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Mielomeningocele A mielomeningocele é uma mal formação congênita resultante de uma falha no fechamento do tubo neural. É acompanhada de uma protrusão cística revestida por uma fina camada de epiderme podendo conter meninges anormais, líquido cefalorraquidiano e elementos displásicos da medula espinhal e/ou nervos; Mais frequente (85% DFTN); Geralmente sua localização é na Transição tóracolombar. DIAGNÓSTICO PRÉ NATAL: É feito a partir da ultrassonografia, em que, caso haja a presença de mielomeningocele será observado o alargamento do canal vertebral. Havendo a suspeita disso será realizado o exame Amniocentese e/ou a Eletroforese (mais especifica). QUADRO CLÍNICO: • Paralisia motora flácida (perda total ou parcial da movimentação dos membros inferiores). • Alteração total ou parcial da sensibilidade dos membros inferiores. • Diminuição ou abolição dos reflexos profundos e superficiais. • Presença de incontinência dos esfíncteres. • São características da lesão do neurônio motor inferior. Caso a mielomeningocele seja descoberta no período pré-natal será realizado uma cirurgia nas primeiras 24 horas após o parto, ou seja, nas primeiras 24 horas de vida do bebê. A cirurgia consiste no fechamento da bolsa com o objetivo de diminuir o risco de infecções, já que o tecido nervoso encontra-se exposto e caso ele infeccione levará a complica ações maiores no desenvolvimento Atualmente, existe uma cirurgia intrauterina, a realização da cirurgia dependerá do caso clínico da mãe e do bebê; então o médico realiza o fechamento da bolsa com beber ainda no útero da mãe. O lado positivo da cirurgia intrauterina é que dimiriscoa gravidade da hidrocefalia. PROBLEMAS NEUROLÓGICOS: 1.HIDROCEFALIA 2.SÍNDROME DA MEDULA PRESA 3.HIDROMIELIA 4.DIPLOMIELIA (DIASTEMATOMIELIA) A presença de liquor, meninge e medula displasica na bolsa é o que caracteriza a mielomeningocele. É o tipo mais comum de defeito do fechamento do tubo neural e de espinha bífida. Incidência: Variável nas diversas regiões; frequência maior no Reino Unido; as meninas são mais acometidas que os meninos e atinge de 1 a 10 casos de 1.000 nascidos vivos. São aproximadamente 300 mil casos por ano em todo o mundo. 1. Hidrocefalia: É uma má formação congênita que pode estar associada com a mielomeningocele em até 90% dos casos. Essa junção da mielomeningocele com a hidrocefalia ocorre devido a uma má formação chamada Síndrome de Arnold Chiari. A Síndrome afaz com que as amígdalas cerebelares tenham um efeito tamponador sobre o forame magno, causando a dificuldade de passa em do liquor; com isso ocorre o acúmulo de liquor no SNC, levando ao aumento da pressão intracraniana. Como a pressão aumenta a cabeça da criança também cresce já que os ossos ainda são maleáveis. • Sinais Clínicos: Crescimento rápido e anormal do perímetro craniano; Alargamento das suturas cranianas; fronte abaulada (testa grande e achatada); Presença do “Olhar em sol poentes” (ocorre por compressão dos nervos cranianos, consiste em um olhar para baixo, semelhante ao sol quando está se pondo); Dilatação dos vasos do couro cabeludo; Vômitos em jatos (O que indica compressão do tronco encefálico, esse que é responsável pelo controle da respiração. Então indica um caso grave); Alteração do tônus e da coordenação e Alterações cognitivas (criança chorando muito ou com comportamento diferente do comum, com isso o fisioterapeuta deve encaminhar rapidamente para o pronto socorro). 2. Síndrome da Medula Presa: Ao nascimento a medula ocupa todo o canal medular, mas ao longo do desenvolvimento da criança a medula vai se posicionando cada vez mais para cima, porém como uma “parte” da medula está presa, isso faz com que a medula não suba, como deveria acontecer. O motivo pode ser pela cirurgia feita anteriormente para correção da mielomeningocele, assim sendo consequência do fechamento da bolsa. • Sinais Clínicos: Manifestação de lesões no neurônio motor superior (clônus, Babinsk,hipertonia elástica nos membros inferiores, hiperreflexia); início ou piora de deformidades. Caso os sinais clínicos estejam comprometendo a funcionalidade da criança é realizado uma cirurgia para liberar a medula ou diminuir a hipertonia e espasticidade. 3. Hidromielia: Presença de uma cavidade/buraco no interior da medula com líquor. Geralmente está localizado na transição cervicotorácica. Caso tenha comprometimento da função é realizada a cirurgia. • Sinais Clínicos: Déficit de força muscular dos MMSS; Fraqueza muscular do tronco e escoliose progressiva. (Devido a região afetada essas serão as consequências, podendo deixar o paciente até tetraplégico). 