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Chikungunya

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Infectologia 
1 
 
Introdução 
• Causada por um arbovírus 
RNA, pertencente ao gênero 
Alphavirus e da família Togaviri-
dae. 
• A transmissão ocorre pela pi-
cada de fêmeas dos mosquitos 
Aedes aegypti e Aedes albopi-
ctus infectadas pelo vírus. 
• Nome “chikungunya” deriva 
de um termo em Makonde, 
que significa “aqueles que se 
dobram”. 
• Período de incubação → 3 a 7 
dias, em média. 
• Período de viremia nos humos 
pode durar até 10 dias. 
• Até 70% dos infectados mani-
festam sintomas. 
• Letalidade, no Brasil, tem sido 
maior do que nas Américas → 
alto número de óbitos. 
• Casos graves e óbitos estão as-
sociados a pessoas com co-
morbidades e em extremos de 
idade. 
• Grupos de risco: 
o Gestantes. 
o > 65 anos. 
o < 2 anos. 
o Pacientes com comorbida-
des. 
• Divide-se em 3 fases: aguda, 
subaguda e crônica. 
Fase aguda 
• Febre: 
o Início súbito. 
o Curta duração. 
o Sua defervescência não se 
associa à piora dos sintomas 
(como ocorre na dengue). 
o Pode ser: contínua, intermi-
tente ou bifásica. 
o Pode estar associada à bra-
dicardia relativa. 
• Poliartralgia intensa 
o Acomete > 90% dos pacien-
tes nessa fase. 
o Geralmente → bilateral e si-
métrica. 
o Pode haver assimetria. 
o Grandes e pequenas articu-
lações. 
o Preferência por regiões mais 
distais. 
• Edema 
o Associado à tenossinovite. 
• Dores nas costas. 
Chikungunya 
Infectologia 
2 
 
• Dor ligamentar. 
• Mialgia 
o Geralmente, moderada. 
• Rash cutâneo (> 50% dos ca-
sos): 
o Ocorre, geralmente, no 2º-5º 
dia após o início da febre. 
o Tronco, extremidades, face. 
o Prurido em ¼ dos pacientes 
• Cefaleia. 
• Fadiga. 
• Duração média de 7 dias. 
• Outros sinais e sintomas: 
o Dor retro-ocular. 
o Calafrios. 
o Conjuntivite sem secreção. 
o Faringite. 
o Náusea. 
o Vômitos. 
o Diarreia. 
o Dor abdominal. 
o Neurite 
o Linfadenomegalias. 
Obs.: risco de transmissão vertical 
é de 50% no período intraparto! 
Fase subaguda 
• Desaparecimento da febre 
(mas, pode haver recorrência). 
• Persistência e até piora da ar-
tralgia: 
o ↑ dor. 
o Tenossinovite hipertrófica → 
pode gerar síndrome do tú-
nel do carpo. 
o Pode estar associado a 
edema. 
• Astenia. 
• Prurido 
• Exantema maculopapular 
• Lesões purpúricas, vesiculares 
e bolhosas. 
• Fadiga. 
• Sintomas depressivos. 
• Doença vascular periférica. 
Fase crônica 
• Pode acometer > 50% dos pa-
cientes. 
• Duração de até 3-6 anos. 
• Associada a: 
o Idade > 45 anos 
o Desordem articular preexis-
tente. 
o ↑ intensidade das lesões arti-
culares na fase aguda. 
• Persistência de dores articula-
res, musculoesquéticas e neu-
ropáticas: 
o Com ou sem edema. 
o Limitação de movimentos. 
o Deformidades. 
o Ausência de eritema. 
Infectologia 
3 
 
o Poliarticular e simétrico, na 
maioria dos casos. 
o Pode ser monoarticular e 
assimétrico. 
o Pode acometer articula-
ções atípicas (ex.: ATM). 
o Síndrome do túnel do 
carpo pode ocorrer. 
o Artropatia destrutiva, em al-
guns pacientes. 
• Outras manifestações: 
o Fadiga, cefaleia, prurido, 
alopecia, exantema. 
o Tenossinovite, parestesias, 
fenômeno de Raynaud. 
o Distúrbios do sono, altera-
ções cerebelares, entre outros. 
Formas graves 
• Pacientes que demandam te-
rapia intensiva ou apresentam 
risco de morte. 
• Acomete em ↑ frequência: 
o Pacientes com comorbida-
des. 
o Crianças 
o Pessoas > 65 anos. 
o Pacientes em uso de aspi-
rina, anti-inflamatórios e 
paracetamol em doses al-
tas. 
• Manifestações atípicas estão 
associadas a ↑ risco de óbito. 
Exemplos: 
o Meningoencefalite, encefa-
lopatia. 
o Retinite, neurite óptica. 
o Miocardite, IC, arritmia, peri-
cardite. 
o Dermatoses, ulcerações. 
o Nefrite e Insuficiência Renal 
Aguda. 
o Pneumonias, hepatite, pan-
creatite, discrasia sanguí-
nea. 
Obs.: grande parte das mortes 
por Chikungunya estão associa-
das à descompensação de co-
morbidades prévias. 
Exames laboratoriais 
Exames inespecíficos 
• ↑ PCR e VHS 
• ↑ discreto de AST e ALT, crea-
tinina e CPK 
• Leucopenia com linfopenia (< 
1.000 cels/mm3) 
• Trombocitopenia < 
100.000cels/mm3 é rara. 
Exames específicos 
• Pesquisa de RNA viral: RT-PCR 
e qRT-PCR. 
Infectologia 
4 
 
