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TÉRMINO DO CONTRATO DE TRABALHO – PARTE I I – AVISO PRÉVIO; AVISO PRÉVIO CONCEITO E NATUREZA JURÍDICA: - É a comunicação da rescisão do contrato de trabalho pela parte que decide extingui-lo, com a antecedência a que estiver obrigada e com o dever de manter o contrato após essa comunicação até o decurso do prazo nela previsto, sob pena de pagamento de uma quantia substitutiva, no caso de ruptura do contrato (art. 487, I e II e parágrafos 1º e 2 º, da CLT). - O aviso-prévio tem, desse modo, tríplice caráter: comunicação, tempo e pagamento. - O pagamento do aviso-prévio prestado em trabalho tem natureza nitidamente salarial: o período de seu cumprimento é retribuído por meio de salário. Contudo, não se tratando de pré-aviso laborado, mas somente indenizado, não há como insistir-se em sua natureza salarial. A parcela deixou de ser adimplida por meio de labor, não recebendo a contraprestação inerente a este, o salário. - A circunstância de ser indenizado o pagamento do aviso-prévio não retira do instituto suas duas outras relevantes dimensões: comunicação e prazo, devendo haver sua integração no tempo de serviço, conforme o art. 487, § 1º, parte final, da CLT, OJ 82 e 83, SDI-I/TST e Súmula 305, TST. AVISO PRÉVIO CABIMENTO: - Regra geral, é instituto inerente a contratos de duração indeterminada, salvo nos contratos a termo que tenham em seu interior cláusula assecuratória do direito recíproco de antecipação do término contratual (art. 481 da CLT). - Em síntese, o pré-aviso é cabível nas seguintes situações extintivas do contrato de trabalho de duração indeterminada: na dispensa do obreiro, sem justa causa; na dispensa do empregado, em face da extinção da empresa ouestabelecimento; na chamada rescisão indireta e no pedido de demissão, sendo neste caso devido por metade, conforme súmula 14 do TST. PRAZOS DO AVISO-PRÉVIO E PROPORCIONALIDADE: PRAZO MÍNIMO: O prazo mínimo do aviso-prévio, desde a Constituição de 1988, é de 30 dias, de forma proporcional (art. 7º, XXI, CF/88). A Constituição não recebeu, portanto, o curto lapso de 8 dias, referido no art. 487, I, da CLT, previsto para contratos com pagamento semanal de salários ou fração temporal inferior. VERBAS RESCISÓRIAS DISP IMOTIVADA - contrato por prazo indeterminado/ contrato determ encerrado no prazo Verbas rescisórias – obrigação de pagar: SALDO DE SALÁRIO ok 13º SALÁRIO PROPORCIONAL ok FÉRIAS PROPORCIONAIS + 1/3 ok AVISO PRÉVIO não INDENIZAÇÃO DE 40% SOBRE O FGTS não Obrigação de entregar: guias para saque do FGTS e habilitação do Seguro - Desemprego. TRCT (PEDIDO DE DEMISSÃO) SALDO SAL -13º SALÁRIO PROP FÉRIAS PROP + 1/3 = R$ 1.000,00 PORÉM, O EMPREGADO NÃO COMUNICOU, LOGO O EMPREGADOR PODERÁ DESCONTAR O VALOR DO SALÁRIO, EQUIVALENTE A R$ 1.500,00 CABIMENTO – PRAZO DETERMINADO ART. 479 DA CLT – SEM CLÁUSULA ASSECURATÓRIA CONTRATO DE EXPERIÊNCIA: 60 + 30 _____________________70º DIA_______________________ Foi encerrado antecipadamente pelo empregador Indenização do art. 479 da CLT: ½ do restante devido + saldo de salário, férias prop. + 1/3, 13º sal. Prop e a indeniz. 