacto, existiam 
algumas prioridades e a saúde do idoso 
foi elencada como uma das seis 
prioridades 
c) Pacto em defesa do SUS 
 
• Ademais, em 2006, foi promulgada a lei 
11433, a qual institui o dia 1° de outubro 
como o Dia Nacional do Idoso. Ainda em 
2006, foi publicada a portaria n° 2528, que é a 
Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa 
(PNSPI), que é uma revisão na PNSI. A 
PNSPI é dividida em introdução, finalidade, 
 
justificativa, diretrizes, responsabilidades 
institucionais, articulação intersetorial, 
acompanhamento e avaliação. Outro fator 
importante é que em 2006 foi publicada a 1ª 
Edição da Caderneta do Idoso, com a ideia se 
ser um instrumento para melhorar o 
atendimento à saúde da população idosa; 
 
• Já em 2007 foi publicado o Caderno de 
Atenção Básica n° 19, que é chamado de 
Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa. 
Este foi o primeiro caderno voltado 
especificamente para os idosos, porém ele 
não foi atualizado até hoje (existe um 
movimento para que ele seja atualizado); 
 
• Em 2014, foi publicado um documento 
chamado de Diretrizes para o cuidado das 
pessoas idosas no SUS: proposta de modelo 
de atenção integral, o qual traz alguns 
direcionamentos para o cuidado dos idosos; 
 
• Em 2017, houve uma mudança de uma parte 
do Estatuto do Idoso por meio da Lei 13466, a 
qual institui que, dentre os idosos, deve ser 
dada prioridade especial aos com 80 anos ou 
mais; 
 
• Em 2018, na agenda de prioridades de 
pesquisa do Ministério da Saúde, foi 
destacada a “Saúde do Idosos” como uma 
das linhas de pesquisa prioritárias no Brasil. 
Além disso, também foram publicadas 
algumas orientações técnicas para a 
implementação de Linha de Cuidado para a 
Atenção Integral à Saúde da Pessoa Idosa no 
SUS. Após isso houveram outras publicações 
também, em 2020, por exemplo, houve a 
publicação de um caderno especifico de 
violência contra a pessoa idosa, entre outras. 
 
Legislação sobre os idosos no Brasil 
– alguns pontos importantes 
 
➔ Estatuto do idoso – Lei 10.741/2003 
 
Umas das principais partes do Estatuto do Idoso 
são os Direitos fundamentais. 
 
Medidas de proteção 
 
• Aplicadas por açãoou omissão do Estado; 
por falta, omissão ou abuso da família, 
curador ou entidade de atendimento; em 
razão de sua condição pessoal. 
 
Medidas: 
▪ Encaminhamento à família ou curador 
(termo de responsabilidade); 
▪ Orientação, apoio e acompanhamento 
temporários; 
▪ Requisição para tratamento de sua saúde 
(ambulatorial, hospitalar ou domiciliar); 
▪ Inclusão em programa de auxílio, 
orientação e tratamento a usuários de 
drogas, ao idoso ou a pessoa que lhe 
cause perturbação; 
▪ Abrigo em entidade; 
▪ Abrigo temporário. 
 
Acesso à justiça 
 
• Assegurada prioridade na tramitação dos 
processos de procedimentos e na execução 
dos atos e diligencias judiciais que tenha 
algum idoso envolvido, em qualquer instância; 
 
• A prioridade não cessa com a morte. 
 
Crimes 
 
 
 
 
Política Nacional de Saúde da 
Pessoa Idosa (PNSPI – 2006) 
 
• Instituída 
pela portaria 
Nº2528 de 19 
de outubro de 
2006; 
 
• Surge 
devido à 
necessidade 
de revisão e 
atualização da 
Portaria 
Nº1395/1999 
que versa sobre a Política Nacional de Saúde 
do Idoso e substitui a mesma. 
 
É aprovada na referida portaria e suas 
disposições constam em anexo: 
 
• Introdução; 
• Finalidade: a finalidade da PNSPI é 
recuperar, manter e promover a autonomia e 
a independência dos indivíduos idosos, 
direcionando medidas coletivas e individuais 
de saúde para esse fim, em consonância com 
os princípios e diretrizes do Sistema Único de 
Saúde (SUS); 
• Justificativa; 
• Diretrizes; 
• Responsabilidades Institucionais; 
• Articulação Intersetorial; 
• Acompanhamento e avaliação; 
• Referências. 
 
