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1 UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO “PROF. JOSÉ DE SOUZA HERDY” – UNIVERSIDADE UNIGRANRIO ESCOLA DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO BACHARELADO EM BIOMEDICINA CAROLINE ROCHA DA SILVA SOARES 6501399 TÉCNICAS SOROLÓGICAS APLICADAS AO DIAGNÓSTICOS DAS ABORVIROSES: DENGUE, FEBRE AMARELA, ZIKA E CHIKUNGUNYA Nova Iguaçu – Rj Junho de 2021 2 CAROLINE ROCHA DA SILVA SOARES TÉCNICAS SOROLÓGICAS APLICADAS AO DIAGNÓSTICOS DAS ABORVIROSES: DENGUE, FEBRE AMARELA, ZIKA E CHIKUNGUNYA Trabalho de pesquisa apresentado à Disciplina: Fisiopatologia e Análises de doenças I, da Universidade do Grande Rio “Prof. José de Souza Herdy”, como requisito parcial para a obtenção de nota e aprovação na Disciplina: Fisiopatologia e Análises de doenças I Orientadora: DRA. RENATA CRISTINE MANFRINATOREIS. Nova Iguaçu – Rj Junho de 2021 3 SUMÁRIO INTRODUÇÃO............................................................................................4 SOROLOGIA-ELISA...........................................................................................5 METODOLOGIA.......................................................................................... 6 INVESTIGAÇÃO DOS CASOS........................................................................................7 REFERÊNCIAS............................................................................................8 4 Introdução O mosquito Aedes aegypti é o transmissor de dengue, zika, chikungunya e febre amarela (ciclo urbano). Essas doenças infecciosas transmitidas por insetos são chamadas de arboviroses. Menor do que os mosquitos comuns, o Aedes aegypti é preto com listras brancas no tronco, na cabeça e nas pernas. Suas asas são translúcidas e o ruído que produz é praticamente inaudível ao ser humano. Põe seus ovos em recipientes como latas e garrafas vazias, pneus, calhas, caixas d’água descobertas, pratos sob vasos de plantas ou qualquer outro objeto que possa armazenar água limpa, como a da chuva, por exemplo, e pode procurar ainda criadouros naturais, como bromélias, bambus e buracos em árvores. É um mosquito urbano, embora tenha sido encontrado na zona rural, onde foram levados em recipientes que continham ovos e larvas. Comuns em regiões de clima tropical e subtropical. Devido a essas características do mosquito, o controle dessas doenças é um desafio de saúde pública. Por isso, todos temos que contribuir para evitar a reprodução do Aedes aegypti. Dengue Aparição no Brasil: século 19 Principais sintomas: febre alta, dor de cabeça, dores no corpo e articulações, fraqueza, dor atrás dos olhos e manchas vermelhas na pele, às vezes com coceira. Pode haver ainda perda de peso e vômito e, na forma grave, dor abdominal e sangramento de mucosas Transmissão: principalmente pela picada do mosquito Aedes aegypti, mas há registros de transmissão vertical (gestante-bebê) e por transfusão de sangue Zika Aparição no Brasil: 2015 Principais sintomas: dor de cabeça, febre baixa (ou ausente), dores leves nas articulações, manchas vermelhas na pele com coceira intensa e vermelhidão nos olhos. Eventualmente, também inchaço no corpo, dor de garganta, tosse e vômito Transmissão: picada do mosquito Aedes aegypti, transmissão vertical (gestante-bebê) e por transfusão de sangue 5 Chikungunya Aparição no Brasil: 2014 Principais sintomas: febre alta e abrupta, dores intensas nas articulações dos pés e mãos, além de dedos, tornozelos e pulsos. Pode ocorrer ainda dor de cabeça, dores nos músculos e manchas vermelhas na pele, com coceira intensa Transmissão: pela picada dos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus Febre amarela Aparição no Brasil: século 17 Principais sintomas: início súbito de febres, calafrios, dor de cabeça intensa, dores nas costas, dores musculares, vômitos e fraqueza. A doença tem importância epidemiológica por sua gravidade clínica e potencial de disseminação. Transmissão: pela picada dos mosquitos Aedes aegypti na área urbana e dos mosquitos Haemagogus e Sabethes na área rural ou de florestas Importante: existe uma vacina bastante segura e eficaz contra a febre amarela distribuída gratuitamente nos postos de saúde. Em vários estados brasileiros, essa vacina já faz parte do Calendário Nacional de Vacinação. 