40% FGTS. CABIMENTO – PRAZO DETERMINADO ART. 481 DA CLT – COM CLÁUSULA ASSECURATÓRIA CONTRATO DE EXPERIÊNCIA: 60 + 30 _____________________70º DIA_______________________ Foi encerrado antecipadamente pelo empregador O empregado terá direito a todas as verbas rescisórias, inclusive, o aviso prévio. AVISO PRÉVIO PROPORCIONALIDADE: A Lei n. 12.506/2011 veio estipular a proporcionalidade do aviso-prévio, por além dos 30 dias devidos aos empregados que contem até um ano de serviço na empresa (art. 7º, XXI, CF/88; art. 1º, Lei n. 12.506/11), em conformidade com o seguinte critério: três dias por ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 dias, perfazendo um total de até 90 dias (parágrafo único do art. 1º da Lei n. 12.506). Essa benesse não se estende ao empregador. EFEITO RETROATIVO: Tal proporcionalidade, entretanto, não possui efeito retroativo (art. 5º, XXXVI, CF/88), vigorando desde 13.10.2011 (data de publicação da lei instituidora da parcela), nos termos da súmula 441 do TST. CONTAGEM DO PRAZO: O critério de contagem do prazo do aviso-prévio trabalhista não possui qualquer peculiaridade: faz-se com a exclusão do dia do começo e inclusão do dia de seu término, conforme Súmula 380,TST. PEDIDO DE DEMISSÃO: Ressalta-se que, se o empregado pede demissão, mas não concede ou cumpre o pré-aviso, poderá o empregador reter o saldo de seu salário, no valor correspondente ao número de dias de aviso-prévio não concedido (CLT, art. 487, § 2º). É preciso notar que no cômputo dessa verba inadimplida há significativa distinção: a obrigação obreira a ser ressarcida restringe-se a 30 dias. AVISO PRÉVIO – Nota Técnica do MTE 184/2012 TEMPO DE SERVIÇO AVISO PRÉVIO PROPORCIONAL 0 30 1 33 (30 + 3) 2 36 3 39 4 42 5 45 6 48 (...) LIMITE 60 DIAS 30 (CF) + 60 (PROP) = 90 DIAS AVISO PRÉVIO – CONTRATO POR PRAZO INDETERMINADO AVISO PRÉVIO E PROPORCIONALIDADE _________ 02.01.2017___________02.04.2018________________________ ADMISSÃO DISP.IMOTIVADA AVISO PRÉVIO: 33 AVISO PRÉVIO= 30 + 3 DATA EFETIVA PARA ANOTAÇÃO NA CTPS E O CÔMPUTO DA PRESCRIÇÃO: 05.05.2018 AVISO PRÉVIO – CONTRATO POR PRAZO INDETERMINADO AVISO PRÉVIO E PROPORCIONALIDADE _________ 02.01.2010___________02.04.2020________________________ ADMISSÃO DISP.IMOTIVADA AVISO PRÉVIO: 60 AVISO PRÉVIO= 30 + 30 DATA EFETIVA PARA ANOTAÇÃO NA CTPS e o CÔMPUTO DA PRESCRIÇÃO: 01.06.2020 AVISO PRÉVIO TIPOS DE AVISO PRÉVIO: - Trabalhado e indenizado. - O aviso trabalhado pode ser cumprido de duas maneiras, nos casos de dispensa promovida pelo empregador, a teor da regra contida no art. 488, caput, da CLT. IRRENUNCIABILIDADE: Súmulas 230 e 276 do TST. - O aviso trabalhado restringe-se aos 30 dias, não abrangendo a proporcionalidade fixada pela recente Lei n. 12.506/2011. A parcela proporcional, se devida pelo empregador, tem de ser paga em pecúnia. - O aviso indenizado corresponde àquele que não é cumprido mediante labor pelo obreiro, sendo pago em espécie pelo empregador. - Aviso prévio cumprido em casa: OJ 14, SDI-I/TST. RECONSIDERAÇÃO: art. 489 da CLT. Referências Bibliográficas: DELGADO. Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 16. ed. São Paulo: LTR, 2017; MATEUS DA SILVA. Homero Batista. Comentários à Reforma Trabalhista. 1. ed. São Paulo: RT: 2017; CASSAR. Volia Bomfim. Curso de Direito do Trabalho. 11. ed. São Paulo: Método, 2015.
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