Diretrizes: 
 
1) Promoção do envelhecimento ativo e 
saudável 
▪ Manutenção da capacidade funcional e 
autonomia; 
▪ Foco na prevenção e promoção; 
▪ Responsabilidade pessoal 
(autocuidado), ambientes adequados, 
solidariedade entre gerações, 
preparação para velhice em todas as 
fases da vida; 
▪ Estar de acordo com a política 
“Envelhecimento Ativo” da OMS. 
 
2) Atenção integral e integrada à saúde da 
pessoa idosa 
▪ Linha de cuidado com foco nos 
usuários; 
▪ Importância do levantamento da 
capacidade funcional, dados sócio 
familiares e psicossociais, através de 
instrumentos de avaliação e triagem; 
▪ Aumento da resolutividade dos serviços; 
▪ Grupos de ajuda a cuidadores; 
▪ Alternativas à assistência médica 
individual; 
▪ Promoção da qualidade de vida, 
preservação da autonomia e 
independência funcional; 
▪ Foco no enfrentamento de fragilidades, 
promoção da saúde e integração social. 
 
3) Estímulo às ações intersetoriais, visando à 
integralidade da atenção 
▪ Reconhecimento de parceiros e órgãos 
governamentais e não-governamentais 
que trabalham com a população idosa. 
 
4) Provimento de recursos capazes de 
assegurar qualidade da atenção à saúde 
da pessoa idosa 
▪ Definir com os estados, Distrito Federal 
e municípios as formas de 
financiamento não regulamentadas. 
 
5) Estímulo à participação e fortalecimento 
do controle social 
▪ Estímulo à inclusão de temas 
relacionados aos idosos nas 
conferências de saúde; 
▪ Efetividade na participação e controle 
social dos idosos. 
 
6) Divulgação e informação sobre a PNSPI 
para profissionais de saúde, gestores e 
usuários do SUS 
▪ Materiais de divulgação e informação, 
respeito às especificidades regionais, 
foco na educação popular, qualificação 
dos profissionais. 
 
 
7) Promoção de cooperação nacional e 
internacional das experiências na atenção 
à saúde da pessoa idosa 
▪ Englobar atenção ao idoso, formação 
técnica, educação em saúde e 
pesquisas. 
 
8) Apoio ao desenvolvimento de estudos e 
pesquisas 
▪ Fomento à novas pesquisas e 
identificação dos grupos já existentes 
para socialização de informações; 
▪ Criação de banco de dados de 
pesquisadores e pesquisas. 
▪ Divulgação de linhas de financiamento; 
▪ Criação de banco de dados nacional 
com resultados de avaliação funcional 
de idosos. 
 
PNSPI – Responsabilidades 
institucionais: 
 
É organizada em 3 esferas: Gestão Federal, 
Estadual e Municipal. Entretanto, em termos 
gerais, tanto o Gestor Federal quanto o Estadual 
e o Municipal devem realizar: 
 
• Elaboração de normas técnicas; 
• Definição de recursos; 
• Articulação com as demais instâncias e 
intersetorial; 
• Estabelecimento de instrumentos e 
indicadores de acompanhamento e 
avaliação da política; 
• Divulgação da política; 
• Estímulo a pesquisas; 
• Qualificação profissionais. 
 
PNSPI – Articulação intersetorial: 
 
Além do 
trabalho em 
equipe 
multidisciplinar 
ser importante, 
a articulação 
intersetorial 
também é crucial, pois assim, há uma maior 
integralidade da atenção. 
 
PNSPI – Acompanhamento e avaliação: 
 
• Processo contínuo; 
 
• Exige definição de critérios, parâmetros, 
indicadores e metodologia específicos; 
 
• Além da avaliação da política nos setores 
envolvidos, pretende-se avaliar a repercussão 
na qualidade de vida dos idosos; 
 
• A avaliação deve considerar os princípios e 
diretrizes do SUS, observar o potencial dos 
serviços e possibilidades de utilização; se 
ações, programas e projetos da política estão 
sendo desenvolvidos de forma 
descentralizada; e se a participação dos 
idosos no SUS é incentivada e facilitada.

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