4. Diplomielia (diastematomielia): É a medula dupla, que acontece com frequência na coluna torácica. Ocorre devido a presença de um septo fibroso ou cartilaginoso, ou ósseo no interior da medula; assim provoca uma bifurcação/divisão da medula. A cirurgia ocorre caso haja prejuízo da função, caso não haja não ocorre porque tem riscos. • Sinais Clínicos: Escoliose progressiva, Diminuição da FM de MMSS, Alteração Vesical (Alteração na bexiga-xixi). AlA Alterações Associadas: Anomalias congênitas presentes: Cerca de 20% das crianças com algum tipo de defeito do fechamento do tubo neural, apresentam algum outro defeito congênito associado. Eles são: artrogripose; ausência da fíbula/tíbia; alterações das vias urinárias e vias gastrointestinais (reto perfurado e fistula traqueoesofágica. Essas crianças também podem apresentar problemas ortopédicos, sejam eles de origem congênitas (posicionamento no útero) ou adquiridas (posicionamento inadequado, desequilíbrio muscular, contraturas e espasticidade). As alterações congênitas que podem ser observadas são divididas em dois grupo, os que acometem o tronco e os que acometem os membros: • Vértebras: Agenesia sacral (não tem formação do osso do sacro), Hemivértebras (a vértebra nasceu mal formada), Escoliose/ Hipercifose / Hiperlordose que são consequências das alterações. • Membros: Pé torto congênito e luxação congênita de quadril. Tronco: Hipercifose congênita, Escoliose e Hiperlordose lombar (apresentaram dificuldades na funcionalidade). Obs: o uso de coletes na mielomeningocele não é recomendável porque as alterações são muito grandes, então o colete traria desconforto e também pode levar ao surgimento de escaras devido a pressão entre o colete e as alterações posturais. Só pode ser utilizado o colete após cirurgias de correção postural. Alterações da sensibilidade: Sensibilidade diminuída (hipoestesia ou anestesia). Isso resulta no risco de férias, para pacientes de nível torácico na parte do tronco, pelve e MMII (risco de escaras de ísquios por ficarem muito tempo sentados) ; em pacientes nível sacral, como são deambuladores o risco maior de lesão é nos pés o que pode levar a complicações com a amputação. Esses pacientes devem ser orientados de forma que evite as escaras de pressão, sempre que possível mudar a posição, analisar o local que fica sentado e verificar as regiões do corpo para verificar se há indícios de pressão para que a situação não piore e leve a úlceras, infecções ou até amputação. Obesidade: Ocasionado pela dificuldade de se movimentar. Também pode ser por conta do uso do alimento como forma de consolo. Isso vai dificultar a mobilidade, o uso de órtese (por conta do aumento de peço perde a órtese muito rápido), prejudica procedimentos cirúrgicos e esvaziamento vesical. Obs: É muito comum que crianças com mielomeningocele é a alergia ao látex, presente em bexigas, luvas... OBJETIVOS DO TRATAMENTO: Estimular o as etapas do desenvolvimento neuropsicomotor (melhora postural, trocas posturais, auto transferência, andar, maior independência, estimulação sensorial, fortalecimento muscular, orientar a família sobre todas as situações para evitar complicações). A mielomeningocele é classificada em 4 níveis: 1. Torácico: Ausência de sensibilidade emovimentos dos MMII, causando postura em abandono com isso tem um prognóstico reservado para marcha (ruim). O tratamento nesse caso tem como objetivo estimular o desenvolvimento neuropsicomotor, favorecer o controle cervical, aquisição da postura sentada com ou sem o apoio das mãos, facilitar as trocas posturais baixas como passar de deitado para sentado e rolar na cama, e ensinar deslocamentos em prono que é se arrastar como soldadinho. Também precisamos realizar alongamentos para evitar encurtamentos e trazer um bom posicionamento, pois quanto melhor a postura menos encurtamentos e deformidades essa criança terá; podemos realizar o fortalecimento dos MMSS porque será de grande ajuda para o deslocamento e independência do paciente. OBS: Não deixar o paciente arrasta o bumbum no chão, já que eles não possuem sensibilidade dessa região e deixar que o paciente se desloque sentado no chão faz com que possa ter o surgimento de escaras. 2. Lombar Alto: Presença de alguma sensibilidade abaixo dos quadris, seu prognóstico para marcha é regulas com uso de órtese longa e cinto pélvico. Nesse caso é possível a flexão de quadril e ao invés de andadores poderá usar muletas canadenses. O tratamento deve buscar favorecer o DNPM, controle cervical e de tronco, ficar de gato, engatinhar, passar para em pé com MMSS e treino de marcha. É importante prevenir deformidades dos MMII. 3. Lombar Baixo: Terá força maior ou igual a 3 de flexores de joelho, ação em flexores e adutores de quadril e tem um bom prognóstico para a marcha com o uso de goteiras com muletas ou hastes laterais. O tratamento consiste em estimular o DNPM, Fortalecimento do MMSS e dos MMII preservados e prevenir deformidades. Essas pessoas serão capazes de fazer tudo; como passar de sentado para de pé, ajoelhar, ficar em pé sem apoio, andar... Essas crianças não possuem sensibilidade nos pés, com isso é recomendável o uso de órtese suropodalica como forma de prevenir as lesões de pele e estabilizar a articulação do tornozelo. 4. Sacral: Terá atividade em praticamente todos os músculos, exceto musculatura intrínseca do pé e os músculos que controlam os esfíncters. Tem ótimo prognóstico para marcha, mas também deve ter grande atenção nos pés por conta da baixa sensibilidade nos pés.
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