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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Publicidade e Propaganda Aula 3 Linguagem Visual Professora Sionelly Leite da Silva Lucena CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 Introdução Conversa inicial Que bom que estamos juntos novamente. Hoje, vamos discutir a evolução social e tecnológica da imagem, tratando em especial da fotografia. Começaremos nossa aula apontando alguns aspectos da trajetória evolutiva da captura fotográfica, e os efeitos repercutidos no olhar do século XIX, tendo em vista a expansão e massificação do equipamento fotográfico. Vamos lá! Agora é a vez da professora Sionelly falar sobre a aula de hoje! Confira no que está no material on-line! CONTEXTUALIZANDO Um click fotográfico é carregado de muitas histórias: conta-se tanto a trajetória dos processos de captura quanto a evolução do olhar dos fotógrafos, que interpretam o mundo num recorte de sua escolha. Agora, imagine você, as possibilidades de se reparar e construir histórias através de imagens. Pois bem, a fotografia é ponte entre o passado e o presente, e nesse traço de construção é importante o domínio técnico e a consciência das escolhas no momento do click. Os fundamentos básicos da fotografia estão baseados no controle da luz que pode ser feito por três ajustes diferentes: ISO, diafragma e obturador. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 No material on-line a professora Sionelly falará um pouco mais sobre as características das linguagens da fotografia. Não deixe de assistir! PESQUISE A idade da luz: a história da câmera escura. Em plena era vitoriana, no século da expansão de diversos meios e auge das transformações da sociedade, vieram as máquinas a vapor, as estradas de ferro, o telégrafo, as comunicações, e a fotografia. O primeiro registro fotográfico da história, "a primeira fotografia permanente do mundo", foi um registro do francês Joseph Nicéphore Niépce (1765-1833), em 1826 ou 27, em uma experiência batizada como heliografia, processo que faz gravação da imagem com a luz do sol. Foram exigidas cerca de 8 horas de exposição para fixar a paisagem vista da janela da oficina de Niépce, e, como dá para ver na Figura 1, a qualidade era baixíssima. Veja a figura a seguir! Figura 1 - Considerada a primeira fotografia da história, imagem fixa em processo de heliografia Fonte: https://www.khanacademy.org/humanities/becoming-modern/early-photography/a/early-photography- nipce-talbot-and-muybridge https://www.khanacademy.org/humanities/becoming-modern/early-photography/a/early-photography-nipce-talbot-and-muybridge https://www.khanacademy.org/humanities/becoming-modern/early-photography/a/early-photography-nipce-talbot-and-muybridge CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 Sabemos que a fotografia como invenção, não teve um único nome, nem surgiu do dia para a noite. Ela é uma síntese de descobertas físicas e químicas, que vão da Antiguidade aos tempos contemporâneos, até a foto de Niépce. Para citar alguns nomes, temos: Aristóteles (384-322 a.C.) - que observou a qualidade de projeção da imagem do sol em um eclipse parcial, imagem que se projetava no chão, ao passar através de um furo em uma folha de árvore. Em seus registros, há o primeiro apontamento para a câmara escura, a caixa que ele observou que, se for colocado algum objeto/cena em frente à câmara escura, na parede oposta ao furo da caixa será projetada uma imagem menor e invertida, refletindo o objeto. Além do filósofo grego, outro importante nome que utilizava a câmara escura para projeção em seus desenhos foi o pintor italiano Leonardo da Vinci. Figura 2 - Câmara escura: a imagem é observada menor e invertida Fonte: http://chc.cienciahoje.uol.com.br/wp-content/uploads/2012/08/800px-Camera_obscura2-600x372.jpg Em experimentações químicas, para fixar a imagem, há nomes como o do inglês William Henry Fox Talbot (1800–1877), que desenvolveu o sistema positivo e negativo da fixação da imagem, batizado de calotipo, o que permitia a duplicação da imagem em larga escala. http://chc.cienciahoje.uol.com.br/wp-content/uploads/2012/08/800px-Camera_obscura2-600x372.jpg CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 Outro grande nome é o do francês Louis Jacques Mandé Daguerre (1781- 1851), que batizou sua invenção como daguerreótipo, embora os experimentos tivessem sido trabalhados junto a Niépce. Criado em 1837, o daguerreotipo, fabricado por Alphonse Giroux, foi o primeiro equipamento fotográfico produzido em escala comercial. Apresentado publicamente em 1839, na França, ano em que o governo francês declarou o invento como domínio público, que havia financiado Daguerre em seus experimentos. Com o