• Pesquisa de anticorpos espe-
cíficos: ELISA e POC. 
o IgM (pode surgir a partir do 
2º dia de sintomas → inves-
tigação mais adequada a 
partir do 5º dia). 
o IgG: a partir do 6º dia. 
o Teste imunocromatográ-
fico → triagem, demanda 
confirmação com ELISA. 
o Sorologia pareada: ↑ 4 x do 
título de anticorpos em 15 
dias entre as coletas. 
Diagnósticos diferenciais 
• Dengue → principal. 
• Malária. 
• Leptospirose. 
• Febre reumática. 
• Artrite séptica. 
• Zika. 
• Mayraro. 
Sinais de gravidade 
• Acometimento neurológico. 
• Dor torácica, palpitações e ar-
ritmias. 
• Dispneia. 
• ↓ diurese ou ↑ abrupto de ureia 
e creatinina. 
• Sinais de choque, instabilidade 
hemodinâmica. 
• Vômitos persistentes. 
• Sangramentos de mucosa. 
• Descompensação da doença 
de base. 
Conduta 
Pacientes sem sinais de 
 gravidade 
• Acompanhamento ambulato-
rial. 
• Terapia escalonada de dor. 
• Hidratação oral. 
• Encaminhar para centro de re-
ferência se sinais de gravi-
dade. 
• Notificar. 
• Orientar retorno se febre > 5 
dias e se sinais de gravidade. 
Pacientes do grupo de risco 
• Acompanhamento ambulato-
rial em observação 
• Terapia escalonada da dor. 
• Hidratação oral. 
• Notificar. 
• Encaminhar para centro de re-
ferência se sinais de gravi-
dade. 
• Orientar retorno diário até de-
saparecimento da febre. 
Pacientes com sinais de gravi-
dade e/ou critério de interna-
ção 
• Hidratação oral. 
Infectologia 
5 
 
• Terapia escalonada de dor. 
• Tratar complicações graves. 
• Notificar. 
Obs.: Anti-inflamatórios e aspirina 
são contraindicados na fase 
aguda da doença! 
Escalamento da dor 
Leve - Escala Analógica Visual 
(EVA) = 1 a 3 
• Dipirona 1g 6/6h ou paraceta-
mol 750 mg 6/6h, VO. 
• Reavaliar após 7 dias. 
• Se persistência da dor: 
o Replicar escala de dor. 
o Considerar uso de corticoi-
des. 
Moderada - EVA = 4 a 6 
• Dipirona 1g e paracetamol 
750mg intercalados a cada 3h, 
em horários alternados, VO. 
• Reavaliar após 7 dias. 
• Se persistência da dor: 
o Replicar escala de dor. 
o Considerar uso de corticoi-
des. 
• Aplicar também questionário 
da dor neuropática. 
Dor intensa - EVA = 7 a 10 
• Dipirona ou paracetamol asso-
ciado a um opioide: 
o Tramadol 50mg 6/6h, ou 
o Codeína 40mg 6/6h, ou 
o Oxicodona 10mg 12/12h. 
• Reavaliar após 7 dias 
• Se persistência da dor: 
o Replicar escala de dor. 
o Considerar uso de corticoi-
des. 
• Aplicar também questionário 
da dor neuropática. 
Obs.: Se questionário de dor neu-
ropática ≥ 4, associar: 
• Amitriptilina 25 a 50 mg/dia, ou 
• Gabapentina 300 mg, 2x ao 
dia (dose máxima 1.200 mg/. 
• Reavaliar após 15 dias. 
 
Referências 
• Brasil. Ministério da Saúde. Secre-
taria de Vigilância em Saúde. De-
partamento de Vigilância das Do-
enças Transmissíveis. Chikun-
gunya: manejo clínico. Brasília: 
Ministério da Saúde, 2017. 65 p. 
• MARTINS, Herlon Saraiva; BRAN-
DÃO NETO, Rodrigo Antonio; VE-
LASCO, Irineu Tadeu. Medicina de 
emergência: abordagem prática. 
Barueri: Manole, 2017.

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