6 Sorologia Elisa O ELISA, método mais empregado nos inquéritos sorológicos, possui diferentes variações técnicas, com destaque aqui para o ELISA indireta e o ELISA de captura. No primeiro ("antigen-coated indirect ELISA"), as microplacas são primariamente revestidas por antígenos virais, os quais se ligam às imunoglobulinas específicas (IgM ou IgG), caso presentes no soro; após lavagem, os anticorpos ligados serão então detectados por outros anticorpos adicionados e conjugados a enzimas, as quais permitirão a reação colorimétrica clássica sobre um substrato, medida por espectrometria. Já no ELISA de captura, as microplacas são revestidas por anticorpos antiimunoglobulina humana, os quais capturam inicialmente imunoglobulinas inespecíficas (IgM ou IgG) do soro do paciente; em seguida, antígenos do vírus de interesse são acrescidos e se ligam às imunoglobulinas específicas (IgM ou IgG), caso presentes no soro; após lavagem, os antígenos ligados serão, então, detectados por anticorpos do conjugado enzimático adicionado, repetindo os passos finais comuns a todas as variedades de ELISA. É denominado MAC-ELISA, quando empregado para IgM, e GAC-ELISA, quando para IgG. O teste de neutralização por redução de placas (PRNT) baseia-se na identificação e quantificação indireta de anticorpos neutralizantes contra determinado vírus. Foi primeiramente descrito na década de 1950, sofrendo aprimoramentos posteriores com a adaptação para DENV . A amostra de soro a ser testada é sequencialmente diluída e misturada a uma suspensão viral em um tubo ou placa de microtitulação, permitindo a interação in vitro entre anticorpos e vírus, sendo posteriormente vertida sobre uma monocamada de células suscetíveis. Esta camada é recoberta por um meio semissólido o qual impede o espalhamento indiscriminado de vírus. Ao infectar a monocamada celular, cada vírus se replica, produzindo placas de lise, as quais podem ser detectadas de diferentes formas, tais como, observação microscópica, anticorpos fluorescentes ou corantes específicos. Após usuais 7 dias de incubação, as placas são então contadas, comparando-se as amostras testadas com a solução de vírus inicial, isto é, livre de anticorpos. Caso haja anticorpos neutralizantes no soro testado, ocorrerá consequente redução da 16 quantidade de placas esperadas. Determina-se, assim, a porcentagem desta redução, definindo-se um "endpoint" (e.g., 50%, expresso como PRNT50). "Endpoints" mais elevados aumentam a especificidade, por outro lado, podem reduzir a sensibilidade do teste. Os títulos do PRNT são expressos de acordo com a última diluição do soro que atingiu a percentagem desejada de redução na contagem de placas. No caso particular da dengue, o teste é capaz de diferenciar anticorpos sorotipo-específicos, ao 7 contrário do ELISA e do IH. Além disso, por se correlacionar bem com proteção, tem sido empregado em estudos de desenvolvimento de vacinas, o que motivou esforços da Organização Mundial de Saúde para padronizálo. Embora o PRNT seja considerado padrão- ouro na detecção de anticorpos neutralizantes, existe uma variante do método chamada FRNT (do inglês, "Focus Reduction Neutralization Test"), a qual oferece algumas vantagens. Ao contrário daquele, este é realizado em microplacas de 96 poços, o que reduz a área de tecido celular e o volume de reagentes utilizados, além de possibilitaro uso de pipetas multicanais e automação. Isto aumenta a reprodutibilidade intra- e interensaio, bem como, permite testar número maior de amostras em cada ensaio. Ademais, utilizando a técnica imunocolorimétrica - baseada no emprego de anticorpos capazes de se ligar ao vírus infectante - possibilita a revelação dos "focos" de inoculação e replicação viral em 2 dias, sendo, portanto, de execução mais rápida que o PRNT (96). Metodologia Para realização de exames para o diagnóstico laboratorial das arboviroses: dengue, zika, febre amarela, chikungunya e mayaro, através da detecção dos vírus e/ou de seus componentes (ex. genoma viral e antígenos) e ainda, através