daguerreótipo, é acelerado o tempo de exposição, possibilitando a produção de retratos, em que o fotografado não tivesse que ficar imobilizado por minutos, às vezes com a ajuda de um aparato de ferro que o prendia na cintura, alinhava o tronco e segurava a cabeça. Tudo para a fotografia não sair tremida, devido ao longo tempo de exposição. Para que toda essa estrutura não aparecesse, o cenário era disfarçado com cortinas, eram colocadas roupas volumosas nos modelos, e outros elementos na composição da foto. Já os olhos, que não ficam imóveis por muito tempo, precisavam ser retocados à mão, normalmente com lápis nanquim. No Brasil, o pioneiro da fotografia é Antoine Hercule Romuald Florence (1804–1879), que em 1832 começa a investigar as possibilidades de fixação da imagem, por meio da câmara escura e experiências fotoquímicas, dão origem a imagens que ele batiza de photographie, em 1833. Com as objetivas desenvolvidas por Joseph Maximilian Petzval (1807- 1891), 16 vezes mais luminosas, o tempo de exposição cairia de 15 minutos para algo em torno de 30 segundos. Com o processo mais rápido, a partir de 1842 foram abertos os primeiros estúdios fotográficos especializados em retratos, que foram um sucesso. A sociedade posava para ser mostrada em suas organizações sociais e políticas, como já aconteciam com as pinturas, só que bem mais rápido do que CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 posar para um quadro. Aliás, os primeiros retratos, pagos pela alta classe burguesa da França, quase sempre buscavam referências de pose, luz e composição na pintura – esta, que marca o início das artes visuais, assim como para a fotografia. A partir da câmera de filme, lançada em 1888, desenvolvida por George Eastman, a fotografia se torna mais acessível, mais barata e de fácil manuseio. A fotografia instantânea, lançada em 1948 por Edwin Land, e a tecnologia digital, que produziu suas primeiras imagens em 1965 e foi comercializada a partir de 1981, são dois pontos de ascensão da fotografia, que está cada vez mais acessível, ágil e sofisticada. Cada vez menores, os equipamentos estão também cada vez mais rápidos, tanto no processo de captura quanto o de compartilhamento com outras pessoas. Acessível na palma das mãos, nos celulares, smartphones e tablets, o registro é cada vez mais simples, bastando um toque do indicador na tela do aparelho, e a imagem está pronta para ser compartilhada em redes sociais que reúnem milhões de pessoas do mundo inteiro. O “velho” álbum fotográfico se transforma. Armazenando lembranças, antes, abertas em encontros familiares e/ou com amigos mais próximos, que se acomodavam à sala de estar, rodeando as fotos e suas respectivas histórias; atualmente, esses registros vão parar facilmente em computadores e outros aparelhos, acessíveis a quase todos que queiram ver e até participar de comentários e recados. Assim, seja um recorte de um fato noticioso, uma contemplação de uma paisagem,um registro documental, a fotografia narra uma parte da história e acomoda valores, participando da construção social e histórica, mediando conhecimento e informação, como também entretenimento e prazer, tragédias e ciência. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 Técnica fotográfica 1: composição e enquadramento Um dos atributos da técnica fotográfica é o recorte, ou seja, o espaço que será demarcado como a área fotográfica, o assunto selecionado para compor a imagem. Dentro dessa escolha, há dois aspectos a ser considerados, que são a composição e o enquadramento. Vamos começar relembrando esses aspectos, que foram citados nas possibilidades técnicas e estéticas da imagem. Relembrando, portanto: composição: é a forma como os elementos da imagem são dispostos, distribuídos dentro do frame; enquadramento: é o recorte do quadro, que pode ser na vertical, na horizontal ou na diagonal. Dentro de tais aspectos, a imagem tem sua linguagem, recepção, significação, contexto, etc., que lhe são próprios. Vamos exemplificar isso fazendo algumas análises fotográficas. Figura 1 Na Figura 1, vemos três velas acesas em um recipiente. O fundo e a superfície têm aspecto liso e brilhoso, trazendo o efeito de reflexo de patê de uma das velas. Sobre a composição da imagem, pode-se destacar o CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 posicionamento dos elementos, que estão mais à direita da imagem; todos estão postos de forma harmônica e sem desproporções geométricas ou de textura. O enquadramento foi tomado em linha reta, ou seja, em frente aos elementos, na horizontal, para dar uma sensação de prolongamento dos objetos, principalmente ao recipiente onde se encontram as velas. Já na Figura 2, temos um buquê de flores no centro da imagem. Figura 2 A