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1 Amaríntia Rezende – Doenças infecciosas e parasitárias 2 SARNAS ORDEM ASTIGMADA Subclasse Acari – medem cerca de 0,35 a 0,75mm. São microscópios. Corpo dividido em gnatossoma e idiossoma. Outros são comensais dos folículos pilosos. Alimentação: descamação da pele de animais. Família Sarcoptidae: Sarcoptes, Notoedris Família Knemidokoptes: Knemidokoptes Família Psoroptes: Psoroptes, Chorioptes, Otodectes Família Demodecidae: Demodex ALIMENTAÇÃO Os ácaros alimentam-se de sangue, linfa, restos cutâneos, secreções sebáceas através da perfuração da pele, removendo a superfície cutânea ou embebendo-se de lesões epidérmicas. TRANSMISSÃO Ocorre por contato direto entre hospedeiros e a maioria dos ácaros são comensais. A infecção por ácaros causa dermatite severa conhecida como sarna. Também podem ser encontrados em vida livre. ESTÁGIO DE VIDA Passam todos os estágios do ciclo de vida em seu hospedeiro O ciclo completo pode varirar de 8 dias a 4 semanas. Depende de condições ambientais. A atividade e o ciclo de vida são maior e mais rápido em altas temperaturas. SARCOPTES SCABIEI SARNA SARCÓPTICA Corpo globoso, com ânus terminal. Pernas curtas e grossas. Setas dorsais parecendo espinhos São ácaros escavadores. Tamanho: 0,4mm Área de predileção em animais: cabeça, orelhas, redor dos olhos, abdome, membros e extremidades. As fêmeas escavam galerias, onde fazem oviposição. Em casos graves pode se alastrar por todo o corpo. Ácaros escavadores túneis provocam exsudação de linfa prurido intenso e formação de crostas descamação eritematosa escoriaçãoes e infecções secundárias. TRANSMISSÃO Altamente contagiosa, através do contato físico. Transmissão mecânica e através do ambiente e objetos contaminados. 2 Amaríntia Rezende – Doenças infecciosas e parasitárias 2 PATOGENIA Lesões primáriais e secundárias: eritema, formação de pápulas e pústulas (túneis), seguidas de prurido intenso, descamação, formação de crostas, hiperqueratinização, úlceras e alopecia. O animal se torna susceptível a infecções de pele secundária por bactérias. ASPECTOS PATOLÓGICOS Cães com a doença crônica generalizada desenvolvem seborreia, espessamento intenso da pele, crostas elevadas, linfadenopatia periférica e perda de massa muscular e gordurosa. Hiperplasia epidérmica e dermatite perivascular eosinofílica difusa. NOTOEDRES CATI SARNA NOTOÉDRICA EM GATOS Sarna em gatos Corpo circular, pernas curtas Ausência de espinhos Tamanho: 0,2mm Hospedeiros: Principalmente gatos. Área de predileção: ouvido, face, pescoço e ao redor dos olhos. N. cati escava estratos córneos e germinativos, o que causa hiperqueratose e espessamento da epiderme. Lesóes secas, crostosas e descamativas nas pontas das orelhas e na face. Evoluem para hiperqueratinização e hiperpigmentação. KNEMIDOKOPTIDAE KNEMIDOKOPTES SPP. Lesões proliferativas, hiperqueratosas e de aparência porosa, levando ao espessamento dos membros, podendo deformá-los e acarretar em perdas de unhas e dedos nas aves. Localização: base do bico e pernas. Ácaros NÃO escavadores hiperqueratose escamas formação de câmaras abrigo para o desenvolvimento dos ácaros. OTODECTES CYNOTIS SARNA OTODÉCICA Ácaro parasita de cães e gatos Medem cerca de 0,6mm Pernas longas e não grossas Abertura genital transversa. Ácaros picadores Lesões provocadas por picaduras irritação, descamação e exsudação de linfa Prurido intenso e formação de crostas amarelo acinzentadas Escoriações e infecções secundárias. 3 Amaríntia Rezende – Doenças infecciosas e parasitárias 2 Área de predileção: canal auditivo externo. Secundariamente, cabeça, dorso, pés e extremidade da causa. São transferidos de animal para animal, especialmente durante a amamentação. SINAIS CLÍNICOS Possuem relação comensal com os hospedeiros e geram hipersensibilidade alérgica. As respostam várias de otite assintomática a grave Canal auditivo inflamado e úmido. Exsudato acastanhado no canal auditivo, que se torna crostoso. Prurido intenso, evolução de infecções secundárias. Uma infecção secundária comum é a Malasseziose. DEMODEX CANIS SARNA DEMODÉCIA - DEMODICOSE Ácaros pequenos, alongados e pequenos. Vivem nos folículos pilosos e nas glândulas sebáceas. Tamanho 0,1 – 0,4mm Possuem quatro pares de pernas custas que terminam em garras rombas no adulto, não possuem cerdas. As pernas são localizadas na frente do corpo e opistossoma estriado, que se estende por mais da metade do corpo. O achado de Demodex na lâmina não é diagnóstico definitivo de sarna demodécia, pois pode ser encontrado em animais sadios. Indicativos de sarna demodécica: mais de 6 ácaros por área e vários estágios diferentes em um raspado. SINAIS CLÍNICOS Alopecia – superpopulação do ácaro no folículo piloso acaba destruindo o pelo. Geralmente não é patogênico e fazem parte da fauna cutânea. Demodicose localizada: Reação seca, com pouco eritema, alopecia disseminada, descamação e espessamento da pele. Geralmente na face e nas patas. Quando atingem os gânglios linfáticos, pode ocorrer hipertrofia ganglionar e a infestação se torna irreversível. Através da corrente linfática, podem chegar a corrente sanguínea e atingir vários órgãos, tais como fígado, pulmões e intestino delgado. Fatores imunes são responsáveis pela gravidade da doenças. Demodicose pustular: forma grave que acompanha infecção bacteriana. Pele enrugada e espessada, com pústulas pequenas, exsudando soro, pus e sangue, odor desagradável. DIAGNÓSTICO Sinais clínicos + comportamento do animal Raspado profundo de pele: feito com bisturi, nas áreas afetadas até surgir sangue capilar. DIAGNÓSTICO SARNAS S. scabiei: resultado negativo não descarta sarna sarcóptica, mas sim, repetir o exame após alguns dias. Demodex sp.: naturalmente presente na pele do animal, altas populações indicam infestação ativa. O. cynotis: presente de exsudato e depósitos de cerúmen enegrecido no canal auditivo – observação com lente de aumento em superfície escura. 4 Amaríntia Rezende – Doenças infecciosas e parasitárias 2 CONTROLE DAS SARNAS Cuidado com a introdução de animais: quarentema e tratamento com acaricida. Separar os animais infestados e todos os animais em contato ou da vizinhança devem ser tratados. Troca de desinfestação de fômites (camas, cobertas). Continuação do tratamento. Demodex: observar cadelas que tenham maior propensão em ter ninhadas susceptíveis. TRATAMENTO São sensíveis a pesticidas Tratamento tópicos (xampus e sabonetes) Tratamento sistêmico com acaricidas, antiparasitários. Amitraz a 0,05%. Tratamento do ambiente: pulverizar muros, paredes e chão. (proibido em cadelas gestantes).
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