da pesquisa de anticorpos específicos para os referidos agravos. As metodologias utilizadas são: • Enzimaimunoensaio (ELISA); • Isolamento viral; • RT-PCR. Para cada agravo investigado, diferentes métodos são utilizados, dentre estes métodos estão as técnicas de detecção de IgM (Dengue, Febre Amarela, Zika, Chikungunya e Mayaro), detecção de antígeno NS1 (Dengue), Isolamento Viral (Dengue e Febre Amarela) e detecção de genoma viral por RT-PCR em tempo real (Dengue, Febre Amarela, Zika, Chikungunya e Mayaro). O Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL) é o sistema informatizado utilizado em todos os procedimentos relacionados ao diagnóstico laboratorial, desde o cadastro, que deve ser realizado pela unidade solicitante, até os resultados que são disponibilizados ao laboratório. O GAL está implantado em todos os municípios do Estado e em todas as Regiões de Saúdes que dão suporte técnico aos municípios, garantindo assim, que os solicitantes tenham acesso aos resultados laboratoriais de forma oportuna. 8 Investigação dos casos Investigação de casos suspeitos de Dengue: - A pesquisa de anticorpos IgM para Dengue (ELISA IgM / MAC-ELISA IgM) é o exame preferencial para o diagnóstico de Dengue, realizada em amostras coletadas do 7º ao 30º dia do início dos sintomas. - Os exames de ELISA IgM serão confirmados por MAC-ELISA para finalização do diagnóstico. - O LACEN-CEVS disponibiliza quatro metodologias que compõem a pesquisa (ELISA NS1 / PCR em Tempo Real / ELISA IgM / MAC-ELISA IgM), sendo realizadas de acordo com a data de início dos sintomas e data de coleta da amostra. - As metodologias ELISA NS1 e PCR em Tempo Real são utilizadas para Vigilância Virológica – Identificação Viral e para casos graves de pacientes internados, em amostra. Investigação de casos suspeitos de Chikungunya: - O LACEN-CEVS disponibiliza três metodologias (ELISA IgM / ELISA IgG / RTPCR em Tempo Real), sendo realizadas de acordo com a DATA DE INÍCIO DOS SINTOMAS e DATA DE COLETA da amostra. - A pesquisa do vírus Chikungunya por RT-PCR em tempo Real é o exame preferencial para o diagnóstico de Chikungunya, realizada em AMOSTRAS COLETADAS até o 8º DIA DO INÍCIO DOS SINTOMAS. - A pesquisa de anticorpos IgM será realizada em amostras coletadas do 9º dia de febre ao 30º dia de doença. Em casos de IgM Reagentes as amostras serão enviadas ao Laboratório de Referência para confirmação por MACELISA, conforme estabelecido pela CGLAB /SVS. - Exames de ELISA IgG para Chikungunya serão realizados das amostras coletadas a partir do 30º dia de sintomas. Coletar amostra de soro: 5 a 10 ml de sangue em tubo com gel separador, 9 centrifugar, identificar (nome paciente, data da coleta, material, município e agravo); refrigerar e enviar ao lacen-cevs em até 15 dias a partir da coleta. Investigação de casos suspeitos de Zika Vírus: - A pesquisa do vírus Zika por RT-qPCR em tempo Real é o exame preferencial para o diagnóstico de Zika realizada em AMOSTRAS DE SORO, COLETADAS DO 1º DIA DE FEBRE AO 5º DIA DO INÍCIO DOS SINTOMAS. - Coletar amostra de soro: 5 a 10 ml de sangue em tubo com gel separador, centrifugar, identificar (NOME PACIENTE, DATA DA COLETA, MATERIAL, MUNICÍPIO e AGRAVO); refrigerar e enviar ao LACEN-CEVS em até 15 dias a partir da coleta. Investigação de casos suspeitos de Febre Amarela: - A pesquisa de anticorpos IgM para Febre Amarela por MAC-ELISA IgM realizado no LACEN-CEVS, é o exame preferencial para o diagnóstico de Febre Amarela, em amostras coletadas do 7º ao 30º dia do início dos sintomas. - Coletar amostra de soro: 5 a 10 ml de sangue em tubo com gel separador, centrifugar, identificar (nome paciente, data da coleta, material, município e agravo); refrigerar e enviar ao lacen-cevs em até 15 dias a partir da coleta. 10 REFERÊNCIA http://unimed.coop.br/portalunimed/cartilhas/o-que-sao-arboviroses/index.html https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/27442/2/bernardo_wittlin_ioc_mest_2018.pdf https://cevs.rs.gov.br/upload/arquivos/201708/23101042-instrucoes-para-o-diagnostico- laboratorial-de-dengue-zika-chikugunya-e-febre-amarela-2017.pdf
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