fotografia foi tomada, assim como a Figura 1, também na horizontal, desta vez aproveitando as laterais do ambiente, com as flores e cores, que se destacam ao contornar a imagem. A tomada foi de baixo, com a câmera posicionada quase no chão, para enfatizar o elemento principal no primeiro plano. Outra dica para composição e enquadramento é a regra dos terços, que consiste em dividir a cena/elementos da imagem em duas linhas horizontais e duas linhas verticais. Os quatro pontos de interseção nessas 4 linhas são os pontos onde os nossos olhos concentram maior atenção. Em muitos casos o ideal é manter o assunto principal em algum desses pontos, o que chamará mais a atenção – ou seja, centralizar o elemento da foto não significa uma foto mais CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 equilibrada. Esse recurso não é privilégio das câmeras fotográficas, hoje em dia, celulares vêm com essas linhas no visor, para ajudar na hora do clique. http://www.fotografia-arte.com/ Técnica fotográfica 2: ISO, obturador e diafragma. Para se trabalhar a técnica fotográfica no modo Manual do equipamento, há que se entender o que pode ser chamado de tríade básica, que seria o controle do uso do obturador, do diafragma e o ISO. O controle desses três pontos técnicos permite o controle da exposição do sensor/filme à luz, e assim, portanto, a quantidade necessária de luz para fixar a imagem na superfície exposta. Se exposta a muita luz, dizemos que a fotografia foi superexposta; e caso a exposição à luz seja insuficiente, dizemos que a imagem foi subexposta. Para entender o controle e a dosagem de luz necessária para a formação da imagem no sensor/filme, partimos, então, da tríade básica, que, juntas, equilibram a luz: Subexposta Superexposta ------------------------------------------ Luz ++++++++++++++++++++++++++ http://www.fotografia-arte.com/ CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 Obturador: é equivalente a uma janela que abre e fecha, a partir do comando em que se programa o tempo de abertura dessa janela. Pode-se expor o sensor/filme a um tempo mais longo ou mais curto de exposição, alternando a dosagem de luz e a velocidade com que o registro será capturado. Junto ao diafragma, o obturador compõe os olhos da câmera. Conforme visto nas possibilidades técnicas e estéticas da imagem, podemos ter: a) velocidade alta, o que congela os elementos que estão em movimento diante da câmera; e b) velocidade baixa, que, por sua vez, borra os elementos que se movem. Diafragma: é uma estrutura da lente formada por várias lâminas metálicas que regulam a entrada de luz, assim como se comporta a íris do olho humano. A abertura é medida em um valor numérico, o f/stop, sempre antecedido por um “f/” (f/2, f/5.6, f/16, por exemplo). A abertura se refere à profundidade de campo e à nitidez da imagem, no que se concentra a abertura do diagrama, que são hastes que se fecham em formato de espiral. Quando se ajusta o f/stop, está se aplicando o tamanho da abertura dele, que pode variar entre a abertura máxima, que é 1, e a mínima, que varia de equipamento para equipamento, mas geralmente vai de 22 a 44. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 11 ISO: o ISO, por sua vez, refere-se à sensibilidade da exposição do sensor/filme. Quanto maior a sensibilidade, mais luz será recebida pelo sensor/filme. Para este ajuste, é indicado para lugares que possuam pouca luminosidade, como algumas ruas à noite, ou ambientes fechados. Já a menor sensibilidade é indicada para lugares muito luminosos, ou para que a imagem não possua seu “grão” ampliado. Para entender esses três conceitos técnicos, vamos analisar as imagens abaixo: Figura 1 Na Figura 1, temos uma cena de praia – há identificação pelo mar, pela areia e céu. Percebe-se que a imagem foi registrada no pôr do sol, portanto, a luz é quase escassa. Para que a foto saia nos ajustes perfeitos (o que é relativo, claro), é necessário que a exposição se dê no controle do diafragma e a velocidade mais alta do obturador. Aqui, a prioridade técnica foi aplicada no obturador e no diafragma, o que se nota pelas nuvens que não perderam seu formato, e no movimento do mar, congelado, com ondas estáticas e nítidas. E mais: houve equilíbrio do diafragma, que está mais fechado, como se vê pela profundidade de campo; e a não granulação, mostrando que: 1) o ISO está baixo, ou 2) a câmera não granula em condições altas do ISO. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 12 Figura 2 Na Figura 2, temos uma cena urbana: dezenas de pessoas andando numa rua, e no centro da imagem um corredor, ou parte da rua/calçada. A técnica utilizada aqui é oposta à Figura 1. O diafragma está aberto, provocando desfoque em grande parte da imagem. Já o obturador está com velocidade alta, garantindo o congelamento das pessoas, que andam na rua. O ISO não pode ser calculado a olho nu, sem os dados da imagem. Aprenda mais sobre esses assuntos, lendo o artigo indicado “A insustentável leveza do clique fotográfico“ e também assistindo ao vídeo da professora Sionelly. Saiba mais http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/discursosfotograficos/article/viewFile/14 65/1211 Antes de continuar, preste atenção ao que a professora Sionelly tem a dizer sobre esse assunto, acessando o material on-line. http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/discursosfotograficos/article/viewFile/1465/1211 http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/discursosfotograficos/article/viewFile/1465/1211 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 13 Técnica fotográfica 3: foco e white balance. Outros dois pontos importantes da técnica fotográfica são o controle do foco e do balanço de branco. O ajuste do foco se refere basicamente à profundidade de campo, ou seja, a medida que ofoco pode alcançar o objeto, pode ser parcial ou completo. Por exemplo, como visto em outra aula, se o fotógrafo quiser restringir o foco a uma pequena parte do elemento, ele vai utilizar uma técnica específica para transmitir tal sensação, nos ajustes do foco e do diafragma. Observe as seguintes imagens: A captura, sendo registrada com pouca profundidade de campo, trará um efeito de desfoque. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 14 Se o fotógrafo quiser capturar um elemento completamente focado, ele deverá articular uma grande profundidade de campo. Nos retratos, para destacar a pessoa, foque nos olhos e utilize uma grande abertura para diminuir a profundidade de campo e obter o efeito “fundo desfocado”, como, por exemplo, na imagem a segui. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 15 Ao contrário, para trazer a sensação de profundidade, deve-se optar pelo diafragma mais fechado, caso a condição de luz seja favorável. Com isso, deve- se compensar a pouca entrada de luz do diafragma com a velocidade média de tempo de abertura do obturador, ou ainda da elevação da sensibilidade ISO. Claro que, tudo depende da condição de luz do ambiente. Importante! Foco infinito: Com o foco infinito garantimos que todos os elementos da composição da imagem fiquem nítidos, a partir de uma distância mínima, indicada no manual do equipamento. Recomenda-se o foco infinito para fotografar a lua, fogos de artifício, estrelas e outras cenas noturnas difíceis de focar manualmente. Já o balanço de branco ou white balance (WB) seria um processo de remoção de cores não reais e se refere a um ajuste que a câmera interpreta a luz do ambiente. O WB age de modo a tornar brancos os objetos que aparentam ser brancos para os nossos olhos, já que eles são muito bem treinados para julgar o que é branco em diferentes situações de luz, o que normalmente não CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 16 acontece nas câmeras digitais. O balanço de branco correto deve calcular a "temperatura de cor" de uma fonte de luz. Para entender esse processo, precisamos analisar as diferentes temperaturas e cores da luz. Basicamente, as cores são divididas em frias e quentes, sendo as primeiras mais azuladas e as segundas mais puxadas para o vermelho. Quando se fala em “bater o branco”, quer dizer que estamos mostrando para a câmera qual é o objeto branco naquela cena, para que, com esse cálculo, ela possa dosar as demais cores corretamente. Desta maneira, podemos deixar as cores da imagem o mais próximo possível do que vemos a olho nu. Caso se opte pelo balanço de branco automático, a câmera faz esse cálculo sozinha. Isso pode ser uma desvantagem quando acaba ocasionando um cálculo errado da temperatura da cor, e assim a imagem fica muito amarelada ou muito azulada, deixando a imagem muito fria ou muito quente. As cores da imagem podem ser ficar tão diferentes do real que acabarão com, vamos dizer assim, a magia do realismo fotográfico. Vamos analisar as imagens abaixo para entender esse processo. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 17 Fotografia com temperatura quente, mais avermelhada. Fotografia com temperatura fria, mais azulada. Agora, assista ao vídeo da professora Sionelly no material on-line e aprofunde ainda mais seus conhecimentos sobre Linguagem e leituras fotográficas. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 18 Técnica fotográfica 4: iluminação. A luz é a principal fonte de criação técnica da fotografia, pois sem luz não há estímulo visual nem fixação da imagem. A iluminação pode evidenciar um elemento, destacando-o dos demais, como também pode alterar sua conotação. A princípio, quando se pensa na iluminação, a fotografia desperta beleza e realismo quando a luz está bem dosada, seja ao conduzir a luz de forma que lembre o objeto/a cena de forma natural a olho nu, sem aberrações e efeitos especiais de luz; ou, ao contrário, com uma luz especial, diferente, como se fosse um flagrante poético, como na imagem a seguir. Na imagem, identificamos o lugar e a cena. Se trata de uma mulher em um restaurante, em almoço ou jantar. A luz do lugar é soft, ou seja, é suave, sem trazer uma sombra muito dura ou marcante aos elementos de cena ou à personagem. A luz parece ser de janela, natural, mas pode ser uma simulação de luz de janela, para causar tal sensação, apenas. Todos os elementos estão bem iluminados, do guardanapo ao lado inferior esquerdo, ao rosto da personagem, que tem uma sombra mais ao lado CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 19 esquerdo do rosto (direito da imagem), o que nos leva a crer que há luz vindo apenas do lado oposto, o esquerdo. Ao entrar em cena, a luz conduz a fixação da imagem ao sensor/filme. Como visto na aula passada, se dosada excessivamente, a fotografia ficará superexposta, e se for escassa, a fotografia estará subexposta. Isso não quer dizer que só exista uma única possibilidade de luz para uma cena. Há diferentes formas, gostos e estilos de se “fazer a luz”, como diz o jargão fotográfico. E isso varia do olhar de um profissional para outro. Há quem, inclusive, faça trabalhos que revelem um cuidado especial com a luz, como parte de sua linguagem, de forma a exaltá-la como elemento principal. A fotografia em estúdio permite um maior controle da qualidade, da precisão e duração da luz. Há diversos equipamentos e acessórios, dentre eles luzes contínuas e flashes, em diferentes dosagens, possíveis de serem posicionadas em diferentes ângulos e medidas, surtindo efeitos controláveis e esperados. A luz pode ser natural, com o sol brilhante, céu limpo; soar diferenças quando o sol está alto ou está baixo; a sensível luz do céu, da luz, as estrelas; o CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 20 aproveitamento do céu nublado; as especificidades do nevoeiro, neblina e poeira, etc. A luz pode ser também artificial, com os postes das ruas, a iluminação de estádios, casas, hospitais, interiores, elemento de decoração, a luz destaca e faz ver no escuro. Evidencia, forma e informa. A luz é a matéria prima, e pode ser usada não apenas como fonte de criação, mas também como diferencial criativo. TROCANDO IDEIAS Percebeu como a construção fotográfica tem seus caprichos? Não é apenas um click, ou um simples recorte tomado no automático. Uma mesma cena pode ser revelada de diversas formas, a depender dos ajustes e gosto do fotógrafo, além, é claro, das condições de luz do ambiente fotográfico. Agora, que tal testar esses ajustes em uma câmera? Depois de fazer alguns testes compartilhe com seus colegas de curso no fórum da disciplina, disponível no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), quais foram as suas maiores dificuldades e surpresas. NA PRÁTICA Agora que você conhece um pouco mais do funcionamento da câmera, que tal fotografar? Busque uma câmera que permita manuseio em modo manual e faça fotografias do tem que preferir, buscando o ajuste correto e as compensações do ISO, do obturador e do diafragma. Faça cinco fotografias, anote os ajustes de captura e liste observações de melhoras técnicas, apoiando-se na estética da luz, do recorte e demais aspectos técnicos vimos até aqui. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 21 SÍNTESE Chegamos ao final da nossa aula. Hoje, vimos que a história da fotografia é longa e possui diversos nomes que contribuíram para que conhecêssemos a imagem tal como ela é. A técnica e sua evolução, por sua vez, trouxeram agilidade do manuseio e captura, além do que permitiram que cada vez mais imagens fossem registradas, mostrando e revelando recortes do mundo. Veja o resumo de tudoque foi abordado nesta aula, na síntese elaborada pela professora Sionelly, na videoaula a seguir. COMPARTILHANDO Que tal continuarmos essa bate-papo com nossos colegas? Você pode aproveitar este momento, para compartilhar o que aprendeu até aqui. Quando se compartilha o conhecimento, apenas se tem a ganhar, pois construímos uma boa sinergia com as pessoas ao nosso redor. Até a próxima aula! REFERÊNCIAS HEDGECOE, John. O Novo Manual de Fotografia. São Paulo: SENAC, 2005. PERSICHETTI, Simonetta. Imagens da fotografia brasileira. São Paulo: Estação Liberdade: SENAC São Paulo, 2000, volume 1, 2°edição. TRIGO, Thales. Equipamento fotográfico: teoria e prática. São Paulo: SENAC São Paulo, 2005.
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